quinta-feira, outubro 24, 2013

7° Confidências

E assim se passou o fim de semana, pra Otávio ele havia parado dentro daquele carro naquele dia de sábado.
Era segunda-feira.
Lívia como sempre continuou sua rotina, mas volta e meia pegava lembrando-se daquele beijo.
Naquele dia em especial, deixou o casaco dele em seu carro, porque ia até escritório entregar a ele.
Iria antes do almoço.
Otavio estava em seu escritório quando Luiz chegou.
L.F:Cara preciso te falar um coisa.
O:Luiz, Bom dia pra você também, tava ansioso pra você chegar logo, preciso te contar um a coisa.
L.F:Calma, antes tenho que te falar de um relatório que chegou hoje de manhã.
O:Não, antes eu preciso te contar uma coisa.
L.F:O que foi meu Cristo? (rindo)
O:O jantar de ontem
L.F:Nossa tinha até esquecido completamente. Como foi?
O:Eu a beijei! Beijei mesmo e fui correspondido.
L.F:Nossa, que progresso Otávio, me diz por favor que a iniciativa foi sua.
O:Claro que foi. (sorrindo)
L.F:E aí? O que ela disse?
O:Nada!
L.F:Como assim nada? Nada tipo nada mesmo? (assustado)
O:Ela parou o beijo e eu abri a boca pra pedir desculpas, mas ela não me deixou, saiu do carro e disse que foi a melhor noite da vida dela.
L.F:Nossa, isso explica a sua cara de bobo.
O:É só uma questão de tempo, eu sei que eu posso conquistá-la.
L.F:Então cara, é isso que eu vim falar pra você.
O:O que?
L.F:Precisamos ir na filial dos nossos escritórios em São Paulo!
O:Sei e o que tem?
L.F:E daí, que vamos ficar lá um mês.
O:O que? Um mês?
L.F:Nossa...
O:Não, um mês não, eu não posso ficar um mês longe, fora que ainda tô com o caso da Lívia, a qualquer momento eles podem marcar o Julgamento.
L.F:Otavio, o nosso escritório de lá, recebeu um proposta pra abrir uma filial na Califórnia.
O:O que?
L.F:Sério, por isso tem que ser os dois.
O: Cara e porque um mês?
L.F:porque os advogados que querem a nossa parceria, pediram muita coisa, e por isso precisamos desse um mês em São Paulo que é onde fica a nossa matriz.
O:Bom o único lado ruim disso é a Lívia, mais isso é perfeito, uma parceria com um escritório de Advocacia na Califórnia, até onde está indo o nosso prestigio ein meu amigo.
L.F:É, eu ainda não consigo acreditar.
Otávio começou a rir.
L.F:O bom é que só vamos daqui a um mês. Que é quando vai dar o tempo certo de nos encontrarmos com eles lá.
O:Nossa... Estamos ficando importante meu caro.
L.F:Qualquer mudança no caso da Lívia, você será comunicado. Afinal você ainda não é namorado dela e sim advogado.
O:Se conseguíssemos encontrar aquele Fernando que era amante dela, poderíamos ter avançado muito no caso dela.
L.F:Ele sumiu do mapa mesmo?
O:Sim, Lívia disse até que havia contratado um detetive mas que o mesmo encontrou pistas de que ele saiu do país.
L.F:Isso é quase uma confissão do crime.
O:É.
L.F: E que argumentos você vai fazer pra provar a inocência dela?
O:Lívia tem marcas no corpo, foi feito corpo de delito e foi encontrado as digitais do marido. Mas tinha outra digital. E a mesma também estava no corpo do marido.
L.F:Mas os assaltantes não usavam luvas?
O:Então, isso me intriga, uma coisa se pode ter certeza, naquele dia havia mais alguém naquela casa além dela do marido e a filha.
L.F:Isso ainda não bate.
O:A menina confirma, que o pai desceu primeiro e a mãe ficou com ela por muitos minutos. A tesoura que Lívia disse que pegou, também estava na sala caída.
L.F:Mais outra coisa Otávio, em pleno o século XXI, os assaltantes tinhas aparelhos de mudar a voz, e não tinham uma arma?
O:Muitas coisas me intrigam, mas eu vou provar a inocência dela, eu acredito nela, isso é o que importa.
L.F:Isso vai ser difícil Otávio, você conseguiu um habeas corpus e isso já é um grande progresso, porque ela foi pressa em flagrante.
