sábado, setembro 14, 2013

22° Delírios



Uma cigarra insistente cantava próxima aos ouvidos de Ana.
Mas que saco pensava ela, depois de tantos incensos e florais que espalhou em sua chácara ainda conseguem entrar aqui.
Mexeu de leve sua cabeça e sentiu uma pontada, assim como Derik a primeira reação de seu corpo foi colocar a mão aonde doía, foi ai que veio o susto.
Sangue!
Nesse mesmo instante ela percebeu que não se tratava de sua chácara, que todo aquele desespero de horas antes, realmente aconteceu.
Talvez um corte não muito fundo, mas que sangrou bem, porque em sua blusa tinha muito sangue, talvez tenha sangrado a madrugada toda, talvez isso explique a perca dos sentidos durante horas.
Ela ficou um pouco nervosa quando viu que o helicóptero estava praticamente acabado, olhou pela janela e só via mato, olhou para frente e viu que Moisés estava ainda no banco, e o tal dispositivo do paraquedas? Porque ele não usou? Ana pensava mil e uma coisas.
Talvez depois que Ana apagou ele tenha conseguido aterrissar aquela coisa, no meio do mato, mas conseguiu.
Se desprendeu do cinto de segurança, graças a ele não aconteceu algo pior, imagina só se estivesse sem o cinto, provavelmente em sua cabeça em vez de um corte estaria era rachada ao meio.
Esses pensamentos tenebrosos estavam ocupando sem dó nem piedade a cabeça de Ana.
Seu corpo todo doía, ela chegou perto de Moisés, o mesmo estava horrível, também tinha alguns machucados, o vidro ao seu lado estava quebrado, mas até agora Ana não tinha percebido nada.
A: Ei? Moisés! (o chamando baixinho enquanto ia para poltrona ao lado dele)
A: Moisés? (pegou em seu ombro)
A: Moisés acorda, vamos procurar o Derik comigo, precisamos sair daqui.
Ela deu um pequeno tapa em seu rosto, no mesmo instante ela percebeu que ele estava gelado demais.
Morto? Não, ele não podia estar morto? Quem iria tirar eles dali? Derik e ela não sabiam pilotar.
Ela começou a chorar.
A: Moisés... Alguma coisa tá te sufocando? (já tremendo de novo)
Já nem estava raciocinando muito, ela soltou o cinto dele, como se isso fosse adiantar, pensou que talvez só estivesse com uma parada respiratória.
Colocou o ouvido perto de seu nariz e não sentia nada, foi quando ela resolveu colocar sua mão no pescoço dele para ver se tinha batimento.
Mais um susto, esse foi pior, ela pulou para trás e deu um grito.
Assim que colocou a mão no pescoço dele, ela sentiu o enorme pedaço de vidro preso em sua jugular.
Morto! Moisés estava morto. Aquilo era demais para ela.
No mesmo instante Ana abriu a porta e saiu do helicóptero, vomitou tudo o que tinha e o que não tinha em seu estomago.
Ficou ali paralisada próxima a uma arvore por um bom tempo.
O piloto estava morto, será que Derik também? Não, não podia pensar isso, não queria pensar isso. Será que ele acha que ela esta morta?
Precisa encontra-lo. Se ele caiu no mar ele só poderia estar na praia.
A questão agora era como encontrar a praia? Não sabia usar uma bussola? Nem seu relógio. Teve uma ideia, ir reto, era só andar reto.
Qual dos lados não importava, na cabeça de Ana, qualquer dos lados que ela fosse ia acabar dando na praia, depois era só andar seguindo o mar que logo encontraria Derik. Precisava encontra-lo.
Nem passou pela sua cabeça que no helicóptero o radio ainda podia estar funcionando, ela podia mandar um sinal de socorro, sei lá, mas não, antes de sair na sua futura caminhada primeiro ela procurou sua mala.
Ainda estava com o vestido da apresentação da noite anterior.
Achou a mala de Derik também, abriu e pegou o máximo de roupas que ela conseguiu colocar em sua mala.
Assim que viu seu celular ela abriu um enorme sorriso, podia estar funcionando, não custava nada tentar, vai que aquela ilha na verdade é uma praia paradisíaca do Rio de Janeiro, vai que no outro lado ta cheio de banhistas?
Assim que a sua tentativa foi em vão, nada, nenhuma barrinha de sinal em seu celular.
Queria sair o mais de pressa que pudesse daquele lugar, o fato de saber que ali dentro do helicóptero tinha um corpo a deixava com arrepios até a sua espinha.
Vestiu uma calça legging e uma camiseta um pouco folgada, que falta fazia agora um belo par de tênis, o máximo que tinha era uma sapatilha sem salto, não era lá aqueles sapatos para caminhada, mas já ia ajudar e muito, não dava nem para pensar em andar no meio do mato de salto alto, ou muito menos descalça.
Isso ainda porque tinha os bichos, e Ana se recusava a pensar nisso.
Pegou a mala e levou consigo, escolheu ir pela direita, sentia um ar quente pela direita então foi. Simples assim (sorrindo) só que em nenhum momento eu não sei por que, Ana pensou que Derik podia sair da praia e procura-la, cabeçuda, achou que ele ia ficar lá na praia esperando sabe-se lá o que. =S
Enquanto Ana seguia sua intuição do tal “ar quente”.


