sábado, abril 02, 2016

Doce Poesia - 20º Episódio

Ela virou-se de frente para ele, os olhos eram tomados pelas lágrimas que não paravam.
Dan: Eu a amei todo esse tempo por você.
B: Por isso algo me impedia de amar incondicionalmente a Ana Beatriz.
Dan: Por isso ela sempre foi mais ligada ao Senhor Bento.
B: Porque não me disse antes.
Dan: Porque eu precisava proteger a Clarice. Senhor Bento descobriu que eu adotei ela. Me ameaçou de todas as maneiras.
Por isso nunca pude te contar nada, sequer te tirar de lá antes.
Precisava ter a minha filha em segurança, tem um lugar seguro para te trazer, e o melhor... Garantir o tratamento dela em São Paulo.
B: O que exatamente ela tem?
Dan: Um dia te levo na fisioterapia dela, e o médico te dará mais detalhes. Mas resumindo, ela tem os ossos das pernas fraco demais.
B: Minha filha... – chorando –
Dan: Sim – sorrindo –
B: Você a salvou, por mim.
Dan: E a salvaria quantas vezes fosse possível. Eu nunca, nunca vou deixar vocês.
Os dedos passavam delicadamente pelo rosto dela.
Ela o beijou, os olhos fecharam entregando-se ao momento.
O corpo estava relaxado, despreocupado.
O Amor contemplava todo o lugar, não existia mais nada, espaço pra mais nenhum pensamento ou sentimento.
As línguas se entrelaçaram intensamente.
Dan deslizava as mãos pela costa dela.
Dan: Beatriz... – sussurrando –
B: Sou sua... Pra sempre.
Os lábios brincavam com a orelha dele.
O ex mordomo agora tinha os olhos fechados, apenas sentindo o que a língua que a língua da sua mulher tentava fazer com o seu juízo perfeito.
Ela o encarou e sentou-se em cima dele, encaixando-se perfeitamente.
Os lábios dele, encontraram os seios dela em um sincronismo combinado.
Os movimentos eram lentos, mas intensos. Gemidos tímidos saíam por entres os lábios de Dan.
Que teve a respiração cada vez mais ofegante antes que pudesse despejar dentro dela, todo o seu desejo.
Chegaram ao máximo de prazer.
-
Estavam vestidos, prontos para uma conversa emocionante com a pequena Clarice.
Antes que pudessem descer as escadas, Dan queria lhe mostrar o resto da casa.
Ainda no andar de cima, havia um quarto simples onde Dan pelo jeito gostava de ficar e escrever suas poesias.
Ao lado, havia outro quarto, cheio de bonecas, decorado com muito carinho. Além do quarto de Beatriz e Dan, aquele era o único que havia uma sacada.
Beatriz ficou um pouco confusa.
B: Achei que o quarto dela fosse no andar de baixo.
Dan: Provisório. Ela e eu fizemos um acordo, de que o quarto dela no andar de baixo era completamente temporário.
Ela gosta do vento batendo no rosto.
Eu creio que logo ela estará firme, andando e correndo pra tudo quanto é lugar.
B: É Claro que sim. – beijando-o –
As fotos no corredor faziam que Beatriz sentisse um aperto no peito. Eram tão lindas. Dan e Clarice em momentos que ela nunca poderá reviver com eles.
Desceram as escadas, e Clarice estava na sala assistindo Tv.
Dan a pegou no colo com certa delicadeza e a colocou no sofá.
Dan: Filha, eu conversei com a Beatriz.
A Menina já tinha os olhos marejados quando olhou para Beatriz.
C: Então a senhora já sabe que...
B: Sou sua mãe, minha pequena.
Beatriz logo a abraçou, tinha vontade de nunca mais soltá-la. Não conseguiu não conter o impulso de erguê-la e apertá-la com mais facilidade contra seu peito.
Podia sentir o coração pulsar frenético.
B: Minha filha, minha pequena. – beijando-a nas bochechas –
Poderia ficar assim o resto da vida que pouco importaria.
B: Como eu te amo, como eu sinto muito por não ter estado ao seu lado, por não te de amado quando disse sua primeira palavra, deu o seu primeiro passo.
C: Fique tranquila, Mamãe. Teremos o resto da vida para ficarmos juntas.
B: Mamãe?
As lágrimas insistiam em cair por seu rosto. E Aumentou ainda mais quando ela viu que a filha também chorava.
Dan: Own, meu anjo, porque está chorando? – aproximando-se –
Beatriz se assustou achando que poderia ter machucado a filha, afinal era tão leve que ela não conseguia não segurá-la em seu colo.
B: Meu Deus, filha. Estou te machucando? – nervosa –
C: Não, estou bem. – sorrindo -  Pai...
Dan: O que foi, meu amor?
C: Obrigada por sempre cumprir as suas promessas, prometeu que traria a minha mãe, e trouxe.
Dan: Agora somos uma família. E nada nem ninguém irá mudar isso.

Poderia ser o fim de todo aquele sofrimento, tudo estaria bem. Se Bento não fosse um maldito homem vingativo.
Não deixaria isso tão fácil assim.
Fora humilhado e teve sua mulher levada por outro, bem debaixo do seu nariz.
A vingança estava armada, mas esperaria a hora certa de saboreá-la.

Dois meses se passaram, desde aquele dia.
Dan trabalhava como Paisagista nas casas e condomínios vizinhos, era um bairro nobre e Beatriz também não poderia ficar de fora.
Não queria mais ficar sem fazer nada, amava ficar com a filha, mas não queria depender de Dan.
Pelo contrário, queria poder ajuda-lo, as despesas com a Clarice eram altas e de maneira alguma poderia ser interrompida.
Beatriz conseguiu um emprego de recepcionista no consultório de um dentista que morava ali mesmo a duas quadras atrás de sua casa.
O seu primeiro salário fora pago e não teve dúvidas do que iria fazer.
Para a sua nova vida, precisava se transformar em uma nova mulher.