O:. Mas o pouco do que ela contou e foi batendo foi a favor no caso dela. Então ajudou.
L.F:Boa Sorte.
 Já havia se passado quase duas horas que estavam conversando.
O interfone toca.
O:Sim Monica? Lívia Portegas? Pode, pode sim. Obrigado.
L.F:O que foi?(curioso)
O:A Lívia, ela ta ai! Meu amigo, depois nós conversamos. Vamos saindo. (já expulsando o amigo da sala)
L.F:Nossa, é assim então? Quando é pra eu ajudar eu sirvo, agora nem pra ver minha futura cunhada você não vai deixar?(enquanto está sendo empurrado)
Quando chegaram em frente a porta, Lívia bateu.
Luiz olhou pra Otávio e começou a rir.
O:Dessa vez você ganhou.
L.F:Eu sei.
Otávio abriu a porta.
O:Oi Lívia.(sorrindo)
Lívia olhou e estava Luiz e ele com uma cara de paisagem olhando pra ela.
L:Eu cheguei em uma má hora?
O:Não, entra aqui, o Luiz já estava de saída, não é Luiz?
L.F:É, mas não vai nem me apresentar?
O:Ah sim, que descuido meu (como ainda estava com as mãos no braço dele, aproveitou e apertou, pra lembra-lo de sair dali)Lívia, esse é Luiz Felipe Fontes, meu amigo e sócio.
L.F:Oi, Lívia!(a cumprimentando com um aperto de mão e um beijo)
L:Prazer.(o cumprimentando)
L.F: Nossa você é muito parecida com uma irmã que tenho em Sorocaba, foi à única que teve a sorte de nascer com os olhos verdes. (sorrindo)
Lívia sorriu docemente
L.F:O Otávio fala muito de você.
O:Então tchau Luiz.
L.F:Tchau.
E assim Otávio fechou a porta e conduziu Lívia até o sofá que ficava em seu escritório.
L: Otávio, eu não quero te atrapalhar, só vim te entregar isso!(e entregou o paletó)
O:Nossa, nem havia me lembrado.
L:Então, naquela correria toda, também nem me dei conta que eu estava quente, digo que não estava mais com frio(meio sem jeito)
O:A sim. (rindo)
Lívia riu também.
O:E como você está?
L:Eu estou bem. Graças a Deus. (sorrindo)
Ficaram em silêncio por alguns minutos. Era inevitável não se lembrar do beijo.
L:Otávio eu...
O:Lívia eu...
Falaram juntos e então começaram a rir.
L:Fala você primeiro.
O:Não, pode falar você.
L:Bom, então... Otávio, eu queria dizer que sobre o que aconteceu ontem... Acho melhor esquecermos. Vai ser melhor. Acho que foi o Vinho não é? (disse isso com a voz meio falhando, como que se estivesse com vergonha de dizer sobre o beijo).
O:Vinho... É... Vinho (meio desapontado)
L:A noite que passei foi maravilhosa (e ficou olhando pra ele por alguns segundos sem nada falar depois como se tivesse a acordado , voltou a falar).
L: Eu queria te pedir desculpas, porque acho que um pouco possa ter sido minha culpa, eu também o beijei e talvez eu tenha de alguma forma te passado essa impressão e...
O:Não, não Lívia, de jeito nenhum a culpa é sua, eu te beijei e peço desculpas por isso, foi um  impulso, como você mesma disse, talvez tenha sido o Vinho ...(se segurando pra não beija-la novamente)
L:É... O vinho... (também um pouco chateada)
Lívia estava enlouquecendo com ela mesma. Queria dizer uma coisa e dizia outra, queria demonstrar que gostou do beijo, mas não de uma forma tão atirada, acabou fazendo completamente o oposto.
A vontade que tinha era que Otávio dissesse que não se arrependeu e que a beijaria mais mil vezes se ela deixasse.
Mas o que ela esperava? Acabou de acabar com as esperanças dele.
Já Otávio, já não entendia mais nada com nada.
L:Bom, acho que eu já vou indo, vim mesmo só pra entregar o seu casaco. (sorrindo)
O:Já? Não quer um café, um suco ou uma água?
L:Não, obrigada mesmo, Otávio.
Otávio a seguiu até a porta.
