P:Ah,
não sei, essa cidade é um perigo.
L:É,
mas eu sei me cuidar Paulo. Vem Julinha, vamos que você já tá atrasada. (já a
pegando a mochila da menina e indo em direção a porta).
P:
Nossa nenhuma das duas vai me dar um beijo de bom dia?
L:Bom
dia Paulo (voltando e dando um beijo no marido)
J:Bom
dia Pai (também voltando e dando um beijo na bochecha do pai)
Julia
era visivelmente mais apegada à mãe do que ao pai.
No
carro a caminho da escola de Julia.
L:Filha,
o que tá acontecendo?
J:Nada
mãe.
L:Não
mente pra mim Julia, eu te conheço filha. Você tá assim desde quando suas
amiguinhas foram em casa. O que foi? Vocês brigaram?
J:Foi...
Foi isso sim.
L:Own
meu anjo, não fica assim não, logo vocês se entendem. Se forem suas amigas mesmo,
na próxima semana já estão em casa brincando com você de novo.
J:Não
quero mais mãe.
L:Não
quer o que?(confusa)
J:Que
elas vão em casa.
L:Bom
filha, isso é você quem decide, se não quiser então tudo bem. Só não quero mais
ver essa carinha (com a mão no queixo da filha).
J:Tá
mãe.
Lívia
parou o carro em frente à escola.
L:Tchau
Julia. (dando um beijo na bochecha da filha)
J:Tchau
mãe.
E
assim Lívia foi pra “Frosch Eventos” sua empresa.
Estava
tudo normal, tudo no seu devido lugar, então assim que foi chegando a hora do
almoço ela pegou sua bolsa e saiu.
Algumas
horas depois Lívia estava deitada na cama de um Motel a espera de Fernando seu
amante.
Ela
já estava apenas de lingerie. Uma preta, com rendas.
Fernando
chegou alguns minutos depois.
F:Meu
amor, como você está linda.
L:Tava
morrendo de saudades Fernando (indo em direção a ele e desabotoando a camisa)
F:Eu
também meu amor (com a boca muito próxima)
Ele
logo a puxou com força pra perto de si, e a beijou, beijo quente, os encontros
deles eram sempre muito quentes. Ele começou a tirar o sutien dela com
habilidade, ela em si já desabotoava a calça dele, os corpos já tinham certa
sintonia, como se automaticamente cada célula do corpo soubesse o que tinham
que fazer quando estavam juntos.
Ele
tirou e começou a beijar seus seios, com voracidade, com urgência. Ela abaixou
a calça dele e começou a acaricia-lo. Ele já foi a deitando na cama e tirando
sua calcinha, ele mesmo terminou de se despir e deitou em cima dela. Começaram
um ritmo de frenesi, com todo o tesão que sentiam, transaram de todas as formas
que seus corpos pediam.
Já
cansados chegaram ao máximo de prazer.
Ficaram
em meio a beijos e risadas, até a hora de Lívia decidir ir.
Voltou
pra “Frosch” e assim que terminou o expediente, pegou Julia na escola e foi pra
casa.
Chegou
a casa e Paulo ainda não havia chego.
Jah:
Dona Lívia a senhora vai querer alguma coisa de especial para o jantar?
L:Não
Janaína, pode fazer o que você preferir. Me chama só quando estiver pronto, não
tô com cabeça pra pensar em jantar hoje.
Jah: Sim
senhora, com licença.(e voltou pra cozinha)
Julia
foi pro quarto e Lívia foi pra um banho.
Lívia
se encontrava com Fernando toda a semana, sempre que conseguiam. Não amava
Paulo era acostumada a viver com ele. Tinham uma filha juntos e não podia se
negar esse laço. Caso-se se muito nova com ele, um casamento forçado pelas
famílias, mas Lívia havia gostado de Paulo, só que com o passar dos anos ele
foi virando um chato, e Lívia acabou encontrando Fernando em uma de suas
festas, e aí que a coisa desandou de vez.
Nem
pareciam marido e mulher, não transavam há semanas, Lívia achava que Paulo
também tinha uma amante, mas estava nem ai. Ela tinha o Fernando e era isso que
importava.
Naquele
dia quase não viu Paulo chegar. Desceu com Julia para jantar, leu um pouco o
seu livro e depois de ficar um pouco com Julia que deu de ter medo do escuro
foi se deitar.
Estava
dormindo já há alguns minutos quando ouviu barulho de vidros quebrando no andar
de baixo.
Desceu
preocupada com o que podia estar acontecendo, antes de descer passou no quarto
de Julia, graças a Deus ela ainda dormia e por sorte com musica nos ouvidos.