Clarice e Marilda estavam na cozinha, a pequena pediu um bolo de chocolate e fazia companhia para a amiga Dona Ma.
Conversavam bobeiras de revistas de fofoca e tv, quando Beatriz chegou.
As duas pararam logo o que falavam, e olharam para Beatriz, ou a mulher que achavam ser Beatriz.
C: Mãe?
Ma: Dona Bia?
B: O que acharam?
As duas continuaram em silêncio.
B: Meninas, pelo amor de Deus, não ficou bom?
Ma: Eu...
C: Tô sem palavras, mãe.
Ma: A senhora tá linda, Dona Bia.
C: Parece que nem é você.
Ma: Parece outra mulher.
C: O seu cabelo ficou lindo, mãe.
Ma: E essa maquiagem? Coisa mais linda. A senhora me desculpe, mas eu nem tinha reparado que olho da senhora era verde.
C: Dona Ma! – repreendendo a babá –
B: Tem razão. – rindo –
Ela tinha outro brilho nos olhos, e a filha a olhava maravilhada.
B: Dan já chegou?
Ma: Ainda não, senhora.
C: Porque não fazemos um belo jantar para o meu pai?
B: Ótima ideia, filha. Eu vou deixar essas sacolas no quarto e já desço ajudar vocês.
Ma: De jeito nenhum.
C: Claro que não, mãe.
B: Porque não?
Ma: Não vamos te deixar mexer com o jantar toda produzida assim, ele fica por nossa conta, não é Clarice?
C: Isso mesmo.
B: Não precisa de tudo isso, meninas.
C: Ah, mãe. Lembrei que hoje, a Dona Ma ia me levar pra assistir um filme que eu queria muito no cinema.
B: Mas não havíamos combinado de irmos esse fim de semana com o seu pai?
C: Não, acho que você se enganou, mãe.
Ma: Acho que não se enganou não, Clarice. Eu não me lembro de... – sendo interrompida –
C: Ai que bom que me leva, Ma. Vamos nos divertir muito. Agora pode ir, mãe. Dona Ma e eu vamos deixar o jantar na mesa pra vocês antes da gente sair. – sorrindo –
O que Beatriz poderia dizer?
Adorou a ajuda da filha, precisava se sentir mulher, se sentir bonita, desejada...
As horas passaram, o jantar fora posto na mesa com muito carinho.
Quando Dan chegou em casa, Clarice e a Babá já haviam saído de casa para o cinema.
Beatriz terminava de maquiar os olhos como a maquiadora havia lhe ensinado horas atrás.
Ouviu a voz de Dan a chamando enquanto vinha em direção ao quarto.
Por um minuto teve vergonha da forma que estava vestida e maquiada. Pensou por um lapso de que só poderia estar maluca.
E no impulso, entrou dentro no banheiro e trancou-se nele quando Dan entrou no quarto.
Dan: Amor? Está no banheiro?
B: Estou.
Dan: Onde está Clarice?
B: Foi com Dona Ma ao cinema. Amor... Eu acabei de entrar no banho, não sabia a que horas iria chegar.
Pode usar o banheiro de baixo?
Dan: Claro, sem problemas.
B: Assim que terminar, me espera na cozinha. Eu logo desço pra jantarmos.
Dan: Sim, senhora. – rindo –

Assim ele fez, agora estava na cozinha, estranhando o porquê no jantar daquela noite, haviam velas em cima da mesa.
Acomodou-se em uma das cadeiras, beliscou algumas uvas que haviam no balcão enquanto esperava a mulher.
Estava demorando demais, ele estava com fome. Será que havia acontecido algo?
Levantou-se e foi até a ponta da escada.
Dan: Amor?! Vai demorar muito ainda?
B: Estou descendo.
Dan virou-se para voltar a cozinha, mas parou os passos quando ouviu barulho de salto.
Quando puder imaginar Beatriz em cima de um salto alto?
Nunca. Quando virou-se, o que o deixara de boca aberta, não fora apenas os sapatos, e sim todo o conjunto da obra.
Beatriz tinha sobre seu corpo, um vestido azul marinho, onde as mangas vinham até a altura dos cotovelos, sobre as pernas que nunca havia reparado o quanto haviam se tornado torneadas o vestido ficava um palmo acima dos joelhos.
O que fizera nos cabelos?
Os fios longos até os seios e brancos como a neve, deram lugar a delicados cachos a altura do pescoço com fios loiros.
Os olhos eram lindos, como quando a viu pela primeira vez, mas estavam intensos.
Via o rosto corado, um pouco pela maquiagem que ele nunca vira no rosto de Beatriz e um pouco pelo constrangimento que ela mostrava estar, sem Dan entender o porquê.
Os lábios eram um vermelho pimenta, o decote do vestido era tentador.
Quando parou em frente a Dan, a primeira frase que tentou dizer, sequer fora completada, Dan... Não conseguiu se segurar.
B: Eu sei que deve estar me achando uma bo... – foi interrompida –
Dan: Linda.
O beijo que ele deu, foi forte. Tão forte que Beatriz recuou uns passos para tras e seu corpo foi segurado pelo corrimão da escada.
A mão dele rapidamente e sem delicadeza alguma, segurou com força entre os cabelos e a nuca dela.
A empurrou com o próprio corpo em direção a sala, não a colocou no sofá, ainda. A encostou na parede.
O beijo continuava, sem parar um segundo.
Ela podia sentir o coração dele, acelerado como o dela.
O rosto de Dan começava a ficar vermelho, o batom que estavam nos lábios da Senhora Miriolli, agora estava espalhado pelo rosto e pescoço de Dan.
Ele começou a abrir a camisa, e ela continuou a tirá-la. A respiração de ambos estava completamente desordenada.
Ele a apertava contra a parede, fazendo com que ela sentisse o quanto a desejava naquele momento.
Ela segurou os cabelos dele e o puxou um pouco para trás. Deixando o pescoço dele livre para que sua boca pudesse mordiscá-lo.
As mãos dele tinham um poder em Beatriz que ele próprio desconhecia.
Uma delas desceu e timidamente enquanto os beijos ferviam entre suas bocas, ele afastou a peça intima e encontrou o seu ponto de prazer, o liquido entre as suas pernas já anunciava que ela estava pronta.
Os dedos introduziam e moviam-se com certa facilidade.
Quando Dan afastou o decote e deixou que os seus lábios mordessem e chupassem os seus seios, ela não aguentou.
Com voracidade levou uma das mãos em seu membro pulsante e o direcionou para dentro de si.
Erguendo uma das pernas para que a posição ficasse perfeita, ela foi amada. Amada como nunca fora antes.
Os beijos alternavam-se entre os seios e os lábios, ela fazia desenhos nas costas dele com as unhas, o mesmo não sentia nada.
Apenas aquele espasmo no corpo todo, anunciando que logo gozaria.
O prazer era indescritível.
Os corpos já estavam suados, e deslizavam com facilidade, a perna começava a tremer e a ficar bamba.
Ele a virou de costas, e abaixando um pouco mais, ele pode penetrá-la.
Os movimentos intensificaram, ficaram mais fortes, e o gozo logo os contemplou, acompanhado de um gemido de ambos.
Ofegantes apenas abraçaram-se e se vestiram logo.
Dan: Você é uma mulher surpreendente, meu amor.
Ela riu.
B: Estou faminta.
Depois seguiram para um jantar que já nem estaria mais tão saboroso quanto o que saborearam minutos antes.