Mas alguma coisa dizia que aquela visita não podia acabar com um simples tchau, no fundo nem ela e nem ele queriam isso.
E dessa vez o coração falou mais alto.
Ela abriu a porta e virou pra se despedir, mas olhou pra ele com aqueles olhos azuis gritando por ela e sem dizer mais nada, ela envolveu os braços dela no pescoço dele e um beijo forte e desesperado aconteceu, ele com uma das mãos empurrou a porta e prensou Lívia na mesma.
As línguas se descobriam, era um beijo doce, com desejo, Otávio estava no céu, muito diferente daquela noite, esse ele sentiu a entrega total de Lívia, uma das mãos dele na costa dela, a outra em sua nuca já desfazendo o penteado improvisado, o cheiro do cabelo caído sobre o ombro dela o fez aperta-la ainda mais contra a porta.
Ela separou as bocas e com aqueles olhos intensos, fitou profundamente Otávio, olhar esse que o fez arrepiar, mas não esperou muito e a beijou novamente.
Era forte demais o momento em si que estavam tendo.
E sem um pingo de prudência, Otávio colocou a mão nos seios de Lívia, com isso ele fez com que ela descansasse sua cabeça na porta, como se toda a força de seu corpo tivesse ido embora.
Estavam com a respiração acelerada, os beijos não paravam, e Otávio cada vez mais a apertando contra a porta, sentia o coração dela acelerado.
Não precisaria nem trancar, com a força que Otávio a apertava ali, ninguém iria abrir, ninguém a não ser Luiz.
Estavam aos beijos quando Luiz empurrou a porta e plaft...
Otávio foi ao chão levando Lívia junto.
L.F:Nossa mãe!(assustado) Desculpa. (segurando uma gargalhada assim que percebeu a situação)
O:Lívia! Você se machucou?
L:Não, não...
L.F:Meu Deus, deixa eu te ajudar.(estendendo a mão pra ela)
Lívia se apoiou e levantou.
Assim que estavam de pé, um olhou pra cara do outro e começaram a rir.
Aí Luiz não aguentou mesmo, chegou a chorar de rir.
Mas Lívia precisou ir.
Saiu com o cabelo solto e um pouco bagunçado.
Assim que ela saiu.
L.F:O- QUE-FOI-ISSO? (rindo)
O:Eu preciso falar alguma coisa?(sorrindo)
L.F: Acho que você não precisa mais de aulas minhas. (rindo)
O:Talvez.
L.F:Olha o seu estado Otávio. (rindo)
O:Foi forte o negócio (fechando alguns botões que estavam abertos)
L.F:Nem vou perguntar o que aconteceu, já posso ter um ideia.
O:É meu amigo, estou progredindo.
L.F:Então progride bem antes dessa viagem .
E assim as semanas foram se passando, Lívia fugiu de todas as formas possíveis de Otávio, estava numa briga consigo mesma, tinha praticamente aceitado que seu sentimento por Otávio não era somente de gratidão.
Vivian não tinha duvidas disso, desde o dia em que Lívia contou sobre o beijo que deu em Otávio no dia em que foi devolver o casaco.
Fernando também tinha viajado, havia ficado duas semanas fora e essa ausência dele estava enlouquecendo Lívia. Fernando era como um vício pra ela, nem sabia explicar o que sentia em relação a ele. Mas era forte.
Só que agora, uma coisa mais forte queria tomar conta dela.
Algumas semanas tinham se passado e o dia da viagem de Otávio se aproximava.
Ele ligou pra Lívia avisando-a sobre a viajem, na esperança de que ela corresse pra ele com um longo beijo e uma bela despedida.
Mas isso não iria acontecer.
Já era noite, tinham acabado de Jantar na mansão Andrade.
Estavam sentadas na sala conversando Lívia e Vivian.
O celular de Lívia toca...
No telefone
O:Alô?
L:Oi Otávio.
O:Oi Lívia, tudo bem?
L:Sim... Alguma novidade sobre o julgamento?
O:Não, eu estou ligando pra avisar que vou precisar viajar e ficarei em São Paulo um mês, mas quero que não se preocupe, ainda sim estou atento as novidades e qualquer uma eu te aviso, está bem?
L:Um... Mês?
O:É...(triste)
L: E você vai quando?
O:Amanhã!
L:Bom... Então boa viajem.
O:Sim, obrigada... Se cuide.
L:Você também.
