quinta-feira, outubro 24, 2013

1° Confidências

Confidências


Ele estava eufórico, a mulher da sua vida estava pra em fim ser sua. Abençoados por Deus.
Otávio já estava posicionado em cima do altar...
O: É ela... É ela... (com os olhos vidrados na limusine que parou em frente à igreja)
Lívia saiu da limusine, com uma das mãos segurava o longo vestido e com a outra o buquê.
Ela levantou a cabeça e o viu lindo, sorrindo pra ela, parecia um sonho, era o homem da sua vida.
Feliz, agora sim conhecia o significado dessa palavra.
L: Te amo Otávio (falava baixinho pra si mesma)
E começou a subir as escadas da entrada da igreja.
L: Te amo mais que a mim mesma (com os olhos marejados)
E subiu mais um pouco as escadas.
L: Te amo... E por isso não posso me casar com você, meu amor... Me... Perdoa (falando baixinho e chorando).
Otávio não tirava os olhos dela.
Lívia largou o buquê no chão e com as duas mãos ergueu o vestido e começou a voltar.
O: Lívia? O que ela está fazendo? (nervoso)
V: Ain não... (com a mão na boca)
O: O que ela tá fazendo Vivian?(já descendo do altar)
Vivian nada respondeu.
Ela desceu as escadas o mais de pressa que conseguiu...
O: Lívia! (gritando e correndo pelo corredor da igreja)
Lívia deu sinal pra um táxi e entrou.
No táxi...
L: Desculpa meu amor (chorando) Desculpa (tirando a grinalda)
Tax: Qual o destino?
L: Ipanema.
Na igreja...
O: Não, não, porque ela fez isso comigo? Por quê? (chorando, sentado na escada da igreja)
Vivian se aproximou de Otávio e com um pequeno caderno o cutucou.
O: O que é isso? (pegando-o na mão)
V: A resposta desse ato.
Otávio folhou o pequeno caderno.
V: Na ultima pagina Otávio. (já voltando pra igreja pra anunciar o cancelamento da cerimônia).
Com lágrimas nos olhos Otávio pegou o caderno, entrou em seu carro, alguns minutos depois chegou a sua casa.
Casa essa que tinha Lívia presente em cada canto, em cada objeto, o cheiro. Jogou o caderno em cima da mesa e sentou em frente a ele.
Estava numa luta, lia ou não lia.

Há dois anos...
Na casa dos Strauss
L: Eu sou inocente, eu sou inocente(Gritando)
J: Mãe! Mãe!
L: Filha! A mamãe vai sair de lá, vamos ficar juntas!
J: Mãe! Não me deixa mãe!
V: Lívia! (chegando a casa e já abraçando a Julia)
J: Tia! (chorando)
L: Cuida dela pra mim Vivian!(chorando enquanto entrava na viatura)
Aquela foi uma cena que se a pequena Julia pudesse excluir da sua memória, ela excluiria. Sua mãe Lívia, algemada com as mãos cheias de sangue, sendo levada a força sem um pingo de delicadeza por policiais com cara de maus, sua mãe, sua doce mãe presa.
P: A menina vai pra uma casa pra menores.
V: Não, ela é minha afilhada, eu tenho direito de ficar com ela até a mãe dela voltar.
P: A Senhora vê isso depois, no Conselho Tutelar, mas agora ela vai pra Casa de menores.
J: Tia! Não Tia! Eu quero ficar com a Senhora!Tia! (gritando em meio à lágrimas)
V: Meu Anjo, a Tia vai te buscar, não chora!(Já chorando também)
E assim colocaram Julia em outra viatura.
No outro dia a primeira coisa que Vivian fez foi correr com a papelada pra ficar com a guarda provisória de Julia.
Conseguiu graças a Deus essa guarda provisória. Vivian chegou à casa de menores.
Assim que Julia viu a Madrinha correu para os braços dela.
J: Tia! Tia!
V: Own meu anjinho, a Madrinha não disse que vinha te buscar? Hun?
J: Disse, tia cadê a minha mãe?
V: Sua mãe ainda não pode vir, primeiro vamos pra casa, tomar um banho, comer um delicioso almoço que a madrinha fez pra você e depois eu te explico com calma o porque tua mãe ainda não pode vir te buscar tá?
J: Tá.
Assim chegaram à casa de Vivian, localizada em Copacabana no Rio de Janeiro.
Vivian era viúva, morava agora somente ela e seu filho Matheus na enorme mansão Andrade.
Julia fez todo o roteiro que Vivian havia dito e depois de tudo sentou pra conversar com a afilhada.
V: Julinha, presta bem atenção meu anjo, ontem na sua casa, ouve um assalto e nesse assalto seu pai acabou sento ferido e não aguentou, ele faleceu meu amor.
J: Morreu? (meio intacta)
V: Sim... Ele morreu Julia. Sinto muito.
J: E minha mãe? Cadê minha mãe tia?
V: Então, quando a polícia chegou eles viram a sua mãe do lado do seu pai e acharam que ela que tinha machucado o seu pai. Levaram ela presa.
J: Não tia, minha mãe nunca ia machucar o meu pai, nunca.
V: Eu sei , eu sei. Mas a policia não sabe disso.
J: Mas e agora? Ela vai ficar lá pra sempre?(já desesperada)
V: Não Julinha, claro que não, a madrinha vai agora ver a sua mãe e vamos contratar um advogado pra tirar ela de lá.
J: Eu quero ir.
V: Hoje ainda não Julinha, a madrinha vai lá e vê um dia que você possa vê-la tá bem?
J: Tá... (triste)
V: Daqui a pouco o Matheus chega e vocês veem alguma coisa pra fazerem juntos. Enquanto isso você fica aqui com a Zezé (empregada da mansão Andrade).
J: Tia... Ajuda a minha mãe. (com uma carinha de choro)
V: Pode deixar meu anjo. A Madrinha vai fazer de tudo pra tirar sua mãe de lá.
E assim Vivian foi à penitenciaria onde Lívia havia sido levada.
Chegando lá conseguiu depois de muitos recursos alguns minutos com Lívia.
Em uma sala da penitenciaria.
V: O que foi isso? O que aconteceu Lívia?
L: Eu preciso sair daqui, eu não tive culpa Vivian.
V: Calma Lívia, me explica exatamente o que aconteceu na noite de ontem.
“Vivian além de ser Madrinha de Ana Julia é a amiga, a confidente, a parte equilibrada de Lívia, Vivian é viúva, rica pela herança deixada pelo marido e por isso não trabalha, apenas assina alguns papéis quando é necessário na empresa que seu marido tem”. Uma construtora, famosa no Rio de Janeiro, mas seu falecido marido também deixou a empresa encarregada de um amigo de confiança e por isso Vivian apenas recebe os lucros, até Matheus atingir a maior idade e assumir a empresa do pai.
Matheus Junior Andrade, é o filho desse casamento, tem 15 anos e se dá muito bem com Ana Julia.  Assim como Vivian e Lívia, os dois são melhores amigos.
E assim Lívia conta a amiga tudo o que aconteceu.
V: Meu Deus Lívia (assustada) Você não pode ficar aqui.
L: Entende? Agora o único culpado nessa historia é ele. Só pode ser ele.
V: Você não quer dizer que...
L: O Fernando, ele matou o Paulo.
Alguns segundos em silêncio.
V: Agora precisamos de um ótimo advogado, pra tirar você daí o mais de pressa possível.
L: Droga, isso não podia ter acontecido. Não podia.
V: Já sei quem, o famoso advogado Otávio Augusto Dreyar.
L: Já ouvi falar nele.
V: Ele é muito famoso, quase nunca perdeu uma causa.
L: Então o procure, o mais de pressa possível preciso, sair daqui.(já chorando)
V: Fica tranquila. Eu vou atrás dele.
L: E Minha filhinha?
V: Ela está bem, está sendo muito madura, aceita e entende tudo que explicamos a ela.
L: Todos os meus bens estão confiscados, mas eu tenho uma conta fora do país que você sabe. Movimente-a como precisar Vivian.
V: Creio que não será necessário, mas se precisar eu mexo.
Nesse momento um policial apareceu à porta da sala.
Pol: Acabou seu tempo senhora. ( já veio vindo em direção a Lívia)
L: Tchau Vivian.
V: Aguenta mais um pouco Lívia.
E assim Lívia sumiu porta adentro daquele lugar horroroso.
Na mansão Dreyar.
O: Bom dia Marta.
M: Bom dia (dando um beijo no marido)
O: O que você tem?
Marta ficou em silêncio.
O: Marta! (Chamando a atenção da mulher com a voz um pouco alterada)
M: O que foi Otávio? (irritada)
O: Eu que pergunto o que foi.
M: Nada.
O: Você está estranha.
M: Impressão sua. Agora toma o seu café e me deixa Otávio.

Na noite do assassinato de Paulo na mansão Dreyar.
Otávio estava em seu escritório revisando algumas papeladas de um caso quando ouviu um barulho e foi ver o que era.
O: Aonde você vai?(parado na porta do escritório)
M: Eu? Eu... Vou buscar uns papéis de um contrato que era pra eu assinar hoje, esqueci na minha sala. (parada em frente à porta da sala)
Marta era Dona de uma Clínica de Cirurgia Plástica. Tinha sua própria fonte de renda.
O: A essa hora Marta?
M: A essa hora sim Otávio, isso era pra estar revisado e assinado amanhã sem falta.
O: Deixa que eu te levo então. (já procurando as chaves do carro no bolso)
M: Não Otávio, não precisa. Tchau, eu já volto.
Marta fechou a porta e saiu.

Alguns minutos depois no apartamento de Fernando.
Fernando estava nervoso, com um Wísky na mão, andando de um lado pro outro na sala de seu apartamento.
F: Marta? (assustado)
M: Eu não aceito aquela sandice que você me disse pelo celular Fernando. (já entrando)
F: Você não tem que aceitar ou deixar de aceitar, é o que é e pronto.
M: Eu estou na sua vida a mais tempo Fernando.
F: Mas não com a intensidade dela Marta.
“Marta era casada com Otávio há anos, mas mantinha um romance com o amante Fernando há sete anos. O amava, mas sabia que Fernando não era como ele, que ele gostava mesmo era do momento em si, sem cobranças, sem responsabilidades. Então se contentava em tê-lo como amante. O problema foi que ela estava o estranhando, e por isso colocou um detetive na sua cola, descobriu que o seu amante não tinha apenas ela como consolo, havia outra que por coincidência também era casada.”
M: Para... (com lágrimas nos olhos)
F: Lívia é diferente...
M: Para... (com raiva)
F: Lívia...(com a voz melosa) Lívia é única Marta!
M: Cala a boca! (deu um tapa na cara dele)
F: Tá maluca Marta? Com que direito você entra na minha casa e me bate? Entenda! Acabou.
M: Eu te amo Fernando! (indo com os lábios em direção aos dele)
F: Não, sai! (A segurando pelo braço). Eu não te amo, eu não te quero Marta, eu a quero. Lívia vai ser minha, só minha.
M: Não! Você me ama, eu sei disso Fernando você só está passando o tempo com ela! Isso é só tesão, amor mesmo é por mim que você sente. Eu sei! (tentando beija-lo)
F: Marta Para! Para! Chega com isso! Parece louca, é a Lívia que eu quero e não você! Agora sai daqui! (a levando em direção à porta).
Fernando a empurrou pra fora de seu apartamento.
Marta saiu bufando em direção a seu carro. Não sabia ao certo o que fazer naquele momento. Mas tinha uma única certeza.
M: Você me paga desgraçada, vai se arrepender cada segundo da sua vida miserável ter cruzado o meu caminho.

Naquele mesmo dia algumas horas antes da visita de Marta, no apartamento de Fernando.
Fernando estava revisando alguns documentos no seu escritório.
A campainha toca.
F: Amor! (dando um beijo nela)
L: Fernando... Eu só vim aqui dizer que... (e foi interrompida por um beijo)
Um beijo demorado, ofegante, os corpos tão colados que pareciam um só.
L: Fernando... (Ofegante) Espera (preciso falar com você)
F: Depois você fala amor. (Já a beijando novamente)
“Lívia era uma promotora de eventos, casada há anos com o famoso empresário Paulo Henrique Strauss, tinha um romance com o amante Fernando Marinho há três anos. Tem uma filha chamada Ana Julia de 13 anos de seu casamento com Paulo”.
Lívia por mais que quisesse 90% do seu corpo lutava a favor de Fernando.
Estavam em meio a beijos e carinhos, sussurros, quando Lívia percebeu já estavam no quarto.
Fernando a beijava com desejo, as bocas se encaixavam de um modo que pareciam medidas, sincronizadas, as línguas estavam descontroladas, as mãos de Fernando a essa altura procuravam os seios de Lívia, essa por sua vez já estava com as mãos no sexo de Fernando.
L: Droga! (Ofegante)
F: O que foi? (a deitando em sua cama)
L: Eu não resisto a você. (Ofegante)
Fernando preencheu sua boca com mais um beijo intenso, que deixou Lívia desconcertada.
Estava com o corpo mole em cima da cama de Fernando, estava literalmente entregue a qualquer ato de Fernando.
Ele com o máximo de concentração tirou peça por peça da roupa de Lívia.
Ela não resistia a ele a cada puxada em seu cabelo, a cada beijo em seu pescoço, a cada carinho em seu ponto de prazer, a cada sussurro em seu ouvido Lívia ficava imóvel.
E nesse ritmo, Lívia deitada na cama e Fernando em cima dela, começaram uma sintonia de movimentos, ele a possuiu como ela jamais havia sentido antes, parecia que ele sabia o que ela veio dizer.
Eram movimentos intensos, a cada impulso era uma recordação que vinha a sua cabeça. Ficaram nesse ritmo por alguns minutos e já não aguentando mais, com os corpos suados e cansados, o desejo de ambos explodindo pelos poros, chegaram ao ápice do prazer.
Ele saiu de cima dela e deitou ao lado, deitou em seu peito e dedilhando os dedos por seu peito disse.
L: Vou lembrar dessa noite por toda a minha vida.
E ele sem saber o real motivo dessa frase, completou.
F: Eu também.
Depois de alguns minutos Fernando dormiu e Lívia com o máximo de cuidado e silêncio, começou a se vestir, depois de vestida escreveu uma pequena carta e deixou no criado mudo do quarto, foi saindo, mas quando chegou à porta do quarto, virou em direção a ele e mandou um beijo, seguido de uma lágrima.
Algumas horas depois Fernando acordou meio sonolento, percebeu que Lívia já não estava mais, estranhou porque mesmo quando ela está passando da hora de voltar pra casa, ela sempre o acorda pra dar um beijo de despedida.
Sentou na beira da cama e logo viu o pequeno papel dobrado em sua frente.
Ele reconheceu a letra da sua amada, abriu e começou a ler.