Durante o jantar, Dan não conseguia parar de olhá-la.
Como estava linda, como a amava, como seus olhos eram verdes, como...
Os pensamentos foram dispersos.
B: O que foi, amor? – sorrindo –
Dan: Eu não consigo parar de te admirar, posso passar horas assim.
No mesmo as bochechas tomaram a mesma cor do molho que completava a deliciosa macarronada que Clarice e Dona Ma deixaram para o jantar.
Dan: Está com vergonha, meu amor? – rindo –
B: Só um pouquinho. Eu nunca me vesti ou me arrumei dessa maneira, me sinto...
Dan: Maravilhosa. – sorrindo –
Passaram algumas horas apreciando o jantar, logo Dona Ma e Clarice chegaram.
Clarice estava encantada com a quantidade de Balões amarrado em sua cadeira de rodas.
O beijo carrinho de seus pais a deixavam mais leve, e o sorriso era esperado.
Dan: Filha, porque comprou tudo isso?
B: Ma, ela te venceu de novo?
C: Como vocês pensam mal de mim, que calunia. Eu ganhei.
B: Ganhou? – olhando para a babá –
C: Ganhei.
M: Ganhou mesmo, cada casal de vovôs que passava, dava um pra ela.
Eles riam.
Clarice era uma menina de onze anos, mas com certeza é muito mais resolvida com a sua situação atual do que muitos adultos.
Sabia que era temporário.

Seis meses se passaram desde então.
Beatriz começou a cursar faculdade odontológica, e Dan conseguiu abrir uma empresa de jardinagem junto com um amigo.
Era um dia de Domingo.
Beatriz, Dan e Clarice haviam acabado de chegar do parque, foram expulsos por uma chuva que se formava.
C: Mãe, porque não faz cookies?
B: Só se vier até aqui me dar um beijo.
C: Que chantagem, mãe! – rindo –
B: Então não quer?
C: Estou indo. – sorrindo –
Clarice pegou uma das muletas ao seu lado, e com um pouco de esforço, levantou-se.
Em passos cuidadosos ela se aproximou-se da mãe e a beijou.
Beatriz a abraçou e encheu de beijos.
B: Se continuar assim, logo já poderá conhecer o seu quarto no segundo andar, meu amor.
C: Eu mal vejo a hora.
O sorriso era enorme.
B: Te amo filha.
C: Eu também, mãe;
Dan entrou na cozinha e completou.
Dan: E eu? Ninguém me ama?
C/B: Claro que amamos.
Ele aproximou-se delas e as beijou.
O momento foi interrompido pela campainha. Dan foi abrir.
Era uma amiguinha de Clarice, queria que a mesma fosse brincar em sua casa.
Clarice estava louca para brincar com a amiguinha, e foi somente com a condição de que a mãe a chamasse assim que os cookies estivessem prontos.

Dan e Beatriz ficaram sozinhos na casa, os primeiros pingos de chuva começaram.
Ambos continuaram conversando.
Suas atuais vidas lhe traziam boas gargalhadas.
Como eram felizes, como Beatriz queria simplesmente apagar da sua memória todo inferno que viveu antes de Dan aparecer em sua vida.
Estavam distraídos quando um barulho da porta batendo no andar de cima, chamou a atenção deles.
Dan: Deve estar ventando forte demais. Vou subir fechar as janelas.
B: Deixa... Eu vou. Acenda o forno pra mim, por favor. Deixa no fogo baixo.
Dan: Sim senhora.
Enquanto Dan fazia o que a mulher mandara, enquanto isso Beatriz mal esperava pelo que estaria por vir.
Ela entrou em seu quarto.
A porta da sacada estava escancarada. Não se lembrava de tê-la deixado daquela maneira.
Fechou a porta e puxou a cortina, o céu parecia noite, as nuvens negras demorariam deixar o céu.
Puxou o tapete felpudo para perto da porta, algumas gostas entraram em seu quarto.
Antes que pudesse pensar em algo mais, seus olhos paralisaram no homem parado a sua frente.
O grito que saiu por seus lábios chamando por Dan, coincidiram com um trovão, e sua voz não chegou aos ouvidos do seu amor.
A mão áspera segurava a sua boca.
Benn: Pensou que eu não te encontraria, vagabunda?
Os lábios estavam perto demais de seu ouvido, a barba passando por seu rosto lhe dava ânsia.
Ele a deixou falar.
B: Por favor, me deixa em paz. Você já desgraçou a minha vida o suficiente.
Benn: Você me pertence, Beatriz. Não seja idiota. Eu te ganhei.
B: Eu nunca mais serei sua.
Benn: Alguns dias longe de mim e já ficou valente?
B: Quero que você morra, maldito.
Os braços dele seguravam forte os braços dela para trás de seu corpo.
Benn: Vai voltar comigo. E onde eu vou te trancar, você nunca mais vai sair.
B: Nunca, nunca!!! – gritando –
Benn: Cale a boca!
O tapa que deu dela, foi tão forte que a mesma foi arremessada ao chão.