Desligou...
V:O que é um mês? (curiosa)
L:Otávio vai viajar pra São Paulo, vai ficar um mês fora.
V:Nossa, um mês é bastante não é?
L:É...
V:E tudo bem pra você?
L:Pra mim?
V:Lívia... Por favor...
L:Claro que não, eu vou morrer de saudade, a minha vontade é de ir correndo agora naquele escritório e dizer pra ele o quanto eu o amo, o quanto ele se tornou importante pra mim, o quanto esses meses naquele inferno foi suportável porque ele estava sempre comigo. Acho que é isso.
V:Nossa, que linda declaração de amor... Mas você tem que dizer isso pra ele.
L:Não posso.
V:Não pode porque?
L:Ele é casado.
V:Que se dane a mulher dele Lívia, tenho certeza que ele não a ama e só esta esperando um sinal seu pra ele pedir o divorcio.
L:Vivian, mas ele vai viajar amanhã.
V:E? A noite é uma criança Lívia.
L:O que eu faço? Não posso ir a casa dele agora.
V:Já sei, vamos pedir uma ajudinha.
Vivian pegou o celular e começou a discar.
V:Luiz? Preciso da sua ajuda...
L.F:Vivian! Claro pode falar.
Alguns minutos depois.
Vivian desliga o celular.
V:Viu? Pronto.
L:Posso saber o porque você tem o celular do Luiz?
V:Ué, porque ele é amigo do advogado na minha amiga.
L: Isso não foi uma boa resposta Vivian!(rindo)
V:Mas chega de me encher de perguntas, vai se arrumar, você tem que chegar naquele escritório antes dele.
E assim Lívia fez.

Na mansão Dreyar...
Otávio estava terminando os últimos preparativos da viagem. E sua mulher ao lado tagarelando.
M:Otávio, não mente pra mim.
O:É uma viagem a negócios mesmo Marta. Me deixa, já estou com a cabeça cheia.
M:Há um mês essa viagem está marcada e agora que você vem me dizer isso?
O:Eu já tinha dito pra você, mas como sempre você nunca presta atenção em mim.
M:Não tenta me enrolar Otávio, você não disse.
O:Marta você acredita no que você quiser, eu tenho coisas mais importantes a fazer.
Pegou a mala e foi descendo as escadas, pra já deixar no carro.
M:Eu ainda não acabei Otávio!(gritando em quanto o seguia)
O:Meu Deus do céu, fala Marta, fala(já irritado parou em frente a ela na sala)
M:Porque você ligou pra Lívia Strauss pra contar dessa viagem?
O:Porque ela é minha cliente Marta, seria esse um bom motivo?(com ironia)
M:Não, não é um bom motivo. Se eu descobrir que você está armando alguma viagem com essa mulher, eu te mato Otávio, mato vocês dois.
O:Marta, eu sinceramente não estou com cabeça pra essas suas crises. Tchau, vou dormir no escritório.
M:Otávio, não ouse sair daqui e me deixar falando sozinha.(gritando atrás dele)
Foi inútil, ele colocou as malas no porta-malas do seu carro e foi ao escritório.
Alguns minutos depois ele já estava em frente ao escritório.
Otávio já foi entrando a procura de Luiz.
O mesmo havia ligado pra Otávio pra dizer que precisavam de um documento importante, mas que ele não havia encontrado e precisava que Otávio fosse ajudá-lo.
Quando chegou não tinha nada de diferente, estava tudo exatamente como deixou no fim da tarde.
Mas uma coisa o chamou a atenção.
Quando se aproximou da sua mesa, em cima dela havia um lírio seco.
Duas mãos delicadamente taparam seus olhos.
O:Esse perfume... O único que consegue me alucinar.
Lívia já estava sorrindo, mas sem emitir som algum. Ele delicadamente colocou as mãos dele sobre a dela e a tirou de seus olhos, virou de frente pra ela e foi dizer algo mais ela não deixou.
Com as mãos na boca dele ela disse:
L:Eu vim, porque eu preciso dizer que “eu te amo”, que eu te quero, que eu nunca amei ninguém assim como eu estou te amando,e queria que você entendesse que... (não conseguiu terminar a frase)

Otávio já não a deixou nem mais guardar um suspiro de ar para mais uma palavra, avançou na boca dela como um homem ao deserto numa garrafa de água gelada.

