Ele
a cumprimentou mais uma vez com um aperto de mão e saiu da sala.
E
depois desse dia a rotina de Otávio mudou completamente, ele se dedicou ao seu
máximo no caso de Lívia Strauss. Chegava à casa a noite porque ficava até tarde
trabalhando, quase não via Marta, que por sua vez também nem fazia questão. Sua
vida se resumia ao trabalho, e seu trabalho estava no momento se resumindo a
Lívia.
Ia
à penitenciaria todos os dias para passar os relatórios a ela e também para
distraí-la. Levava livros, sabia que ela adorava ler.
E
assim se passaram dias... Semanas... Meses.
Lívia
ainda tinha fé que iria conseguir sair de lá. Estava morrendo de saudade de sua
filha, mas não queria que a filha a visse daquele jeito. Por isso pediu a
Vivian que não a levasse pra vê-la.
As
únicas visitas de Lívia eram de Vivian e Otávio, que passou de seu Advogado a
seu amigo.
Cinco
meses se passou até Otávio conseguir um habeas corpus pra que Lívia conseguisse
responder em liberdade. Já que era Réu primaria e não tinha provas o suficiente
pra considera-la de fato a assassina isso foi possível.
Era
um dia ensolarado, domingo, Lívia não via a hora de ver sua filha, mas saiu
cedo demais, e como não tinha como ir até a casa da Vivian, teria que esperar.
Como Julia estaria? Será que havia crescido muito? Ficava se fazendo essa
pergunta a todo o momento.
A
Luz do sol fez doer os olhos de Lívia que já não estavam mais tão acostumados.
Assim
que conseguiu fixar seus olhos em um ponto, viu a pessoa que menos imaginara.
Aliás, era um Domingo.
O:Não
podia deixar de vir. Você fora daquele lugar, mesmo que ainda não definitivo,
não deixa de ser uma vitória (deu um abraço apertado)
L:Muito
Obrigada Otávio, eu nem sei como te agradecer, além de meu advogado você está
sendo um amigão.
O:Eu
é que tenho que te agradecer por confiar em mim.
Ela
sorriu docemente pra ele.
L:Não
vejo a hora de ver a minha filha. (sorrindo)
O:Eu
a vi semana passada quando fui falar com Vivian, ela me enchia de
perguntas.(Rindo) Uma menina linda. Parabéns.
L:Obrigada,
coitadinha, ela não merecia estar passando por isso.
O:Não
se culpe Lívia, você não teve culpa.
L:Tem
razão, bom, vou sentar aqui e esperar.
O:Esperar
o que?
L:Vivian
me buscar, saí antes do horário que passei pra ela. Oh só uma coisa. (rindo)
O:Mas
de jeito nenhum, vem comigo que eu te levo.
L:Imagina
Otávio, eu não quero ser inconveniente.
O:Ah,
para com isso, se eu que tô convidando.
Lívia
riu.
O:Então?
(sorrindo)
L:Desse
jeito então eu vou. (sorrindo)
O:Ótimo,
meu carro está logo ali (Apontando pra uma rua ao lado onde estavam)
Foram
até o carro. Otávio sabia onde era a casa de Vivian, afinal depois de algum
tempo só tratavam do assunto de Lívia na casa dela.
E
em alguns minutos estavam em frente à Mansão de Vivian.
Parados
dentro do carro.
L:Mais
uma vez, muito Obrigada Otávio.(Segurando na mão dele)
Sem
saber o porquê, mas esse gesto deixou Otávio nervoso.
O:Imagina.
Não tem o que agradecer só tô fazendo o meu serviço.
Droga!
Otávio percebeu no mesmo instante que falou merda.
O:Não,
eu quis dizer que..//
Ela
não o deixou terminar.
L:Você
quis dizer o que você disse Otávio, não se preocupe. Entendo o seu “Trabalho”.
(Abrindo a porta do carro)
L:De
qualquer forma Obrigada mais uma vez por fazer o seu trabalho. (e deu um
sorriso forçado)
Lívia
saiu sem nem olhar pra traz.
Chega
de distrações.
Lívia
chegou ao portão, mas como já a conheciam, deixaram que entrasse sem reportar a
Vivian no interior da mansão.
Na
mansão Andrade.
J:Vamos
tia! Vamos logo, se não vamos chegar atrasadas.