Fernando, você foi a melhor coisa que me aconteceu nesses últimos anos, meu refúgio, meu ar, sem você não teria suportado muita coisa, mas eu tenho uma filha, e se eu continuar com isso pode acabar afetando um inocente. Tive provas disso.
Paulo e eu vamos sair do país, vou reconstruir meu casamento, preciso dar essa chance a nós. Afinal é meu marido e pai da minha filha, crise todo o casamento tem. Vou sentir a sua falta, de verdade.
Já sei que você também tem outra, eu não ligo afinal éramos amantes, me consola saber que você vai ter com quem suprir minha falta. Seja feliz, que eu vou sempre me lembrar de nós como um sopro quente num inverno sem fim.

                                                                 Sua sempre doce Lívia. 

2° Confidências

F: O que? (Já com lagrimas nos olhos). Eu não aceito isso. Não aceito!(gritou em quanto jogou a carta no chão)
Fernando ficou desnorteado com aquelas palavras, amava Lívia, tanto amava que se submeteria a ser amante pelo resto de sua vida se fosse necessário, mas sair do país? Nunca mais vê-la? Isso era demais, não podia permitir isso, Lívia também é dele, na verdade é mais dele do que de qualquer um, era pra ele que ela se entregava por completo, era pra ele que ela era mulher.
Ele ficou pensando em uma forma de resolver isso, mas precisava ser depressa.
Até que seu telefone toca, ele rapidamente pega o telefone achando que é Lívia, pra dizer que tudo aquilo foi apenas um devaneio.
Mas seu sorriso logo se fechou quando viu que era Marta.
F: Oi... (sem um mínimo de paciência)
M: Nossa meu amor, que jeito de falar. Quero te ver.
F: Hoje não estou com cabeça Marta.
M: Como assim Fernando? Há meses que você tá me tratando assim, o que tá acontecendo?
F: Nada, só acho melhor darmos um tempo.
M: Um tempo Fernando? Tá maluco? Eu sei que é aquela Lívia Strauss!
F: Lívia? Que Lívia? (tentando disfarçar)
M: Eu não sou idiota Fernando, eu já sei que você também tem um caso com ela, não posso te cobrar nada porque sou casada, mas a partir do momento em que ela vai atrapalhar a minha vida, o negócio muda.
F: Chega Marta, não tô com cabeça pros seus ataques. Bom que você já sabe assim me poupa da explicação.
M: Fernando!(Não acreditando no absurdo que ouvia)
Fernando desligou o celular, precisava se concentrar em Lívia, em como fazê-la ficar no Brasil.

Voltando aos dias de hoje.
Otávio terminou o café que por sua vez estava horrível, ainda mais com a sua mulher com uma cara de enterro a mesa.
O: Vou indo então.
M: Humm
O: Tchau. (foi até ela e deu um selinho).
“Otávio Augusto Dreyar, o mais famoso e o mais competente Advogado do Rio de Janeiro”. “Tinha um escritório localizado no centro da cidade.”
“Era sócio de seu melhor amigo e também Advogado Luiz Felipe Fontes.”
“Luiz Felipe Fontes era um homem brincalhão, amigo de todas as horas, infelizmente divorciado pela quarta vez. Sem filhos, tem uma vida estável, tanto financeiramente como também emocionalmente. Mora em um apartamento localizado ali mesmo no centro da cidade Maravilhosa.”
Otávio chegou ao escritório e já foi pegar um café, entrou em sua sala, foi o tempo de sentar-se junto à mesa que Luiz já entrou eufórico na sala.
Lu: Otávio, cara do céu, lê isso! (entregando o jornal ao amigo)
O: Minha nossa!(assustado)
Lu: Isso é que eu chamo de notícia.
O: Isso é que eu chamo de uma grande causa.
O: Será que ela já tem um advogado?
Lu: Acho que não, quem seria o louco de tentar defendê-la, ela foi pega em flagrante com a arma do crime nas mãos, com sangue da vitima nas mãos e ao lado do corpo. Mas foi muito amadora mesmo.
O: O Empresário mais bem sucedido entre as empresas atuais.
Lu: O que você quer dizer?
O: Que muitas pessoas podiam querer a morte dele.
Lu: Hum, então você não acredita que a esposa seja a assassina.
O: Uma hipótese, porque ela iria escolher um dia em que a filha estivesse em casa? E iria ficar no local do crime com a arma do crime ao lado e tudo.
Lu: Bom, aqui diz que não havia digitais na faca .
O: E outra, desde quando polícia chega tão rápido assim no local do crime?
Lu: Uhhh, gostou no caso ein Otávio.
O: Esses casos me excitam. (rindo)
Lu: Preciso ver umas coisas, mas qualquer novidade sobre aquele caso da (e foi interrompido pelo telefone da saca do Otávio)
O: Pode falar Mônica(Secretaria)Sei... Sei, pode sim.
Lu: O que foi?
O: Uma mulher ... Vivian Rose Andrade quer falar comigo.
Lu: Eu vou indo, qualquer coisa só bipar.
Alguns segundos depois.
Vivian entra na sala de Otávio.
O: Por favor fique a vontade (Já se levantando e apontando a cadeira a sua frente)
V: Obrigada.
O: Em que posso ajudá-la senhora Vivian Andrade?
V: Eu vou direto ao ponto.
O: Claro...
V: Preciso do seu serviço no caso de Lívia Strauss Portegas.
O: O caso do assassinato do empresário...
V: Paulo Henrique Strauss, isso mesmo, o senhor aceita assumir esse caso?
Otávio estava sem palavras pra expressar tamanha felicidade, era o que mais queria.
O: Mas é claro, por favor me coloque a par agora mesmo de tudo.
Vivian explicou o que havia acontecido, sua máxima urgência era um habeas corpus para Lívia.
No dia seguinte Vivian já havia marcado uma visita para Otávio conhecer e ouvir a versão de Lívia.
Assim que Vivian saiu da sala de Otávio, Luiz já entrou.
Lu: E aí? Alguma coisa importante? (já entrando à sala, curioso).
O: Importante? Importante? Meu amigo, se outra pessoa te contasse você não acreditaria.
Lu: Fala logo Otávio.
O: A mulher que acabou de sair daqui veio pedir meus serviços no caso do assassinato do empresário de ontem.
Lu: Não brinca.
O: Não é maravilhoso? (sorrindo)
Lu: Cara, isso é que eu chamo de realizar um sonho. (sorrindo)
Otávio estava radiante, era o caso que qualquer advogado como ele amaria pegar, ele gostava de suspense, de ir ao contrário quando todo mundo esta indo no obvio. Satisfeito, essa era a palavra que o definia naquele momento.
Chegou a casa por volta das 20hrs.
O: Boa Noite. (Indo em direção à mulher, que já estava sentada na cama lendo)
M: Boa noite Otávio.
O: Como foi o seu dia? Me conta, deu certo o contrato?(enquanto tirava a gravata).
M: Que contrato? (Sem um pingo de paciência)
O: Como assim que contrato? Você não foi ontem a noite buscar um contrato na clínica pra analisar, que era pra hoje sem falta e tudo mais?
M: Ah!(meio nervosa) deu tudo certo sim.
O: Bom, você pelo visto já jantou.
M: Já Otávio, olha só que horas são.
O: Nossa desculpa, é que entrei num caso muito interessante é sobre aquele...
M: Ai Otávio, não me interessa nem um pouco saber sobre os seus casos. Eu não entendo mesmo, não à necessidade em me explicar.
O: Tá, vou tomar um banho, comer alguma coisa e já volto.
M: Tá.
Otávio gostava da mulher, fazia de tudo pra agradá-la, de tudo pra deixá-la o mais feliz possível, mas parecia que tudo o que ele fazia era em vão. Ele era muito romântico, a cada aniversário de casamento ele fazia uma coisa mais linda que a outra. Lembrava até da data do primeiro beijo deles. Já Marta não, era fria com ele, o tratava sem um pingo de carinho ou paciência. Ela conseguia levar os dois relacionamentos bem, sem que um interferisse no outro, mas quando descobriu da existência de Lívia, isso ficou incontrolável, sua falta de amor por Otávio e o excesso de ciúmes de Fernando era escancarado.
Algum tempo depois, Otávio depois de ter feito tudo o que disse, voltou para o quarto cheio de amor pra dar.
Mas Marta estava com a cabeça em Fernando que havia sumido, não atendia o celular, não morava mais naquele apartamento, havia sumido.
O: Marta?
M: O que? (já deitada)
O:Você tá com muito sono?
M:Estou.(fria)
O:Você não quer ficar acordada comigo? Hun?(a beijando o pescoço) A gente podia fazer muitas coisas. Hun?(a enchendo de beijinhos)
M:Não Otávio, não tô com cabeça hoje.
O:O que tá acontecendo Marta? Você tá estranha, me evita.
M:Nada Otávio, só não tô com cabeça, tô cansada, me deixa!
O:Como você quiser então! (virou emburrado do lado e tentou dormir).
Otávio sonhava em ser pai, trocava mensalmente os remédios de Marta para ela engravidar, sabia que era só uma questão de tempo.
Mas Marta não queria ser mãe, a ideia de ter uma criança atrapalhando sua carreira seu relacionamento com Fernando.
Era tão egoísta ao ponto de pensar somente nela e em mais ninguém, por isso pra garantir que não acontecesse um descuido, também tomava injeção a cada trinta dias.
E assim se passou mais um dia.
No dia seguinte Vivian já deixou agendada a visita de Otávio com Lívia.
Lívia ainda não sabia que Otávio havia aceitado seu caso. Mas Vivian já deixou avisada que se ele aceitasse no outro dia em vez de ela ir visitá-la, seria o próprio Otávio.
E assim chegou o dia do encontro.
Ambos não sabiam que suas vidas estavam prestes a mudar.
Otávio já estava na sala da penitenciaria à espera de Lívia.
Uma policial veio com Lívia ainda algemada.
Ela estava com um coque ao alto da cabeça, seus olhos estavam um pouco inchados, provavelmente de tanto chorar e consequentemente deixou-os intensamente verdes, estava um pouco pálida também, ele sabia que a comida da penitenciaria era horrível, usava uma camiseta larga totalmente branca, e uma calça que davam duas dela laranjada, estava de chinelos, com quase um palmo a mais do que o verdadeiro tamanho.
Era tão pequenininha, parecia tão frágil.
Lívia Strauss Portegas, como era linda, Otávio começou a brigar consigo mesmo, não podia perder o foco.
Ela sentou-se a sua frente.
O:Boa tarde, eu sou Otávio Augusto Dreyar, vou cuidar do seu caso.
L:Imaginei que fosse você mesmo, disse a Vivian que só aceitaria uma visita sem aviso se fosse você.
Otávio ficou meio sem jeito.
O:Bom, senhora Lívia Strauss Portegas, preciso que me conte exatamente o que aconteceu naquela noite, preciso saber também sua relação com o senhor Paulo Henrique Strauss, absolutamente tudo. Como sou seu advogado, tenho que saber pra que eu possa ajudá-la.
L:Claro, vou contar exatamente tudo.

Lívia tinha uma rotina como a de qualquer família. De manhã levava Ana Julia pra escola e depois seguia para seu trabalho, era conhecida e bem recomendada, por isso sempre tinha muito trabalho.
E assim Lívia começou a contar como era sua rotina e o que aconteceu no dia do assassinato.
No café da manhã da mansão Strauss.
P:Amor, você chegou tarde ontem, o que aconteceu?

L:A festa de formatura que eu organizei teve uma briga de um dos convidados com um dos meus garçons ai já viu, tive que resolver.

