sábado, setembro 14, 2013

16° Delírios

D: Claro!
A: Sério? (feliz)
D: Não.
A: O que?
Derik levanta e começa a andar pela sala.
A: Por quê? (nervosa)
D: Por quê? Porque você me trata como última opção e agora vem pedir minha ajuda? Você se ferrou, não é?
A: Derik, você sabe o quanto isso é importante para mim.
D: E você sabe o quanto você é importante para mim Ana. Você viu a minha felicidade na mesa quando você disse que ia se apresentar, que tinha conseguido um patrocinador. E você chamou o meu pai.
A: Derik entenda, eu não podia te chamar.
D: Não? Por quê? Por um acaso eu não danço bem? Eu sei dançar de olhos fechados qualquer musica do mundo se for com você Ana.
Aquilo a fez prender a respiração.
A: Você nunca vai entender Derik, nunca... (e começou a chorar)
D: Calma. (indo em direção a ela)
A: Para, fica ai... (com a mão na boca)
D: Não, mas...
A: Você está certo... Deixa, eu vou ver o que eu faço, assim como eu disse para o seu pai também, a escola é minha, o problema é meu, realmente vocês não tem obrigação alguma de se envolver.
E foi saindo...
Derik foi até ela e segurou seu braço, virando a para si.
A: O que foi? (limpando as lagrimas)
D: Sua boba, sabe que jamais te deixaria na mão, eu só quero que você entenda que mesmo não parecendo, está sendo muito difícil para mim.
A: ...
D: Eu danço com você.
Ela começou a chorar de novo.
D: Mas para de chorar, eu não aguento te ver chorar.
A: Eu estou aliviada Derik... (sorrindo)
D: Mas só vou ter como ensaiar aqui em casa depois da loja.
A: Claro.
D: Ótimo. (sorriu para ela enxugando as lágrimas dela)
Ela retribuiu o sorriso.
D: Só que tem uma condição.
A: Eu sabia... (se soltando dele)
D: (sorrindo) É brincadeira.
A: (sorrindo)
Ficaram em silêncio, se olhando como se estivesses gritando um ao outro “me beija” pelos olhos.
Ana logo se apressou a quebrar o clima, antes que acabasse mau.
A: É... Err você já jantou?
D: Já.
A: A tá, eu vou me deitar, obrigada mesmo Derik.
D: Vamos arrebentar nessa inauguração!
A: (sorrindo) Claro.
Os dias iam passando, Ana e Derik ensaiavam no imenso Ateliê dela. Engraçado é que nenhum dos dois tentava nada, incorporaram a professora e o aluno. Talvez porque Derik sabia que o mais importante naquele momento era aquela apresentação, e também toda a vez que ele tentava conversar civilizadamente com ela, ela mudava de assunto, ou acabava em briga.
Ana tinha medo que sua boca acabasse reproduzindo as palavras que o seu coração estava gritando dentro dela.
“Eu te amo meu amor”

Ana e Carol estavam na chácara.
C: E o que você vai fazer agora? A apresentação é amanhã. Vocês teriam que sair hoje daqui de Sabertooh para o Rio de Janeiro.
A: Acabou, foi tudo em vão. De nada adiantou todo esse esforço.
C: E se você deixasse outro casal? Não é possível que você não tenha um par de alunos que possam se apresentar nessa inauguração.
A: Eu tenho Carol...
C: Então! Não foi exigido que você tivesse que se apresentar, confia que vai dar tudo certo.


A: Estava perfeito.
C: Você e o Derik?
A: É...
C: É?
A: Quero dizer a dança, o tango... Tava tão... Tão (começa a lembrar dos olhares, dos sorrisos, daquela magia toda) sincronizado.
C: É, eu imagino a sincronização que isso não devia estar.
A: Carol!
C: Mas escuta o que eu disse você já fez o que devia ser feito, deixa o casal de alunos para se apresentar e depois você conversa com o patrocinador, afinal de contas você não vai ficar na Alemanha muito tempo.
A: Claro que não... Err maldito papel.
Ana começou a chorar.
C: Ah Ana, para com isso, se sabe que eu não suporto ver você assim, toda mulherzinha.
A: Desculpa, mas é que eu estou nervosa. (respirou fundo) Mas vai dar certo.
C: Faz assim, vai para casa, eu fico aqui e aviso os seus alunos.
A: Se os meninos quiserem ficar ensaiando aqui pode deixar.
C: Fica tranquila, eu fico olhando aqui se eles quiserem ficar.
A: Mas e a sua loja? Ainda é cedo logo você tem que ir.
C: Não vou abrir hoje.
A: Não, eu não posso te deixar fazer isso, só para eu ir em casa descansar.
C: Está louca? Quem disse que não vou abrir a galeria por sua causa? (rindo) Está com um probleminha lá na fiação e mais tarde vai gente arrumar lá, e eu não quero abrir a galeria com mexida de técnico lá.
A: Nossa você nem comentou nada.
C: Ah Ana, você cheia de problemas e eu vou ficar te enchendo com problema de luz lá da galeria.
A: Você não existe Carol. (apertando as mãos da amiga que tinha acabado de mentir para ajuda-la)
Ana saiu e foi direto para casa, tinha que correr arrumar as malas, precisava hoje mesmo pegar um voo com Derik para o Rio de Janeiro.
Ela entrou em casa, Zuleide a empregada havia saído fazer compras, Derik já estava na loja à uma hora dessas.
Simplesmente soltou toda essa tensão que estava segurando, e sentou no sofá, ficou pensando em tudo que tava acontecendo, olhou para o relógio, para as paredes, sua cabeça dava voltas e voltas.

