domingo, fevereiro 16, 2014

6° Te Quero de Volta (Fim)

L:Sim, porque? (Ainda abraçando o irmão)
T:Nada, só que eu conheço.
L:Ela é a filha da Alice?
T:Você não sabia?
L:Não.
Luisa teve vontade de dizer a ele que era claro que não sabia que se soubesse não teria trazido ele até ali.
Ele aproximou-se de Alice.
E a abraçou, sabia o quanto os filhos eram importantes para ela. Nada mais importava agora, além do mais, Tiago estava refazendo a sua vida, e pensou que Alice fazia o mesmo quando viu Eduardo aproximando-se.
Alice afastou-se dos braços de Tiago e olhou Eduardo.
Eduardo cumprimentou Tiago com um aceno breve e foi retribuído com o mesmo.
Edu:Alice, não disseram nada mais?
A:Ela está respirando com ajuda do balão de oxigênio, Edu. (abraçando-o)
Edu:Fica calma, ela vai ficar bem, ela é forte.
Ele ficou olhando-a em silêncio.
A:O que foi?
Edu:Preciso falar com você.
A:Pode falar.
Edu:Não, aqui não. Vem , vamos sair.
A:Mas e se tiverem alguma novidade e...
Edu:É rápido.
A:Tudo bem.
Ela aproximou-se de Bernardo e disse para que se tivesse qualquer novidade era para ligar imediatamente para ela.
Ao chegarem em um lugar calmo do lado de fora do hospital, antes que ele abrisse a boca, ela perguntou:
A:Como está a Claudia?
Edu:Fisicamente está bem? Estava dormindo, estava agitada demais com a notícia da perda do filho.
A:Claro.
Edu:Eu te chamei aqui porque quero saber uma coisa.
A:Nossa, desse jeito você está me deixando nervosa.
Edu:A Bia, ela fez esse aborto porque o Bernardo pediu?
A:...
Edu:Porque se for isso, eu vou agora mesmo lá e...
A:Não! Claro que não!!
Edu:Mas então..
A:Eu havia marcado uma consulta para ela hoje de manhã, e os exames iriam apontar a gravidez, ela ficou com medo e resolveu abortar.
Edu:Mas, porque ela fez isso...
Eduardo estava profundamente decepcionado com a filha, aquilo era uma crueldade.
A:Medo, Bernardo me disse que conversou muito com ela, e que desde o inicio ele disse que eles iriam ter o bebê.
Edu:Essa pessoa, essa que fez isso com a Bia, ela deve ser presa.
A:Ela já nem está mais lá.
Edu:Como?
A:Bernardo ligou para a policia, os mesmos não encontraram ninguém lá.
Edu:Mas que droga!!! (gritando)
Alice foi encostando junto a grade que tinha atrás dela.
Edu:Você está bem, Alice?
A mesma continuava a recuar alguns passos.
Edu:Alice! (segurando-a)
Ela encontrava-se em seus braços. Como sentia tê-la daquela maneira, tão frágil, tão indefesa.
Ele a deitou no banco e quando saiu do mesmo para ir atrás de um enfermeiro, ela começou a despertar.
Edu:Meu amor, está sentindo dor em algum lugar?
A:Não, eu estou bem, mas...
Edu:O que? Mas o que?
A:Essa já é a segunda vez que eu desmaio. E isso não é nada legal.
Edu:Segunda?!
A:Uhum... Minha boca está seca.
Edu:Eu pego! Vou te trazer um pouco de água, fica quietinha aí.
Nisso, Alice começou a ajeitar-se para sentar.
Em breves minutos, Eduardo estava de volta com um copo de água.
A:Obrigada. (bebendo)
Edu:Tem certeza de que está bem?
A:Sim, estou bem.
Eles ficaram olhando-se por algum tempo, ele pegou o copo da mão dela e jogou em um cesto de lixo e rapidamente a puxou para um abraço apartado.
Como queria dizer que tudo ia ficar bem, que logo estariam juntos com a filha.
Mas o mesmo também sentia o coração apertado, não conseguia ter pensamentos otimistas.
A:A nossa pequena, Edu...
Eduardo continuava acariciando os seus cabelos.

As horas estavam rastejando naquela madrugada. Tanto que logo Eduardo e Alice voltaram para a sala de espera para saber notícias de Bianca.
Um médico chegou junto a sala e chamou por Eduardo.
Edu:Aconteceu alguma coisa com a Claudia?
Méd: Não, ela acordou e quer falar com você.
Edu:Claro, estou indo.
Ele virou-se para  Alice e sorrindo, foi em direção ao quarto.
Alice sentiu-se tão sozinha por isso, ela não o tinha mais para confortá-la. Virou-se para Tiago e o viu junto a Luisa conversando com Bernardo.
Ela sorriu. Amava Tiago, não como Eduardo, mas o queria bem, e vê-lo feliz a deixava feliz.

No quarto de Claudia, assim que Eduardo entrou a mesma lia o bilhete que o tal Daniel havia deixado.
Mas assim que ela viu Edu, o escondeu embaixo do travesseiro, julgou que se ele visse, ficaria bravo.
C:Edu! (abrindo os braços para ele)
Edu:Eu sinto muito. (abraçando-a)
C:O nosso filho, o nosso bebê.
Eduardo não conseguiu conter as lágrimas. E deixou o seu lado machista de lado para que pudesse colocar aquela dor para fora.
Claudia depois de algus minutos ali, aninhada junto ao peito de Edu, afastou-se e disse:
C:Que mulher te abraçou antes de mim?
Edu: oque?
C:O perfume, esse perfume não é meu.
Edu:Claudia, eu não acredito que... (foi interrompido)
C:É da Alice?
Edu:...
C:Eduardo!!
Edu:Sim, é dela, mas é que...
C:Eu ao acredito que eu acabei de perder o nosso bebê, e você já estava nos braços dela.
Edu:Você que eu...
C:Que você ainda a ama?
Edu: Você sabe que eu jamais faria isso.
C:Então me explica, porque... (foi interrompida)
Edu:Bianca estava grávida, fez um aborto com uma louca e agora está internada aqui respirando com ajuda de aparelho.
C:Grávida?
Edu:E eu abracei sim a mãe dos meus filhos, porque... Porque eu não podia deixá-la nesse momento, e você estava dormindo.
C:...
Eduardo sentou-se na cadeira ao lado.
C:Me desculpa, eu sinto muito, meu amor.
Edu:Não se preocupe, você não tinha como saber.
C:E onde está o ... Daniel?
Edu:Daniel?
C:Sim, foi ele quem me acompanhou até aqui, ficou ao meu lado o tempo todo.
Edu:Sei, quando eu cheguei ele estava indo pra casa.
C:Hum
Edu: Em todo o caso, no bilhete que você escondeu embaixo do travesseiro, tem o contato dele, pode agradecer através disso.
Claudia sentiu o rosto todo aquecer.
Recostou-se nos travesseiros novamente, e tentou pegar no sono.