3° Confidências

P:Ah, não sei, essa cidade é um perigo.
L:É, mas eu sei me cuidar Paulo. Vem Julinha, vamos que você já tá atrasada. (já a pegando a mochila da menina e indo em direção a porta).
P: Nossa nenhuma das duas vai me dar um beijo de bom dia?
L:Bom dia Paulo (voltando e dando um beijo no marido)
J:Bom dia Pai (também voltando e dando um beijo na bochecha do pai)
Julia era visivelmente mais apegada à mãe do que ao pai.
No carro a caminho da escola de Julia.
L:Filha, o que tá acontecendo?
J:Nada mãe.
L:Não mente pra mim Julia, eu te conheço filha. Você tá assim desde quando suas amiguinhas foram em casa. O que foi? Vocês brigaram?
J:Foi... Foi isso sim.
L:Own meu anjo, não fica assim não, logo vocês se entendem. Se forem suas amigas mesmo, na próxima semana já estão em casa brincando com você de novo.
J:Não quero mais mãe.
L:Não quer o que?(confusa)
J:Que elas vão em casa.
L:Bom filha, isso é você quem decide, se não quiser então tudo bem. Só não quero mais ver essa carinha (com a mão no queixo da filha).
J:Tá mãe.
Lívia parou o carro em frente à escola.
L:Tchau Julia. (dando um beijo na bochecha da filha)
J:Tchau mãe.
E assim Lívia foi pra “Frosch Eventos” sua empresa.
Estava tudo normal, tudo no seu devido lugar, então assim que foi chegando a hora do almoço ela pegou sua bolsa e saiu.
Algumas horas depois Lívia estava deitada na cama de um Motel a espera de Fernando seu amante.
Ela já estava apenas de lingerie. Uma preta, com rendas.
Fernando chegou alguns minutos depois.
F:Meu amor, como você está linda.
L:Tava morrendo de saudades Fernando (indo em direção a ele e desabotoando a camisa)
F:Eu também meu amor (com a boca muito próxima)
Ele logo a puxou com força pra perto de si, e a beijou, beijo quente, os encontros deles eram sempre muito quentes. Ele começou a tirar o sutien dela com habilidade, ela em si já desabotoava a calça dele, os corpos já tinham certa sintonia, como se automaticamente cada célula do corpo soubesse o que tinham que fazer quando estavam juntos.
Ele tirou e começou a beijar seus seios, com voracidade, com urgência. Ela abaixou a calça dele e começou a acaricia-lo. Ele já foi a deitando na cama e tirando sua calcinha, ele mesmo terminou de se despir e deitou em cima dela. Começaram um ritmo de frenesi, com todo o tesão que sentiam, transaram de todas as formas que seus corpos pediam.
Já cansados chegaram ao máximo de prazer.
Ficaram em meio a beijos e risadas, até a hora de Lívia decidir ir.
Voltou pra “Frosch” e assim que terminou o expediente, pegou Julia na escola e foi pra casa.
Chegou a casa e Paulo ainda não havia chego.
Jah: Dona Lívia a senhora vai querer alguma coisa de especial para o jantar?
L:Não Janaína, pode fazer o que você preferir. Me chama só quando estiver pronto, não tô com cabeça pra pensar em jantar hoje.
Jah: Sim senhora, com licença.(e voltou pra cozinha)
Julia foi pro quarto e Lívia foi pra um banho.
Lívia se encontrava com Fernando toda a semana, sempre que conseguiam. Não amava Paulo era acostumada a viver com ele. Tinham uma filha juntos e não podia se negar esse laço. Caso-se se muito nova com ele, um casamento forçado pelas famílias, mas Lívia havia gostado de Paulo, só que com o passar dos anos ele foi virando um chato, e Lívia acabou encontrando Fernando em uma de suas festas, e aí que a coisa desandou de vez.
Nem pareciam marido e mulher, não transavam há semanas, Lívia achava que Paulo também tinha uma amante, mas estava nem ai. Ela tinha o Fernando e era isso que importava.
Naquele dia quase não viu Paulo chegar. Desceu com Julia para jantar, leu um pouco o seu livro e depois de ficar um pouco com Julia que deu de ter medo do escuro foi se deitar.
Estava dormindo já há alguns minutos quando ouviu barulho de vidros quebrando no andar de baixo.
Desceu preocupada com o que podia estar acontecendo, antes de descer passou no quarto de Julia, graças a Deus ela ainda dormia e por sorte com musica nos ouvidos.
A empregada Janaina estava desesperada andando de um lado pro outro do lado de fora do escritório de Paulo.
Lívia descendo as escadas depressa fechando sua camisola logo perguntou.
L: O que tá acontecendo Janaina?
Jah:Eu não sei Dona Lívia o Seu Paulo chegou a uma meia hora e se trancou ai dentro.(com as mãos tremulas de susto)
L:Pode voltar pro seu quarto, deixa que eu vejo o que tá acontecendo.
Jah:A Senhora tem certeza Dona Lívia?
L:Tenho Janaina, pode ir deitar.
Assim a empregada fez, saiu correndo pro quarto, enquanto Lívia começou seu ritual.
L:Paulo?(batendo na porta)
Ele ficou em silencio.
L:Paulo abre aqui, quero falar com você.
No mesmo instante ele abriu a porta a puxou em seus braços e praticamente a enterrou em um abraço forte enquanto entrava no escritório novamente.
L:O que está acontecendo Paulo?(Ainda em seus braços)
P:Lívia meu amor, meu amor(chorando desesperadamente)
L:Paulo você está me assustando, o que tá acontecendo?
P:Vamos ter que mudar de país.
L:O que? (já se afastando)
P:Isso mesmo, a empresa será transferida.
L:Mas porque você está chorando?(sem entender)
P:Deu tudo errado, tudo errado.
L:Paulo eu não posso mudar de país agora, eu estou bem na minha empresa, eu tô bem aqui. E tem a Julia, estamos no meio do ano.
P:Mas nós vamos e pronto, você é minha mulher Lívia, tem que ficar do meu lado.
L:Eu sei Paulo e quero ficar do seu lado, mas você entende que isso está sendo de repente?
P:Desculpa, mas isso que aconteceu também foi de repente.
L:O que foi que aconteceu Paulo?(ainda intrigada)
P:Muita gente tem inveja de mim meu amor, muita gente. Preciso ficar longe e o mais rápido possível.
L:Paulo eu...
Ele a segurou nos ombros e desesperado pediu.
P:Lívia eu preciso de você, preciso de você mais do que nunca, quero minha família perto de mim.
L:Está bem Paulo. Amanhã eu vou ver as coisas da Frosch e nos mudamos. (ainda na esperança de que aquilo fosse passageiro)
Pela primeira vez ficou com pena do marido o que poderia ter acontecido pra que ele ficasse daquele jeito?
Bom de qualquer forma só restava ir com ele, era seu marido há anos, tinham uma filha, não podia simplesmente dizer que não iria entrar com um divórcio, e ainda ter que brigar pela guarda de Ana Julia. O sensato agora era deixar a Frosch em mãos de confiança e acabar com seu romance com Fernando, tentar recomeçar uma vida em outro país com o homem com quem casara.
Passou uma noite perturbada, Paulo demorou se acalmar, Lívia passou a noite toda achando alguma outra maneira de resolver tudo isso, mas não conseguiu.
No dia seguinte estava decidido, iam se mudar.
Lívia primeiramente contou a Ana Julia, a menina entrou em desespero, mas depois de muita conversa se acalmou.
Depois de conversar com Julia e deixá-la na escola, conversar com a Diretora sobre a transferência, seguiu para a “Frosch”.
Entrou em sua sala e Vivian já estava a sua espera.
V:Vim o mais rápido que pude Lívia, que história é essa de mudar do país?
L:Vivian não sei mais que você, foi exatamente como eu te contei.
V:Isso é estranho.(indo em direção ao sofá da sala de Lívia onde a mesma já estava sentada)
L:Também achei, mas talvez seja o melhor a fazer, Vivian agora nesse começo tão repentino, vou precisar da sua ajuda. Vou deixar uma pessoa de minha confiança no comando da Frosch, mas quero que você seja minha porta voz, qualquer documento ou decisão importante que tenha que ser tomada será reportado a você e depois a mim, preciso que seja assim pelo menos no inicio tudo bem?
V:Mas é claro que sim Lívia, pode contar comigo.
L:Obrigada minha amiga (segurando nas mãos de Vivian)
V:E o Fernando?
L:Vou falar com ele à noite.
V:Tem ideia de como ele vai reagir?
L:Espero que da melhor maneira possível, mas acho que ele vai ficar bem, afinal ele já tem outra.
V:É, você me contou.
L:Amo o Rio de Janeiro, espero que eu possa voltar sempre.
V:Eu vou morrer de saudade.
L:Vamos nos falar todos os dias Vivian.
V:Claro (já abraçando com lágrimas nos olhos)
E assim chegou à noite.
Lívia fez a mesma rotina de sempre, como Paulo ainda não havia chego a casa, ela deixou Julia com Janaína e foi até o apartamento de Fernando, aquela noite tiveram a noite de amor que já detalhei e deixou aquele bilhete, quando retornou a casa estava tudo tranquilo.
Paulo já havia chego e jantado.
Janaína tinha ganhado aquele resto de dia de folga de Paulo.
P:Onde você estava amor?
L:Estava resolvendo os últimos ajustes da Frosch, afinal não se deixa uma empresa de uma hora pra outra, a sua esta sendo transferida. (com a cara abatida)
P:É.(Já bebendo).
Estavam todos prontos pra dormir, Julia já dormia em seu quarto, era por volta de 05:00 Hrs estava quase amanhecendo quando Lívia e Paulo ouviram um barulho de janela quebrando.
L:Paulo você ouviu isso? (já se sentando a cama assustada)
P:Ouvi, espera fica aqui! Eu vou ver o que é.
L:Cuidado Paulo.
P:Acho melhor você ir pro quarto da Julia e esperar com ela, tranca a porta e em hipótese nenhuma saia de lá antes de eu dizer que pode.
L:Tá, eu tô indo.(Já foi indo com os passos silenciosos mas antes, pegou uma tesoura em sua gaveta, não custava nada se prevenir).
E assim ela fez, Lívia chegou ao quarto da filha e a viu na cama, estava com uma carinha de assustada.
L:Own minha filha, você também acordou com o barulho?
J:Acordei, o que foi isso mãe?
L:Não sei Julia, teu pai foi ver o que é.
J:Tô com medo mãe.
L:Não precisa ter medo, as vezes foi só um gato, ou algum moleque passando por aí.
Lívia abraçou a filha e ficou quietinha com ela ali. Alguns minutos depois Lívia ouviu barulhos muito fortes, tinha gente em casa e Paulo estava brigando com esse alguém.
Ela não podia ficar sem fazer nada. Pegou disfarçadamente a tesoura sem que Julia percebesse e foi sair do quarto.
J:Mãe, não! Não me deixa aqui sozinha, eu tô com medo.
L:Filha não precisa ter medo, eu não vou deixar que nada de ruim aconteça com você. Fica aqui e só abra essa porta quando eu mandar.
Lívia desceu as escadas de vagarzinho, com o máximo de cuidado com o barulho dos pés no assoalho de madeira.
Assim que foi chegando à sala viu tudo quebrado, seus vasos ao chão.
Quando pisou no ultimo degrau percebeu que alguém veio a sua costa, mas não deu tempo de fazer nada, a tesoura em suas mãos foi inútil de nada adiantou, uma chave de braço se formou em volta de seu pescoço.
--: Shhhhiii, quietinha se não subo e acabou com a sua filhinha também.
Lívia não conseguia distinguir exatamente a voz que falava com ela, a pessoa usava alguma coisa talvez um aparelho que modificou sua voz, estava com um capuz preto no rosto, com luvas. Lívia olhou a sua frente e num instante estava Paulo, com um corte na cabeça que sangrava continuamente e outro encapuzado o segurando.
L:Por favor não machuquem a minha...
---:Shiiiii, eu disse pra ficar quieta. (disse a pessoa que a segurava)
Lívia sentiu uma coisa fria em seu pescoço... Era o que estava pra virar seu maior pesadelo, uma faca.
P:Não, por favor, não a machuquem (desesperado)
---:Para com isso! Solta isso ou você não sabe do que eu sou capaz! (disse a pessoa que estava junto ao Paulo)
---:Cala a boca!(gritou a pessoa que estava com Lívia)
---:Maldita!(a pessoa puxava o cabelo de Lívia)
Lívia chegou à conclusão de que a pessoa que estava com ela era uma mulher.
O que segurava Paulo, não tinha nenhuma arma ou faca, apenas fazia uma chave de pescoço nele. Talvez se Lívia conseguisse sair daquela situação, e deixar a mulher sem a faca, Paulo conseguiria se soltar e teriam alguma chance.
Engano de Lívia. Mas ela só percebeu isso depois.
Num ato impensável Lívia deu uma cotovelada na mulher que estava atrás de si, ficaram numa pequena luta em posse da faca, até que a mesma voou longe pelo chão.
L:Faz alguma coisa Paulo! (desesperada)
O Mesmo estava imóvel.
Lívia correu em direção à faca, mas a suposta mulher foi mais rápida, pegou a faca e veio em direção a Lívia, a outra pessoa do nada soltou Paulo (que em vez de correr ficou parado, parece que esperando ser morto) e foi em direção a mulher, num instante a faca das mãos da mulher que estava vindo em sua direção foi tomada pelas mãos da outra pessoa e num apto de segundo sem que mesmo Lívia conseguisse assimilar o que estava acontecendo, a outra pessoa enfiou a faca no peito de seu marido, assim apagou o brilho de vida de seus olhos, seu marido caiu ao chão, como um boneco que acabou a corda.
O outro encapuzado disse algumas coisas a ela a segurou pelo braço e saíram correndo. Deixando Lívia ao chão do lado do marido já morto.
Virou Paulo com a barriga pra cima pra poder vê-lo, ter certeza que realmente não teria nenhuma chance de vida.
Mas foi em vão, ele já não pertencia mais aquele mundo.
Então antes mesmo que pudesse pensar no que fazer, ouviu barulho de polícia. As luzes da sirene ofuscaram seus olhos enquanto ainda estava ajoelhada no chão.
O barulho da sirene fez com que Julia se sentisse segura em sair do quarto.
Quando começou a descer as escadas, apenas viu um saco preto enorme estendido no chão da sala de sua casa, muitos policiais falando em pequenos rádios, mas e sua mãe? Não conseguia vê-la.
Já eram 6hrs da manhã.
Julia parada na escada, como se ninguém a tivesse vendo ali, começou a chorar, não pelo que estava vendo, porque nem conseguia distinguir o que estava acontecendo, entrou em desespero por não ver sua mãe.
Jah:Julinha, vem cá comigo. (já a puxando pra cima novamente)
J:Cadê a minha mãe Janaína?
Jah:Sua mãe foi conversar com os policias, espera aqui no seu quarto que a sua madrinha já ta chegando.
J:A Tia Vivian? Mas eu não quero subir Janaína!(descendo as escadas enquanto Janaína tentava fazê-la subir)
Jah:Julia fica aqui.
J:Não! E foi chegando à sala de novo quando viu sua mãe sendo levada algemada.

Otávio ouviu toda a história resumida por Lívia e começou a dizer.
O:Bom, então a senhora era casada com o Senhor Paulo Henrique Strauss, mas como não o amava mantinha um caso com um amante que a senhora mencionou como Fernando.
L:Sim, esse é mesmo o nome dele.
O:E do nada um dia o Senhor Paulo Strauss disse que vocês iriam morar em outro país por problemas na empresa, e no dia seguinte vocês sofrem um assalto, onde os assaltantes em si, não possuíam armas, um deles era uma suposta mulher e não roubaram nada, é isso?.
L:Sim, é isso mesmo.
O:A Senhora tem um suspeito?
L:Não ao certo, acho que possa ter sido inimigos da empresa.
O:E o seu amante?
L:O que tem ele?(assustada)
O:Vou ter que ouvi-lo.
L:Porque?
O:Porque ele é um suspeito, a senhora deixou uma carta pra ele, não pode afirmar qual foi a reação que ele teve ao lê-la.
Lívia ficou em silêncio, ela tinha suspeitas de que poderia ter sido Fernando, mas não podia simplesmente levantar essa suspeita. E se não fosse ele?
L:Se isso pode me ajudar a sair daqui tudo bem.
O:Sua filha também, terei que ouvi-la.
L:Não dá pra poupa-la disso?
O:Não, infelizmente não. E eu vou falar com ela, mas logo a própria polícia pedirá pra ouvi-la.
L:Eu entendo. Por favor, senhor Otávio (segurando nas mãos dele) me ajuda, não posso ficar aqui, tenho um a filha pra criar.
O:Sim senhora Lívia, eu não costumo perder nos meus casos.(Tirando as mãos meio constrangido)
L:Obrigada.(Sorrindo pra ele)
O:Bom, agora vou por em papéis, tudo o que conversamos e ver o que podemos fazer pra conseguirmos o mais breve possível um habeas corpus.

L:Mas uma vez muito obrigada Senhor Otávio.