Enquanto isso Dan terminava de separar os ingredientes para que Beatriz pudesse fazer o quanto antes os Cookies e pudesse reservar o resto do tempo a ele.
Ao pensar nisso, lembrou-se que a mulher demorava.
Dan: Bia!!! Meu amor... – chamando-a –
Ela avançava em direção a escada.
Dan: Amor! Está tudo bem? Tudo certo aí? – estranhando –
Beatriz não lhe respondera, e isso o chamou a atenção.
Correu o mais rápido que pode, entrou afoito em seu quarto, e lá estava sua mulher... Colocava seus novos documentos em uma bolsa, enquanto Bento mirava um revolver em sua cabeça.
Dan: Seu desgraçado, solte ela.
Benn: Achou mesmo que eu deixaria que roubasse a minha mulher para transar com ela todas as noites sem vir te matar?
Dan: Nos deixe em paz, você tem outras mulheres, tem a sua filha que tanto queria, nos deixa!!
Benn: Nunca. Beatriz é minha e volta comigo.
Dan ameaçou dar um passo em direção a Beatriz, e foi quando Bento atirou.
O tirou acertou a parede, mas foi o suficiente para que Beatriz sentisse que fosse morrer se algo acontecesse a Dan.
B: Dan, deixa... Eu vou com ele
Dan: Não, nunca.
B: Eu prefiro viver o resto da minha vida trancafiada naquele quarto de novo, do que viver sem você nesse mundo.
Dan: E a nossa filha, Beatriz. O que pensa que eu vou dizer a ela?
Benn: Diz pra essa pentelha que a mãe foi embora com o papai dela.
Dan: Beatriz... – implorando –
B: O quer que eu faça, Dan?! – gritando –
Dan: Se abaixe.
B: Como?
Dan: Agora! – gritando –
Bento atirou mais uma vez, o tiro passou de raspão em Dan, e mesmo com o susto o mesmo não parou, avançou em direção a Bento que sentiu o forte golpe em sua barriga.
Beatriz se encontrava no chão, as lagrimas estavam desesperadas, se algo acontecesse a Dan, morreria.
Queria chamar a polícia o quanto antes, mas não podia deixá-los.
A luta entre os dois era intensa, Dan por mais que forçasse, não conseguia desarmar Bento.
Ela começou a chamar por socorro, pedia que alguém chamasse a polícia, que Dan iria morrer.
A arma voou longe deles, antes que algum deles pudesse aproximar-se da mesma, Beatriz correu a pegou antes.
Mal sabia como segurá-la.
Dan gritava para que ela saísse do lugar com aquela arma. Mas ela não podia.
Mirou para eles.
B: Solta ele, Bento.
O mesmo talvez nem a escutara.
O ex mordomo estava nervoso. Beatriz poderia se arrepender depois do que fizesse.
Já Beatriz não podia arriscar atirar nele, não sabia como usar aquilo e ainda poderia acertar Dan.
A briga entre seus pensamentos e teoria não demorou muito.
O Empurrão que Bento dera em Dan fora forte o suficiente para que ambos quebrassem a porta da sacada e caísse da mesma.
O grito mais agonizante fora ouvido da boca de Beatriz.
B: Não!!!
Ela correu para a sacada, Dan espatifado ao chão e Bento embaixo dele.
As pernas pareciam não ajudar, queria correr mais e mais.
Quando chegou na calçada, a chuva começara a engrossar.
Pessoas se aglomeravam em volta com os seus guarda-chuvas desenhados. É claro que logo sua filha sairia, ela não poderia de maneira alguma ver aquilo.
B: Por favor alguém chame uma ambulância!
Ela aproximou-se deles, havia sangue empossando embaixo de Bento, mas não queria saber dele, queria saber do homem da sua vida.
B: Dan.. Dan, pelo amor de Deus. Não faz isso comigo.
Queria tirá-lo de cima daquele verme, mas uma vizinha orientou a não mexer nele até a ambulância chegar.
B: Por favor, só preciso saber se ele está vivo. Me ajudem.
Um homem aproximou-se ao ver o desespero dela.
Checou o pulso e afirmou.
- Está vivo, mas o homem que estava embaixo... Eu sinto muito.
Sequer importava o desgraçado do Bento, a deixava feliz o fato de que Dan estava bem, só precisava de ajuda o quanto antes.
Cinco minutos talvez foi o tempo em que a ambulância demorou para chegar ali.
Quando estava tirando o corpo de Bento e Dan já estava sendo atendido, Clarice apareceu junto com a colega na porta de casa.
C: Mãe?!
A vizinha tentava segurá-la, mas Beatriz viu que seria inútil.
Foi em direção a filha.
B: Filha, o papai sofreu um acidente, vai precisar ir para o hospital, e a mamãe vai com ele.
Eu liguei para a Dona Ma, ela já está vindo ficar com você.
C: Não, Mãe. Eu quero ir com você;
B: Clarice, eu preciso que você me ajude agora, ok? Cuide da casa enquanto o seu pai e eu estamos fora.
C: Mãe...
B: Eu te amo, filha. – beijando-a na bochecha –
C: Por favor, me liga. Me de notícias do papai.
B: Eu farei isso meu amor.
Ambas choravam sem sequer perceber, Beatriz pediu que a vizinha ficasse um pouco mais com Clarice até que a Baba chegasse, e foi com Dan para o hospital.

Naquele dia, seria de fato o verdadeiro dia em que Beatriz ficou livre, pra sempre.
Um ano se passou desde aquele dia.
A família Colli se mudou para o Rio de Janeiro desde algumas semanas depois do ocorrido.
Chega de lugares afastados, desconhecidos, condomínios ou fazendas fechadas.
A casa era localizada no bairro de Copacabana, e assim como a antiga casa, haviam dois andares e a sacada que Clarice tanto queria.
Beatriz e Dan estavam na cama, haviam acabado de acorda quando Clarice entrou no quarto correndo.
C: Bom dia, mãe!!
Ela pulou na cama com ar de travessura.
C: Pai!! Levanta!! Hoje é domingo, precisamos ir ao parque.
Dan ainda tinha os olhos fechados.
Dan: Nós vamos ao parque, filha. Só vou dormir mais um pouquinho, ok?
C: Claro que não! Mãe... me ajuda.
B: Você sabe o que faz que ele levante rapidinho.
C: Pai... – rindo –
As pequenas mãos da menina transformavam-se agora em furiosas cocegas no pai.
Dan retorcia e pulava na cama como uma criança.
Dan: Sua danadinha, vai ver só.
C: Acordou agora?
Dan: Como não acordar? Eu fui obrigado!
Beatriz ria com o jeito com que Dan estava, o cabeço bagunçado, os olhos um tanto vermelhos ainda de sono.
Eram oito e meia da manhã ainda.
Dan: Filha, pega aquilo que o papai pediu pra você guardar;
C: Tá.
Beatriz o beijou.
B: Estão de segredinhos sem mim, é?
Dan: Só um pouquinho.
Clarice voltou com um envelope e entregou a mãe.
B: O que é isso?
C: Vamos pra Disney, pai?
Ele riu.
Dan: Não dessa vez, meu anjo.
Ela abriu o envelope, nele havia uma linda poesia escrita, mas no fundo do envelope tinha um anel.
B: Dan...
Dan: Vire o papel;
Nele estava escrito.
“Quer casar comigo?”
B: Amor, eu... eu nem sei o que dizer.
C: Mãe, por favor. Diz que sim, senão o meu pai vai enfartar.
Dan: Isso mesmo filha.
B: É claro que eu aceito. É claro que me caso com você. Eu te amo, Dan.
Dan: Eu também.
Um beijo fora dado, acompanhado de gritos de viva da filha pulando na cama deles.
Dan: Deixa eu colocar o anel. – pegando-o –
B: É Lindo.
C: É lindo mesmo.
B: Você escolheu sozinho?
C: Claro que não, mãe. Eu ajudei claro.
Dan: Clarice, não era esse o combinado.
B: Hum, então temos uma futura especialista em joias nessa casa? Porque você tem muito bom gosto.
C: Que nada, meu amigo Théo que me ajudou, a mãe dele é dona de uma joalheria aqui.
Dan: Sua malandrinha!!!
Ela ria das caras e bocas que o pai fazia.
Ambos pararam quando perceberam Beatriz chorar.
C: Mãe, o que foi?
Dan: Se casar comigo é tão ruim assim?
C: Pai!
B: Claro que não, meus amores. Eu só estou feliz.
C: Então não chora, mãe.
B: Tem razão, não posso chorar, senão fará mal ao seu irmãozinho. – sorrindo –
Clarice e Dan se olharam e depois olharam para ela.
C: Mãe, você...
B: Ou irmãzinha, ainda não dá pra ser se será menino ou menina.
Dan: Você está gravida? Como? Como isso é possível?
C: Pai, por favor. Até eu sei como...
Beatriz ria.
B: Seu pai está dizendo isso por causa da minha idade, filha. Já não tenho mais idade para engravidar.
C: Papai do céu mandou um presente pra gente.
Dan: Meu amor, eu estou tão feliz.
B: De agora em diante, é só isso que vamos ser... Felizes!!
Ficaram se olhando por alguns minutos quando Clarice quebrou o silencio.
C: Se for menina vai se chamar Laura! Falei primeiro.