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quinta-feira, outubro 24, 2013

7° Confidências

E assim se passou o fim de semana, pra Otávio ele havia parado dentro daquele carro naquele dia de sábado.
Era segunda-feira.
Lívia como sempre continuou sua rotina, mas volta e meia pegava lembrando-se daquele beijo.
Naquele dia em especial, deixou o casaco dele em seu carro, porque ia até escritório entregar a ele.
Iria antes do almoço.
Otavio estava em seu escritório quando Luiz chegou.
L.F:Cara preciso te falar um coisa.
O:Luiz, Bom dia pra você também, tava ansioso pra você chegar logo, preciso te contar um a coisa.
L.F:Calma, antes tenho que te falar de um relatório que chegou hoje de manhã.
O:Não, antes eu preciso te contar uma coisa.
L.F:O que foi meu Cristo? (rindo)
O:O jantar de ontem
L.F:Nossa tinha até esquecido completamente. Como foi?
O:Eu a beijei! Beijei mesmo e fui correspondido.
L.F:Nossa, que progresso Otávio, me diz por favor que a iniciativa foi sua.
O:Claro que foi. (sorrindo)
L.F:E aí? O que ela disse?
O:Nada!
L.F:Como assim nada? Nada tipo nada mesmo? (assustado)
O:Ela parou o beijo e eu abri a boca pra pedir desculpas, mas ela não me deixou, saiu do carro e disse que foi a melhor noite da vida dela.
L.F:Nossa, isso explica a sua cara de bobo.
O:É só uma questão de tempo, eu sei que eu posso conquistá-la.
L.F:Então cara, é isso que eu vim falar pra você.
O:O que?
L.F:Precisamos ir na filial dos nossos escritórios em São Paulo!
O:Sei e o que tem?
L.F:E daí, que vamos ficar lá um mês.
O:O que? Um mês?
L.F:Nossa...
O:Não, um mês não, eu não posso ficar um mês longe, fora que ainda tô com o caso da Lívia, a qualquer momento eles podem marcar o Julgamento.
L.F:Otavio, o nosso escritório de lá, recebeu um proposta pra abrir uma filial na Califórnia.
O:O que?
L.F:Sério, por isso tem que ser os dois.
O: Cara e porque um mês?
L.F:porque os advogados que querem a nossa parceria, pediram muita coisa, e por isso precisamos desse um mês em São Paulo que é onde fica a nossa matriz.
O:Bom o único lado ruim disso é a Lívia, mais isso é perfeito, uma parceria com um escritório de Advocacia na Califórnia, até onde está indo o nosso prestigio ein meu amigo.
L.F:É, eu ainda não consigo acreditar.
Otávio começou a rir.
L.F:O bom é que só vamos daqui a um mês. Que é quando vai dar o tempo certo de nos encontrarmos com eles lá.
O:Nossa... Estamos ficando importante meu caro.
L.F:Qualquer mudança no caso da Lívia, você será comunicado. Afinal você ainda não é namorado dela e sim advogado.
O:Se conseguíssemos encontrar aquele Fernando que era amante dela, poderíamos ter avançado muito no caso dela.
L.F:Ele sumiu do mapa mesmo?
O:Sim, Lívia disse até que havia contratado um detetive mas que o mesmo encontrou pistas de que ele saiu do país.
L.F:Isso é quase uma confissão do crime.
O:É.
L.F: E que argumentos você vai fazer pra provar a inocência dela?
O:Lívia tem marcas no corpo, foi feito corpo de delito e foi encontrado as digitais do marido. Mas tinha outra digital. E a mesma também estava no corpo do marido.
L.F:Mas os assaltantes não usavam luvas?
O:Então, isso me intriga, uma coisa se pode ter certeza, naquele dia havia mais alguém naquela casa além dela do marido e a filha.
L.F:Isso ainda não bate.
O:A menina confirma, que o pai desceu primeiro e a mãe ficou com ela por muitos minutos. A tesoura que Lívia disse que pegou, também estava na sala caída.
L.F:Mais outra coisa Otávio, em pleno o século XXI, os assaltantes tinhas aparelhos de mudar a voz, e não tinham uma arma?
O:Muitas coisas me intrigam, mas eu vou provar a inocência dela, eu acredito nela, isso é o que importa.
L.F:Isso vai ser difícil Otávio, você conseguiu um habeas corpus e isso já é um grande progresso, porque ela foi pressa em flagrante.