4° Confidências

Ele a cumprimentou mais uma vez com um aperto de mão e saiu da sala.
E depois desse dia a rotina de Otávio mudou completamente, ele se dedicou ao seu máximo no caso de Lívia Strauss. Chegava à casa a noite porque ficava até tarde trabalhando, quase não via Marta, que por sua vez também nem fazia questão. Sua vida se resumia ao trabalho, e seu trabalho estava no momento se resumindo a Lívia.
Ia à penitenciaria todos os dias para passar os relatórios a ela e também para distraí-la. Levava livros, sabia que ela adorava ler.
E assim se passaram dias... Semanas... Meses.
Lívia ainda tinha fé que iria conseguir sair de lá. Estava morrendo de saudade de sua filha, mas não queria que a filha a visse daquele jeito. Por isso pediu a Vivian que não a levasse pra vê-la.
As únicas visitas de Lívia eram de Vivian e Otávio, que passou de seu Advogado a seu amigo.
Cinco meses se passou até Otávio conseguir um habeas corpus pra que Lívia conseguisse responder em liberdade. Já que era Réu primaria e não tinha provas o suficiente pra considera-la de fato a assassina isso foi possível.
Era um dia ensolarado, domingo, Lívia não via a hora de ver sua filha, mas saiu cedo demais, e como não tinha como ir até a casa da Vivian, teria que esperar. Como Julia estaria? Será que havia crescido muito? Ficava se fazendo essa pergunta a todo o momento.
A Luz do sol fez doer os olhos de Lívia que já não estavam mais tão acostumados.
Assim que conseguiu fixar seus olhos em um ponto, viu a pessoa que menos imaginara. Aliás, era um Domingo.
O:Não podia deixar de vir. Você fora daquele lugar, mesmo que ainda não definitivo, não deixa de ser uma vitória (deu um abraço apertado)
L:Muito Obrigada Otávio, eu nem sei como te agradecer, além de meu advogado você está sendo um amigão.
O:Eu é que tenho que te agradecer por confiar em mim.
Ela sorriu docemente pra ele.
L:Não vejo a hora de ver a minha filha. (sorrindo)
O:Eu a vi semana passada quando fui falar com Vivian, ela me enchia de perguntas.(Rindo) Uma menina linda. Parabéns.
L:Obrigada, coitadinha, ela não merecia estar passando por isso.
O:Não se culpe Lívia, você não teve culpa.
L:Tem razão, bom, vou sentar aqui e esperar.
O:Esperar o que?
L:Vivian me buscar, saí antes do horário que passei pra ela. Oh só uma coisa. (rindo)
O:Mas de jeito nenhum, vem comigo que eu te levo.
L:Imagina Otávio, eu não quero ser inconveniente.
O:Ah, para com isso, se eu que tô convidando.
Lívia riu.
O:Então? (sorrindo)
L:Desse jeito então eu vou. (sorrindo)
O:Ótimo, meu carro está logo ali (Apontando pra uma rua ao lado onde estavam)
Foram até o carro. Otávio sabia onde era a casa de Vivian, afinal depois de algum tempo só tratavam do assunto de Lívia na casa dela.
E em alguns minutos estavam em frente à Mansão de Vivian.
Parados dentro do carro.
L:Mais uma vez, muito Obrigada Otávio.(Segurando na mão dele)
Sem saber o porquê, mas esse gesto deixou Otávio nervoso.
O:Imagina. Não tem o que agradecer só tô fazendo o meu serviço.
Droga! Otávio percebeu no mesmo instante que falou merda.
O:Não, eu quis dizer que..//
Ela não o deixou terminar.
L:Você quis dizer o que você disse Otávio, não se preocupe. Entendo o seu “Trabalho”. (Abrindo a porta do carro)
L:De qualquer forma Obrigada mais uma vez por fazer o seu trabalho. (e deu um sorriso forçado)
Lívia saiu sem nem olhar pra traz.
Chega de distrações.
Lívia chegou ao portão, mas como já a conheciam, deixaram que entrasse sem reportar a Vivian no interior da mansão.
Na mansão Andrade.
J:Vamos tia! Vamos logo, se não vamos chegar atrasadas.
V:Calma aí Julia, ainda não está no horário.
J:Eu não vejo a hora.
Math:Eu também estou morrendo de saudades da tia Lívia.
J:Matheus, fala pra tia pra andar logo(já desesperada).
Math: (rindo) Até parece Julia, tenho amor a minha vida.
A menina andava que nem barata tonta de um lado pro outro.
A Campainha toca...
J:A não tia...
Math:Tomara que seja só algum recado.
V:Que estranho, nem interfonaram. (indo em direção a porta)
Assim que Vivian abriu a porta, levou um susto.
Lívia a abraçou e fez um sinal de silêncio pra ela.
J:Tia!(E foi indo em direção à porta)
Mas seus passos apressados cessaram assim que seus olhos viram sua mãe sorrindo pra ela.
J:Mãe?(com os olhos cheios de lagrimas e a voz embargada)
L:Meu anjo! (com os braços aberto pra um abraço)
Julia correu de encontro com a mãe, Lívia era só lágrima. Abraçava a filha forte que podia até sentir seu pequeno coração a mil por hora.
L:Meu amor que saudade!(sorrindo enquanto segurava com as mãos tremulas o rosto da filha)
J:Mãe! Promete que nunca mais vai me deixar?
L:Prometo meu amor, prometo. (a abraçando novamente)
Assim ficaram por vários minutos.
M:Ei Julia, posso abraçar a minha tia também?(rindo)
Lívia sorriu para o sobrinho
J:Só um pouquinho. (sorrindo)
Lívia cumprimentou o sobrinho com um longo abraço também e depois a amiga.
Ficaram a tarde toda matando a saudade, ela e a filha. Mais a noite quando Matheus e Julia foram dormir, Vivian e Lívia foram ate o escritório.
Vivian sentou no sofá, e Lívia logo sentou a sua frente.
Lívia pegou nas mãos de sua amiga e disse.
L:Hora de contar a verdade minha amiga.
(Alguns minutos depois)
V:Nossa Lívia, agora sim tudo faz sentido. Mas quem será essa mulher?
L:Não sei, não faço ideia, mas ela iria mudar a minha vida.
V:Iria. Mas tenha fé. Podemos encontra-la, posso por um detetive pra investigar.
L:Não. Agora deixa como está, o que está feito, está feito.
V:Você é quem sabe.
V:Agora vem cá, como você veio pra casa?(Já sorrindo)
L:O meu advogado me trouxe.(meio irritada)
V:Nossa o que é isso? Que revolta toda é essa?(rindo)
L:Que revolta? Não tô com revolta nenhuma não. Não é o que ele é? Meu advogado.
V:E eu não te conheço Lívia.
L:Vivian, nem quero pensar no que eu posso tá sentindo aqui nesse coração idiota.
V:Oque? Como assim?(Sorrindo pra amiga) Você está... Está?
L:Para com isso Vivian, não estou nada não. Vamos mudar de assunto.
L:Mas e aí?Como estão as minhas coisas?
V:Primeiro, você perdeu a Frosch
L:O que?(assustada)
V:Mas eu a comprei e assim que você puder, você pode administra-la como quiser.
L:Nossa Vivian não acredito que você fez isso por mim! Não sabe o como isso é importante pra mim. (Abraçando mais uma vez a amiga).
V:A Mansão está no nome da Julia e seu, então você pode voltar pra lá. Só porque tem a Julia, porque tudo o que o Paulo te deixou em testamento, tudo o que é seu de direito de casada com ele, está confiscado.
L:E Minha conta?(Nervosa)
V:A Conjunta foi bloqueada por ordem judicial, a pessoal está bloqueada também mas pode ser liberada após um mês do seu habeas corpus, e a Jurídica não foi mexido.
L:Ótimo. Estava preocupada com a Jurídica mesmo.
V:Lívia , você sabe que pode contar comigo sempre não é? E sabe também que pode ficar o tempo que quiser aqui.
L:Obrigada Vivian, vou aceitar sua oferta e ficar aqui por um tempo, mas pretendo comprar outra casa, vou colocar a mansão a venda, sei que o preço cai bastante pelo crime. Mas é melhor que nada.
V:Entendo. Até mesmo a Julia não quer voltar pra lá.
L:E com razão, coitadinha.
V:Lívia, agora é bola pra frente, vamos rezar pra que o seu julgamento não demore e sua inocência seja provada.
L:Deus te ouça.
E assim conversaram até altas horas, depois foram dormir. Lívia sonhava com um colchão de molas todos os dias, um banho de banheira com sais bem demorado e morno.
Mal acreditava que não estava mais naquele inferno.

No dia seguinte.
Começou a rotina.
Lívia queria continuar da onde nunca deveria ter parado. Voltou a empresa, todos a trataram normalmente, era a chefe deles e seja lá o que tivesse acontecido naquela mansão naquele dia. Gostavam dela, e aquele sentimento de família dentro da “Frosch Eventos” para a alegria de Lívia não havia se perdido.
Antes deixou Julia na escola como fazia.
Na mansão dos Dreyar.

Otávio estava meio perdido com a sua rotina, seus afazeres em torno de Lívia Strauss havia diminuído devido ao Habeas Corpus.
No quarto do casal, Marta falava baixo ao celular.
M:Encontrou?
...:Sim, como a Senhora pediu.
M:Me passa o endereço.
Depois de anotar...
M:Mas é aqui mesmo no Rio?
...: Sim.
M:Bom, muito Obrigada Senhor Victorio.
...:Um prazer servir a senhora novamente, quando precisar, é só chamar.
M:Sim.
Marta desligou o celular e deu um sorriso.
M:Até que em fim, te achei meu amor.(disse sozinha)
Desceu para tomar café com o marido.
Marta até então não havia ligado que seu marido estava cuidando do caso de sua maior rival. Após a prisão de Lívia, Fernando desapareceu e Marta como uma louca começou uma frenética busca por ele. Sua única preocupação nesses longos três meses foi encontrar Fernando.
Victorio era um detetive que ela contratou para “caçar” Fernando.
Aquele era o dia mais feliz de sua vida, depois de tempos.
Sua expressão mudou radicalmente.
M:Bom dia meu amor! (dando um beijo no marido)
O:Bom dia Marta (sem um pingo de animo)
M:Nossa, o que foi que aconteceu?(fingindo que sempre esteve feliz daquele jeito)
O:Nada demais, só uns assuntos do trabalho.
M:Como assim? Você não tá conseguindo provar a inocência daquela moça?Como é o nome dela mesmo...
O:Lívia! Lívia Strauss Portegas.
M:Como?(Tossindo com o café)
O:Como o que?
M:Lívia Strauss Portegas, aquela que é mulher daquele empresário famoso, o...o.. como é mesmo o Nome dele..
O:Paulo Strauss.(Sem entender o nervosismo da mulher)
M:Meu Deus! O empresário que morreu assassinado foi o Paulo Strauss?(surpresa)
O:Marta, que mundo você está vivendo? Isso faz meses, deu em todos os jornais, em todos os sites.
M:Eu vi, mas não liguei o caso com as pessoas em si.
O:Eu to trabalhando nesse caso há meses, há meses comento sobre ele, no jantar, no almoço, antes de dormir e você nunca prestou atenção?
M:Otávio, não é isso, é que...(já indo com a mão no rosto dele, querendo dar um carinho)
O:É que nada, vou trabalhar, pelo menos no meu escritório eu sou visto e ouvido(saindo bufando da mesa).
Otávio estava indo ao seu escritório, a verdade é que estava perdido sem ter que sempre correr atrás das coisas de Lívia, o certo seria pegar outro caso, pra ocupar a cabeça até o julgamento dela, que ainda nem tinha data marcada.
No escritório...
L.F:Cara, eu não tô vendo isso.
O:O que foi?
L.F:Você tá com uma cara péssima. (rindo)
O:Nossa, valeu por ser tão sincero.
L.F:Amigo é pra essas coisas.
O:Sei.
L.F:é a Senhora Portegas não é?(brincando com o amigo)
O:Portegas?(ainda não assimilando) Ah a Lívia.
L.F:Humm, já ta assim então.
O:Cala a boca Luiz . (rindo)
L.F:Te conheço cara.
O:O que você quer dizer com esse “te conheço”?
L.F:Você está de quatro pela Senhora Portegas.
O:Ah ah , até parece.
L,F:Não acredito.
O:Não acredita no que Luiz Felipe Fontes?
L.F:Em você!
O:Não quer acreditar não acredita.
L.F:Você sabe que vou te vencer pelo cansaço.
O:Sei.
L.F:Então, Não reluta, Vai Otávio me conta, você esta apaixonado, não é?
O:Ai que saco Luiz, parece criança.
L.F:Então não tá?
O:Definitivamente Não!
L.F:Então sem ressentimentos se eu me candidatar a novo marido da Lívia?
O:Não ouse fazer isso.
L.F:Porque?(o atentando)
O:Porque... Porque, não suportaria vê-la  nos braços de outro, porque “eu” quero protegê-la, porque eu estou completamente rendido. Estou apaixonado.
L.F:Uhh, eu achei lindo, mas isso não era pra ser dito pra mim, Otávio.
O:Idiota. (rindo)
L.F:Porque não diz isso pra ela?
O:Porque eu sou casado?
L.F:Separa.
O:Não é fácil assim.
L.F:É sim, se você não ama mais a Marta, se separa meu filho.
O:Não posso fazer isso com ela.
L.F:E vai ficar enganando ela? Assim vai ser pior.
O:Só que tem outra coisa, amo a Lívia, mas ela não me ama.
L.F:Quem disse?
O:Eu.
L.F:E a quanto tempo você é a Lívia pra saber?
O:Ah Luiz.
L.F:Ah Luiz nada, não fica tentando deduzir as coisas que você não sabe tudo não. Só quem pode dizer se ela te ama ou não, é ela.
Otávio ficou em silêncio, Luiz tinha razão.
L.F:E se não ama também, quem é que disse que ela não pode se apaixonar?
O:A essa altura do campeonato conquistar alguém.
L.F:Não é alguém, é a mulher que você ama.
O:O que te deu Luiz? (rindo)
L.F:Tô assistindo as novelas mexicanas do SBT.(rindo)
O:Logo vi.
L.F:Mas não desconsidere o que eu disse, é a mais pura verdade.
Luiz conversou mais um pouco e foi pra sua sala.
Otávio não queria, mas ficou com aquelas palavras na cabeça.
Já Lívia não tinha tempo pra fazer essa pergunta pra si mesma.
Estava ocupada demais em voltar a viver.  Viver a vida que jamais devia ter parado de viver.
E assim se passou o dia.
Julia viu a mãe sentada na cama cheia de papeis em volta.
Subiu na cama e sentou ao lado.
J:Mãe, você não vai dormir?
L:Claro que sim, mas ainda vai demorar um pouco. (sorrindo)
J:É do seu trabalho?(Se referindo à quantidade de papel)
L:É.
J:Mãe?
L:O que foi Julia? (sem tirar os olhos do papel)
J:Quando a gente faz uma coisa pro bem de outra pessoa, mesmo que seja ruim, Deus perdoa?
Lívia parou de mexer nos papeis e olhou pra filha.
L:Deus perdoa sim quem faz as coisas pro bem, mesmo que acabe ruim, se a intenção foi fazer o bem ele perdoa sim. Por quê?
J:Nada.
Lívia ia começar a mexer nos papéis de novo quando...
Julia a abraçou forte e chorando começou a falar.
J:Mãe, eu não quero mais morar naquela casa onde o Pai morreu.
L:Own minha filha, nós não vamos não, fica sossegada, assim que eu estabilizar na Frosch eu vou comprar uma casa linda pra gente tudo bem?
J:Tá. Mãe, só mais uma coisa.
L:O que foi Dona Ana Julia?Rs.
J:Posso dormir com você hoje?
L: Hun Pode com uma condição.
J:O que?
L:Me encher de beijo. (sorrindo)
Julia sorriu.
E Ficaram ali alguns minutos brincando antes de dormir.