A
empregada Janaina estava desesperada andando de um lado pro outro do lado de
fora do escritório de Paulo.
Lívia
descendo as escadas depressa fechando sua camisola logo perguntou.
L:
O que tá acontecendo Janaina?
Jah:Eu
não sei Dona Lívia o Seu Paulo chegou a uma meia hora e se trancou ai
dentro.(com as mãos tremulas de susto)
L:Pode
voltar pro seu quarto, deixa que eu vejo o que tá acontecendo.
Jah:A
Senhora tem certeza Dona Lívia?
L:Tenho
Janaina, pode ir deitar.
Assim
a empregada fez, saiu correndo pro quarto, enquanto Lívia começou seu ritual.
L:Paulo?(batendo
na porta)
Ele
ficou em silencio.
L:Paulo
abre aqui, quero falar com você.
No
mesmo instante ele abriu a porta a puxou em seus braços e praticamente a
enterrou em um abraço forte enquanto entrava no escritório novamente.
L:O
que está acontecendo Paulo?(Ainda em seus braços)
P:Lívia
meu amor, meu amor(chorando desesperadamente)
L:Paulo
você está me assustando, o que tá acontecendo?
P:Vamos
ter que mudar de país.
L:O
que? (já se afastando)
P:Isso
mesmo, a empresa será transferida.
L:Mas
porque você está chorando?(sem entender)
P:Deu
tudo errado, tudo errado.
L:Paulo
eu não posso mudar de país agora, eu estou bem na minha empresa, eu tô bem
aqui. E tem a Julia, estamos no meio do ano.
P:Mas
nós vamos e pronto, você é minha mulher Lívia, tem que ficar do meu lado.
L:Eu
sei Paulo e quero ficar do seu lado, mas você entende que isso está sendo de
repente?
P:Desculpa,
mas isso que aconteceu também foi de repente.
L:O
que foi que aconteceu Paulo?(ainda intrigada)
P:Muita
gente tem inveja de mim meu amor, muita gente. Preciso ficar longe e o mais
rápido possível.
L:Paulo
eu...
Ele
a segurou nos ombros e desesperado pediu.
P:Lívia
eu preciso de você, preciso de você mais do que nunca, quero minha família
perto de mim.
L:Está
bem Paulo. Amanhã eu vou ver as coisas da Frosch e nos mudamos. (ainda na
esperança de que aquilo fosse passageiro)
Pela
primeira vez ficou com pena do marido o que poderia ter acontecido pra que ele
ficasse daquele jeito?
Bom
de qualquer forma só restava ir com ele, era seu marido há anos, tinham uma
filha, não podia simplesmente dizer que não iria entrar com um divórcio, e
ainda ter que brigar pela guarda de Ana Julia. O sensato agora era deixar a
Frosch em mãos de confiança e acabar com seu romance com Fernando, tentar
recomeçar uma vida em outro país com o homem com quem casara.
Passou
uma noite perturbada, Paulo demorou se acalmar, Lívia passou a noite toda
achando alguma outra maneira de resolver tudo isso, mas não conseguiu.
No
dia seguinte estava decidido, iam se mudar.
Lívia
primeiramente contou a Ana Julia, a menina entrou em desespero, mas depois de
muita conversa se acalmou.
Depois
de conversar com Julia e deixá-la na escola, conversar com a Diretora sobre a
transferência, seguiu para a “Frosch”.
Entrou
em sua sala e Vivian já estava a sua espera.
V:Vim
o mais rápido que pude Lívia, que história é essa de mudar do país?
L:Vivian
não sei mais que você, foi exatamente como eu te contei.
V:Isso
é estranho.(indo em direção ao sofá da sala de Lívia onde a mesma já estava
sentada)
L:Também
achei, mas talvez seja o melhor a fazer, Vivian agora nesse começo tão
repentino, vou precisar da sua ajuda. Vou deixar uma pessoa de minha confiança
no comando da Frosch, mas quero que você seja minha porta voz, qualquer
documento ou decisão importante que tenha que ser tomada será reportado a você
e depois a mim, preciso que seja assim pelo menos no inicio tudo bem?
V:Mas
é claro que sim Lívia, pode contar comigo.
L:Obrigada
minha amiga (segurando nas mãos de Vivian)
V:E
o Fernando?
L:Vou
falar com ele à noite.
V:Tem
ideia de como ele vai reagir?
L:Espero
que da melhor maneira possível, mas acho que ele vai ficar bem, afinal ele já
tem outra.
V:É,
você me contou.