~Fim

9 comentários:

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Doce Poesia - 20º Episódio

Ela virou-se de frente para ele, os olhos eram tomados pelas lágrimas que não paravam.
Dan: Eu a amei todo esse tempo por você.
B: Por isso algo me impedia de amar incondicionalmente a Ana Beatriz.
Dan: Por isso ela sempre foi mais ligada ao Senhor Bento.
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Por isso nunca pude te contar nada, sequer te tirar de lá antes.
Precisava ter a minha filha em segurança, tem um lugar seguro para te trazer, e o melhor... Garantir o tratamento dela em São Paulo.
B: O que exatamente ela tem?
Dan: Um dia te levo na fisioterapia dela, e o médico te dará mais detalhes. Mas resumindo, ela tem os ossos das pernas fraco demais.
B: Minha filha... – chorando –
Dan: Sim – sorrindo –
B: Você a salvou, por mim.
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Os movimentos eram lentos, mas intensos. Gemidos tímidos saíam por entres os lábios de Dan.
Que teve a respiração cada vez mais ofegante antes que pudesse despejar dentro dela, todo o seu desejo.
Chegaram ao máximo de prazer.
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Estavam vestidos, prontos para uma conversa emocionante com a pequena Clarice.
Antes que pudessem descer as escadas, Dan queria lhe mostrar o resto da casa.
Ainda no andar de cima, havia um quarto simples onde Dan pelo jeito gostava de ficar e escrever suas poesias.
Ao lado, havia outro quarto, cheio de bonecas, decorado com muito carinho. Além do quarto de Beatriz e Dan, aquele era o único que havia uma sacada.
Beatriz ficou um pouco confusa.
B: Achei que o quarto dela fosse no andar de baixo.
Dan: Provisório. Ela e eu fizemos um acordo, de que o quarto dela no andar de baixo era completamente temporário.
Ela gosta do vento batendo no rosto.
Eu creio que logo ela estará firme, andando e correndo pra tudo quanto é lugar.
B: É Claro que sim. – beijando-o –
As fotos no corredor faziam que Beatriz sentisse um aperto no peito. Eram tão lindas. Dan e Clarice em momentos que ela nunca poderá reviver com eles.
Desceram as escadas, e Clarice estava na sala assistindo Tv.
Dan a pegou no colo com certa delicadeza e a colocou no sofá.
Dan: Filha, eu conversei com a Beatriz.
A Menina já tinha os olhos marejados quando olhou para Beatriz.
C: Então a senhora já sabe que...
B: Sou sua mãe, minha pequena.
Beatriz logo a abraçou, tinha vontade de nunca mais soltá-la. Não conseguiu não conter o impulso de erguê-la e apertá-la com mais facilidade contra seu peito.
Podia sentir o coração pulsar frenético.
B: Minha filha, minha pequena. – beijando-a nas bochechas –
Poderia ficar assim o resto da vida que pouco importaria.
B: Como eu te amo, como eu sinto muito por não ter estado ao seu lado, por não te de amado quando disse sua primeira palavra, deu o seu primeiro passo.
C: Fique tranquila, Mamãe. Teremos o resto da vida para ficarmos juntas.
B: Mamãe?
As lágrimas insistiam em cair por seu rosto. E Aumentou ainda mais quando ela viu que a filha também chorava.
Dan: Own, meu anjo, porque está chorando? – aproximando-se –
Beatriz se assustou achando que poderia ter machucado a filha, afinal era tão leve que ela não conseguia não segurá-la em seu colo.
B: Meu Deus, filha. Estou te machucando? – nervosa –
C: Não, estou bem. – sorrindo -  Pai...
Dan: O que foi, meu amor?
C: Obrigada por sempre cumprir as suas promessas, prometeu que traria a minha mãe, e trouxe.
Dan: Agora somos uma família. E nada nem ninguém irá mudar isso.

Poderia ser o fim de todo aquele sofrimento, tudo estaria bem. Se Bento não fosse um maldito homem vingativo.
Não deixaria isso tão fácil assim.
Fora humilhado e teve sua mulher levada por outro, bem debaixo do seu nariz.
A vingança estava armada, mas esperaria a hora certa de saboreá-la.

Dois meses se passaram, desde aquele dia.
Dan trabalhava como Paisagista nas casas e condomínios vizinhos, era um bairro nobre e Beatriz também não poderia ficar de fora.
Não queria mais ficar sem fazer nada, amava ficar com a filha, mas não queria depender de Dan.
Pelo contrário, queria poder ajuda-lo, as despesas com a Clarice eram altas e de maneira alguma poderia ser interrompida.
Beatriz conseguiu um emprego de recepcionista no consultório de um dentista que morava ali mesmo a duas quadras atrás de sua casa.
O seu primeiro salário fora pago e não teve dúvidas do que iria fazer.
Para a sua nova vida, precisava se transformar em uma nova mulher.