O:. Mas o pouco do que ela contou e foi batendo foi a favor no caso dela. Então ajudou.
L.F:Boa Sorte.
 Já havia se passado quase duas horas que estavam conversando.
O interfone toca.
O:Sim Monica? Lívia Portegas? Pode, pode sim. Obrigado.
L.F:O que foi?(curioso)
O:A Lívia, ela ta ai! Meu amigo, depois nós conversamos. Vamos saindo. (já expulsando o amigo da sala)
L.F:Nossa, é assim então? Quando é pra eu ajudar eu sirvo, agora nem pra ver minha futura cunhada você não vai deixar?(enquanto está sendo empurrado)
Quando chegaram em frente a porta, Lívia bateu.
Luiz olhou pra Otávio e começou a rir.
O:Dessa vez você ganhou.
L.F:Eu sei.
Otávio abriu a porta.
O:Oi Lívia.(sorrindo)
Lívia olhou e estava Luiz e ele com uma cara de paisagem olhando pra ela.
L:Eu cheguei em uma má hora?
O:Não, entra aqui, o Luiz já estava de saída, não é Luiz?
L.F:É, mas não vai nem me apresentar?
O:Ah sim, que descuido meu (como ainda estava com as mãos no braço dele, aproveitou e apertou, pra lembra-lo de sair dali)Lívia, esse é Luiz Felipe Fontes, meu amigo e sócio.
L.F:Oi, Lívia!(a cumprimentando com um aperto de mão e um beijo)
L:Prazer.(o cumprimentando)
L.F: Nossa você é muito parecida com uma irmã que tenho em Sorocaba, foi à única que teve a sorte de nascer com os olhos verdes. (sorrindo)
Lívia sorriu docemente
L.F:O Otávio fala muito de você.
O:Então tchau Luiz.
L.F:Tchau.
E assim Otávio fechou a porta e conduziu Lívia até o sofá que ficava em seu escritório.
L: Otávio, eu não quero te atrapalhar, só vim te entregar isso!(e entregou o paletó)
O:Nossa, nem havia me lembrado.
L:Então, naquela correria toda, também nem me dei conta que eu estava quente, digo que não estava mais com frio(meio sem jeito)
O:A sim. (rindo)
Lívia riu também.
O:E como você está?
L:Eu estou bem. Graças a Deus. (sorrindo)
Ficaram em silêncio por alguns minutos. Era inevitável não se lembrar do beijo.
L:Otávio eu...
O:Lívia eu...
Falaram juntos e então começaram a rir.
L:Fala você primeiro.
O:Não, pode falar você.
L:Bom, então... Otávio, eu queria dizer que sobre o que aconteceu ontem... Acho melhor esquecermos. Vai ser melhor. Acho que foi o Vinho não é? (disse isso com a voz meio falhando, como que se estivesse com vergonha de dizer sobre o beijo).
O:Vinho... É... Vinho (meio desapontado)
L:A noite que passei foi maravilhosa (e ficou olhando pra ele por alguns segundos sem nada falar depois como se tivesse a acordado , voltou a falar).
L: Eu queria te pedir desculpas, porque acho que um pouco possa ter sido minha culpa, eu também o beijei e talvez eu tenha de alguma forma te passado essa impressão e...
O:Não, não Lívia, de jeito nenhum a culpa é sua, eu te beijei e peço desculpas por isso, foi um  impulso, como você mesma disse, talvez tenha sido o Vinho ...(se segurando pra não beija-la novamente)
L:É... O vinho... (também um pouco chateada)
Lívia estava enlouquecendo com ela mesma. Queria dizer uma coisa e dizia outra, queria demonstrar que gostou do beijo, mas não de uma forma tão atirada, acabou fazendo completamente o oposto.
A vontade que tinha era que Otávio dissesse que não se arrependeu e que a beijaria mais mil vezes se ela deixasse.
Mas o que ela esperava? Acabou de acabar com as esperanças dele.
Já Otávio, já não entendia mais nada com nada.
L:Bom, acho que eu já vou indo, vim mesmo só pra entregar o seu casaco. (sorrindo)
O:Já? Não quer um café, um suco ou uma água?
L:Não, obrigada mesmo, Otávio.
Otávio a seguiu até a porta.