V:Calma
aí Julia, ainda não está no horário.
J:Eu
não vejo a hora.
Math:Eu
também estou morrendo de saudades da tia Lívia.
J:Matheus,
fala pra tia pra andar logo(já desesperada).
Math:
(rindo) Até parece Julia, tenho amor a minha vida.
A
menina andava que nem barata tonta de um lado pro outro.
A
Campainha toca...
J:A
não tia...
Math:Tomara
que seja só algum recado.
V:Que
estranho, nem interfonaram. (indo em direção a porta)
Assim
que Vivian abriu a porta, levou um susto.
Lívia
a abraçou e fez um sinal de silêncio pra ela.
J:Tia!(E
foi indo em direção à porta)
Mas
seus passos apressados cessaram assim que seus olhos viram sua mãe sorrindo pra
ela.
J:Mãe?(com
os olhos cheios de lagrimas e a voz embargada)
L:Meu
anjo! (com os braços aberto pra um abraço)
Julia
correu de encontro com a mãe, Lívia era só lágrima. Abraçava a filha forte que
podia até sentir seu pequeno coração a mil por hora.
L:Meu
amor que saudade!(sorrindo enquanto segurava com as mãos tremulas o rosto da
filha)
J:Mãe!
Promete que nunca mais vai me deixar?
L:Prometo
meu amor, prometo. (a abraçando novamente)
Assim
ficaram por vários minutos.
M:Ei
Julia, posso abraçar a minha tia também?(rindo)
Lívia
sorriu para o sobrinho
J:Só
um pouquinho. (sorrindo)
Lívia
cumprimentou o sobrinho com um longo abraço também e depois a amiga.
Ficaram
a tarde toda matando a saudade, ela e a filha. Mais a noite quando Matheus e
Julia foram dormir, Vivian e Lívia foram ate o escritório.
Vivian
sentou no sofá, e Lívia logo sentou a sua frente.
Lívia
pegou nas mãos de sua amiga e disse.
L:Hora
de contar a verdade minha amiga.
(Alguns
minutos depois)
V:Nossa
Lívia, agora sim tudo faz sentido. Mas quem será essa mulher?
L:Não
sei, não faço ideia, mas ela iria mudar a minha vida.
V:Iria.
Mas tenha fé. Podemos encontra-la, posso por um detetive pra investigar.
L:Não.
Agora deixa como está, o que está feito, está feito.
V:Você
é quem sabe.
V:Agora
vem cá, como você veio pra casa?(Já sorrindo)
L:O
meu advogado me trouxe.(meio irritada)
V:Nossa
o que é isso? Que revolta toda é essa?(rindo)
L:Que
revolta? Não tô com revolta nenhuma não. Não é o que ele é? Meu advogado.
V:E
eu não te conheço Lívia.
L:Vivian,
nem quero pensar no que eu posso tá sentindo aqui nesse coração idiota.
V:Oque?
Como assim?(Sorrindo pra amiga) Você está... Está?
L:Para
com isso Vivian, não estou nada não. Vamos mudar de assunto.
L:Mas
e aí?Como estão as minhas coisas?
V:Primeiro,
você perdeu a Frosch
L:O
que?(assustada)
V:Mas
eu a comprei e assim que você puder, você pode administra-la como quiser.
L:Nossa
Vivian não acredito que você fez isso por mim! Não sabe o como isso é importante
pra mim. (Abraçando mais uma vez a amiga).
V:A
Mansão está no nome da Julia e seu, então você pode voltar pra lá. Só porque
tem a Julia, porque tudo o que o Paulo te deixou em testamento, tudo o que é
seu de direito de casada com ele, está confiscado.
L:E
Minha conta?(Nervosa)
V:A
Conjunta foi bloqueada por ordem judicial, a pessoal está bloqueada também mas
pode ser liberada após um mês do seu habeas corpus, e a Jurídica não foi
mexido.
L:Ótimo.
Estava preocupada com a Jurídica mesmo.
V:Lívia
, você sabe que pode contar comigo sempre não é? E sabe também que pode ficar o
tempo que quiser aqui.
L:Obrigada
Vivian, vou aceitar sua oferta e ficar aqui por um tempo, mas pretendo comprar
outra casa, vou colocar a mansão a venda, sei que o preço cai bastante pelo
crime. Mas é melhor que nada.