L:Amo
o Rio de Janeiro, espero que eu possa voltar sempre.
V:Eu
vou morrer de saudade.
L:Vamos
nos falar todos os dias Vivian.
V:Claro
(já abraçando com lágrimas nos olhos)
E
assim chegou à noite.
Lívia
fez a mesma rotina de sempre, como Paulo ainda não havia chego a casa, ela
deixou Julia com Janaína e foi até o apartamento de Fernando, aquela noite
tiveram a noite de amor que já detalhei e deixou aquele bilhete, quando
retornou a casa estava tudo tranquilo.
Paulo
já havia chego e jantado.
Janaína
tinha ganhado aquele resto de dia de folga de Paulo.
P:Onde
você estava amor?
L:Estava
resolvendo os últimos ajustes da Frosch, afinal não se deixa uma empresa de uma
hora pra outra, a sua esta sendo transferida. (com a cara abatida)
P:É.(Já
bebendo).
Estavam
todos prontos pra dormir, Julia já dormia em seu quarto, era por volta de 05:00
Hrs estava quase amanhecendo quando Lívia e Paulo ouviram um barulho de janela
quebrando.
L:Paulo
você ouviu isso? (já se sentando a cama assustada)
P:Ouvi,
espera fica aqui! Eu vou ver o que é.
L:Cuidado
Paulo.
P:Acho
melhor você ir pro quarto da Julia e esperar com ela, tranca a porta e em
hipótese nenhuma saia de lá antes de eu dizer que pode.
L:Tá,
eu tô indo.(Já foi indo com os passos silenciosos mas antes, pegou uma tesoura
em sua gaveta, não custava nada se prevenir).
E
assim ela fez, Lívia chegou ao quarto da filha e a viu na cama, estava com uma
carinha de assustada.
L:Own
minha filha, você também acordou com o barulho?
J:Acordei,
o que foi isso mãe?
L:Não
sei Julia, teu pai foi ver o que é.
J:Tô
com medo mãe.
L:Não
precisa ter medo, as vezes foi só um gato, ou algum moleque passando por aí.
Lívia
abraçou a filha e ficou quietinha com ela ali. Alguns minutos depois Lívia
ouviu barulhos muito fortes, tinha gente em casa e Paulo estava brigando com
esse alguém.
Ela
não podia ficar sem fazer nada. Pegou disfarçadamente a tesoura sem que Julia
percebesse e foi sair do quarto.
J:Mãe,
não! Não me deixa aqui sozinha, eu tô com medo.
L:Filha
não precisa ter medo, eu não vou deixar que nada de ruim aconteça com você.
Fica aqui e só abra essa porta quando eu mandar.
Lívia
desceu as escadas de vagarzinho, com o máximo de cuidado com o barulho dos pés
no assoalho de madeira.
Assim
que foi chegando à sala viu tudo quebrado, seus vasos ao chão.
Quando
pisou no ultimo degrau percebeu que alguém veio a sua costa, mas não deu tempo
de fazer nada, a tesoura em suas mãos foi inútil de nada adiantou, uma chave de
braço se formou em volta de seu pescoço.
--:
Shhhhiii, quietinha se não subo e acabou com a sua filhinha também.
Lívia
não conseguia distinguir exatamente a voz que falava com ela, a pessoa usava
alguma coisa talvez um aparelho que modificou sua voz, estava com um capuz
preto no rosto, com luvas. Lívia olhou a sua frente e num instante estava
Paulo, com um corte na cabeça que sangrava continuamente e outro encapuzado o
segurando.
L:Por
favor não machuquem a minha...
---:Shiiiii,
eu disse pra ficar quieta. (disse a pessoa que a segurava)
Lívia
sentiu uma coisa fria em seu pescoço... Era o que estava pra virar seu maior
pesadelo, uma faca.
P:Não,
por favor, não a machuquem (desesperado)
---:Para
com isso! Solta isso ou você não sabe do que eu sou capaz! (disse a pessoa que
estava junto ao Paulo)
---:Cala
a boca!(gritou a pessoa que estava com Lívia)
---:Maldita!(a
pessoa puxava o cabelo de Lívia)
Lívia
chegou à conclusão de que a pessoa que estava com ela era uma mulher.
O
que segurava Paulo, não tinha nenhuma arma ou faca, apenas fazia uma chave de
pescoço nele. Talvez se Lívia conseguisse sair daquela situação, e deixar a
mulher sem a faca, Paulo conseguiria se soltar e teriam alguma chance.
Engano
de Lívia. Mas ela só percebeu isso depois.