Mas alguma coisa dizia que aquela visita não podia acabar com um simples tchau, no fundo nem ela e nem ele queriam isso.
E dessa vez o coração falou mais alto.
Ela abriu a porta e virou pra se despedir, mas olhou pra ele com aqueles olhos azuis gritando por ela e sem dizer mais nada, ela envolveu os braços dela no pescoço dele e um beijo forte e desesperado aconteceu, ele com uma das mãos empurrou a porta e prensou Lívia na mesma.
As línguas se descobriam, era um beijo doce, com desejo, Otávio estava no céu, muito diferente daquela noite, esse ele sentiu a entrega total de Lívia, uma das mãos dele na costa dela, a outra em sua nuca já desfazendo o penteado improvisado, o cheiro do cabelo caído sobre o ombro dela o fez aperta-la ainda mais contra a porta.
Ela separou as bocas e com aqueles olhos intensos, fitou profundamente Otávio, olhar esse que o fez arrepiar, mas não esperou muito e a beijou novamente.
Era forte demais o momento em si que estavam tendo.
E sem um pingo de prudência, Otávio colocou a mão nos seios de Lívia, com isso ele fez com que ela descansasse sua cabeça na porta, como se toda a força de seu corpo tivesse ido embora.
Estavam com a respiração acelerada, os beijos não paravam, e Otávio cada vez mais a apertando contra a porta, sentia o coração dela acelerado.
Não precisaria nem trancar, com a força que Otávio a apertava ali, ninguém iria abrir, ninguém a não ser Luiz.
Estavam aos beijos quando Luiz empurrou a porta e plaft...
Otávio foi ao chão levando Lívia junto.
L.F:Nossa mãe!(assustado) Desculpa. (segurando uma gargalhada assim que percebeu a situação)
O:Lívia! Você se machucou?
L:Não, não...
L.F:Meu Deus, deixa eu te ajudar.(estendendo a mão pra ela)
Lívia se apoiou e levantou.
Assim que estavam de pé, um olhou pra cara do outro e começaram a rir.
Aí Luiz não aguentou mesmo, chegou a chorar de rir.
Mas Lívia precisou ir.
Saiu com o cabelo solto e um pouco bagunçado.
Assim que ela saiu.
L.F:O- QUE-FOI-ISSO? (rindo)
O:Eu preciso falar alguma coisa?(sorrindo)
L.F: Acho que você não precisa mais de aulas minhas. (rindo)
O:Talvez.
L.F:Olha o seu estado Otávio. (rindo)
O:Foi forte o negócio (fechando alguns botões que estavam abertos)
L.F:Nem vou perguntar o que aconteceu, já posso ter um ideia.
O:É meu amigo, estou progredindo.
L.F:Então progride bem antes dessa viagem .
E assim as semanas foram se passando, Lívia fugiu de todas as formas possíveis de Otávio, estava numa briga consigo mesma, tinha praticamente aceitado que seu sentimento por Otávio não era somente de gratidão.
Vivian não tinha duvidas disso, desde o dia em que Lívia contou sobre o beijo que deu em Otávio no dia em que foi devolver o casaco.
Fernando também tinha viajado, havia ficado duas semanas fora e essa ausência dele estava enlouquecendo Lívia. Fernando era como um vício pra ela, nem sabia explicar o que sentia em relação a ele. Mas era forte.
Só que agora, uma coisa mais forte queria tomar conta dela.
Algumas semanas tinham se passado e o dia da viagem de Otávio se aproximava.
Ele ligou pra Lívia avisando-a sobre a viajem, na esperança de que ela corresse pra ele com um longo beijo e uma bela despedida.
Mas isso não iria acontecer.
Já era noite, tinham acabado de Jantar na mansão Andrade.
Estavam sentadas na sala conversando Lívia e Vivian.
O celular de Lívia toca...
No telefone
O:Alô?
L:Oi Otávio.
O:Oi Lívia, tudo bem?
L:Sim... Alguma novidade sobre o julgamento?
O:Não, eu estou ligando pra avisar que vou precisar viajar e ficarei em São Paulo um mês, mas quero que não se preocupe, ainda sim estou atento as novidades e qualquer uma eu te aviso, está bem?
L:Um... Mês?
O:É...(triste)
L: E você vai quando?
O:Amanhã!
L:Bom... Então boa viajem.
O:Sim, obrigada... Se cuide.
L:Você também.