V:Entendo.
Até mesmo a Julia não quer voltar pra lá.
L:E
com razão, coitadinha.
V:Lívia,
agora é bola pra frente, vamos rezar pra que o seu julgamento não demore e sua
inocência seja provada.
L:Deus
te ouça.
E
assim conversaram até altas horas, depois foram dormir. Lívia sonhava com um
colchão de molas todos os dias, um banho de banheira com sais bem demorado e
morno.
Mal
acreditava que não estava mais naquele inferno.
No
dia seguinte.
Começou
a rotina.
Lívia
queria continuar da onde nunca deveria ter parado. Voltou a empresa, todos a
trataram normalmente, era a chefe deles e seja lá o que tivesse acontecido
naquela mansão naquele dia. Gostavam dela, e aquele sentimento de família
dentro da “Frosch Eventos” para a alegria de Lívia não havia se perdido.
Antes
deixou Julia na escola como fazia.
Na
mansão dos Dreyar.
Otávio
estava meio perdido com a sua rotina, seus afazeres em torno de Lívia Strauss
havia diminuído devido ao Habeas Corpus.
No
quarto do casal, Marta falava baixo ao celular.
M:Encontrou?
...:Sim,
como a Senhora pediu.
M:Me
passa o endereço.
Depois
de anotar...
M:Mas
é aqui mesmo no Rio?
...:
Sim.
M:Bom,
muito Obrigada Senhor Victorio.
...:Um
prazer servir a senhora novamente, quando precisar, é só chamar.
M:Sim.
Marta
desligou o celular e deu um sorriso.
M:Até
que em fim, te achei meu amor.(disse sozinha)
Desceu
para tomar café com o marido.
Marta
até então não havia ligado que seu marido estava cuidando do caso de sua maior
rival. Após a prisão de Lívia, Fernando desapareceu e Marta como uma louca
começou uma frenética busca por ele. Sua única preocupação nesses longos três
meses foi encontrar Fernando.
Victorio
era um detetive que ela contratou para “caçar” Fernando.
Aquele
era o dia mais feliz de sua vida, depois de tempos.
Sua
expressão mudou radicalmente.
M:Bom
dia meu amor! (dando um beijo no marido)
O:Bom
dia Marta (sem um pingo de animo)
M:Nossa,
o que foi que aconteceu?(fingindo que sempre esteve feliz daquele jeito)
O:Nada
demais, só uns assuntos do trabalho.
M:Como
assim? Você não tá conseguindo provar a inocência daquela moça?Como é o nome
dela mesmo...
O:Lívia!
Lívia Strauss Portegas.
M:Como?(Tossindo
com o café)
O:Como
o que?
M:Lívia
Strauss Portegas, aquela que é mulher daquele empresário famoso, o...o.. como é
mesmo o Nome dele..
O:Paulo
Strauss.(Sem entender o nervosismo da mulher)
M:Meu
Deus! O empresário que morreu assassinado foi o Paulo Strauss?(surpresa)
O:Marta,
que mundo você está vivendo? Isso faz meses, deu em todos os jornais, em todos os
sites.
M:Eu
vi, mas não liguei o caso com as pessoas em si.
O:Eu
to trabalhando nesse caso há meses, há meses comento sobre ele, no jantar, no
almoço, antes de dormir e você nunca prestou atenção?
M:Otávio,
não é isso, é que...(já indo com a mão no rosto dele, querendo dar um carinho)
O:É
que nada, vou trabalhar, pelo menos no meu escritório eu sou visto e
ouvido(saindo bufando da mesa).
Otávio
estava indo ao seu escritório, a verdade é que estava perdido sem ter que
sempre correr atrás das coisas de Lívia, o certo seria pegar outro caso, pra
ocupar a cabeça até o julgamento dela, que ainda nem tinha data marcada.
No
escritório...
L.F:Cara,
eu não tô vendo isso.
O:O
que foi?
L.F:Você
tá com uma cara péssima. (rindo)
O:Nossa,
valeu por ser tão sincero.
L.F:Amigo
é pra essas coisas.
O:Sei.
L.F:é
a Senhora Portegas não é?(brincando com o amigo)
O:Portegas?(ainda
não assimilando) Ah a Lívia.
L.F:Humm,
já ta assim então.
O:Cala
a boca Luiz . (rindo)
L.F:Te
conheço cara.