Num
ato impensável Lívia deu uma cotovelada na mulher que estava atrás de si,
ficaram numa pequena luta em posse da faca, até que a mesma voou longe pelo
chão.
L:Faz
alguma coisa Paulo! (desesperada)
O
Mesmo estava imóvel.
Lívia
correu em direção à faca, mas a suposta mulher foi mais rápida, pegou a faca e
veio em direção a Lívia, a outra pessoa do nada soltou Paulo (que em vez de
correr ficou parado, parece que esperando ser morto) e foi em direção a mulher,
num instante a faca das mãos da mulher que estava vindo em sua direção foi
tomada pelas mãos da outra pessoa e num apto de segundo sem que mesmo Lívia
conseguisse assimilar o que estava acontecendo, a outra pessoa enfiou a faca no
peito de seu marido, assim apagou o brilho de vida de seus olhos, seu marido
caiu ao chão, como um boneco que acabou a corda.
O
outro encapuzado disse algumas coisas a ela a segurou pelo braço e saíram
correndo. Deixando Lívia ao chão do lado do marido já morto.
Virou
Paulo com a barriga pra cima pra poder vê-lo, ter certeza que realmente não teria
nenhuma chance de vida.
Mas
foi em vão, ele já não pertencia mais aquele mundo.
Então
antes mesmo que pudesse pensar no que fazer, ouviu barulho de polícia. As luzes
da sirene ofuscaram seus olhos enquanto ainda estava ajoelhada no chão.
O
barulho da sirene fez com que Julia se sentisse segura em sair do quarto.
Quando
começou a descer as escadas, apenas viu um saco preto enorme estendido no chão
da sala de sua casa, muitos policiais falando em pequenos rádios, mas e sua
mãe? Não conseguia vê-la.
Já
eram 6hrs da manhã.
Julia
parada na escada, como se ninguém a tivesse vendo ali, começou a chorar, não
pelo que estava vendo, porque nem conseguia distinguir o que estava
acontecendo, entrou em desespero por não ver sua mãe.
Jah:Julinha,
vem cá comigo. (já a puxando pra cima novamente)
J:Cadê
a minha mãe Janaína?
Jah:Sua
mãe foi conversar com os policias, espera aqui no seu quarto que a sua madrinha
já ta chegando.
J:A
Tia Vivian? Mas eu não quero subir Janaína!(descendo as escadas enquanto
Janaína tentava fazê-la subir)
Jah:Julia
fica aqui.
J:Não!
E foi chegando à sala de novo quando viu sua mãe sendo levada algemada.
Otávio
ouviu toda a história resumida por Lívia e começou a dizer.
O:Bom,
então a senhora era casada com o Senhor Paulo Henrique Strauss, mas como não o
amava mantinha um caso com um amante que a senhora mencionou como Fernando.
L:Sim,
esse é mesmo o nome dele.
O:E
do nada um dia o Senhor Paulo Strauss disse que vocês iriam morar em outro país
por problemas na empresa, e no dia seguinte vocês sofrem um assalto, onde os
assaltantes em si, não possuíam armas, um deles era uma suposta mulher e não
roubaram nada, é isso?.
L:Sim,
é isso mesmo.
O:A
Senhora tem um suspeito?
L:Não
ao certo, acho que possa ter sido inimigos da empresa.
O:E
o seu amante?
L:O
que tem ele?(assustada)
O:Vou
ter que ouvi-lo.
L:Porque?
O:Porque
ele é um suspeito, a senhora deixou uma carta pra ele, não pode afirmar qual
foi a reação que ele teve ao lê-la.
Lívia
ficou em silêncio, ela tinha suspeitas de que poderia ter sido Fernando, mas
não podia simplesmente levantar essa suspeita. E se não fosse ele?
L:Se
isso pode me ajudar a sair daqui tudo bem.
O:Sua
filha também, terei que ouvi-la.
L:Não
dá pra poupa-la disso?
O:Não,
infelizmente não. E eu vou falar com ela, mas logo a própria polícia pedirá pra
ouvi-la.
L:Eu
entendo. Por favor, senhor Otávio (segurando nas mãos dele) me ajuda, não posso
ficar aqui, tenho um a filha pra criar.
O:Sim
senhora Lívia, eu não costumo perder nos meus casos.(Tirando as mãos meio
constrangido)
L:Obrigada.(Sorrindo
pra ele)
O:Bom,
agora vou por em papéis, tudo o que conversamos e ver o que podemos fazer pra
conseguirmos o mais breve possível um habeas corpus.
L:Mas
uma vez muito obrigada Senhor Otávio.
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