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sábado, setembro 14, 2013

16° Delírios

D: Claro!
A: Sério? (feliz)
D: Não.
A: O que?
Derik levanta e começa a andar pela sala.
A: Por quê? (nervosa)
D: Por quê? Porque você me trata como última opção e agora vem pedir minha ajuda? Você se ferrou, não é?
A: Derik, você sabe o quanto isso é importante para mim.
D: E você sabe o quanto você é importante para mim Ana. Você viu a minha felicidade na mesa quando você disse que ia se apresentar, que tinha conseguido um patrocinador. E você chamou o meu pai.
A: Derik entenda, eu não podia te chamar.
D: Não? Por quê? Por um acaso eu não danço bem? Eu sei dançar de olhos fechados qualquer musica do mundo se for com você Ana.
Aquilo a fez prender a respiração.
A: Você nunca vai entender Derik, nunca... (e começou a chorar)
D: Calma. (indo em direção a ela)
A: Para, fica ai... (com a mão na boca)
D: Não, mas...
A: Você está certo... Deixa, eu vou ver o que eu faço, assim como eu disse para o seu pai também, a escola é minha, o problema é meu, realmente vocês não tem obrigação alguma de se envolver.
E foi saindo...
Derik foi até ela e segurou seu braço, virando a para si.
A: O que foi? (limpando as lagrimas)
D: Sua boba, sabe que jamais te deixaria na mão, eu só quero que você entenda que mesmo não parecendo, está sendo muito difícil para mim.
A: ...
D: Eu danço com você.
Ela começou a chorar de novo.
D: Mas para de chorar, eu não aguento te ver chorar.
A: Eu estou aliviada Derik... (sorrindo)
D: Mas só vou ter como ensaiar aqui em casa depois da loja.
A: Claro.
D: Ótimo. (sorriu para ela enxugando as lágrimas dela)
Ela retribuiu o sorriso.
D: Só que tem uma condição.
A: Eu sabia... (se soltando dele)
D: (sorrindo) É brincadeira.
A: (sorrindo)
Ficaram em silêncio, se olhando como se estivesses gritando um ao outro “me beija” pelos olhos.
Ana logo se apressou a quebrar o clima, antes que acabasse mau.
A: É... Err você já jantou?
D: Já.
A: A tá, eu vou me deitar, obrigada mesmo Derik.
D: Vamos arrebentar nessa inauguração!
A: (sorrindo) Claro.
Os dias iam passando, Ana e Derik ensaiavam no imenso Ateliê dela. Engraçado é que nenhum dos dois tentava nada, incorporaram a professora e o aluno. Talvez porque Derik sabia que o mais importante naquele momento era aquela apresentação, e também toda a vez que ele tentava conversar civilizadamente com ela, ela mudava de assunto, ou acabava em briga.
Ana tinha medo que sua boca acabasse reproduzindo as palavras que o seu coração estava gritando dentro dela.
“Eu te amo meu amor”

Ana e Carol estavam na chácara.
C: E o que você vai fazer agora? A apresentação é amanhã. Vocês teriam que sair hoje daqui de Sabertooh para o Rio de Janeiro.
A: Acabou, foi tudo em vão. De nada adiantou todo esse esforço.
C: E se você deixasse outro casal? Não é possível que você não tenha um par de alunos que possam se apresentar nessa inauguração.
A: Eu tenho Carol...
C: Então! Não foi exigido que você tivesse que se apresentar, confia que vai dar tudo certo.


A: Estava perfeito.
C: Você e o Derik?
A: É...
C: É?
A: Quero dizer a dança, o tango... Tava tão... Tão (começa a lembrar dos olhares, dos sorrisos, daquela magia toda) sincronizado.
C: É, eu imagino a sincronização que isso não devia estar.
A: Carol!
C: Mas escuta o que eu disse você já fez o que devia ser feito, deixa o casal de alunos para se apresentar e depois você conversa com o patrocinador, afinal de contas você não vai ficar na Alemanha muito tempo.
A: Claro que não... Err maldito papel.
Ana começou a chorar.
C: Ah Ana, para com isso, se sabe que eu não suporto ver você assim, toda mulherzinha.
A: Desculpa, mas é que eu estou nervosa. (respirou fundo) Mas vai dar certo.
C: Faz assim, vai para casa, eu fico aqui e aviso os seus alunos.
A: Se os meninos quiserem ficar ensaiando aqui pode deixar.
C: Fica tranquila, eu fico olhando aqui se eles quiserem ficar.
A: Mas e a sua loja? Ainda é cedo logo você tem que ir.
C: Não vou abrir hoje.
A: Não, eu não posso te deixar fazer isso, só para eu ir em casa descansar.
C: Está louca? Quem disse que não vou abrir a galeria por sua causa? (rindo) Está com um probleminha lá na fiação e mais tarde vai gente arrumar lá, e eu não quero abrir a galeria com mexida de técnico lá.
A: Nossa você nem comentou nada.
C: Ah Ana, você cheia de problemas e eu vou ficar te enchendo com problema de luz lá da galeria.
A: Você não existe Carol. (apertando as mãos da amiga que tinha acabado de mentir para ajuda-la)
Ana saiu e foi direto para casa, tinha que correr arrumar as malas, precisava hoje mesmo pegar um voo com Derik para o Rio de Janeiro.
Ela entrou em casa, Zuleide a empregada havia saído fazer compras, Derik já estava na loja à uma hora dessas.
Simplesmente soltou toda essa tensão que estava segurando, e sentou no sofá, ficou pensando em tudo que tava acontecendo, olhou para o relógio, para as paredes, sua cabeça dava voltas e voltas.

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