Clarice e Marilda estavam na cozinha, a pequena pediu um bolo de chocolate e fazia companhia para a amiga Dona Ma.
Conversavam bobeiras de revistas de fofoca e tv, quando Beatriz chegou.
As duas pararam logo o que falavam, e olharam para Beatriz, ou a mulher que achavam ser Beatriz.
C: Mãe?
Ma: Dona Bia?
B: O que acharam?
As duas continuaram em silêncio.
B: Meninas, pelo amor de Deus, não ficou bom?
Ma: Eu...
C: Tô sem palavras, mãe.
Ma: A senhora tá linda, Dona Bia.
C: Parece que nem é você.
Ma: Parece outra mulher.
C: O seu cabelo ficou lindo, mãe.
Ma: E essa maquiagem? Coisa mais linda. A senhora me desculpe, mas eu nem tinha reparado que olho da senhora era verde.
C: Dona Ma! – repreendendo a babá –
B: Tem razão. – rindo –
Ela tinha outro brilho nos olhos, e a filha a olhava maravilhada.
B: Dan já chegou?
Ma: Ainda não, senhora.
C: Porque não fazemos um belo jantar para o meu pai?
B: Ótima ideia, filha. Eu vou deixar essas sacolas no quarto e já desço ajudar vocês.
Ma: De jeito nenhum.
C: Claro que não, mãe.
B: Porque não?
Ma: Não vamos te deixar mexer com o jantar toda produzida assim, ele fica por nossa conta, não é Clarice?
C: Isso mesmo.
B: Não precisa de tudo isso, meninas.
C: Ah, mãe. Lembrei que hoje, a Dona Ma ia me levar pra assistir um filme que eu queria muito no cinema.
B: Mas não havíamos combinado de irmos esse fim de semana com o seu pai?
C: Não, acho que você se enganou, mãe.
Ma: Acho que não se enganou não, Clarice. Eu não me lembro de... – sendo interrompida –
C: Ai que bom que me leva, Ma. Vamos nos divertir muito. Agora pode ir, mãe. Dona Ma e eu vamos deixar o jantar na mesa pra vocês antes da gente sair. – sorrindo –
O que Beatriz poderia dizer?
Adorou a ajuda da filha, precisava se sentir mulher, se sentir bonita, desejada...
As horas passaram, o jantar fora posto na mesa com muito carinho.
Quando Dan chegou em casa, Clarice e a Babá já haviam saído de casa para o cinema.
Beatriz terminava de maquiar os olhos como a maquiadora havia lhe ensinado horas atrás.
Ouviu a voz de Dan a chamando enquanto vinha em direção ao quarto.
Por um minuto teve vergonha da forma que estava vestida e maquiada. Pensou por um lapso de que só poderia estar maluca.
E no impulso, entrou dentro no banheiro e trancou-se nele quando Dan entrou no quarto.
Dan: Amor? Está no banheiro?
B: Estou.
Dan: Onde está Clarice?
B: Foi com Dona Ma ao cinema. Amor... Eu acabei de entrar no banho, não sabia a que horas iria chegar.
Pode usar o banheiro de baixo?
Dan: Claro, sem problemas.
B: Assim que terminar, me espera na cozinha. Eu logo desço pra jantarmos.
Dan: Sim, senhora. – rindo –

Assim ele fez, agora estava na cozinha, estranhando o porquê no jantar daquela noite, haviam velas em cima da mesa.
Acomodou-se em uma das cadeiras, beliscou algumas uvas que haviam no balcão enquanto esperava a mulher.
Estava demorando demais, ele estava com fome. Será que havia acontecido algo?
Levantou-se e foi até a ponta da escada.
Dan: Amor?! Vai demorar muito ainda?
B: Estou descendo.
Dan virou-se para voltar a cozinha, mas parou os passos quando ouviu barulho de salto.
Quando puder imaginar Beatriz em cima de um salto alto?
Nunca. Quando virou-se, o que o deixara de boca aberta, não fora apenas os sapatos, e sim todo o conjunto da obra.
Beatriz tinha sobre seu corpo, um vestido azul marinho, onde as mangas vinham até a altura dos cotovelos, sobre as pernas que nunca havia reparado o quanto haviam se tornado torneadas o vestido ficava um palmo acima dos joelhos.
O que fizera nos cabelos?
Os fios longos até os seios e brancos como a neve, deram lugar a delicados cachos a altura do pescoço com fios loiros.
Os olhos eram lindos, como quando a viu pela primeira vez, mas estavam intensos.
Via o rosto corado, um pouco pela maquiagem que ele nunca vira no rosto de Beatriz e um pouco pelo constrangimento que ela mostrava estar, sem Dan entender o porquê.
Os lábios eram um vermelho pimenta, o decote do vestido era tentador.
Quando parou em frente a Dan, a primeira frase que tentou dizer, sequer fora completada, Dan... Não conseguiu se segurar.
B: Eu sei que deve estar me achando uma bo... – foi interrompida –
Dan: Linda.
O beijo que ele deu, foi forte. Tão forte que Beatriz recuou uns passos para tras e seu corpo foi segurado pelo corrimão da escada.
A mão dele rapidamente e sem delicadeza alguma, segurou com força entre os cabelos e a nuca dela.
A empurrou com o próprio corpo em direção a sala, não a colocou no sofá, ainda. A encostou na parede.
O beijo continuava, sem parar um segundo.
Ela podia sentir o coração dele, acelerado como o dela.
O rosto de Dan começava a ficar vermelho, o batom que estavam nos lábios da Senhora Miriolli, agora estava espalhado pelo rosto e pescoço de Dan.
Ele começou a abrir a camisa, e ela continuou a tirá-la. A respiração de ambos estava completamente desordenada.
Ele a apertava contra a parede, fazendo com que ela sentisse o quanto a desejava naquele momento.
Ela segurou os cabelos dele e o puxou um pouco para trás. Deixando o pescoço dele livre para que sua boca pudesse mordiscá-lo.
As mãos dele tinham um poder em Beatriz que ele próprio desconhecia.
Uma delas desceu e timidamente enquanto os beijos ferviam entre suas bocas, ele afastou a peça intima e encontrou o seu ponto de prazer, o liquido entre as suas pernas já anunciava que ela estava pronta.
Os dedos introduziam e moviam-se com certa facilidade.
Quando Dan afastou o decote e deixou que os seus lábios mordessem e chupassem os seus seios, ela não aguentou.
Com voracidade levou uma das mãos em seu membro pulsante e o direcionou para dentro de si.
Erguendo uma das pernas para que a posição ficasse perfeita, ela foi amada. Amada como nunca fora antes.
Os beijos alternavam-se entre os seios e os lábios, ela fazia desenhos nas costas dele com as unhas, o mesmo não sentia nada.
Apenas aquele espasmo no corpo todo, anunciando que logo gozaria.
O prazer era indescritível.
Os corpos já estavam suados, e deslizavam com facilidade, a perna começava a tremer e a ficar bamba.
Ele a virou de costas, e abaixando um pouco mais, ele pode penetrá-la.
Os movimentos intensificaram, ficaram mais fortes, e o gozo logo os contemplou, acompanhado de um gemido de ambos.
Ofegantes apenas abraçaram-se e se vestiram logo.
Dan: Você é uma mulher surpreendente, meu amor.
Ela riu.
B: Estou faminta.
Depois seguiram para um jantar que já nem estaria mais tão saboroso quanto o que saborearam minutos antes.

Durante o jantar, Dan não conseguia parar de olhá-la.
Como estava linda, como a amava, como seus olhos eram verdes, como...
Os pensamentos foram dispersos.
B: O que foi, amor? – sorrindo –
Dan: Eu não consigo parar de te admirar, posso passar horas assim.
No mesmo as bochechas tomaram a mesma cor do molho que completava a deliciosa macarronada que Clarice e Dona Ma deixaram para o jantar.
Dan: Está com vergonha, meu amor? – rindo –
B: Só um pouquinho. Eu nunca me vesti ou me arrumei dessa maneira, me sinto...
Dan: Maravilhosa. – sorrindo –
Passaram algumas horas apreciando o jantar, logo Dona Ma e Clarice chegaram.
Clarice estava encantada com a quantidade de Balões amarrado em sua cadeira de rodas.
O beijo carrinho de seus pais a deixavam mais leve, e o sorriso era esperado.
Dan: Filha, porque comprou tudo isso?
B: Ma, ela te venceu de novo?
C: Como vocês pensam mal de mim, que calunia. Eu ganhei.
B: Ganhou? – olhando para a babá –
C: Ganhei.
M: Ganhou mesmo, cada casal de vovôs que passava, dava um pra ela.
Eles riam.
Clarice era uma menina de onze anos, mas com certeza é muito mais resolvida com a sua situação atual do que muitos adultos.
Sabia que era temporário.