Já era quase 00h00min, Lívia estava exausta então resolver dormir, mas Otávio estava ocupando seus pensamentos e dormir levou certo tempo.

quinta-feira, outubro 24, 2013

1° Confidências

Confidências


Ele estava eufórico, a mulher da sua vida estava pra em fim ser sua. Abençoados por Deus.
Otávio já estava posicionado em cima do altar...
O: É ela... É ela... (com os olhos vidrados na limusine que parou em frente à igreja)
Lívia saiu da limusine, com uma das mãos segurava o longo vestido e com a outra o buquê.
Ela levantou a cabeça e o viu lindo, sorrindo pra ela, parecia um sonho, era o homem da sua vida.
Feliz, agora sim conhecia o significado dessa palavra.
L: Te amo Otávio (falava baixinho pra si mesma)
E começou a subir as escadas da entrada da igreja.
L: Te amo mais que a mim mesma (com os olhos marejados)
E subiu mais um pouco as escadas.
L: Te amo... E por isso não posso me casar com você, meu amor... Me... Perdoa (falando baixinho e chorando).
Otávio não tirava os olhos dela.
Lívia largou o buquê no chão e com as duas mãos ergueu o vestido e começou a voltar.
O: Lívia? O que ela está fazendo? (nervoso)
V: Ain não... (com a mão na boca)
O: O que ela tá fazendo Vivian?(já descendo do altar)
Vivian nada respondeu.
Ela desceu as escadas o mais de pressa que conseguiu...
O: Lívia! (gritando e correndo pelo corredor da igreja)
Lívia deu sinal pra um táxi e entrou.
No táxi...
L: Desculpa meu amor (chorando) Desculpa (tirando a grinalda)
Tax: Qual o destino?
L: Ipanema.
Na igreja...
O: Não, não, porque ela fez isso comigo? Por quê? (chorando, sentado na escada da igreja)
Vivian se aproximou de Otávio e com um pequeno caderno o cutucou.
O: O que é isso? (pegando-o na mão)
V: A resposta desse ato.
Otávio folhou o pequeno caderno.
V: Na ultima pagina Otávio. (já voltando pra igreja pra anunciar o cancelamento da cerimônia).
Com lágrimas nos olhos Otávio pegou o caderno, entrou em seu carro, alguns minutos depois chegou a sua casa.
Casa essa que tinha Lívia presente em cada canto, em cada objeto, o cheiro. Jogou o caderno em cima da mesa e sentou em frente a ele.
Estava numa luta, lia ou não lia.

Há dois anos...
Na casa dos Strauss
L: Eu sou inocente, eu sou inocente(Gritando)
J: Mãe! Mãe!
L: Filha! A mamãe vai sair de lá, vamos ficar juntas!
J: Mãe! Não me deixa mãe!
V: Lívia! (chegando a casa e já abraçando a Julia)
J: Tia! (chorando)
L: Cuida dela pra mim Vivian!(chorando enquanto entrava na viatura)
Aquela foi uma cena que se a pequena Julia pudesse excluir da sua memória, ela excluiria. Sua mãe Lívia, algemada com as mãos cheias de sangue, sendo levada a força sem um pingo de delicadeza por policiais com cara de maus, sua mãe, sua doce mãe presa.
P: A menina vai pra uma casa pra menores.
V: Não, ela é minha afilhada, eu tenho direito de ficar com ela até a mãe dela voltar.
P: A Senhora vê isso depois, no Conselho Tutelar, mas agora ela vai pra Casa de menores.
J: Tia! Não Tia! Eu quero ficar com a Senhora!Tia! (gritando em meio à lágrimas)
V: Meu Anjo, a Tia vai te buscar, não chora!(Já chorando também)
E assim colocaram Julia em outra viatura.
No outro dia a primeira coisa que Vivian fez foi correr com a papelada pra ficar com a guarda provisória de Julia.
Conseguiu graças a Deus essa guarda provisória. Vivian chegou à casa de menores.
Assim que Julia viu a Madrinha correu para os braços dela.
J: Tia! Tia!
V: Own meu anjinho, a Madrinha não disse que vinha te buscar? Hun?
J: Disse, tia cadê a minha mãe?
V: Sua mãe ainda não pode vir, primeiro vamos pra casa, tomar um banho, comer um delicioso almoço que a madrinha fez pra você e depois eu te explico com calma o porque tua mãe ainda não pode vir te buscar tá?
J: Tá.
Assim chegaram à casa de Vivian, localizada em Copacabana no Rio de Janeiro.
Vivian era viúva, morava agora somente ela e seu filho Matheus na enorme mansão Andrade.
Julia fez todo o roteiro que Vivian havia dito e depois de tudo sentou pra conversar com a afilhada.
V: Julinha, presta bem atenção meu anjo, ontem na sua casa, ouve um assalto e nesse assalto seu pai acabou sento ferido e não aguentou, ele faleceu meu amor.
J: Morreu? (meio intacta)
V: Sim... Ele morreu Julia. Sinto muito.
J: E minha mãe? Cadê minha mãe tia?
V: Então, quando a polícia chegou eles viram a sua mãe do lado do seu pai e acharam que ela que tinha machucado o seu pai. Levaram ela presa.
J: Não tia, minha mãe nunca ia machucar o meu pai, nunca.
V: Eu sei , eu sei. Mas a policia não sabe disso.
J: Mas e agora? Ela vai ficar lá pra sempre?(já desesperada)
V: Não Julinha, claro que não, a madrinha vai agora ver a sua mãe e vamos contratar um advogado pra tirar ela de lá.
J: Eu quero ir.
V: Hoje ainda não Julinha, a madrinha vai lá e vê um dia que você possa vê-la tá bem?
J: Tá... (triste)
V: Daqui a pouco o Matheus chega e vocês veem alguma coisa pra fazerem juntos. Enquanto isso você fica aqui com a Zezé (empregada da mansão Andrade).
J: Tia... Ajuda a minha mãe. (com uma carinha de choro)
V: Pode deixar meu anjo. A Madrinha vai fazer de tudo pra tirar sua mãe de lá.
E assim Vivian foi à penitenciaria onde Lívia havia sido levada.
Chegando lá conseguiu depois de muitos recursos alguns minutos com Lívia.
Em uma sala da penitenciaria.
V: O que foi isso? O que aconteceu Lívia?
L: Eu preciso sair daqui, eu não tive culpa Vivian.
V: Calma Lívia, me explica exatamente o que aconteceu na noite de ontem.
“Vivian além de ser Madrinha de Ana Julia é a amiga, a confidente, a parte equilibrada de Lívia, Vivian é viúva, rica pela herança deixada pelo marido e por isso não trabalha, apenas assina alguns papéis quando é necessário na empresa que seu marido tem”. Uma construtora, famosa no Rio de Janeiro, mas seu falecido marido também deixou a empresa encarregada de um amigo de confiança e por isso Vivian apenas recebe os lucros, até Matheus atingir a maior idade e assumir a empresa do pai.
Matheus Junior Andrade, é o filho desse casamento, tem 15 anos e se dá muito bem com Ana Julia.  Assim como Vivian e Lívia, os dois são melhores amigos.
E assim Lívia conta a amiga tudo o que aconteceu.
V: Meu Deus Lívia (assustada) Você não pode ficar aqui.
L: Entende? Agora o único culpado nessa historia é ele. Só pode ser ele.
V: Você não quer dizer que...
L: O Fernando, ele matou o Paulo.
Alguns segundos em silêncio.
V: Agora precisamos de um ótimo advogado, pra tirar você daí o mais de pressa possível.
L: Droga, isso não podia ter acontecido. Não podia.
V: Já sei quem, o famoso advogado Otávio Augusto Dreyar.
L: Já ouvi falar nele.
V: Ele é muito famoso, quase nunca perdeu uma causa.
L: Então o procure, o mais de pressa possível preciso, sair daqui.(já chorando)
V: Fica tranquila. Eu vou atrás dele.
L: E Minha filhinha?
V: Ela está bem, está sendo muito madura, aceita e entende tudo que explicamos a ela.
L: Todos os meus bens estão confiscados, mas eu tenho uma conta fora do país que você sabe. Movimente-a como precisar Vivian.
V: Creio que não será necessário, mas se precisar eu mexo.
Nesse momento um policial apareceu à porta da sala.
Pol: Acabou seu tempo senhora. ( já veio vindo em direção a Lívia)
L: Tchau Vivian.
V: Aguenta mais um pouco Lívia.
E assim Lívia sumiu porta adentro daquele lugar horroroso.
Na mansão Dreyar.
O: Bom dia Marta.
M: Bom dia (dando um beijo no marido)
O: O que você tem?
Marta ficou em silêncio.
O: Marta! (Chamando a atenção da mulher com a voz um pouco alterada)
M: O que foi Otávio? (irritada)
O: Eu que pergunto o que foi.
M: Nada.
O: Você está estranha.
M: Impressão sua. Agora toma o seu café e me deixa Otávio.

Na noite do assassinato de Paulo na mansão Dreyar.
Otávio estava em seu escritório revisando algumas papeladas de um caso quando ouviu um barulho e foi ver o que era.
O: Aonde você vai?(parado na porta do escritório)
M: Eu? Eu... Vou buscar uns papéis de um contrato que era pra eu assinar hoje, esqueci na minha sala. (parada em frente à porta da sala)
Marta era Dona de uma Clínica de Cirurgia Plástica. Tinha sua própria fonte de renda.
O: A essa hora Marta?
M: A essa hora sim Otávio, isso era pra estar revisado e assinado amanhã sem falta.
O: Deixa que eu te levo então. (já procurando as chaves do carro no bolso)
M: Não Otávio, não precisa. Tchau, eu já volto.
Marta fechou a porta e saiu.

Alguns minutos depois no apartamento de Fernando.
Fernando estava nervoso, com um Wísky na mão, andando de um lado pro outro na sala de seu apartamento.
F: Marta? (assustado)
M: Eu não aceito aquela sandice que você me disse pelo celular Fernando. (já entrando)
F: Você não tem que aceitar ou deixar de aceitar, é o que é e pronto.
M: Eu estou na sua vida a mais tempo Fernando.
F: Mas não com a intensidade dela Marta.
“Marta era casada com Otávio há anos, mas mantinha um romance com o amante Fernando há sete anos. O amava, mas sabia que Fernando não era como ele, que ele gostava mesmo era do momento em si, sem cobranças, sem responsabilidades. Então se contentava em tê-lo como amante. O problema foi que ela estava o estranhando, e por isso colocou um detetive na sua cola, descobriu que o seu amante não tinha apenas ela como consolo, havia outra que por coincidência também era casada.”
M: Para... (com lágrimas nos olhos)
F: Lívia é diferente...
M: Para... (com raiva)
F: Lívia...(com a voz melosa) Lívia é única Marta!
M: Cala a boca! (deu um tapa na cara dele)
F: Tá maluca Marta? Com que direito você entra na minha casa e me bate? Entenda! Acabou.
M: Eu te amo Fernando! (indo com os lábios em direção aos dele)
F: Não, sai! (A segurando pelo braço). Eu não te amo, eu não te quero Marta, eu a quero. Lívia vai ser minha, só minha.
M: Não! Você me ama, eu sei disso Fernando você só está passando o tempo com ela! Isso é só tesão, amor mesmo é por mim que você sente. Eu sei! (tentando beija-lo)
F: Marta Para! Para! Chega com isso! Parece louca, é a Lívia que eu quero e não você! Agora sai daqui! (a levando em direção à porta).
Fernando a empurrou pra fora de seu apartamento.
Marta saiu bufando em direção a seu carro. Não sabia ao certo o que fazer naquele momento. Mas tinha uma única certeza.
M: Você me paga desgraçada, vai se arrepender cada segundo da sua vida miserável ter cruzado o meu caminho.

Naquele mesmo dia algumas horas antes da visita de Marta, no apartamento de Fernando.
Fernando estava revisando alguns documentos no seu escritório.
A campainha toca.
F: Amor! (dando um beijo nela)
L: Fernando... Eu só vim aqui dizer que... (e foi interrompida por um beijo)
Um beijo demorado, ofegante, os corpos tão colados que pareciam um só.
L: Fernando... (Ofegante) Espera (preciso falar com você)
F: Depois você fala amor. (Já a beijando novamente)
“Lívia era uma promotora de eventos, casada há anos com o famoso empresário Paulo Henrique Strauss, tinha um romance com o amante Fernando Marinho há três anos. Tem uma filha chamada Ana Julia de 13 anos de seu casamento com Paulo”.
Lívia por mais que quisesse 90% do seu corpo lutava a favor de Fernando.
Estavam em meio a beijos e carinhos, sussurros, quando Lívia percebeu já estavam no quarto.
Fernando a beijava com desejo, as bocas se encaixavam de um modo que pareciam medidas, sincronizadas, as línguas estavam descontroladas, as mãos de Fernando a essa altura procuravam os seios de Lívia, essa por sua vez já estava com as mãos no sexo de Fernando.
L: Droga! (Ofegante)
F: O que foi? (a deitando em sua cama)
L: Eu não resisto a você. (Ofegante)
Fernando preencheu sua boca com mais um beijo intenso, que deixou Lívia desconcertada.
Estava com o corpo mole em cima da cama de Fernando, estava literalmente entregue a qualquer ato de Fernando.
Ele com o máximo de concentração tirou peça por peça da roupa de Lívia.
Ela não resistia a ele a cada puxada em seu cabelo, a cada beijo em seu pescoço, a cada carinho em seu ponto de prazer, a cada sussurro em seu ouvido Lívia ficava imóvel.
E nesse ritmo, Lívia deitada na cama e Fernando em cima dela, começaram uma sintonia de movimentos, ele a possuiu como ela jamais havia sentido antes, parecia que ele sabia o que ela veio dizer.
Eram movimentos intensos, a cada impulso era uma recordação que vinha a sua cabeça. Ficaram nesse ritmo por alguns minutos e já não aguentando mais, com os corpos suados e cansados, o desejo de ambos explodindo pelos poros, chegaram ao ápice do prazer.
Ele saiu de cima dela e deitou ao lado, deitou em seu peito e dedilhando os dedos por seu peito disse.
L: Vou lembrar dessa noite por toda a minha vida.
E ele sem saber o real motivo dessa frase, completou.
F: Eu também.
Depois de alguns minutos Fernando dormiu e Lívia com o máximo de cuidado e silêncio, começou a se vestir, depois de vestida escreveu uma pequena carta e deixou no criado mudo do quarto, foi saindo, mas quando chegou à porta do quarto, virou em direção a ele e mandou um beijo, seguido de uma lágrima.
Algumas horas depois Fernando acordou meio sonolento, percebeu que Lívia já não estava mais, estranhou porque mesmo quando ela está passando da hora de voltar pra casa, ela sempre o acorda pra dar um beijo de despedida.
Sentou na beira da cama e logo viu o pequeno papel dobrado em sua frente.
Ele reconheceu a letra da sua amada, abriu e começou a ler.