Passariam a noite ali.
Eduardo dormiu no quarto de Claudia, em uma poltrona ao lado da cama dela.
Bernardo foi com Tiago e Luisa para a casa, depois de muita insistência da parte de Alice. O garoto recusava-se a deixar a namorada.
Mas, Alice sabia que o mesmo não tinha como fazer nada, além do mais, ela ficaria ali. Ligou para Vanderley e avisou que precisaria do amigo para mais algumas horas cuidando do pequeno João.
E assim o hospital foi contemplado pelo silêncio e o barulho de alguns aparelhos.
Alice buscou um café e ficou sentada ali no sofá da sala de espera, sozinha durante a madrugada inteira.
Era aproximadamente 5hrs da manhã, quando Edu saiu para buscar um café, afinal de contas seu corpo todo doía, e durante toda a madrugada só conseguiu cochilar algumas vezes.
Ao ver, Alice sentada sozinha, o mesmo logo foi ao seu lado.
Edu:Alice? Você dormiu aqui?
A:Não... Não consegui dormir.
Eduardo acariciou os cabelos dela com certa doçura, estavam hipnotizados um no olhar do outro, mas a mesma não podia sequer pensar em algo mais.
A mulher dele estava naquele hospital, havia acabado de sofrer um aborto. Seria a pior das mulheres se cedesse a algo assim.
Edu:Vem, vamos comer alguma coisa, você está um pouco pálida.
Ela aceitou.
Depois de um rápido café da manhã, Doutor Nícolas os chamou para mais notícias.
N:Eu preciso de doadores de sangue.
Edu:Sangue?
N:Sim.
Edu:Eu posso doar.
A:Edu, você tem pavor de sangue.
Edu:Mas a minha filha vem em primeiro lugar.
A:Então eu vou doar também.
Edu:Não, não precisa.
Alice olhou para Nícolas e com certa cumplicidade disse:
A:Não precisa, Nícolas?
N:Pelo contrário, se os dois doarem, será ainda melhor.
E assim, logo pela manhã, foram os dois a sala de coleta.
Eduardo não conseguiu sequer olhar para a enfermeira.
Alice já se encontrava ao lado dele. Sabia que ele iria desmaiar se não o distraísse. Sabia que ele estava fazendo aquilo para provar que a filha vinha antes de qualquer coisa.
Mas ela já sabia disso, ele não precisava passar por aquilo para provar isso a ela.
A:Edu, olha aqui pra mim.
Edu:Sim, eu... Eu estou te olhando.
A:Lembra quando ela nasceu?
Edu:sim(sorrindo)
Eduardo começava a apertar os punhos.
A:Eduardo!
Ele visivelmente não estava muito bem, não estava olhando, mas estava imaginando o tamanho da agulha que deveria estar em seu braço.
A:Lembra que a primeira palavra dela foi a tentativa do seu nome?
Ele começava sentir-se mole.
A:Não olha, ela já vai tirar as amostras.
Edu:Eu não quero olhar, mas é que...
A:Olha pra mim.
Edu:Eu não estou bem.
A:Meu amor, eu ainda te amo...
Não podia ter ouvido aquilo, com certeza é devido ao pavor de agulha e sangue.
Edu: O que? O que foi que você disse?
Ela sorriu.
Pronto, a bolsa de sangue estava longe de seus olhos, o braço devidamente tapado com o pequeno curativo.
A:Que eu te amo.
Dizer aquilo realmente não foi bom, ao invés dele distrair a mente, pelo jeito ficara mais apavorado.
Ele desmaiou.

Um tempo depois, Eduardo encontrava-se na sala de doação de sangue, aos poucos ele foi abrindo os olhos e disse:
Edu:Alice...
C:Claudia!
Edu:Claudia?
C:Desculpe se te decepcionei. (já irritada)
Edu:Não, claro que não, mas você já pode levantar? (sentando-se)
C:Eu já estou de alta, Eduardo. E pelo visto... Não faz a menor diferença. (saindo)
Eduardo não entendeu o porquê daquela reação, mal sabia ele de que ele acabara de chamar por Alice.
Ainda se sentia um tanto tonto, e quando tentou levantar-se para ir atrás de Claudia, o mesmo sentou-se novamente.
Edu:Claudia!! (chamando-a)
Foi inútil, a mesma continuava andando sem olhar para trás. Como ele podia ser tão insensível? Depois de tudo que ela acabou de passar, o mínimo que ele podia ter feito era esperá-la, ficar ao seu lado.
As lágrimas continuavam em seus olhos, eram tantas que nem viu quando bateu de frente em Daniel.
C: Daniel?
D:Está chorando?
C:...
D:Desculpe, eu te... machuquei?
C: Eu é que te pergunto? Te machuquei? Eu não olhei por onde andava.
D:Estou bem. Eu... Vim te ver.
Claudia não teve como não expressar certa surpresa ao  ouvir aquilo.
C:Me ver?
D:Sim... Hoje era a sua alta, não era?
C:Sim, é sim.
D:Você... está sozinha? (sem entender)
C:Sim, e adoraria a sua companhia. (sorrindo)
D:Que maravilha! (sorrindo) Porque eu também adoraria te acompanhar, aonde quer que você queira.
Os olhares estavam realmente presos um no outro.
Como isso podia acontecer?
Claudia não tinha duvidas alguma de que amava Eduardo, mas Daniel... Desde a primeira vez que o viu, despertou nela sentimentos até então desconhecidos.
Seria amor? Será que todo o tempo em que viveu com Edu na verdade nada mais era do que um grande carinho, ou até mesmo uma obcessão?
Seja lá o que for, não queria, mas sofrer por alguém que literalmente despreza o seu amor. Ou o que ela acha que seja amor.
Daniel sorriu para ela, em seguida segurou em sua mão e a levou para o seu carro.

Alice entrou no quarto de Edu e o encontrou agitado.
A:O que foi? Está sentindo alguma coisa?
Edu:Sim...
A:O que? Quer que eu chame um médico?
Edu:Não!
A:Porque? Você não disse que está sentindo alguma coisa?
Edu:Sim.
A:Edu, pelo amor de Deus, o que é?
Edu: Culpa.
Alice ficou em silêncio, imaginava do que é que ele falava.
Edu:Culpa, culpa por Claudia ter perdido o bebe, culpa por Bia estar nesse estado, culpa por te fazer sofrer, culpa...
A:Ei! (segurando-lhe as mãos) Para com isso. Você não teve culpa de nada.
Ele a olhava hipnotizado.
A:Tudo isso foi uma fatalidade, Claudia foi assaltada e Bia estava assustada.
Edu:Mas e você? Eu te fiz sofrer.
Ela ficou em silêncio, não iria confirmar algo que ele já estava cansado de saber.
A:Não vamos falar de coisas do passado, Edu. O que está no passado, fica no passado.
Edu:Alice, antes que eu desmaiasse, enquanto íamos doar sangue pra Bia... você me disse que ainda me ama.
Alice sentiu o corpo todo gelar, não... não podia ser, o que iria dizer agora? Não estava preparada.
Edu: Alice! Por favor... Se isso que você disse, realmente é o que você sente... Vamos ser felizes.
A:Edu, eu...
Nesse momento, Bernardo entrou com tudo na sala.
A:Bernardo, o que foi? Alguma noticia?
B:A Bia... (ofegante)
A:O que tem?
B:Ela está fora de perigo!! (abraçando Alice)
Edu:Graças a Deus!! (girando Alice no ar)
A Mesma logo sentiu uma tontura, mas assim que Edu a colocou no chão, ela ficou bem.

Essa espera pela melhora de Bianca, perdurou por duas longas semanas, mas enfim, chegara o dia em que saíra do hospital e agora repousava em casa aos cuidados do namorado, Bernardo.
E sem se darem conta, um mês havia se passado desde aquele incidente.
Era uma tarde quente, e na Boutique de Alice, Vanderley vestia um manequim da loja enquanto Alice lia a bula do material que usaria.
V:Sabe que te olhando assim, você está até com cara de mamãe.
A:Isso é um absurdo.
V:Isso é lindo! Divino.
A:Eu já volto.
Alice foi até o banheiro, e depois de algum tempo, a mesma voltou pálida como um papel.
V:E aí? Me conta.
Ela largou a caixinha em cima da mesa e disse;
A:Grávida!
V:Ah! Que maravilhosa notícia! (indo abraçá-la)
Não tinha como negar, um filho sempre é uma benção, e estava mais feliz do que nunca. Mas não poderia comemorar ainda.
V:Porque essa cara?
A:Porque? Porque eu estou perdida.
V:É, um bebe sempre é literalmente um trabalho dobrado e...
A:Pelas minhas contas, não sei se é do Edu ou do Tiago.
V:Ih. Justo agora que você e o Edu estão tão bem, até o Tiago... Está tão feliz com a nova namorada.
A:Então... Como eu posso chegar e simplesmente despejar essa notícia?
V:Alice! Você não está pensando em... Por favor, não faça uma loucura dessas e... (foi interrompido)
A:De maneira alguma, eu jamais faria algo contra esse bebe, ele não tem culpa. E é uma vida! Eu já o amo.
V:Florzinha, é só fazer um DNA.
A:Claro... Um DNA.
Isso era no mínimo constrangedor. Um DNA! Sentia-se muito desconfortável com isso, mas seria a única solução.
Nesse tempo, Alice havia ficado amiga de Tiago e Luisa, tinham uma ótima convivência, isso seria tão cruel. Mas sabia Deus que isso não fora planejado.
Já sabia exatamente o que fazer.

Daniel acabara de levar Claudia para casa, depois de um delicioso jantar.
C:Eu... Nem tenho como te agradecer.
D:Não precisa, eu fiz isso com o maior prazer.
C:Mas eu me senti, a pessoa mais especial que existe.
D:Eu... Vou indo então...
Ele virou-se e Claudia logo o segurou.
C:Fica...
D:Você tem certeza? (sorrindo)
C:Absoluta.
Claudia não conseguiu se conter, logo o puxou com força e encontrou seu lábios, sedentos e desejando o dela como se fosse o oxigênio que estava faltando.
A mesma sem deixar de beijá-lo, abriu a porta de seu apartamento, e entregaram-se a uma noite de amor e paixão.