Derik pensava pela lógica. Sabia que não seria fácil encontrar Ana, mas encontrar o helicóptero seria um pouco mais fácil.
Um helicóptero naquelas condições no máximo vem batendo em muitas arvores até parar, Pensar aquilo era até cruel, mas era necessário, não podia somente ignorar essa hipótese e acreditar na ilusão de que Moisés conseguiu aterrissar o helicóptero perfeitinho em algum lugar e só está esperando ele para que eles possam ir para o Rio de Janeiro.
Ele tinha em mente subir até o ponto mais alto da ilha, lá de cima ele conseguiria ver o helicóptero com certeza, e também teria uma noção de onde estava, o tamanho daquela ilha.
Claro que se encontrasse o helicóptero antes de chegar lá em cima seria maravilhoso, ou quem sabe esbarrar com Ana, porque ao contrario dela e sabia que ela não ia estar no helicóptero o esperando se eles não tivessem aterrissado bem.
O que mais o desesperava era ao saber se eles estavam bem.
Já havia andado há duas horas em direção à colina.
Algo o chamou atenção. Um barulhinho de água, isso o fez desviar do caminho que estava seguindo e fazer um desvio para onde o barulho vinha, afinal de contas, aquele barulho o fez lembrar o quanto estava com sede e fome.
E depois era só subir a colina de novo.
Derik continuou andando, talvez por quase uma hora , quando foi parado por uma visão quase não acreditava no que encontrou, aquilo só podia ser mentira, como? Como aquilo existia ali no meio do nada? Será que a sede e a fome já estavam o fazendo delirar?



Um pequeno rio, talvez nem fosse um rio, mais parecia uma enorme poça formada pela ultima chuva que só não havia secado ainda porque as arvores de certa forma meio que a protegia.
Mas esse seu pensamente não fez muito sentido já que tinha uma correnteza, muito de leve, quase imperceptível mais tinha. Bom se estivesse com Ana com certeza ele iria atrás da fonte. Quem sabe não havia uma bela cachoeira. O fato é que a água da nascente devia estar com menos gosto de barro do que essa.
Derik não tinha nada com ele, nenhuma faca, fogo, ou seja, lá o que mais se precisaria ali, não fazia ideia mesmo, e a noite logo viria, sua preocupação nem tanto era à noite, mais sim Ana naquela noite.