Desligou...
V:O que é um mês? (curiosa)
L:Otávio vai viajar pra São Paulo, vai ficar um mês fora.
V:Nossa, um mês é bastante não é?
L:É...
V:E tudo bem pra você?
L:Pra mim?
V:Lívia... Por favor...
L:Claro que não, eu vou morrer de saudade, a minha vontade é de ir correndo agora naquele escritório e dizer pra ele o quanto eu o amo, o quanto ele se tornou importante pra mim, o quanto esses meses naquele inferno foi suportável porque ele estava sempre comigo. Acho que é isso.
V:Nossa, que linda declaração de amor... Mas você tem que dizer isso pra ele.
L:Não posso.
V:Não pode porque?
L:Ele é casado.
V:Que se dane a mulher dele Lívia, tenho certeza que ele não a ama e só esta esperando um sinal seu pra ele pedir o divorcio.
L:Vivian, mas ele vai viajar amanhã.
V:E? A noite é uma criança Lívia.
L:O que eu faço? Não posso ir a casa dele agora.
V:Já sei, vamos pedir uma ajudinha.
Vivian pegou o celular e começou a discar.
V:Luiz? Preciso da sua ajuda...
L.F:Vivian! Claro pode falar.
Alguns minutos depois.
Vivian desliga o celular.
V:Viu? Pronto.
L:Posso saber o porque você tem o celular do Luiz?
V:Ué, porque ele é amigo do advogado na minha amiga.
L: Isso não foi uma boa resposta Vivian!(rindo)
V:Mas chega de me encher de perguntas, vai se arrumar, você tem que chegar naquele escritório antes dele.
E assim Lívia fez.

Na mansão Dreyar...
Otávio estava terminando os últimos preparativos da viagem. E sua mulher ao lado tagarelando.
M:Otávio, não mente pra mim.
O:É uma viagem a negócios mesmo Marta. Me deixa, já estou com a cabeça cheia.
M:Há um mês essa viagem está marcada e agora que você vem me dizer isso?
O:Eu já tinha dito pra você, mas como sempre você nunca presta atenção em mim.
M:Não tenta me enrolar Otávio, você não disse.
O:Marta você acredita no que você quiser, eu tenho coisas mais importantes a fazer.
Pegou a mala e foi descendo as escadas, pra já deixar no carro.
M:Eu ainda não acabei Otávio!(gritando em quanto o seguia)
O:Meu Deus do céu, fala Marta, fala(já irritado parou em frente a ela na sala)
M:Porque você ligou pra Lívia Strauss pra contar dessa viagem?
O:Porque ela é minha cliente Marta, seria esse um bom motivo?(com ironia)
M:Não, não é um bom motivo. Se eu descobrir que você está armando alguma viagem com essa mulher, eu te mato Otávio, mato vocês dois.
O:Marta, eu sinceramente não estou com cabeça pra essas suas crises. Tchau, vou dormir no escritório.
M:Otávio, não ouse sair daqui e me deixar falando sozinha.(gritando atrás dele)
Foi inútil, ele colocou as malas no porta-malas do seu carro e foi ao escritório.
Alguns minutos depois ele já estava em frente ao escritório.
Otávio já foi entrando a procura de Luiz.
O mesmo havia ligado pra Otávio pra dizer que precisavam de um documento importante, mas que ele não havia encontrado e precisava que Otávio fosse ajudá-lo.
Quando chegou não tinha nada de diferente, estava tudo exatamente como deixou no fim da tarde.
Mas uma coisa o chamou a atenção.
Quando se aproximou da sua mesa, em cima dela havia um lírio seco.
Duas mãos delicadamente taparam seus olhos.
O:Esse perfume... O único que consegue me alucinar.
Lívia já estava sorrindo, mas sem emitir som algum. Ele delicadamente colocou as mãos dele sobre a dela e a tirou de seus olhos, virou de frente pra ela e foi dizer algo mais ela não deixou.
Com as mãos na boca dele ela disse:
L:Eu vim, porque eu preciso dizer que “eu te amo”, que eu te quero, que eu nunca amei ninguém assim como eu estou te amando,e queria que você entendesse que... (não conseguiu terminar a frase)

Otávio já não a deixou nem mais guardar um suspiro de ar para mais uma palavra, avançou na boca dela como um homem ao deserto numa garrafa de água gelada.

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