O:O
que você quer dizer com esse “te conheço”?
L.F:Você
está de quatro pela Senhora Portegas.
O:Ah
ah , até parece.
L,F:Não
acredito.
O:Não
acredita no que Luiz Felipe Fontes?
L.F:Em
você!
O:Não
quer acreditar não acredita.
L.F:Você
sabe que vou te vencer pelo cansaço.
O:Sei.
L.F:Então,
Não reluta, Vai Otávio me conta, você esta apaixonado, não é?
O:Ai
que saco Luiz, parece criança.
L.F:Então
não tá?
O:Definitivamente
Não!
L.F:Então
sem ressentimentos se eu me candidatar a novo marido da Lívia?
O:Não
ouse fazer isso.
L.F:Porque?(o
atentando)
O:Porque...
Porque, não suportaria vê-la nos braços
de outro, porque “eu” quero protegê-la, porque eu estou completamente rendido.
Estou apaixonado.
L.F:Uhh,
eu achei lindo, mas isso não era pra ser dito pra mim, Otávio.
O:Idiota.
(rindo)
L.F:Porque
não diz isso pra ela?
O:Porque
eu sou casado?
L.F:Separa.
O:Não
é fácil assim.
L.F:É
sim, se você não ama mais a Marta, se separa meu filho.
O:Não
posso fazer isso com ela.
L.F:E
vai ficar enganando ela? Assim vai ser pior.
O:Só
que tem outra coisa, amo a Lívia, mas ela não me ama.
L.F:Quem
disse?
O:Eu.
L.F:E
a quanto tempo você é a Lívia pra saber?
O:Ah
Luiz.
L.F:Ah
Luiz nada, não fica tentando deduzir as coisas que você não sabe tudo não. Só
quem pode dizer se ela te ama ou não, é ela.
Otávio
ficou em silêncio, Luiz tinha razão.
L.F:E
se não ama também, quem é que disse que ela não pode se apaixonar?
O:A
essa altura do campeonato conquistar alguém.
L.F:Não
é alguém, é a mulher que você ama.
O:O
que te deu Luiz? (rindo)
L.F:Tô
assistindo as novelas mexicanas do SBT.(rindo)
O:Logo
vi.
L.F:Mas
não desconsidere o que eu disse, é a mais pura verdade.
Luiz
conversou mais um pouco e foi pra sua sala.
Otávio
não queria, mas ficou com aquelas palavras na cabeça.
Já
Lívia não tinha tempo pra fazer essa pergunta pra si mesma.
Estava
ocupada demais em voltar a viver. Viver
a vida que jamais devia ter parado de viver.
E
assim se passou o dia.
Julia
viu a mãe sentada na cama cheia de papeis em volta.
Subiu
na cama e sentou ao lado.
J:Mãe,
você não vai dormir?
L:Claro
que sim, mas ainda vai demorar um pouco. (sorrindo)
J:É
do seu trabalho?(Se referindo à quantidade de papel)
L:É.
J:Mãe?
L:O
que foi Julia? (sem tirar os olhos do papel)
J:Quando
a gente faz uma coisa pro bem de outra pessoa, mesmo que seja ruim, Deus
perdoa?
Lívia
parou de mexer nos papeis e olhou pra filha.
L:Deus
perdoa sim quem faz as coisas pro bem, mesmo que acabe ruim, se a intenção foi
fazer o bem ele perdoa sim. Por quê?
J:Nada.
Lívia
ia começar a mexer nos papéis de novo quando...
Julia
a abraçou forte e chorando começou a falar.
J:Mãe,
eu não quero mais morar naquela casa onde o Pai morreu.
L:Own
minha filha, nós não vamos não, fica sossegada, assim que eu estabilizar na
Frosch eu vou comprar uma casa linda pra gente tudo bem?
J:Tá.
Mãe, só mais uma coisa.
L:O
que foi Dona Ana Julia?Rs.
J:Posso
dormir com você hoje?
L:
Hun Pode com uma condição.
J:O
que?
L:Me
encher de beijo. (sorrindo)
Julia
sorriu.
E
Ficaram ali alguns minutos brincando antes de dormir.
Já
era quase 00h00min, Lívia estava exausta então resolver dormir, mas Otávio
estava ocupando seus pensamentos e dormir levou certo tempo.
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