Fernando, você foi a melhor coisa que me aconteceu nesses últimos anos, meu refúgio, meu ar, sem você não teria suportado muita coisa, mas eu tenho uma filha, e se eu continuar com isso pode acabar afetando um inocente. Tive provas disso.
Paulo e eu vamos sair do país, vou reconstruir meu casamento, preciso dar essa chance a nós. Afinal é meu marido e pai da minha filha, crise todo o casamento tem. Vou sentir a sua falta, de verdade.
Já sei que você também tem outra, eu não ligo afinal éramos amantes, me consola saber que você vai ter com quem suprir minha falta. Seja feliz, que eu vou sempre me lembrar de nós como um sopro quente num inverno sem fim.

                                                                 Sua sempre doce Lívia. 

2° Confidências

F: O que? (Já com lagrimas nos olhos). Eu não aceito isso. Não aceito!(gritou em quanto jogou a carta no chão)
Fernando ficou desnorteado com aquelas palavras, amava Lívia, tanto amava que se submeteria a ser amante pelo resto de sua vida se fosse necessário, mas sair do país? Nunca mais vê-la? Isso era demais, não podia permitir isso, Lívia também é dele, na verdade é mais dele do que de qualquer um, era pra ele que ela se entregava por completo, era pra ele que ela era mulher.
Ele ficou pensando em uma forma de resolver isso, mas precisava ser depressa.
Até que seu telefone toca, ele rapidamente pega o telefone achando que é Lívia, pra dizer que tudo aquilo foi apenas um devaneio.
Mas seu sorriso logo se fechou quando viu que era Marta.
F: Oi... (sem um mínimo de paciência)
M: Nossa meu amor, que jeito de falar. Quero te ver.
F: Hoje não estou com cabeça Marta.
M: Como assim Fernando? Há meses que você tá me tratando assim, o que tá acontecendo?
F: Nada, só acho melhor darmos um tempo.
M: Um tempo Fernando? Tá maluco? Eu sei que é aquela Lívia Strauss!
F: Lívia? Que Lívia? (tentando disfarçar)
M: Eu não sou idiota Fernando, eu já sei que você também tem um caso com ela, não posso te cobrar nada porque sou casada, mas a partir do momento em que ela vai atrapalhar a minha vida, o negócio muda.
F: Chega Marta, não tô com cabeça pros seus ataques. Bom que você já sabe assim me poupa da explicação.
M: Fernando!(Não acreditando no absurdo que ouvia)
Fernando desligou o celular, precisava se concentrar em Lívia, em como fazê-la ficar no Brasil.

Voltando aos dias de hoje.
Otávio terminou o café que por sua vez estava horrível, ainda mais com a sua mulher com uma cara de enterro a mesa.
O: Vou indo então.
M: Humm
O: Tchau. (foi até ela e deu um selinho).
“Otávio Augusto Dreyar, o mais famoso e o mais competente Advogado do Rio de Janeiro”. “Tinha um escritório localizado no centro da cidade.”
“Era sócio de seu melhor amigo e também Advogado Luiz Felipe Fontes.”
“Luiz Felipe Fontes era um homem brincalhão, amigo de todas as horas, infelizmente divorciado pela quarta vez. Sem filhos, tem uma vida estável, tanto financeiramente como também emocionalmente. Mora em um apartamento localizado ali mesmo no centro da cidade Maravilhosa.”
Otávio chegou ao escritório e já foi pegar um café, entrou em sua sala, foi o tempo de sentar-se junto à mesa que Luiz já entrou eufórico na sala.
Lu: Otávio, cara do céu, lê isso! (entregando o jornal ao amigo)
O: Minha nossa!(assustado)
Lu: Isso é que eu chamo de notícia.
O: Isso é que eu chamo de uma grande causa.
O: Será que ela já tem um advogado?
Lu: Acho que não, quem seria o louco de tentar defendê-la, ela foi pega em flagrante com a arma do crime nas mãos, com sangue da vitima nas mãos e ao lado do corpo. Mas foi muito amadora mesmo.
O: O Empresário mais bem sucedido entre as empresas atuais.
Lu: O que você quer dizer?
O: Que muitas pessoas podiam querer a morte dele.
Lu: Hum, então você não acredita que a esposa seja a assassina.
O: Uma hipótese, porque ela iria escolher um dia em que a filha estivesse em casa? E iria ficar no local do crime com a arma do crime ao lado e tudo.
Lu: Bom, aqui diz que não havia digitais na faca .
O: E outra, desde quando polícia chega tão rápido assim no local do crime?
Lu: Uhhh, gostou no caso ein Otávio.
O: Esses casos me excitam. (rindo)
Lu: Preciso ver umas coisas, mas qualquer novidade sobre aquele caso da (e foi interrompido pelo telefone da saca do Otávio)
O: Pode falar Mônica(Secretaria)Sei... Sei, pode sim.
Lu: O que foi?
O: Uma mulher ... Vivian Rose Andrade quer falar comigo.
Lu: Eu vou indo, qualquer coisa só bipar.
Alguns segundos depois.
Vivian entra na sala de Otávio.
O: Por favor fique a vontade (Já se levantando e apontando a cadeira a sua frente)
V: Obrigada.
O: Em que posso ajudá-la senhora Vivian Andrade?
V: Eu vou direto ao ponto.
O: Claro...
V: Preciso do seu serviço no caso de Lívia Strauss Portegas.
O: O caso do assassinato do empresário...
V: Paulo Henrique Strauss, isso mesmo, o senhor aceita assumir esse caso?
Otávio estava sem palavras pra expressar tamanha felicidade, era o que mais queria.
O: Mas é claro, por favor me coloque a par agora mesmo de tudo.
Vivian explicou o que havia acontecido, sua máxima urgência era um habeas corpus para Lívia.
No dia seguinte Vivian já havia marcado uma visita para Otávio conhecer e ouvir a versão de Lívia.
Assim que Vivian saiu da sala de Otávio, Luiz já entrou.
Lu: E aí? Alguma coisa importante? (já entrando à sala, curioso).
O: Importante? Importante? Meu amigo, se outra pessoa te contasse você não acreditaria.
Lu: Fala logo Otávio.
O: A mulher que acabou de sair daqui veio pedir meus serviços no caso do assassinato do empresário de ontem.
Lu: Não brinca.
O: Não é maravilhoso? (sorrindo)
Lu: Cara, isso é que eu chamo de realizar um sonho. (sorrindo)
Otávio estava radiante, era o caso que qualquer advogado como ele amaria pegar, ele gostava de suspense, de ir ao contrário quando todo mundo esta indo no obvio. Satisfeito, essa era a palavra que o definia naquele momento.
Chegou a casa por volta das 20hrs.
O: Boa Noite. (Indo em direção à mulher, que já estava sentada na cama lendo)
M: Boa noite Otávio.
O: Como foi o seu dia? Me conta, deu certo o contrato?(enquanto tirava a gravata).
M: Que contrato? (Sem um pingo de paciência)
O: Como assim que contrato? Você não foi ontem a noite buscar um contrato na clínica pra analisar, que era pra hoje sem falta e tudo mais?
M: Ah!(meio nervosa) deu tudo certo sim.
O: Bom, você pelo visto já jantou.
M: Já Otávio, olha só que horas são.
O: Nossa desculpa, é que entrei num caso muito interessante é sobre aquele...
M: Ai Otávio, não me interessa nem um pouco saber sobre os seus casos. Eu não entendo mesmo, não à necessidade em me explicar.
O: Tá, vou tomar um banho, comer alguma coisa e já volto.
M: Tá.
Otávio gostava da mulher, fazia de tudo pra agradá-la, de tudo pra deixá-la o mais feliz possível, mas parecia que tudo o que ele fazia era em vão. Ele era muito romântico, a cada aniversário de casamento ele fazia uma coisa mais linda que a outra. Lembrava até da data do primeiro beijo deles. Já Marta não, era fria com ele, o tratava sem um pingo de carinho ou paciência. Ela conseguia levar os dois relacionamentos bem, sem que um interferisse no outro, mas quando descobriu da existência de Lívia, isso ficou incontrolável, sua falta de amor por Otávio e o excesso de ciúmes de Fernando era escancarado.
Algum tempo depois, Otávio depois de ter feito tudo o que disse, voltou para o quarto cheio de amor pra dar.
Mas Marta estava com a cabeça em Fernando que havia sumido, não atendia o celular, não morava mais naquele apartamento, havia sumido.
O: Marta?
M: O que? (já deitada)
O:Você tá com muito sono?
M:Estou.(fria)
O:Você não quer ficar acordada comigo? Hun?(a beijando o pescoço) A gente podia fazer muitas coisas. Hun?(a enchendo de beijinhos)
M:Não Otávio, não tô com cabeça hoje.
O:O que tá acontecendo Marta? Você tá estranha, me evita.
M:Nada Otávio, só não tô com cabeça, tô cansada, me deixa!
O:Como você quiser então! (virou emburrado do lado e tentou dormir).
Otávio sonhava em ser pai, trocava mensalmente os remédios de Marta para ela engravidar, sabia que era só uma questão de tempo.
Mas Marta não queria ser mãe, a ideia de ter uma criança atrapalhando sua carreira seu relacionamento com Fernando.
Era tão egoísta ao ponto de pensar somente nela e em mais ninguém, por isso pra garantir que não acontecesse um descuido, também tomava injeção a cada trinta dias.
E assim se passou mais um dia.
No dia seguinte Vivian já deixou agendada a visita de Otávio com Lívia.
Lívia ainda não sabia que Otávio havia aceitado seu caso. Mas Vivian já deixou avisada que se ele aceitasse no outro dia em vez de ela ir visitá-la, seria o próprio Otávio.
E assim chegou o dia do encontro.
Ambos não sabiam que suas vidas estavam prestes a mudar.
Otávio já estava na sala da penitenciaria à espera de Lívia.
Uma policial veio com Lívia ainda algemada.
Ela estava com um coque ao alto da cabeça, seus olhos estavam um pouco inchados, provavelmente de tanto chorar e consequentemente deixou-os intensamente verdes, estava um pouco pálida também, ele sabia que a comida da penitenciaria era horrível, usava uma camiseta larga totalmente branca, e uma calça que davam duas dela laranjada, estava de chinelos, com quase um palmo a mais do que o verdadeiro tamanho.
Era tão pequenininha, parecia tão frágil.
Lívia Strauss Portegas, como era linda, Otávio começou a brigar consigo mesmo, não podia perder o foco.
Ela sentou-se a sua frente.
O:Boa tarde, eu sou Otávio Augusto Dreyar, vou cuidar do seu caso.
L:Imaginei que fosse você mesmo, disse a Vivian que só aceitaria uma visita sem aviso se fosse você.
Otávio ficou meio sem jeito.
O:Bom, senhora Lívia Strauss Portegas, preciso que me conte exatamente o que aconteceu naquela noite, preciso saber também sua relação com o senhor Paulo Henrique Strauss, absolutamente tudo. Como sou seu advogado, tenho que saber pra que eu possa ajudá-la.
L:Claro, vou contar exatamente tudo.

Lívia tinha uma rotina como a de qualquer família. De manhã levava Ana Julia pra escola e depois seguia para seu trabalho, era conhecida e bem recomendada, por isso sempre tinha muito trabalho.
E assim Lívia começou a contar como era sua rotina e o que aconteceu no dia do assassinato.
No café da manhã da mansão Strauss.
P:Amor, você chegou tarde ontem, o que aconteceu?

L:A festa de formatura que eu organizei teve uma briga de um dos convidados com um dos meus garçons ai já viu, tive que resolver.