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sábado, setembro 14, 2013

22° Delírios



Uma cigarra insistente cantava próxima aos ouvidos de Ana.
Mas que saco pensava ela, depois de tantos incensos e florais que espalhou em sua chácara ainda conseguem entrar aqui.
Mexeu de leve sua cabeça e sentiu uma pontada, assim como Derik a primeira reação de seu corpo foi colocar a mão aonde doía, foi ai que veio o susto.
Sangue!
Nesse mesmo instante ela percebeu que não se tratava de sua chácara, que todo aquele desespero de horas antes, realmente aconteceu.
Talvez um corte não muito fundo, mas que sangrou bem, porque em sua blusa tinha muito sangue, talvez tenha sangrado a madrugada toda, talvez isso explique a perca dos sentidos durante horas.
Ela ficou um pouco nervosa quando viu que o helicóptero estava praticamente acabado, olhou pela janela e só via mato, olhou para frente e viu que Moisés estava ainda no banco, e o tal dispositivo do paraquedas? Porque ele não usou? Ana pensava mil e uma coisas.
Talvez depois que Ana apagou ele tenha conseguido aterrissar aquela coisa, no meio do mato, mas conseguiu.
Se desprendeu do cinto de segurança, graças a ele não aconteceu algo pior, imagina só se estivesse sem o cinto, provavelmente em sua cabeça em vez de um corte estaria era rachada ao meio.
Esses pensamentos tenebrosos estavam ocupando sem dó nem piedade a cabeça de Ana.
Seu corpo todo doía, ela chegou perto de Moisés, o mesmo estava horrível, também tinha alguns machucados, o vidro ao seu lado estava quebrado, mas até agora Ana não tinha percebido nada.
A: Ei? Moisés! (o chamando baixinho enquanto ia para poltrona ao lado dele)
A: Moisés? (pegou em seu ombro)
A: Moisés acorda, vamos procurar o Derik comigo, precisamos sair daqui.
Ela deu um pequeno tapa em seu rosto, no mesmo instante ela percebeu que ele estava gelado demais.
Morto? Não, ele não podia estar morto? Quem iria tirar eles dali? Derik e ela não sabiam pilotar.
Ela começou a chorar.
A: Moisés... Alguma coisa tá te sufocando? (já tremendo de novo)
Já nem estava raciocinando muito, ela soltou o cinto dele, como se isso fosse adiantar, pensou que talvez só estivesse com uma parada respiratória.
Colocou o ouvido perto de seu nariz e não sentia nada, foi quando ela resolveu colocar sua mão no pescoço dele para ver se tinha batimento.
Mais um susto, esse foi pior, ela pulou para trás e deu um grito.
Assim que colocou a mão no pescoço dele, ela sentiu o enorme pedaço de vidro preso em sua jugular.
Morto! Moisés estava morto. Aquilo era demais para ela.
No mesmo instante Ana abriu a porta e saiu do helicóptero, vomitou tudo o que tinha e o que não tinha em seu estomago.
Ficou ali paralisada próxima a uma arvore por um bom tempo.
O piloto estava morto, será que Derik também? Não, não podia pensar isso, não queria pensar isso. Será que ele acha que ela esta morta?
Precisa encontra-lo. Se ele caiu no mar ele só poderia estar na praia.
A questão agora era como encontrar a praia? Não sabia usar uma bussola? Nem seu relógio. Teve uma ideia, ir reto, era só andar reto.
Qual dos lados não importava, na cabeça de Ana, qualquer dos lados que ela fosse ia acabar dando na praia, depois era só andar seguindo o mar que logo encontraria Derik. Precisava encontra-lo.
Nem passou pela sua cabeça que no helicóptero o radio ainda podia estar funcionando, ela podia mandar um sinal de socorro, sei lá, mas não, antes de sair na sua futura caminhada primeiro ela procurou sua mala.
Ainda estava com o vestido da apresentação da noite anterior.
Achou a mala de Derik também, abriu e pegou o máximo de roupas que ela conseguiu colocar em sua mala.
Assim que viu seu celular ela abriu um enorme sorriso, podia estar funcionando, não custava nada tentar, vai que aquela ilha na verdade é uma praia paradisíaca do Rio de Janeiro, vai que no outro lado ta cheio de banhistas?
Assim que a sua tentativa foi em vão, nada, nenhuma barrinha de sinal em seu celular.
Queria sair o mais de pressa que pudesse daquele lugar, o fato de saber que ali dentro do helicóptero tinha um corpo a deixava com arrepios até a sua espinha.
Vestiu uma calça legging e uma camiseta um pouco folgada, que falta fazia agora um belo par de tênis, o máximo que tinha era uma sapatilha sem salto, não era lá aqueles sapatos para caminhada, mas já ia ajudar e muito, não dava nem para pensar em andar no meio do mato de salto alto, ou muito menos descalça.
Isso ainda porque tinha os bichos, e Ana se recusava a pensar nisso.
Pegou a mala e levou consigo, escolheu ir pela direita, sentia um ar quente pela direita então foi. Simples assim (sorrindo) só que em nenhum momento eu não sei por que, Ana pensou que Derik podia sair da praia e procura-la, cabeçuda, achou que ele ia ficar lá na praia esperando sabe-se lá o que. =S
Enquanto Ana seguia sua intuição do tal “ar quente”.


Derik pensava pela lógica. Sabia que não seria fácil encontrar Ana, mas encontrar o helicóptero seria um pouco mais fácil.
Um helicóptero naquelas condições no máximo vem batendo em muitas arvores até parar, Pensar aquilo era até cruel, mas era necessário, não podia somente ignorar essa hipótese e acreditar na ilusão de que Moisés conseguiu aterrissar o helicóptero perfeitinho em algum lugar e só está esperando ele para que eles possam ir para o Rio de Janeiro.
Ele tinha em mente subir até o ponto mais alto da ilha, lá de cima ele conseguiria ver o helicóptero com certeza, e também teria uma noção de onde estava, o tamanho daquela ilha.
Claro que se encontrasse o helicóptero antes de chegar lá em cima seria maravilhoso, ou quem sabe esbarrar com Ana, porque ao contrario dela e sabia que ela não ia estar no helicóptero o esperando se eles não tivessem aterrissado bem.
O que mais o desesperava era ao saber se eles estavam bem.
Já havia andado há duas horas em direção à colina.
Algo o chamou atenção. Um barulhinho de água, isso o fez desviar do caminho que estava seguindo e fazer um desvio para onde o barulho vinha, afinal de contas, aquele barulho o fez lembrar o quanto estava com sede e fome.
E depois era só subir a colina de novo.
Derik continuou andando, talvez por quase uma hora , quando foi parado por uma visão quase não acreditava no que encontrou, aquilo só podia ser mentira, como? Como aquilo existia ali no meio do nada? Será que a sede e a fome já estavam o fazendo delirar?



Um pequeno rio, talvez nem fosse um rio, mais parecia uma enorme poça formada pela ultima chuva que só não havia secado ainda porque as arvores de certa forma meio que a protegia.
Mas esse seu pensamente não fez muito sentido já que tinha uma correnteza, muito de leve, quase imperceptível mais tinha. Bom se estivesse com Ana com certeza ele iria atrás da fonte. Quem sabe não havia uma bela cachoeira. O fato é que a água da nascente devia estar com menos gosto de barro do que essa.
Derik não tinha nada com ele, nenhuma faca, fogo, ou seja, lá o que mais se precisaria ali, não fazia ideia mesmo, e a noite logo viria, sua preocupação nem tanto era à noite, mais sim Ana naquela noite.

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