Na casa de Tiago o mesmo encontrava-se deitado em sua cama, com Luisa recontada em seu peito.
L:Mas hoje?
T:Sim
L:E nem disse sobre o que era?
T:Não, e não faço a menor ideia.
L:Estranho, mas se ela quer que nos encontremos lá, não custa nada irmos.
T:Foi o que eu pensei.
L:Ela disse a hora?
T:Daqui há uma hora.
L:Uma hora?! Preciso me arrumar!
Tiago a segurou pela cintura e a derrubou na cama novamente.
T:Realmente você quer usar mais esse tempo para se arrumar?
L:Preciso pelo menos passar uma maquiagem.
T:Pra que tentar arrumar algo que já é perfeito?
L:Own meu amor. (beijando-o)
Ali ficaram usufruindo o tempo que ainda restavam para o encontro que Alice havia preparado em sua casa.

Um tempo depois, Edu e Alice estavam em meio a beijos e abraços na sala.
Edu já havia voltado a viver com Alice, Bia e Bernardo estavam com o pequeno João no quarto, até que o mesmo dormisse.
A:Porque sim.
Edu: E eles aceitaram vir mesmo sem saber o motivo?
A:Sim.
Edu:Nem sobre o que é você pode falar?
A:É sobre nós.
Edu:Nós? Esse nós... não é só nós dois, não é?
A:Não...  São nós quatro.
Edu:Alice, eu já estou ficando nervoso. Me diz logo o que é que está acontecendo.
A:Precisamos esperar Tiago e Luisa.
T:Pois então já pode dizer-nos, já estamos aqui. (segurando a mão de Luisa ao aproximar-se)
A:O que acontece é que...
T:Alice... Por favor, seja direta.
A:Eu... estou grávida!
A notícia teve outra proporção em Eduardo, que logo pensou que Tiago estar ali queria dizer que ele era o pai.
Mas Alice estava prestando atenção na reação de Tiago e Luisa, que estranhamente estavam calmos.
Edu:Então você os chamou aqui, porque o Tiago...
T:Meus parabéns, Alice!
L:Eu fico muito feliz por vocês! (abraçando-os)
Edu:Como?
A:Tiago, esse bebê pode...
T:Esse bebê é de vocês...
A:Como você pode ter tanta certeza, eu ... nós... (sem jeito)
L:Alice...
A mesma aproximou-se dela e pegou a mão dela.
L:Tiago não pode ter filhos!
Claro, essa era a única coisa que podia dar-lhes a certeza. Alice jamais soubera disso, afinal, nunca planejou ter  filhos com Tiago.
Eduardo sorriu e as lagrimas foram inevitáveis. Um beijo, longo e desejado fora dado no exato momento em que perceberam o que aquilo significaria.
Tiago e Luisa os cumprimentaram mais uma vez e em seguida deixaram aquela casa.
Significaria o recomeço de tudo, do amor que ainda sentiam um pelo outro, do desejo de cada um, da vontade de estarem juntos, da vontade de serem felizes.
Aquilo não se compraria aquilo não se acharia em lugar algum. Aquela felicidade e aquele momento feliz, fora construído e merecido.
Agora sim... Viveriam, aquela história de amor que fora interrompida.

(Fim- Jéssica Olyver)

sábado, fevereiro 15, 2014

5° Te Quero de Volta

Claudia havia sumido durante toda a tarde, a mesma sentia-se sozinha, estava grávida de um filho do Edu, mas não sentia o carinho dele, queria tanto viver aquele momento tão especial da sua vida junto com ele.
Estava pensando, andando pelas ruas da cidade de Toradora, que nem percebeu as horas passarem, a noite já caía.
 E nada dela voltar para a casa, Eduardo já ficava preocupado, tiveram uma discussão desnecessária de manhã.
Começava a pensar em suas atitudes com ela, será que realmente estava comportando-se como se nada demais estivesse acontecendo?
Não era isso, ele estava sim feliz pelo filho que chegaria, mas estava infeliz ao mesmo tempo por não ter Alice em seus braços por esse motivo, mas logo pensava também, que o pequeno não tinha culpa de nada.

Alice estava preocupada, um pequeno descuido naquela tarde, e Bianca sumiu. Agora já caiu a noite e a mesma não dava nenhum sinal, o celular ela não atendia.
Pensou logo que estaria com Bernardo, então, sem mais esperas ela discou o numero do celular dele.
A:Alô?
Be: Dona Alice? Está tudo bem?
A:Bernardo, Bia está com você?
Be:Não, não vejo a Bia desde essa manhã na escola, porque?
A:Por favor, não me esconda nada.
Ao ouvir isso, Bernardo logo pensou que a sogra dizia sobre o bebe.
A:Ela desapareceu desde essa tarde, minhas esperanças estavam na certeza de que ela estaria com você.
Be:Eu estou indo para aí.
A:Obrigada, eu realmente não sei mais onde procurá-la.
Bernardo desligou o celular e logo ligou para Bianca, a mesma encontrava-se arqueada em um banco de praça. Sentia muita dor.
O celular tocava, e ela mal tinha forças para atender, com  certa dificuldade ela atendeu.
Be:Meu amor, aonde é que você está?
B:Estou em uma praça... (ofegante)
Be:Que praça, Bia? Estamos todos preocupados.
B:Você se lembra daquela mulher que eu havia te dito.
Be:Bia... Meu amor. Não...
B:Me ajuda, eu não tô passando bem.
Be:Eu estou a caminho meu amor.
Bernardo pegou o carro da irmã e logo foi para a casa de Alice, ao chegar lá encontrou a mesma já com lágrimas nos olhos, já ouvira falar em extinto de mãe, mas nunca presenciou uma cena dessas.
A:Ela não está bem, eu sinto que algo aconteceu com ela.
Be:Eu sei onde ela está, vim busca-la.
A:Vanderley, cuide do João por favor. Eu volto assim que puder.
V:Claro, pode ficar tranquila.
E assim, saíram em direção a então praça.
Bernardo dirigia nervoso, a mão tremula e os olhos começavam a ficar marejados.
A:Bernado, meu filho. Tem alguma coisa que você quer me dizer?
Be:Quando eu falei com ela, ela não estava bem.
A:Como assim não estava bem? Sofreu algum acidente ou era algo emocional?
Be:Dona Alice, a Bia...está grávida.
A:Gravida!!! (gritando)
Ele ficou em silêncio, nada do que dissesse agora poderia amenizar a situação, e qualquer sermão que ouvisse de Alice, seria merecido, foram irresponsáveis, e ele reconhecia isso.
A:Vocês ainda tem uma vida inteira pela frente, como puderam ser tão irresponsáveis? É uma vida!
Bernardo começava a ficar cada vez mais tremulo.
A:Own meu filho, é uma vida. (sorrindo)
Ela colocou a mão em no ombro dele e acariciou.
A:E a receberemos com muito amor.
O então genro não conseguiu segurar as lágrimas e deixou-as cair pelo rosto, sem se incomodar que Alice estivera vendo.
A:Vamos ajudá-los, Bernardo. Não se preocupe.
B:Eu acho que a Bia fez uma besteira.
Alice ficou em silêncio. Agora tudo se encaixava. Não...
Em breves minutos Alice e Bernardo chegara ao lugar onde provavelmente Bianca estaria.

Longe dali, Claudia ainda andava pensativa, até que em um apto de segundo, um homem a abordou com violência, assim que mostrou a arma, ela logo começou a tremer.
C:Por favor, não faça nada que...
Ele nem esperou a mesma terminar, apenas a empurrou bruscamente fazendo a mesma cair ao chão, pegou o celular e a bolsa dela e em seguida saiu correndo.
O susto foi enorme, mas não tão enorme quanto o que levou ao ver um pequeno sangramento por entre as pernas.
Assim que o então ladrão saiu correndo, algumas pessoas aproximaram-se para ajudar.
C:Por favor, meu filho... Eu estou perdendo o meu filho. (chorando)
Logo as pessoas a socorreram, ligaram para ambulância o mais breve possível.

Enquanto isso, Bernardo e Alice andavam pela então praça indicada.
A:Você tem certeza de que era por aqui?
Be:Tenho, essa é a única praça perto da casa daquela mulher e...
A:O que foi.
Be:Ali!!!!
Bernardo correu para um canto da praça, é claro que ela ainda estaria ali, sem ajuda, sem nada.
Era um lugar deserto, uma praça deserta.
Ao aproximarem dela, viram que o estado era pior do que imaginaram.
Ela estava quase desmaiada.
Be:Meu amor, enfim te achei. Está tudo bem agora, ein? (beijando-a enquanto a pegava no colo)
B:Acabou... Acabou tudo.
A:Meu Deus, ela está gelada, está suando.
Bianca nem conseguiu ver que a mãe encontrava-se junto com o namorado, nem ouvir algo ela ouvia, Bernardo estava ali com ela, então... Podia despreocupar-se, ele a ajudaria, ele sempre a ajuda.
A:Meu amor... O que foi que você fez. (seguindo depressa Bernardo com a filha no colo)
Assim que chegaram no carro, Alice a ajeitou no banco de trás apoiada com a cabeça em seu colo e seguiram para o hospital mais perto.