Seis meses se passaram desde então.
Beatriz começou a cursar faculdade odontológica, e Dan conseguiu abrir uma empresa de jardinagem junto com um amigo.
Era um dia de Domingo.
Beatriz, Dan e Clarice haviam acabado de chegar do parque, foram expulsos por uma chuva que se formava.
C: Mãe, porque não faz cookies?
B: Só se vier até aqui me dar um beijo.
C: Que chantagem, mãe! – rindo –
B: Então não quer?
C: Estou indo. – sorrindo –
Clarice pegou uma das muletas ao seu lado, e com um pouco de esforço, levantou-se.
Em passos cuidadosos ela se aproximou-se da mãe e a beijou.
Beatriz a abraçou e encheu de beijos.
B: Se continuar assim, logo já poderá conhecer o seu quarto no segundo andar, meu amor.
C: Eu mal vejo a hora.
O sorriso era enorme.
B: Te amo filha.
C: Eu também, mãe;
Dan entrou na cozinha e completou.
Dan: E eu? Ninguém me ama?
C/B: Claro que amamos.
Ele aproximou-se delas e as beijou.
O momento foi interrompido pela campainha. Dan foi abrir.
Era uma amiguinha de Clarice, queria que a mesma fosse brincar em sua casa.
Clarice estava louca para brincar com a amiguinha, e foi somente com a condição de que a mãe a chamasse assim que os cookies estivessem prontos.

Dan e Beatriz ficaram sozinhos na casa, os primeiros pingos de chuva começaram.
Ambos continuaram conversando.
Suas atuais vidas lhe traziam boas gargalhadas.
Como eram felizes, como Beatriz queria simplesmente apagar da sua memória todo inferno que viveu antes de Dan aparecer em sua vida.
Estavam distraídos quando um barulho da porta batendo no andar de cima, chamou a atenção deles.
Dan: Deve estar ventando forte demais. Vou subir fechar as janelas.
B: Deixa... Eu vou. Acenda o forno pra mim, por favor. Deixa no fogo baixo.
Dan: Sim senhora.
Enquanto Dan fazia o que a mulher mandara, enquanto isso Beatriz mal esperava pelo que estaria por vir.
Ela entrou em seu quarto.
A porta da sacada estava escancarada. Não se lembrava de tê-la deixado daquela maneira.
Fechou a porta e puxou a cortina, o céu parecia noite, as nuvens negras demorariam deixar o céu.
Puxou o tapete felpudo para perto da porta, algumas gostas entraram em seu quarto.
Antes que pudesse pensar em algo mais, seus olhos paralisaram no homem parado a sua frente.
O grito que saiu por seus lábios chamando por Dan, coincidiram com um trovão, e sua voz não chegou aos ouvidos do seu amor.
A mão áspera segurava a sua boca.
Benn: Pensou que eu não te encontraria, vagabunda?
Os lábios estavam perto demais de seu ouvido, a barba passando por seu rosto lhe dava ânsia.
Ele a deixou falar.
B: Por favor, me deixa em paz. Você já desgraçou a minha vida o suficiente.
Benn: Você me pertence, Beatriz. Não seja idiota. Eu te ganhei.
B: Eu nunca mais serei sua.
Benn: Alguns dias longe de mim e já ficou valente?
B: Quero que você morra, maldito.
Os braços dele seguravam forte os braços dela para trás de seu corpo.
Benn: Vai voltar comigo. E onde eu vou te trancar, você nunca mais vai sair.
B: Nunca, nunca!!! – gritando –
Benn: Cale a boca!
O tapa que deu dela, foi tão forte que a mesma foi arremessada ao chão.