3° Confidências

P:Ah, não sei, essa cidade é um perigo.
L:É, mas eu sei me cuidar Paulo. Vem Julinha, vamos que você já tá atrasada. (já a pegando a mochila da menina e indo em direção a porta).
P: Nossa nenhuma das duas vai me dar um beijo de bom dia?
L:Bom dia Paulo (voltando e dando um beijo no marido)
J:Bom dia Pai (também voltando e dando um beijo na bochecha do pai)
Julia era visivelmente mais apegada à mãe do que ao pai.
No carro a caminho da escola de Julia.
L:Filha, o que tá acontecendo?
J:Nada mãe.
L:Não mente pra mim Julia, eu te conheço filha. Você tá assim desde quando suas amiguinhas foram em casa. O que foi? Vocês brigaram?
J:Foi... Foi isso sim.
L:Own meu anjo, não fica assim não, logo vocês se entendem. Se forem suas amigas mesmo, na próxima semana já estão em casa brincando com você de novo.
J:Não quero mais mãe.
L:Não quer o que?(confusa)
J:Que elas vão em casa.
L:Bom filha, isso é você quem decide, se não quiser então tudo bem. Só não quero mais ver essa carinha (com a mão no queixo da filha).
J:Tá mãe.
Lívia parou o carro em frente à escola.
L:Tchau Julia. (dando um beijo na bochecha da filha)
J:Tchau mãe.
E assim Lívia foi pra “Frosch Eventos” sua empresa.
Estava tudo normal, tudo no seu devido lugar, então assim que foi chegando a hora do almoço ela pegou sua bolsa e saiu.
Algumas horas depois Lívia estava deitada na cama de um Motel a espera de Fernando seu amante.
Ela já estava apenas de lingerie. Uma preta, com rendas.
Fernando chegou alguns minutos depois.
F:Meu amor, como você está linda.
L:Tava morrendo de saudades Fernando (indo em direção a ele e desabotoando a camisa)
F:Eu também meu amor (com a boca muito próxima)
Ele logo a puxou com força pra perto de si, e a beijou, beijo quente, os encontros deles eram sempre muito quentes. Ele começou a tirar o sutien dela com habilidade, ela em si já desabotoava a calça dele, os corpos já tinham certa sintonia, como se automaticamente cada célula do corpo soubesse o que tinham que fazer quando estavam juntos.
Ele tirou e começou a beijar seus seios, com voracidade, com urgência. Ela abaixou a calça dele e começou a acaricia-lo. Ele já foi a deitando na cama e tirando sua calcinha, ele mesmo terminou de se despir e deitou em cima dela. Começaram um ritmo de frenesi, com todo o tesão que sentiam, transaram de todas as formas que seus corpos pediam.
Já cansados chegaram ao máximo de prazer.
Ficaram em meio a beijos e risadas, até a hora de Lívia decidir ir.
Voltou pra “Frosch” e assim que terminou o expediente, pegou Julia na escola e foi pra casa.
Chegou a casa e Paulo ainda não havia chego.
Jah: Dona Lívia a senhora vai querer alguma coisa de especial para o jantar?
L:Não Janaína, pode fazer o que você preferir. Me chama só quando estiver pronto, não tô com cabeça pra pensar em jantar hoje.
Jah: Sim senhora, com licença.(e voltou pra cozinha)
Julia foi pro quarto e Lívia foi pra um banho.
Lívia se encontrava com Fernando toda a semana, sempre que conseguiam. Não amava Paulo era acostumada a viver com ele. Tinham uma filha juntos e não podia se negar esse laço. Caso-se se muito nova com ele, um casamento forçado pelas famílias, mas Lívia havia gostado de Paulo, só que com o passar dos anos ele foi virando um chato, e Lívia acabou encontrando Fernando em uma de suas festas, e aí que a coisa desandou de vez.
Nem pareciam marido e mulher, não transavam há semanas, Lívia achava que Paulo também tinha uma amante, mas estava nem ai. Ela tinha o Fernando e era isso que importava.
Naquele dia quase não viu Paulo chegar. Desceu com Julia para jantar, leu um pouco o seu livro e depois de ficar um pouco com Julia que deu de ter medo do escuro foi se deitar.
Estava dormindo já há alguns minutos quando ouviu barulho de vidros quebrando no andar de baixo.
Desceu preocupada com o que podia estar acontecendo, antes de descer passou no quarto de Julia, graças a Deus ela ainda dormia e por sorte com musica nos ouvidos.
A empregada Janaina estava desesperada andando de um lado pro outro do lado de fora do escritório de Paulo.
Lívia descendo as escadas depressa fechando sua camisola logo perguntou.
L: O que tá acontecendo Janaina?
Jah:Eu não sei Dona Lívia o Seu Paulo chegou a uma meia hora e se trancou ai dentro.(com as mãos tremulas de susto)
L:Pode voltar pro seu quarto, deixa que eu vejo o que tá acontecendo.
Jah:A Senhora tem certeza Dona Lívia?
L:Tenho Janaina, pode ir deitar.
Assim a empregada fez, saiu correndo pro quarto, enquanto Lívia começou seu ritual.
L:Paulo?(batendo na porta)
Ele ficou em silencio.
L:Paulo abre aqui, quero falar com você.
No mesmo instante ele abriu a porta a puxou em seus braços e praticamente a enterrou em um abraço forte enquanto entrava no escritório novamente.
L:O que está acontecendo Paulo?(Ainda em seus braços)
P:Lívia meu amor, meu amor(chorando desesperadamente)
L:Paulo você está me assustando, o que tá acontecendo?
P:Vamos ter que mudar de país.
L:O que? (já se afastando)
P:Isso mesmo, a empresa será transferida.
L:Mas porque você está chorando?(sem entender)
P:Deu tudo errado, tudo errado.
L:Paulo eu não posso mudar de país agora, eu estou bem na minha empresa, eu tô bem aqui. E tem a Julia, estamos no meio do ano.
P:Mas nós vamos e pronto, você é minha mulher Lívia, tem que ficar do meu lado.
L:Eu sei Paulo e quero ficar do seu lado, mas você entende que isso está sendo de repente?
P:Desculpa, mas isso que aconteceu também foi de repente.
L:O que foi que aconteceu Paulo?(ainda intrigada)
P:Muita gente tem inveja de mim meu amor, muita gente. Preciso ficar longe e o mais rápido possível.
L:Paulo eu...
Ele a segurou nos ombros e desesperado pediu.
P:Lívia eu preciso de você, preciso de você mais do que nunca, quero minha família perto de mim.
L:Está bem Paulo. Amanhã eu vou ver as coisas da Frosch e nos mudamos. (ainda na esperança de que aquilo fosse passageiro)
Pela primeira vez ficou com pena do marido o que poderia ter acontecido pra que ele ficasse daquele jeito?
Bom de qualquer forma só restava ir com ele, era seu marido há anos, tinham uma filha, não podia simplesmente dizer que não iria entrar com um divórcio, e ainda ter que brigar pela guarda de Ana Julia. O sensato agora era deixar a Frosch em mãos de confiança e acabar com seu romance com Fernando, tentar recomeçar uma vida em outro país com o homem com quem casara.
Passou uma noite perturbada, Paulo demorou se acalmar, Lívia passou a noite toda achando alguma outra maneira de resolver tudo isso, mas não conseguiu.
No dia seguinte estava decidido, iam se mudar.
Lívia primeiramente contou a Ana Julia, a menina entrou em desespero, mas depois de muita conversa se acalmou.
Depois de conversar com Julia e deixá-la na escola, conversar com a Diretora sobre a transferência, seguiu para a “Frosch”.
Entrou em sua sala e Vivian já estava a sua espera.
V:Vim o mais rápido que pude Lívia, que história é essa de mudar do país?
L:Vivian não sei mais que você, foi exatamente como eu te contei.
V:Isso é estranho.(indo em direção ao sofá da sala de Lívia onde a mesma já estava sentada)
L:Também achei, mas talvez seja o melhor a fazer, Vivian agora nesse começo tão repentino, vou precisar da sua ajuda. Vou deixar uma pessoa de minha confiança no comando da Frosch, mas quero que você seja minha porta voz, qualquer documento ou decisão importante que tenha que ser tomada será reportado a você e depois a mim, preciso que seja assim pelo menos no inicio tudo bem?
V:Mas é claro que sim Lívia, pode contar comigo.
L:Obrigada minha amiga (segurando nas mãos de Vivian)
V:E o Fernando?
L:Vou falar com ele à noite.
V:Tem ideia de como ele vai reagir?
L:Espero que da melhor maneira possível, mas acho que ele vai ficar bem, afinal ele já tem outra.
V:É, você me contou.
L:Amo o Rio de Janeiro, espero que eu possa voltar sempre.
V:Eu vou morrer de saudade.
L:Vamos nos falar todos os dias Vivian.
V:Claro (já abraçando com lágrimas nos olhos)
E assim chegou à noite.
Lívia fez a mesma rotina de sempre, como Paulo ainda não havia chego a casa, ela deixou Julia com Janaína e foi até o apartamento de Fernando, aquela noite tiveram a noite de amor que já detalhei e deixou aquele bilhete, quando retornou a casa estava tudo tranquilo.
Paulo já havia chego e jantado.
Janaína tinha ganhado aquele resto de dia de folga de Paulo.
P:Onde você estava amor?
L:Estava resolvendo os últimos ajustes da Frosch, afinal não se deixa uma empresa de uma hora pra outra, a sua esta sendo transferida. (com a cara abatida)
P:É.(Já bebendo).
Estavam todos prontos pra dormir, Julia já dormia em seu quarto, era por volta de 05:00 Hrs estava quase amanhecendo quando Lívia e Paulo ouviram um barulho de janela quebrando.
L:Paulo você ouviu isso? (já se sentando a cama assustada)
P:Ouvi, espera fica aqui! Eu vou ver o que é.
L:Cuidado Paulo.
P:Acho melhor você ir pro quarto da Julia e esperar com ela, tranca a porta e em hipótese nenhuma saia de lá antes de eu dizer que pode.
L:Tá, eu tô indo.(Já foi indo com os passos silenciosos mas antes, pegou uma tesoura em sua gaveta, não custava nada se prevenir).
E assim ela fez, Lívia chegou ao quarto da filha e a viu na cama, estava com uma carinha de assustada.
L:Own minha filha, você também acordou com o barulho?
J:Acordei, o que foi isso mãe?
L:Não sei Julia, teu pai foi ver o que é.
J:Tô com medo mãe.
L:Não precisa ter medo, as vezes foi só um gato, ou algum moleque passando por aí.
Lívia abraçou a filha e ficou quietinha com ela ali. Alguns minutos depois Lívia ouviu barulhos muito fortes, tinha gente em casa e Paulo estava brigando com esse alguém.
Ela não podia ficar sem fazer nada. Pegou disfarçadamente a tesoura sem que Julia percebesse e foi sair do quarto.
J:Mãe, não! Não me deixa aqui sozinha, eu tô com medo.
L:Filha não precisa ter medo, eu não vou deixar que nada de ruim aconteça com você. Fica aqui e só abra essa porta quando eu mandar.
Lívia desceu as escadas de vagarzinho, com o máximo de cuidado com o barulho dos pés no assoalho de madeira.
Assim que foi chegando à sala viu tudo quebrado, seus vasos ao chão.
Quando pisou no ultimo degrau percebeu que alguém veio a sua costa, mas não deu tempo de fazer nada, a tesoura em suas mãos foi inútil de nada adiantou, uma chave de braço se formou em volta de seu pescoço.
--: Shhhhiii, quietinha se não subo e acabou com a sua filhinha também.
Lívia não conseguia distinguir exatamente a voz que falava com ela, a pessoa usava alguma coisa talvez um aparelho que modificou sua voz, estava com um capuz preto no rosto, com luvas. Lívia olhou a sua frente e num instante estava Paulo, com um corte na cabeça que sangrava continuamente e outro encapuzado o segurando.
L:Por favor não machuquem a minha...
---:Shiiiii, eu disse pra ficar quieta. (disse a pessoa que a segurava)
Lívia sentiu uma coisa fria em seu pescoço... Era o que estava pra virar seu maior pesadelo, uma faca.
P:Não, por favor, não a machuquem (desesperado)
---:Para com isso! Solta isso ou você não sabe do que eu sou capaz! (disse a pessoa que estava junto ao Paulo)
---:Cala a boca!(gritou a pessoa que estava com Lívia)
---:Maldita!(a pessoa puxava o cabelo de Lívia)
Lívia chegou à conclusão de que a pessoa que estava com ela era uma mulher.
O que segurava Paulo, não tinha nenhuma arma ou faca, apenas fazia uma chave de pescoço nele. Talvez se Lívia conseguisse sair daquela situação, e deixar a mulher sem a faca, Paulo conseguiria se soltar e teriam alguma chance.
Engano de Lívia. Mas ela só percebeu isso depois.
Num ato impensável Lívia deu uma cotovelada na mulher que estava atrás de si, ficaram numa pequena luta em posse da faca, até que a mesma voou longe pelo chão.
L:Faz alguma coisa Paulo! (desesperada)
O Mesmo estava imóvel.
Lívia correu em direção à faca, mas a suposta mulher foi mais rápida, pegou a faca e veio em direção a Lívia, a outra pessoa do nada soltou Paulo (que em vez de correr ficou parado, parece que esperando ser morto) e foi em direção a mulher, num instante a faca das mãos da mulher que estava vindo em sua direção foi tomada pelas mãos da outra pessoa e num apto de segundo sem que mesmo Lívia conseguisse assimilar o que estava acontecendo, a outra pessoa enfiou a faca no peito de seu marido, assim apagou o brilho de vida de seus olhos, seu marido caiu ao chão, como um boneco que acabou a corda.
O outro encapuzado disse algumas coisas a ela a segurou pelo braço e saíram correndo. Deixando Lívia ao chão do lado do marido já morto.
Virou Paulo com a barriga pra cima pra poder vê-lo, ter certeza que realmente não teria nenhuma chance de vida.
Mas foi em vão, ele já não pertencia mais aquele mundo.
Então antes mesmo que pudesse pensar no que fazer, ouviu barulho de polícia. As luzes da sirene ofuscaram seus olhos enquanto ainda estava ajoelhada no chão.
O barulho da sirene fez com que Julia se sentisse segura em sair do quarto.
Quando começou a descer as escadas, apenas viu um saco preto enorme estendido no chão da sala de sua casa, muitos policiais falando em pequenos rádios, mas e sua mãe? Não conseguia vê-la.
Já eram 6hrs da manhã.
Julia parada na escada, como se ninguém a tivesse vendo ali, começou a chorar, não pelo que estava vendo, porque nem conseguia distinguir o que estava acontecendo, entrou em desespero por não ver sua mãe.
Jah:Julinha, vem cá comigo. (já a puxando pra cima novamente)
J:Cadê a minha mãe Janaína?
Jah:Sua mãe foi conversar com os policias, espera aqui no seu quarto que a sua madrinha já ta chegando.
J:A Tia Vivian? Mas eu não quero subir Janaína!(descendo as escadas enquanto Janaína tentava fazê-la subir)
Jah:Julia fica aqui.
J:Não! E foi chegando à sala de novo quando viu sua mãe sendo levada algemada.

Otávio ouviu toda a história resumida por Lívia e começou a dizer.
O:Bom, então a senhora era casada com o Senhor Paulo Henrique Strauss, mas como não o amava mantinha um caso com um amante que a senhora mencionou como Fernando.
L:Sim, esse é mesmo o nome dele.
O:E do nada um dia o Senhor Paulo Strauss disse que vocês iriam morar em outro país por problemas na empresa, e no dia seguinte vocês sofrem um assalto, onde os assaltantes em si, não possuíam armas, um deles era uma suposta mulher e não roubaram nada, é isso?.
L:Sim, é isso mesmo.
O:A Senhora tem um suspeito?
L:Não ao certo, acho que possa ter sido inimigos da empresa.
O:E o seu amante?
L:O que tem ele?(assustada)
O:Vou ter que ouvi-lo.
L:Porque?
O:Porque ele é um suspeito, a senhora deixou uma carta pra ele, não pode afirmar qual foi a reação que ele teve ao lê-la.
Lívia ficou em silêncio, ela tinha suspeitas de que poderia ter sido Fernando, mas não podia simplesmente levantar essa suspeita. E se não fosse ele?
L:Se isso pode me ajudar a sair daqui tudo bem.
O:Sua filha também, terei que ouvi-la.
L:Não dá pra poupa-la disso?
O:Não, infelizmente não. E eu vou falar com ela, mas logo a própria polícia pedirá pra ouvi-la.
L:Eu entendo. Por favor, senhor Otávio (segurando nas mãos dele) me ajuda, não posso ficar aqui, tenho um a filha pra criar.
O:Sim senhora Lívia, eu não costumo perder nos meus casos.(Tirando as mãos meio constrangido)
L:Obrigada.(Sorrindo pra ele)
O:Bom, agora vou por em papéis, tudo o que conversamos e ver o que podemos fazer pra conseguirmos o mais breve possível um habeas corpus.

L:Mas uma vez muito obrigada Senhor Otávio.