Eduardo tentava falar com Claudia pelo celular há uma hora. E nada, nada. Só caía na caixa postal.
Agora estava mais preocupado do que nunca, era tarde da noite, pegou a lista telefônica, e começaria a ligar em delegacias, hospitais. Mas antes mesmo que pudesse ligar para o primeiro numero, o telefone tocou.
Edu: Alô?
- :Boa noite, o senhor conhece a senhora Claudia Blendy?
Edu:Conheço sim, ela é a minha mulher, aconteceu alguma coisa?
-: Ela está no centro hospitalar da Zona Norte e precisamos de alguém que possa preencher a ficha dela.
Edu: O que aconteceu? Está tudo bem?
-: O médico responsável explicará tudo o que aconteceu.
Edu:Eu estou a caminho, obrigado por avisar.
Eduardo pegou um casaco e as chaves do carro o mais rápido que pode. Não queria nem imaginar o que poderia ter acontecido com Claudia.

Alice andava de um lado para o outro, a angustia de não ter notícias da filha estava consumindo-a.
Depois de um longo tempo, o médico que estava responsável pelo plantão daquela noite, chegou.
N:Familia de Bianca... (foi interrompido)
A:Aqui!! Eu sou a mãe dela e...
N:Alice!
A:Nícolas, que bom que é você que está aqui hoje.
N:A consulta que marcou comigo era para ela?
A:Era.
N:Você já desconfia do que aconteceu?
Alice ficou em silêncio.
Bernardo prestava atenção no médico, o mesmo tinha um semblante muito sério.
N:Bianca se submeteu a um aborto,
Nessa hora Alice respirou forte, doía saber que a filha teve coragem se fazer algo desse tipo.
N:Porém, a pessoa que fez isso... Fez um trabalho muito delicado, de uma maneira nem um pouco profissional.
A:Como assim? Minha filha corre algum risco?
N:Alice... Infelizmente sim.
A:Não...
N:Ela teve uma hemorragia interna
A:Não, não...
N:E demorou ser socorrida, mas...
A:Não, não, não, não!!!(Gritando)
N:Você precisa ser forte, Alice.
Bernardo já se encontrava sentado no sofá, o mesmo não tinha nem forças nas pernas para que pudessem sustentar o seu corpo.
Chorava como uma criança, não esperava ser pai agora, mas aquele filho existia, e ele já o amava como tal.
Alice olhou para Nícolas e o mesmo a viu ficando pálida.
N:Alice? Está sentindo alguma coisa?
A:Eu...
Ela não viu e nem ouviu mais nada.
Nícolas a segurou em seus braços e colocou-a em cima do sofá da sala de espera.
Ficou ali por curtos minutos até que a mesma começasse a despertar.
Assim que ela foi acordando, ainda deitada no sofá, Eduardo chegou apressado na recepção, e após fala com a recepcionista e saber sobre Claudia, ao virar-se, viu Alice deitada no sofá da sala de espera.
Edu:Alice! (aproximando-se)
Ela mal conseguia enxergá-lo direito, ainda tinha a visão um tanto turva.
Edu:Porque... (foi interrompido)
A:Porque eu nem lembrei de te ligar Eduardo, porque eu estou tão desesperada com você, porque antes de mais nada, eu sou mãe, e estou sofrendo.
Edu:Alice... Porque está aqui?
A:Você não...
Edu:O João teve mais uma daquelas crises de Asma? (Preocupado)
Alice nem teve tempo de responder, quando Eduardo viu  Bernardo sentado ao lado.
Edu:Bianca... O que aconteceu com ela? O que aconteceu com a minha filha?
Doutor Nícolas saiu do lado de Alice e disse:
N:Assim que eu tiver mais notícias, eu venho lhe avisar.
A:Obrigada, Nícolas.
Eduardo aproximou-se dela e delicadamente repetiu:
Edu:Alice, pelo amor de Deus, Me diz.
A:Bia estava grávida!
Edu: Grávida! (gritando)

Eduardo logo olhou para Bernardo, mas não se atreveu a começar uma briga agora, pelo visto a situação era muito mais delicada do que isso.
Edu:Espera...
Alice estava agora sentada, e olhava para ele.
Edu:Como assim ela estava grávida?
A:Ela ...
Edu:Perdeu?
A:Ela tirou o bebê... (chorando)
Edu:Meu Deus! (levantando-se)
Alice levantou-se e ficando de frente para ele, disse:
A:Ela não confiou em nós, Edu. Ela preferiu abortar ao invés de nos contar, agora ela sofreu uma hemorragia interna e está em estado grave.
E eu não vou suportar.
Ela deixou as lágrimas invadirem o seu rosto novamente.
Eduardo não pensou duas vezes e puxou Alice para um abraço.
Há quanto tempo não se viam, aquele toque fez com que seus respectivos corpos sentissem certo calafrio.
Edu:Meu amor... (baixinho) Vai ficar tudo bem.
Era um momento só deles, sabiam a dor que estavam sentindo, a filha estava correndo risco de vida.
Depois de alguns minutos, Alice afastou dele e enxugando as lagrimas, disse:
A:Mas se você não sabia que a Bia estava aqui, porque você veio até aqui?
Edu:A Claudia, ela perdeu o bebe.
A:Eu... Sinto muito.
Edu:Obrigado.
A:E você ainda não foi vê-la?
Edu:O médico pediu pra que eu aguardasse alguns minutos.
A:Eu espero do fundo do coração que ela fique bem. (sorrindo)
Edu:Alice... Eu vou estar aqui o tempo todo, quando precisar, sabe onde me encontrar.
Olhavam-se com certa cumplicidade, com certa saudade.
Foram despertados daquele momento por outro médico que veio chamar Edu para ver Claudia.
Méd: Senhor Eduardo?
Edu:Eu mesmo.
Méd:Pode ir ver a sua mulher. Acompanhe-me, por favor.
Edu:Claro.
Ele virou-se para Alice e acariciando o seu rosto disse:
Edu:Não se esqueça... Se precisar é só me chamar.
A:Não vou esquecer.

Eduardo seguiu então para o quarto de Claudia, ao chegar em frente ao mesmo, o médico pediu que aguardasse até que a pessoa que estava lá, saísse.
O mesmo entendeu perfeitamente e aguardou porem quando a pessoa saiu, o mesmo ficou um tanto quanto curioso.
Edu:Me desculpe, mas... Quem é você?
O namorado de Claudia pensou que junto a ela, encontrar-se-ia um enfermeiro ou médico. Mas imediatamente viu que não.
D:Boa noite (cumprimentando-o) Me chamo Daniel, e fui eu quem a acompanhou até aqui.
Edu:Muito obrigado. (sorrindo)
D:Eu sinto muito pelo bebê.
Edu:Obrigado. Ela está acordada?
D:Agora não mais.
Edu:Agora?
D:Sim, quando ela soube do bebê, tiveram que sedá-la, não seria bom para ela alterar-se demais.
Edu:Ok. Bom... Senhor Daniel. Obrigado mais uma vez, e com licença... Vou entrar para vê-la.
D:Por nada. Tenha uma boa noite.
Daniel então saiu dali. Eduardo nunca havia visto ele antes. Porém pareceu realmente muito preocupado. Edu sentia-se de certa forma culpado, talvez se tivesse demonstrado a ela o quanto não estava triste por aquele filho, ela não teria discutido com ele e ficado perambulando pelas ruas de Toradora, aquela hora da noite.
Era muitas noticias de uma vez, perdeu um filho, perdeu um neto... E estava perdendo a filha. Tudo isso em uma única noite.
Assim que entrou no quarto, viu Claudia adormecendo. Ela estava tão frágil, tão pálida. Não queria que as coisas tivessem acontecido desse jeito. Não queria.
Puxou uma cadeira para perto dela, segurou uma de suas mãos e ficou ali. Velando o seu sono. Era o mínimo que podia fazer.
Agora tinha a consciência de que ela precisaria dele mais do que nunca.
Edu:Me perdoa, Claudia.
Não percebeu a hora passar, perdido nos pensamentos, relembrando e reorganizando todas aquelas informações, mas precisava ir saber sobre Bianca, mas antes de levantar-se, percebeu que ao lado do travesseiro de Claudia tinha algo que no mínimo o deixou curioso.