Enquanto isso Dan terminava de separar os ingredientes para que Beatriz pudesse fazer o quanto antes os Cookies e pudesse reservar o resto do tempo a ele.
Ao pensar nisso, lembrou-se que a mulher demorava.
Dan: Bia!!! Meu amor... – chamando-a –
Ela avançava em direção a escada.
Dan: Amor! Está tudo bem? Tudo certo aí? – estranhando –
Beatriz não lhe respondera, e isso o chamou a atenção.
Correu o mais rápido que pode, entrou afoito em seu quarto, e lá estava sua mulher... Colocava seus novos documentos em uma bolsa, enquanto Bento mirava um revolver em sua cabeça.
Dan: Seu desgraçado, solte ela.
Benn: Achou mesmo que eu deixaria que roubasse a minha mulher para transar com ela todas as noites sem vir te matar?
Dan: Nos deixe em paz, você tem outras mulheres, tem a sua filha que tanto queria, nos deixa!!
Benn: Nunca. Beatriz é minha e volta comigo.
Dan ameaçou dar um passo em direção a Beatriz, e foi quando Bento atirou.
O tirou acertou a parede, mas foi o suficiente para que Beatriz sentisse que fosse morrer se algo acontecesse a Dan.
B: Dan, deixa... Eu vou com ele
Dan: Não, nunca.
B: Eu prefiro viver o resto da minha vida trancafiada naquele quarto de novo, do que viver sem você nesse mundo.
Dan: E a nossa filha, Beatriz. O que pensa que eu vou dizer a ela?
Benn: Diz pra essa pentelha que a mãe foi embora com o papai dela.
Dan: Beatriz... – implorando –
B: O quer que eu faça, Dan?! – gritando –
Dan: Se abaixe.
B: Como?
Dan: Agora! – gritando –
Bento atirou mais uma vez, o tiro passou de raspão em Dan, e mesmo com o susto o mesmo não parou, avançou em direção a Bento que sentiu o forte golpe em sua barriga.
Beatriz se encontrava no chão, as lagrimas estavam desesperadas, se algo acontecesse a Dan, morreria.
Queria chamar a polícia o quanto antes, mas não podia deixá-los.
A luta entre os dois era intensa, Dan por mais que forçasse, não conseguia desarmar Bento.
Ela começou a chamar por socorro, pedia que alguém chamasse a polícia, que Dan iria morrer.
A arma voou longe deles, antes que algum deles pudesse aproximar-se da mesma, Beatriz correu a pegou antes.
Mal sabia como segurá-la.
Dan gritava para que ela saísse do lugar com aquela arma. Mas ela não podia.
Mirou para eles.
B: Solta ele, Bento.
O mesmo talvez nem a escutara.
O ex mordomo estava nervoso. Beatriz poderia se arrepender depois do que fizesse.
Já Beatriz não podia arriscar atirar nele, não sabia como usar aquilo e ainda poderia acertar Dan.
A briga entre seus pensamentos e teoria não demorou muito.
O Empurrão que Bento dera em Dan fora forte o suficiente para que ambos quebrassem a porta da sacada e caísse da mesma.
O grito mais agonizante fora ouvido da boca de Beatriz.
B: Não!!!
Ela correu para a sacada, Dan espatifado ao chão e Bento embaixo dele.
As pernas pareciam não ajudar, queria correr mais e mais.
Quando chegou na calçada, a chuva começara a engrossar.
Pessoas se aglomeravam em volta com os seus guarda-chuvas desenhados. É claro que logo sua filha sairia, ela não poderia de maneira alguma ver aquilo.
B: Por favor alguém chame uma ambulância!
Ela aproximou-se deles, havia sangue empossando embaixo de Bento, mas não queria saber dele, queria saber do homem da sua vida.
B: Dan.. Dan, pelo amor de Deus. Não faz isso comigo.
Queria tirá-lo de cima daquele verme, mas uma vizinha orientou a não mexer nele até a ambulância chegar.
B: Por favor, só preciso saber se ele está vivo. Me ajudem.
Um homem aproximou-se ao ver o desespero dela.
Checou o pulso e afirmou.
- Está vivo, mas o homem que estava embaixo... Eu sinto muito.
Sequer importava o desgraçado do Bento, a deixava feliz o fato de que Dan estava bem, só precisava de ajuda o quanto antes.
Cinco minutos talvez foi o tempo em que a ambulância demorou para chegar ali.
Quando estava tirando o corpo de Bento e Dan já estava sendo atendido, Clarice apareceu junto com a colega na porta de casa.
C: Mãe?!
A vizinha tentava segurá-la, mas Beatriz viu que seria inútil.
Foi em direção a filha.
B: Filha, o papai sofreu um acidente, vai precisar ir para o hospital, e a mamãe vai com ele.
Eu liguei para a Dona Ma, ela já está vindo ficar com você.
C: Não, Mãe. Eu quero ir com você;
B: Clarice, eu preciso que você me ajude agora, ok? Cuide da casa enquanto o seu pai e eu estamos fora.
C: Mãe...
B: Eu te amo, filha. – beijando-a na bochecha –
C: Por favor, me liga. Me de notícias do papai.
B: Eu farei isso meu amor.
Ambas choravam sem sequer perceber, Beatriz pediu que a vizinha ficasse um pouco mais com Clarice até que a Baba chegasse, e foi com Dan para o hospital.

Naquele dia, seria de fato o verdadeiro dia em que Beatriz ficou livre, pra sempre.
Um ano se passou desde aquele dia.
A família Colli se mudou para o Rio de Janeiro desde algumas semanas depois do ocorrido.
Chega de lugares afastados, desconhecidos, condomínios ou fazendas fechadas.
A casa era localizada no bairro de Copacabana, e assim como a antiga casa, haviam dois andares e a sacada que Clarice tanto queria.
Beatriz e Dan estavam na cama, haviam acabado de acorda quando Clarice entrou no quarto correndo.
C: Bom dia, mãe!!
Ela pulou na cama com ar de travessura.
C: Pai!! Levanta!! Hoje é domingo, precisamos ir ao parque.
Dan ainda tinha os olhos fechados.
Dan: Nós vamos ao parque, filha. Só vou dormir mais um pouquinho, ok?
C: Claro que não! Mãe... me ajuda.
B: Você sabe o que faz que ele levante rapidinho.
C: Pai... – rindo –
As pequenas mãos da menina transformavam-se agora em furiosas cocegas no pai.
Dan retorcia e pulava na cama como uma criança.
Dan: Sua danadinha, vai ver só.
C: Acordou agora?
Dan: Como não acordar? Eu fui obrigado!
Beatriz ria com o jeito com que Dan estava, o cabeço bagunçado, os olhos um tanto vermelhos ainda de sono.
Eram oito e meia da manhã ainda.
Dan: Filha, pega aquilo que o papai pediu pra você guardar;
C: Tá.
Beatriz o beijou.
B: Estão de segredinhos sem mim, é?
Dan: Só um pouquinho.
Clarice voltou com um envelope e entregou a mãe.
B: O que é isso?
C: Vamos pra Disney, pai?
Ele riu.
Dan: Não dessa vez, meu anjo.
Ela abriu o envelope, nele havia uma linda poesia escrita, mas no fundo do envelope tinha um anel.
B: Dan...
Dan: Vire o papel;
Nele estava escrito.
“Quer casar comigo?”
B: Amor, eu... eu nem sei o que dizer.
C: Mãe, por favor. Diz que sim, senão o meu pai vai enfartar.
Dan: Isso mesmo filha.
B: É claro que eu aceito. É claro que me caso com você. Eu te amo, Dan.
Dan: Eu também.
Um beijo fora dado, acompanhado de gritos de viva da filha pulando na cama deles.
Dan: Deixa eu colocar o anel. – pegando-o –
B: É Lindo.
C: É lindo mesmo.
B: Você escolheu sozinho?
C: Claro que não, mãe. Eu ajudei claro.
Dan: Clarice, não era esse o combinado.
B: Hum, então temos uma futura especialista em joias nessa casa? Porque você tem muito bom gosto.
C: Que nada, meu amigo Théo que me ajudou, a mãe dele é dona de uma joalheria aqui.
Dan: Sua malandrinha!!!
Ela ria das caras e bocas que o pai fazia.
Ambos pararam quando perceberam Beatriz chorar.
C: Mãe, o que foi?
Dan: Se casar comigo é tão ruim assim?
C: Pai!
B: Claro que não, meus amores. Eu só estou feliz.
C: Então não chora, mãe.
B: Tem razão, não posso chorar, senão fará mal ao seu irmãozinho. – sorrindo –
Clarice e Dan se olharam e depois olharam para ela.
C: Mãe, você...
B: Ou irmãzinha, ainda não dá pra ser se será menino ou menina.
Dan: Você está gravida? Como? Como isso é possível?
C: Pai, por favor. Até eu sei como...
Beatriz ria.
B: Seu pai está dizendo isso por causa da minha idade, filha. Já não tenho mais idade para engravidar.
C: Papai do céu mandou um presente pra gente.
Dan: Meu amor, eu estou tão feliz.
B: De agora em diante, é só isso que vamos ser... Felizes!!
Ficaram se olhando por alguns minutos quando Clarice quebrou o silencio.
C: Se for menina vai se chamar Laura! Falei primeiro.



~Fim

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