4° Confidências

Ele a cumprimentou mais uma vez com um aperto de mão e saiu da sala.
E depois desse dia a rotina de Otávio mudou completamente, ele se dedicou ao seu máximo no caso de Lívia Strauss. Chegava à casa a noite porque ficava até tarde trabalhando, quase não via Marta, que por sua vez também nem fazia questão. Sua vida se resumia ao trabalho, e seu trabalho estava no momento se resumindo a Lívia.
Ia à penitenciaria todos os dias para passar os relatórios a ela e também para distraí-la. Levava livros, sabia que ela adorava ler.
E assim se passaram dias... Semanas... Meses.
Lívia ainda tinha fé que iria conseguir sair de lá. Estava morrendo de saudade de sua filha, mas não queria que a filha a visse daquele jeito. Por isso pediu a Vivian que não a levasse pra vê-la.
As únicas visitas de Lívia eram de Vivian e Otávio, que passou de seu Advogado a seu amigo.
Cinco meses se passou até Otávio conseguir um habeas corpus pra que Lívia conseguisse responder em liberdade. Já que era Réu primaria e não tinha provas o suficiente pra considera-la de fato a assassina isso foi possível.
Era um dia ensolarado, domingo, Lívia não via a hora de ver sua filha, mas saiu cedo demais, e como não tinha como ir até a casa da Vivian, teria que esperar. Como Julia estaria? Será que havia crescido muito? Ficava se fazendo essa pergunta a todo o momento.
A Luz do sol fez doer os olhos de Lívia que já não estavam mais tão acostumados.
Assim que conseguiu fixar seus olhos em um ponto, viu a pessoa que menos imaginara. Aliás, era um Domingo.
O:Não podia deixar de vir. Você fora daquele lugar, mesmo que ainda não definitivo, não deixa de ser uma vitória (deu um abraço apertado)
L:Muito Obrigada Otávio, eu nem sei como te agradecer, além de meu advogado você está sendo um amigão.
O:Eu é que tenho que te agradecer por confiar em mim.
Ela sorriu docemente pra ele.
L:Não vejo a hora de ver a minha filha. (sorrindo)
O:Eu a vi semana passada quando fui falar com Vivian, ela me enchia de perguntas.(Rindo) Uma menina linda. Parabéns.
L:Obrigada, coitadinha, ela não merecia estar passando por isso.
O:Não se culpe Lívia, você não teve culpa.
L:Tem razão, bom, vou sentar aqui e esperar.
O:Esperar o que?
L:Vivian me buscar, saí antes do horário que passei pra ela. Oh só uma coisa. (rindo)
O:Mas de jeito nenhum, vem comigo que eu te levo.
L:Imagina Otávio, eu não quero ser inconveniente.
O:Ah, para com isso, se eu que tô convidando.
Lívia riu.
O:Então? (sorrindo)
L:Desse jeito então eu vou. (sorrindo)
O:Ótimo, meu carro está logo ali (Apontando pra uma rua ao lado onde estavam)
Foram até o carro. Otávio sabia onde era a casa de Vivian, afinal depois de algum tempo só tratavam do assunto de Lívia na casa dela.
E em alguns minutos estavam em frente à Mansão de Vivian.
Parados dentro do carro.
L:Mais uma vez, muito Obrigada Otávio.(Segurando na mão dele)
Sem saber o porquê, mas esse gesto deixou Otávio nervoso.
O:Imagina. Não tem o que agradecer só tô fazendo o meu serviço.
Droga! Otávio percebeu no mesmo instante que falou merda.
O:Não, eu quis dizer que..//
Ela não o deixou terminar.
L:Você quis dizer o que você disse Otávio, não se preocupe. Entendo o seu “Trabalho”. (Abrindo a porta do carro)
L:De qualquer forma Obrigada mais uma vez por fazer o seu trabalho. (e deu um sorriso forçado)
Lívia saiu sem nem olhar pra traz.
Chega de distrações.
Lívia chegou ao portão, mas como já a conheciam, deixaram que entrasse sem reportar a Vivian no interior da mansão.
Na mansão Andrade.
J:Vamos tia! Vamos logo, se não vamos chegar atrasadas.
V:Calma aí Julia, ainda não está no horário.
J:Eu não vejo a hora.
Math:Eu também estou morrendo de saudades da tia Lívia.
J:Matheus, fala pra tia pra andar logo(já desesperada).
Math: (rindo) Até parece Julia, tenho amor a minha vida.
A menina andava que nem barata tonta de um lado pro outro.
A Campainha toca...
J:A não tia...
Math:Tomara que seja só algum recado.
V:Que estranho, nem interfonaram. (indo em direção a porta)
Assim que Vivian abriu a porta, levou um susto.
Lívia a abraçou e fez um sinal de silêncio pra ela.
J:Tia!(E foi indo em direção à porta)
Mas seus passos apressados cessaram assim que seus olhos viram sua mãe sorrindo pra ela.
J:Mãe?(com os olhos cheios de lagrimas e a voz embargada)
L:Meu anjo! (com os braços aberto pra um abraço)
Julia correu de encontro com a mãe, Lívia era só lágrima. Abraçava a filha forte que podia até sentir seu pequeno coração a mil por hora.
L:Meu amor que saudade!(sorrindo enquanto segurava com as mãos tremulas o rosto da filha)
J:Mãe! Promete que nunca mais vai me deixar?
L:Prometo meu amor, prometo. (a abraçando novamente)
Assim ficaram por vários minutos.
M:Ei Julia, posso abraçar a minha tia também?(rindo)
Lívia sorriu para o sobrinho
J:Só um pouquinho. (sorrindo)
Lívia cumprimentou o sobrinho com um longo abraço também e depois a amiga.
Ficaram a tarde toda matando a saudade, ela e a filha. Mais a noite quando Matheus e Julia foram dormir, Vivian e Lívia foram ate o escritório.
Vivian sentou no sofá, e Lívia logo sentou a sua frente.
Lívia pegou nas mãos de sua amiga e disse.
L:Hora de contar a verdade minha amiga.
(Alguns minutos depois)
V:Nossa Lívia, agora sim tudo faz sentido. Mas quem será essa mulher?
L:Não sei, não faço ideia, mas ela iria mudar a minha vida.
V:Iria. Mas tenha fé. Podemos encontra-la, posso por um detetive pra investigar.
L:Não. Agora deixa como está, o que está feito, está feito.
V:Você é quem sabe.
V:Agora vem cá, como você veio pra casa?(Já sorrindo)
L:O meu advogado me trouxe.(meio irritada)
V:Nossa o que é isso? Que revolta toda é essa?(rindo)
L:Que revolta? Não tô com revolta nenhuma não. Não é o que ele é? Meu advogado.
V:E eu não te conheço Lívia.
L:Vivian, nem quero pensar no que eu posso tá sentindo aqui nesse coração idiota.
V:Oque? Como assim?(Sorrindo pra amiga) Você está... Está?
L:Para com isso Vivian, não estou nada não. Vamos mudar de assunto.
L:Mas e aí?Como estão as minhas coisas?
V:Primeiro, você perdeu a Frosch
L:O que?(assustada)
V:Mas eu a comprei e assim que você puder, você pode administra-la como quiser.
L:Nossa Vivian não acredito que você fez isso por mim! Não sabe o como isso é importante pra mim. (Abraçando mais uma vez a amiga).
V:A Mansão está no nome da Julia e seu, então você pode voltar pra lá. Só porque tem a Julia, porque tudo o que o Paulo te deixou em testamento, tudo o que é seu de direito de casada com ele, está confiscado.
L:E Minha conta?(Nervosa)
V:A Conjunta foi bloqueada por ordem judicial, a pessoal está bloqueada também mas pode ser liberada após um mês do seu habeas corpus, e a Jurídica não foi mexido.
L:Ótimo. Estava preocupada com a Jurídica mesmo.
V:Lívia , você sabe que pode contar comigo sempre não é? E sabe também que pode ficar o tempo que quiser aqui.
L:Obrigada Vivian, vou aceitar sua oferta e ficar aqui por um tempo, mas pretendo comprar outra casa, vou colocar a mansão a venda, sei que o preço cai bastante pelo crime. Mas é melhor que nada.
V:Entendo. Até mesmo a Julia não quer voltar pra lá.
L:E com razão, coitadinha.
V:Lívia, agora é bola pra frente, vamos rezar pra que o seu julgamento não demore e sua inocência seja provada.
L:Deus te ouça.
E assim conversaram até altas horas, depois foram dormir. Lívia sonhava com um colchão de molas todos os dias, um banho de banheira com sais bem demorado e morno.
Mal acreditava que não estava mais naquele inferno.

No dia seguinte.
Começou a rotina.
Lívia queria continuar da onde nunca deveria ter parado. Voltou a empresa, todos a trataram normalmente, era a chefe deles e seja lá o que tivesse acontecido naquela mansão naquele dia. Gostavam dela, e aquele sentimento de família dentro da “Frosch Eventos” para a alegria de Lívia não havia se perdido.
Antes deixou Julia na escola como fazia.
Na mansão dos Dreyar.

Otávio estava meio perdido com a sua rotina, seus afazeres em torno de Lívia Strauss havia diminuído devido ao Habeas Corpus.
No quarto do casal, Marta falava baixo ao celular.
M:Encontrou?
...:Sim, como a Senhora pediu.
M:Me passa o endereço.
Depois de anotar...
M:Mas é aqui mesmo no Rio?
...: Sim.
M:Bom, muito Obrigada Senhor Victorio.
...:Um prazer servir a senhora novamente, quando precisar, é só chamar.
M:Sim.
Marta desligou o celular e deu um sorriso.
M:Até que em fim, te achei meu amor.(disse sozinha)
Desceu para tomar café com o marido.
Marta até então não havia ligado que seu marido estava cuidando do caso de sua maior rival. Após a prisão de Lívia, Fernando desapareceu e Marta como uma louca começou uma frenética busca por ele. Sua única preocupação nesses longos três meses foi encontrar Fernando.
Victorio era um detetive que ela contratou para “caçar” Fernando.
Aquele era o dia mais feliz de sua vida, depois de tempos.
Sua expressão mudou radicalmente.
M:Bom dia meu amor! (dando um beijo no marido)
O:Bom dia Marta (sem um pingo de animo)
M:Nossa, o que foi que aconteceu?(fingindo que sempre esteve feliz daquele jeito)
O:Nada demais, só uns assuntos do trabalho.
M:Como assim? Você não tá conseguindo provar a inocência daquela moça?Como é o nome dela mesmo...
O:Lívia! Lívia Strauss Portegas.
M:Como?(Tossindo com o café)
O:Como o que?
M:Lívia Strauss Portegas, aquela que é mulher daquele empresário famoso, o...o.. como é mesmo o Nome dele..
O:Paulo Strauss.(Sem entender o nervosismo da mulher)
M:Meu Deus! O empresário que morreu assassinado foi o Paulo Strauss?(surpresa)
O:Marta, que mundo você está vivendo? Isso faz meses, deu em todos os jornais, em todos os sites.
M:Eu vi, mas não liguei o caso com as pessoas em si.
O:Eu to trabalhando nesse caso há meses, há meses comento sobre ele, no jantar, no almoço, antes de dormir e você nunca prestou atenção?
M:Otávio, não é isso, é que...(já indo com a mão no rosto dele, querendo dar um carinho)
O:É que nada, vou trabalhar, pelo menos no meu escritório eu sou visto e ouvido(saindo bufando da mesa).
Otávio estava indo ao seu escritório, a verdade é que estava perdido sem ter que sempre correr atrás das coisas de Lívia, o certo seria pegar outro caso, pra ocupar a cabeça até o julgamento dela, que ainda nem tinha data marcada.
No escritório...
L.F:Cara, eu não tô vendo isso.
O:O que foi?
L.F:Você tá com uma cara péssima. (rindo)
O:Nossa, valeu por ser tão sincero.
L.F:Amigo é pra essas coisas.
O:Sei.
L.F:é a Senhora Portegas não é?(brincando com o amigo)
O:Portegas?(ainda não assimilando) Ah a Lívia.
L.F:Humm, já ta assim então.
O:Cala a boca Luiz . (rindo)
L.F:Te conheço cara.
O:O que você quer dizer com esse “te conheço”?
L.F:Você está de quatro pela Senhora Portegas.
O:Ah ah , até parece.
L,F:Não acredito.
O:Não acredita no que Luiz Felipe Fontes?
L.F:Em você!
O:Não quer acreditar não acredita.
L.F:Você sabe que vou te vencer pelo cansaço.
O:Sei.
L.F:Então, Não reluta, Vai Otávio me conta, você esta apaixonado, não é?
O:Ai que saco Luiz, parece criança.
L.F:Então não tá?
O:Definitivamente Não!
L.F:Então sem ressentimentos se eu me candidatar a novo marido da Lívia?
O:Não ouse fazer isso.
L.F:Porque?(o atentando)
O:Porque... Porque, não suportaria vê-la  nos braços de outro, porque “eu” quero protegê-la, porque eu estou completamente rendido. Estou apaixonado.
L.F:Uhh, eu achei lindo, mas isso não era pra ser dito pra mim, Otávio.
O:Idiota. (rindo)
L.F:Porque não diz isso pra ela?
O:Porque eu sou casado?
L.F:Separa.
O:Não é fácil assim.
L.F:É sim, se você não ama mais a Marta, se separa meu filho.
O:Não posso fazer isso com ela.
L.F:E vai ficar enganando ela? Assim vai ser pior.
O:Só que tem outra coisa, amo a Lívia, mas ela não me ama.
L.F:Quem disse?
O:Eu.
L.F:E a quanto tempo você é a Lívia pra saber?
O:Ah Luiz.
L.F:Ah Luiz nada, não fica tentando deduzir as coisas que você não sabe tudo não. Só quem pode dizer se ela te ama ou não, é ela.
Otávio ficou em silêncio, Luiz tinha razão.
L.F:E se não ama também, quem é que disse que ela não pode se apaixonar?
O:A essa altura do campeonato conquistar alguém.
L.F:Não é alguém, é a mulher que você ama.
O:O que te deu Luiz? (rindo)
L.F:Tô assistindo as novelas mexicanas do SBT.(rindo)
O:Logo vi.
L.F:Mas não desconsidere o que eu disse, é a mais pura verdade.
Luiz conversou mais um pouco e foi pra sua sala.
Otávio não queria, mas ficou com aquelas palavras na cabeça.
Já Lívia não tinha tempo pra fazer essa pergunta pra si mesma.
Estava ocupada demais em voltar a viver.  Viver a vida que jamais devia ter parado de viver.
E assim se passou o dia.
Julia viu a mãe sentada na cama cheia de papeis em volta.
Subiu na cama e sentou ao lado.
J:Mãe, você não vai dormir?
L:Claro que sim, mas ainda vai demorar um pouco. (sorrindo)
J:É do seu trabalho?(Se referindo à quantidade de papel)
L:É.
J:Mãe?
L:O que foi Julia? (sem tirar os olhos do papel)
J:Quando a gente faz uma coisa pro bem de outra pessoa, mesmo que seja ruim, Deus perdoa?
Lívia parou de mexer nos papeis e olhou pra filha.
L:Deus perdoa sim quem faz as coisas pro bem, mesmo que acabe ruim, se a intenção foi fazer o bem ele perdoa sim. Por quê?
J:Nada.
Lívia ia começar a mexer nos papéis de novo quando...
Julia a abraçou forte e chorando começou a falar.
J:Mãe, eu não quero mais morar naquela casa onde o Pai morreu.
L:Own minha filha, nós não vamos não, fica sossegada, assim que eu estabilizar na Frosch eu vou comprar uma casa linda pra gente tudo bem?
J:Tá. Mãe, só mais uma coisa.
L:O que foi Dona Ana Julia?Rs.
J:Posso dormir com você hoje?
L: Hun Pode com uma condição.
J:O que?
L:Me encher de beijo. (sorrindo)
Julia sorriu.
E Ficaram ali alguns minutos brincando antes de dormir.

Já era quase 00h00min, Lívia estava exausta então resolver dormir, mas Otávio estava ocupando seus pensamentos e dormir levou certo tempo.
 

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