Na sala de espera do Hospital, Bernardo e Alice conversavam.
B:Então eu vou fazer isso.
A:Sim, ficaremos bem.

Já era inicio daquela madrugada, quando Luisa e Tiago estavam no estacionamento do restaurante, preparando-se para irem.
T:Confesso que estava com saudades de te levar para casa.
L:E eu com saudades de ter a sua companhia até lá.
T:Sabe... Eu pensei que sabia o que era amar.
Luisa o percebeu mudar para um tom um pouco mais serio.
L:Amar?
T:Sim... Amor. Eu agora sei o que é amor. E isso tudo graças a você.
Ela sorriu para ele enquanto tinha o rosto delicadamente sendo acariciado por ele.
T:A você que me faz ter a certeza de que sou muito amado por você.
L:Confesso que tinha isso como um sonho... Que realizá-lo estava só dentro da minha cabeça.
Tiago sorriu para ela e em seguida beijou-lhe os lábios. As mãos dele logo a envolveram os cabelos, a respiração começava a ficar ofegante, o pouco espaço no carro já começavam a aborrecê-los para encontrarem uma posição confortável.
Os lábios dele começavam a descer pelo pescoço dela, trilhando um doce caminho.
Luisa então se afastou dele e disse:
L:Só um minuto.
Ele não acreditou quando a mesma levantou-se como pode e sentou-se em seu colo.
T:Nossa.
L:Agora está melhor. (sorrindo)
Os beijos retornaram agora mais quentes e desesperados do que antes.
As mãos fervorosas em busca de contemplar melhor o corpo um do outro.
T:Eu... te quero tanto.
Ela não conseguia acreditar no que ouvia, sabia que Tiago uma hora esqueceria Alice, mas não que iria amá-la assim... Seria um luxo acrescentar isso ao seu sonho que era quase impossível.
Porém esse momento foi quebrado pelo toque do celular de Luisa.
T:Não, não atenda.
L:Eu preciso, pode ser algo importante (por entre os beijos dele)
T:Por favor.
Ela deu-lhe mais um beijo e buscou o celular na bolsa.
Não demorou muito até encontrá-lo.
L:Bernardo? Calma... Fala devagar... Em qual hospital? Não, não se preocupe com isso, mas eu vou até aí. Até logo.
Assim que a mesma desligou.
T:Aconteceu algo com o seu irmão?
L:Não, com ele não. Mas a namorada dele está internada em estado grave.
T:Mas o que aconteceu?
L:Ele não me disse os detalhes, mas disse que vai passar a noite lá  e que está com o meu carro, que era para eu buscá-lo caso fosse usá-lo. Será que seria muito egoísmo da minha parte pedir para que você me leve até lá?
Tiago a olhou e estava serio.
T:Claro que sim!
Ela ficou em silêncio, o rosto já começava a corar.
T:Mas se me der mais um longo beijo, posso te levar até o paraíso se quiser.
Ela sorriu e o beijou. Como ele conseguia ser daquele jeito? Tão encantador.

Enquanto isso, Eduardo olhava com calma o que encontrou ao lado do travesseiro de Claudia. Era um cartão de visitas do então Daniel. Era um professor de matemática.
Do lado de trás havia uma pequena mensagem, na verdade nada demais, porém Eduardo percebeu o que começava a acontecer ali.
Resolveu deixar o cartão ali no mesmo lugar.

Bernardo ainda chorava muito, pela saudade da garota que ama e pela perda do filho.
Alice o olhava penalizada, não imagina que o garoto era tão sensível daquela maneira. Ela aproximou-se dele e o abraçou, queria dividir aquela dor.
E o mesmo deu graças por aquilo, achou que fosse explodir a qualquer momento.
Assim que se acalmava um pouco, Luisa chegou ao hospital.
L:Bernardo! (indo em direção ao irmão que já abria os braços para ela)
B:Lu.
E assim o garoto voltou a chorar.
Tiago olhou Alice, a mesma estava abatida e desmanchando-se em lágrimas.
T:Alice?
A:Tiago?
T:A namorada dele é a Bianca?

sexta-feira, fevereiro 14, 2014

4° Te Quero de Volta

E:Ah... Não era nada. Nada que vá fazer alguma diferença agora.
Ela o abraçou novamente, estava radiante.
As horas foram passando.

Na casa de Alice a mesma começava a tirar a mesa, as lagrimas segurada nos olhos. A filha não podia imaginar o porquê de a mãe estar chorando.
B:Mãe?
A:O que foi, filha? (enquanto ajeitava as coisas do jantar)
B:Quem é que vinha jantar com a gente? (aproximando-se)
A:Ninguém, filha. Ninguém que vá fazer alguma diferença agora.
B:Era o Tiago?
A:Bia... Por favor, eu realmente não quero falar sobre isso agora.
B:Tudo bem, se a senhora não quer... Eu respeito.
Bianca aproximou-se da mãe e deu-lhe um carinho beijo na bochecha.
B:Boa noite.
A:Boa noite, minha filha.
Assim que Bianca deixou a cozinha, Alice deixou as lágrimas terem o seu momento, sentou junto a mesa e pensou com ela. Nenhum telefonema? Nenhuma satisfação? Por quê?

Eduardo tentou, mas passou a noite inteira imaginando como iria conversar com Alice sobre isso.
Era pouco mais da hora do almoço, quando Alice conversava com Vanderley enquanto arrumava um manequim.
V:E porque você não ligou, Alice?
A:Porque? Porque eu não vou atrás dele. Acho que o mínimo que ele podia ter feito, era ter ligado para me dar um satisfação.
V:É, realmente era o mínimo que ele podia ter feito.
A:Poxa, eu voltei atrás. Nós passamos uma tarde como há anos não passávamos. Eu me entreguei de corpo e alma! Ele tripudiou em cima do meu amor.
As lágrimas já começavam a dar boas vindas.
V:Own meu florzinha, não chora. (abraçando-a)
A:Porque? Porque eu simplesmente não me esqueço dele e consigo ser feliz com o Tiago? Por quê?

Tiago estava na cozinha verificando os cardápios do jantar, quando  Luísa, sua recepcionista chegou.
L:Sr Tiago?
T: Oi Luísa, algo em que eu possa ajudar?
L:O Cardápio.
t:Eu ainda estou montando, Luísa. Só um minuto e já te levo.
L:Mas o senhor já me entregou o cardápio do jantar.
T:Já? (confuso)
L:Sim, só que com as sobremesas na lista de entradas.
T:Droga.
L:Eu já arrumei, só queria saber se o senhor quer que mexa em mais alguma coisa.
Tiago olhou atentamente para o cardápio e não viu absolutamente nada de errado.
T:Não. Pelo jeito não. (rindo)
L:Perfeitamente. (virando-se)
Tiago a segurou pelo braço e disse:
T:Obrigado. (sorrindo) Estou um tanto quanto distraído hoje.
L:Não se preocupe. Eu sempre estarei aqui (o encarando) Para quando precisar. (deixando a cozinha em seguida)
Ele ficou repetindo aquela frase em sua mente. Será que ela estava insinuando algo?
Não! Ao mesmo tempo em que Tiago pensava que Luísa poderia querer algo, ele lembrava-se de que ela não disse nada demais.
Respirou fundo e concentrou-se novamente no que fazia. Não poderia deixar o fim de seu relacionamento com Alice, afetar o restaurante.

Alice estava ajunto ao balcão da loja, quando Vanderley chegou correndo em sua frente.
V:Ele tá vindo! O Edu tá vindo.
Assim que ela ouviu isso, a mesma pulou da cadeira em um segundo e disse:
A:Diz que eu fui ao banco pagar algo e que...
Ela parou de dizer, ele já a viu.
V:Eu olho a loja para você.
Ele aproximou-se dela e não disse nada, mal precisava. Sabiam que deveriam conversar.
Os olhares diziam tanto um para o outro, Edu e Alice estavam visivelmente abatidos, os olhos denunciavam a noite mal dormida.
Ao acomodarem na improvisada sala que ficava ao interior da loja para Alice e Vanderley, Eduardo logo começo as explicações.
Edu:Me desculpa, eu sei que eu devia ter ligado para dar alguma explicação.
A:Me ligar? (com ar de deboche) Não!
Ele esperou ela continuar.
A:Só ligamos para dar satisfação para alguém, quando essa pessoa é importante. Eu não sou importante para você. Por isso você não ligou. (as lágrimas já começavam)
Edu: Como é que é?
A:Claro, Edu. Como eu pude cair nessa? Você teve o que queria, fomos pra cama. Porque é que você iria terminar com aquela mulher?
Ela não mora com você, você não precisa dar satisfações para ela quando chega tarde em casa, porque muitas das vezes ela nem vai saber. E dá para você toda hora que você chamar...
Edu:Alice!
A:Porque você vai querer a sua mulher chata de novo? Eu...
Edu:Porque eu te amo!!
A:Me ama?
Ela aproximou-se dela, e com toda a dor que estava sentindo, bateu-lhe no peito em meio a lágrimas.
A:ENTÃO PORQUE DROGA VOCÊ NÃO ESTAVA EM CASA ONTEM? (gritando) Porque, Edu?
Edu:Porque... Porque ela está grávida.
A palavra “grávida” ecoava aos ouvidos de Alice, como um gravador quebrado.
Edu: Eu não posso. Você entende?
A:Não... Eu não entendo.
Edu:Eu não posso deixá-la agora.
A:Agora? Vai deixá-la quando? Quando o bebê nascer? Você quer dizer que acabou. É pra sempre.
Edu:Eu só quero que você saiba, que eu sempre vou te amar. Sempre e...
A:Vá a merda! (empurrando-o) Vá à merda você e esse seu amor.
Edu:Alice, eu não posso, você tem que me entender eu...
A:Eu tenho? Eu tenho?! Seja feliz, Eduardo.
Edu:Eu te amo...
A:SAI! (gritando)
Ele apenas abaixou a cabeça e deixou aquele lugar.
Eduardo saiu dali transtornado, como teve coragem de fazer aquilo? Mas como teria coragem de deixar Claudia no momento em que ela mais precisaria dele.

Vanderley entrou no cômodo, e viu a patroa e amiga, chorando debruçada sobre a mesa.
Aquilo provavelmente era uma cena um tanto quanto rara.
Alice dificilmente chorava em sua frente, sempre disse que não devia misturar os assuntos pessoais, o que nunca se realizou. Sempre as brigas eram ali.
Ela levantou-se e enxugava as lágrimas que insistiam em cair.
V:Que isso minha amiga, toma, bebe um pouco dessa água.
Ela bebeu, e ainda em meio a lágrimas se repreendia.
O amigo conhecia aquela cena muito bem, a única coisa que fazia nessas situações era abraçá-la.

A noite demorou chegar e não foi só para Alice. Tiago e Eduardo também a sentiram, de uma maneira bem dolorida.
Alice segurava um copo de água na mão, encostada junto a pia de sua cozinha, a mesma lembrava-se do que havia acontecido durante a semana. Foi uma semana muito intensa, cheia de emoções.
Talvez devesse alguma explicação para Tiago, talvez devesse pedir desculpas, ele era maravilhoso, não merecia ouvir aquilo, ainda mais de sua própria boca.
Estava perdida em seus pensamentos, quando ouviu algo. O barulho vinha de cima, de alguns dos quartos.
O pequeno João ainda estava na casa do pai, Bianca já havia ido dormir.
Será que...
Ela colocou o copo em cima da pia e subiu em silêncio para o corredor da parte de cima.
Encostou se perto da porta de Bianca e ficou em silêncio, se ouvisse algo, teria certeza de que era o que imaginava.
Porém, não teve nenhum barulho mais, Alice aguardou pelo menos cinco minutos, depois voltou para o seu quarto.

No quarto de Bianca.
Be:Podemos cuidar dele, é claro que eu assumo, meu amor. Eu te amo. (beijando-a)
B:Eu também te amo, mas vamos cuidar como? Eu não trabalho, você não ganha o suficiente para sustentar uma família agora.
Be:Daremos um jeito meu amor.
B:Bernardo... Tem uma criança aqui dentro. Você entende isso? (chorando)
Be:Claro que entendo, mesmo vindo em um momento inapropriado, é fruto do nosso amor. (abraçando-a) E será mais que bem vindo.
B:Ah Bernardo.
Bianca estava desesperada com o fato de estar grávida, aquela realmente não era a hora. Tinha a chance de mostrar para o pai que não era uma irresponsável só porque ele a pegou com o namorado.
Porém jogara toda pela janela quando descobrira aquela gravidez.
Algum tempo depois.
B: Amor?
Be:Hum...
B:Acho que minha mãe já dormiu há um tempo, já pode ir.
Be: Claro. (levantando)
Em questão de alguns minutos, Bernardo vestiu-se e descia com Bianca as escadas da casa.
Assim que despediram-se e Bianca foi para a cozinha, encontrou a mãe parada em frente a geladeira. Estava tão concentrada no que escolher para comer, que nem ouviu Bianca chegar no cômodo.
B:Mãe?!
A:Oi meu amor. Não consegue dormir?
B:É... eu... Estou com muito calor.
A:Eu também, quer um suco?
B:É do que?
A:Manga.
B:Er, não.
A:Filha...
B:Hum?
A:VocÊ está um pouco pálida, tá tudo bem?
B:Sim, só estou um pouco...
Ela nem terminou a frase e logo sentiu o corpo cair bem em frente  a sua mãe.
A:Bia!! (segurando-a)
Depois de curtos minutos, Alice conseguiu ajudar a Bianca recobrar os sentidos.
A:Está bem, filha?
B:Sim... Eu... o que aconteceu?
A:Você desmaiou.
B:Hum... (levantando-se devagar)
A:Vou levá-la À um hospital agora mesmo.ç
B:Não!
A:Como não? Você nunca desmaiou antes.
B:Eu sei, mas... é que...
A:É que o que?
B:É que eu já sei o motivo do desmaio.
A:Bianca, o que é que está acontecendo?
B:Eu...er...
A:Bianca!
B:Eu não como desde manhã. Acho-me gorda.
A:Gorda? Está doida, filha? Vai acabar ficando doente desse jeito.
B:Mãe, por favor, não me leve ao médico. Já sabe por que desmaiei.
A:Não sei.
B:Mãe...
Alice olhava o desespero de Bianca nos olhos, desde pequena odiava hospitais, o evitava o máximo. Talvez não fosse algo para tanto.
A:Então vai comer algo antes de dormir.
B:Ah mãe...
A:Vamos ao médico então.
B:Tá, eu como.

Logo algumas torradas e um suco de laranja estavam postos a frente de Bianca.
Mesmo com certa relutância, a mesma conseguiu comer quatro torradas e um grande copo de suco.
Depois disso a mesma despediu-se da mãe, e estava saindo da cozinha.
A:Filha!
Bianca virou-se.
A:Não faça mais isso. Se passar mal novamente, marco uma consulta para você no mesmo dia.
B...
A:Entendeu?
B:Sim, eu entendi.

Mesmo sendo a um bom tempo, inicio de madrugada, Tiago só conseguiu fechar o restaurante àquela hora.
Ele saia do estacionamento, quando viu Luísa parada em frente ao mesmo, olhava assustada para os lados com o telefone ao ouvido.
Devagar ele parou o carro m sua frente e abriu a janela.
T:Pensei que já estivesse em casa.
L:Meu carro está na revisão e meu irmão ainda não voltou da casa da namorada para vir me buscar.
T:Entra! Eu te levo.
L:Não precisa senhor  Tiago.
T:É perigoso para você aí e para mim aqui, entra, te de deixo em casa.
O sorriso dele a contagiava, como dizer não para aquele sorriso? Como dizer não para aquela boca dizendo  com tanta doçura para que ela entrasse no carro.
Luísa entrou.
Tiago rindo para ela, disse:
T:Não precisa ter medo, eu não mordo. (rindo enquanto dava partida)
A mesma sentiu o rosto formigar e aquecer em questão de segundos.

Na casa de Eduardo, o mesmo encontrava-se parado junto à porta do quarto do filho. Ele dormia como um anjo. Eduardo o olhava e lembrava-se de quando o mesmo nascera o quanto tamanha felicidade não cabia em seu peito.
Já era um homemzinho.  Ele ria ao pensar nisso, o pequeno João sempre repetia isso quando pedia para que o mesmo dependurasse os casacos no cabide.
Ele respirou fundo e fechou a porta.
Como será que Alice estaria? A vontade que tinha era de correr para a sua casa, pegá-la nos braços e amá-la, amá-la como naquela tarde.
Dizer-lhe o quanto ainda existe amor ali.
Mas não ia. Por quê? Talvez realmente fosse um covarde, covarde fora do que Alice o chamara quando saiu de casa, talvez nem ela mesmo sabia, mas... estava certa.

Enquanto isso, no carro de Tiago, o mesmo cantarolava uma musica do Tim Maia, o mesmo cantava muito bem, e não se deixava intimidar com a presença de Luísa ao seu lado.
L:É aqui, nesse portão verde.
T:Prontinho. Está entregue, senhorita. (sorrindo)
L:Mais uma vez muito obrigada senhor Tiago. Desculpe-me tirá-lo de seu caminho. (Sorrindo timidamente)
T:Não tem nada que se desculpar, não te deixaria em frente ao restaurante sozinha a essa hora, nem que me pedisse.
Ela sorriu.
L:Obrigada.
Os lábios dela iam de encontrou ao seu rosto, mas sem entender, ele virou deixado assim, que os lábios de ambos, encostassem-se um com o outro.
Foi um selinho, devagar... Assim que os olhos abriram-se e ambos se encararam.
Tiago logo se retratou.
T:Luísa, desculpe-me, eu não sei o que me deu. Eu... (foi interrompido)
Ela o beijava novamente, mas dessa vez os lábios tinham certa gana de descoberta, queriam explorar-lhes.
Ele levou as mãos até os cabelos dela e a mesma logo sentiu o corpo estremecer.
As mãos dela já lhe bagunçavam os cabelos. E logo ela sentiu o seu casaco começar a cair pelos ombros.
L:Não, não... Para. (Afastando-se)
T:O que foi? Eu desrespeitei você?
L:Não... (acariciando-lhe o rosto) de jeito algum. Só acho que... estamos indo rápidos demais, (sorrindo)
T:Me desculpe. Tem toda a razão.
L:Eu já vou. Obrigada mais uma vez pela carona.
Ela saiu do carro, mas antes que pudesse afastar-se, Tiago a chamou, a mesma abaixou-se a altura do vidro do banco de carona.
T:Confesso-lhe com toda a certeza senhorita Luísa, de que o prazer foi realmente... todo meu. (sorrindo)
Luiza sorriu e entrou em casa.
Pensava com ela o que havia acontecido? Como as coisas chegaram a esse ponto? Esse ponto tão maravilhoso?

Na casa de Eduardo, Claudia não se encontrava, felizmente ela quis ir para casa, a irmã iria passar uns dias com ela.
Ele precisava de um tempo sozinho para pensar, por as coisas em ordem.
Sentou-se junto ao sofá e com uma garrafa de vinho, serviu-lhe as 3hrs da madrugada.
Um tempo depois, pensado em Alice, em um ato de impulso ele pegou o celular e ligou para a casa dela.
Alice havia acabado de pegar no sono, depois do susto que Bianca deu em ter desmaiado, e em seguida ter colocado tudo o que no caso não comera durante o dia, todo para fora.
A:Alô? (sonolenta)
Eduardo não dizia nada, não conseguia dizer.
A:Alô?! Alguém?
Ela desligou, nunca imaginaria que fosse ele.
Naquele mesmo instante Edu decidiu-se. Iria evitar Alice ao máximo. Poderiam ficar sem se ver por muito tempo se quisessem. A única obrigação que tinham, era a cada uma semana, para levarem João para a casa.

Pouco mais de um mês se passou. E nesse longo tempo, Eduardo cumprira o que prometera a si mesmo.
Não via Alice desde então.
Claudia estava radiante, mesmo com apenas dois meses e pouco, a mesma já começara a comprar roupinhas para o bebê. Era o seu primeiro filho, e claro... Já era muito amado, tanto por ela, como por Edu.
Era hora tarde, o pequeno João estava na escala, mas na loja de Alice, algo mais importante acontecia.
A:Own meu bebê, acorda!!
V:Eu vou buscar álcool, em toda novela as pessoas que desmaiam acordam com álcool no nariz.
A:Ali embaixo do balcão tem álcool!
Vanderley foi o mais depressa que conseguiu.
A:Bia, Bia meu amor... Filha. Acorda!
Antes mesmo de Vanderley abrir a litro de álcool, a garota já despertava.
A:Bia! Own meu amor. Como se sente?
B:Um pouco tonta...
V:Um pouco tonta? Você caiu que nem uma jaca podre,  e nunca saberemos se o álcool funciona como nas novelas.
A:Vanderley!
V:Ok, desculpa. Toma garota, bebe um pouco de água.
A:Filha, a ultima vez que te vi desmaiar foi aquela vez de madrugada em casa. Depois disso não aconteceu nada?
B:Não.
A:Não está fazendo aqueles regimes perigosos de novo, está?
B:Não mãe, foi só a pressão.
A:Tudo bem, mas como nem você e nem eu somos médicas, vou marcar uma consulta para você agora mesmo.
B:Mãe, não precisa.
A:Bianca, está resolvido, e isso não se discute mais.
Dizendo isso, Alice pegou o telefone e afastou-se.
Bianca terminava o copo de água.

No restaurante, Tiago estava encantado por Luísa, não esquecera Alice de uma hora para a outra, mas começava a pensar muito mais em Luísa durante seu dia, do que em Alice, como era de costume. Sem dizer, que não deixava de demonstrar isso para ela.
Tiago fazia questão de almoçar com ela todos os dias, estavam apaixonando-se aos poucos.
Ele aproximou-se do balcão de reservas e disse:
T:Bom dia senhorita, Luísa. Poderia me dar a honra de ter sua companhia hoje ao almoço?
L:Senhor Tiago, creio não ser uma boa ideia. (sorrindo)
T:porque?
L:Estou ficando deliciosamente mal acostumada.
Ele a beijou e em seguida sorriu.
T:Diga ao seu chefe então, que sem atrasos, você deve estar livre às 13:00HRS.
L:Não sei se ele vai deixar, é um chefe muito bravo.
T:Pois então, diga a ele...
L:... (Sorrindo)
T: Diga a ele com jeitinho, tenho certeza de que se pedir com jeitinho, ele deixa.
Eles riram e ele voltou para a cozinha.
Como o amava, sempre o amou e agora... Era correspondida, realmente era um sonho.

No escritório de Eduardo, o mesmo conversava com Claudia.
Edu: Claudia, acho muito cedo para comprarmos o berço do bebe.
C:Porque cedo?
Edu:Porque ainda não decidimos o que vamos fazer, se vamos morar em minha casa, ou se devo comprar uma outra casa.
C:Eu já disse que isso é irrelevante.
Edu:Isso é prioridade Claudia.
C:Você não esta feliz não é? Não quer e nunca quis esse filho.
As lagrimas de Claudia já começavam e Edu se sentindo imensamente culpado.
Edu:Não coloque palavras em minha boca.
C:Eu não estou colocando nada, apenas está escrito na sua cara.
Dizendo isso, Claudia saiu da sala. Sentia Eduardo cada vez mais distante e isso ela não conseguia suportar. Nem mesmo uma nova família o fez esquecer-se dela.

Na loja de Alice, ela veio em frente a Bianca e Vanderley e disse:
A:Amanhã, logo pela manhã você terá uma consulta com o Doutor Nícolas. Veremos se esses desmaios são somente devido a queda de pressão mesmo.
Bianca ficou em silêncio, Já era. Ela iria descobrir mais cedo ou mais tarde mesmo.
B:Tudo bem, mãe. Como você quiser.
Alice percebeu o constrangimento e nervosismo da filha.

A:Meu amor, fica tranquila, não será nada de grave, Hum? (sorrindo, abraçou a filha)

quinta-feira, fevereiro 13, 2014

3° Te Quero de Volta

Passaram um fim de semana agitado, Alice e Edu foram para as suas respectivas casas quando saíram do hospital, e o domingo de ambos foi a cama, para a infelicidade de Tiago e Claudia, que passaram o Domingo vendo programas de TV.
Era segunda-feira, Alice estava em sua Boutique conversando com Vanderlei, seu confidente.
V:Para tudo! Como assim ele te beijou? Edu danadinho... (vestindo um manequim da loja)
A:Eu quero morrer quando ele faz isso.
V:Eu também morreria se um homem como o Edu fizesse isso.
A:Vanderley! (enquanto dobrava algumas peças de roupas)
V:Alice, me explica o sentido desse “Morrer” do sentido “morrer de tesão” ou “morrer de raiva”
Alice ficou em silêncio, mas tinha a resposta na ponta da língua.
V:Alice, vai, vamos lá! Diz.
A:Os dois! Morro de desejo de tê-lo dentro de mim, morro de vontade de beijá-lo, mas ao mesmo tempo eu tenho raiva por ele não ter acreditado em mim, as vezes quero dar um tapa naquela cara dele, até deixar a minha marca.
Alice olhava para Vanderley que tinha os olhos vidrados para ela.
A:Vandeley?
Ela sentiu um gelo percorrer o seu coração, ele estava olhando atrás dela, e não para ela.
T:Eu já sabia, sempre soube.
Ela não podia acreditar naquilo, ele não devia estar ali, esse horário era de movimento no restaurante.
A:Tiago, eu...
T:Você não precisa explicar, eu sei, você nunca esqueceu ele. Na verdade eu pensei que pudesse te ajudar a esquecê-lo, mas não.
V:Gente, eu preciso ir ali na loja, aquela ali, comprar qualquer coisa, eu volto depois.
Vanderley saiu para que a amiga e patroa pudesse conversar melhor.
A:Tiago, você sabe o que aconteceu com Edu e eu, você sabe como as coisas aconteceram.
T:Sei, sei também que ele não acreditou em você quando te viu em casa de sutiã dentro do banheiro.
A:Ele sempre foi ciumento.
T:Ele terminou um casamento de quase vinte anos por uma bobagem dessas! (nervoso)
A:Eu sei disso! E ninguém está sofrendo mais do que eu. (chorando)
T:Eu não sei o que ainda estamos fazendo juntos. Nosso namoro é uma maravilhosa mentira, você deixou claro qual é o seu real desejo.
Tiago saiu daquela boutique jurando nunca mais rastejar por um amor que não merece o seu.
Alice o amava, mas não como Edu, ela aprendeu a amar Tiago, amava-o pela atenção que ele lhe dava, pelo carinho, pela paciência.
Mas, Edu não, tiveram dois filhos, conviveu com o mesmo quase vinte anos, e por ele ser cabeça dura, separaram. Ainda o amava com certa loucura.
Algum tempo depois, Vanderley chegou.
A:Porque diabos você não me disse que ele estava atrás de mim?
V:Quando eu vi ele já havia ouvido a pior parte.
A:Estou me sentindo um monstro, Tiago não merecia isso.
V:Amiga, quer saber? Acho que isso foi um sinal.
A:Sinal? (confusa)
V:Sinal para que você corra atrás do seu verdadeiro amor. Para de ser orgulhosa.
A:Quem jogou tudo pro alto foi ele!
V:Mas você deve provar para ele que o seu amor verdadeiro.
A:Ele não confiou em mim. Quando um relacionamento acaba a confiança, não tem mais como dar certo.
V:Como você é cabeça dura, Alice.
Passou uma tarde conturbada, não queria que seu relacionamento com Tiago tivesse acabado desse jeito. Ele não merecia.
Naquele dia, ela mandou flores para ele. Pedia-lhe desculpas por não amá-lo como ele merecia. Pediu que a perdoasse por não ter aprendido isso a tempo. Que ele a fez muito feliz o tempo que passaram juntos.
Ela não conseguiria terminar aquele dia trabalhando. Precisava relaxar.
Ao chegar em casa, encontrou a casa vazia, João Felipe ainda ficaria aquela semana na casa do pai, e Bianca havia saído com as amigas.
Jogou-se no sofá e começou a pensar, pensar no que deveria fazer, será que realmente deveria tentar provar a Edu que não acontecera nada naquele dia?
Mas tanto tempo se passou, será que ainda valia a pena?

Enquanto isso, Vanderley pensava com ele que talvez pudesse ajudar de alguma forma,a amiga que ele tem como uma irmã estava sofrendo.
Mas como?
Nesse instante, Edu passa pela entrada da loja.
E: e aí? Onde está a Alice? Preciso falar com ela.
V:A Alice?
E:Sim, ela mesma ou tem alguma outra?
V:Nossa, Eduardo, como você continua grosso.
E:Vai logo Vanderley, onde ela está? Pra você não querer contar ela deve estar com o outro lá, não é?
V:Eles terminaram.
Eduardo tentou, mas não conseguiu disfarçar a cara de felicidade que ele fez ao ouvir isso.
E:Porque? Ela o traiu?
v:Como você é um idiota, Edu.
E:Não? (rindo nervoso) O que foi então?
V:Ele ouviu ela dizer que ainda te ama, que sente a sua falta, pronto falei!.
E:Ela... ainda me ama? (surpreso)
V:Infelizmente, porque mesmo você não acreditando que ela nunca te traiu, que chorou dias aqui no meu ombro por você, que rezava pra deixar de te amar. Sim, ela ainda te ama, mesmo você não merecendo.
Vanderley colocou tudo para fora. Não suportava, Eduardo sem tão mente fechada, tão cego. Enquanto a amiga mesmo negando, sofria por ele, principalmente quando ele apareceu com outra.
E:Eu... Não podia imaginar.
V:Quer saber Edu? Eu não aguento mais ver a  minha amiga sofrer. Você ainda a ama?
Eduardo ainda prestava atenção nas palavras que repetiam como eco em sua cabeça... Ainda te ama.
V:Edu!
E:Não! Claro que não, ela me traiu, como eu posso amar uma pessoa que fez isso comigo?
V:Pensa bem, depois pode ser tarde.
E:Eu tenho a Claudia, e sou muito feliz com ela.
Dizendo isso Eduardo deixou a boutique e foi em direção a casa da ex-mulher.
Alice ainda encontrava-se deitada no sofá, até que a barulho insistente na porta chamou-lhe a atenção.
Ela levantou e foi até a porta com passos preguiçosos, quando abriu teve uma surpresa.
Ele sorriu para ela e disse:
E:Então você ainda me ama? Ainda sente desejo por mim?
A:Eu vou matar o Vanderley, você não...
Ele a calou com um beijo, ali mesmo na porta ele levou uma das mãos em sua costa e a outra em seu pescoço, fazendo com que a mesma colasse junto ao seu corpo.
O corpo de Alice logo se arrepiou, aquele jeito que ele segurava-lhe os cabelos, a levava a loucura.
Eduardo a virou de costas para a porta e a fez encostar-se a ela, assim, fechando-a.
As mãos de Alice bagunçavam os cabelos de Edu e ele abria os botões da camisa dela.
Como queria senti-lo, como queria tocá-lo. Tanto tempo e seu corpo chamava por ele da mesma maneira.
Os lábios a certa hora chegavam a ser machucados, o rosto de Alice já fora tomado por uma vermelhidão devido a barba dele.
Eles separaram alguns centímetros as bocas.
E:Quem é que eu estou enganando quando eu digo que não te amo mais (sussurrando)
A respiração ofegante, os lábios dele brincavam com a orelha dela, enquanto as mãos apertavam-lhe os seios.
O primeiro gemido saiu por entre os lábios de Edu ao sentir a mão macia de Alice em seu membro, que já se encontrava excitado.
Ele arqueou certa hora devido a isso.
Ela própria se desfez do resto de roupa que ainda lhe cobria o corpo, ele a segurou pela cintura e a tirou ali da porta, foi em direção ao sofá e a deitou ali.
Alice contemplava o belo corpo de Edu ficar nu diante dela.
As mãos grandes dele seguraram-lhe o queixo, fazendo com que a mesma o olhasse nos olhos.
Ele aproximou a boca e disse como um sussurro:
E:Eu ainda te amo, Alice. Ainda te quero.
Ao terminar essa frase, o mesmo invadiu lhe a boca com sua língua intensa, e seu corpo com um impulso intenso.
As investidas de Edu tiraram Alice daquele mundo, como sentia saudades do jeito que faziam amor. Como era diferente.
As pernas dela haviam formado uma linda escultura em torno da cintura de Edu.
Não demoraram muito até que aliviassem aquele tesão todo, um no outro.
A respiração foi desacelerando e os corpos também.
Ali no sofá, Edu ainda em cima de Alice, ambos pensavam.
E agora?
Sem dizer uma sequer palavra, ambos vestiram-se e sentaram no sofá, um do lado do outro.
A:Edu.
E:Alice.
A:Você primeiro.
E:Alice, eu...
Ela o olhava quase que pedindo pra que ele dissesse logo.
E:Eu te amo, eu te amo, e eu não sei como fui capaz de não acreditar em você, me perdoa, me perdoa por ser esse grosso, esse homem de impulsos, me perdoa por...
Ela beijou novamente, um beijo calmo, mas forte, que o acalmou de certa forma.
E:Vamos começar de novo?
Ela sorriu para ele, mordendo o lábio inferior.
E:Topa? Topa dar uma segunda chance para nós?
A:É Claro que eu topo, é claro. (o beijando novamente)
O que havia acontecido?  Três anos depois e ainda o ama como antes.
Eduardo pensava o mesmo, como foi capaz de entrar na justiça para ficar com a guarda das crianças? Quando a única coisa que ele queria era viver feliz ao lado da mulher que ama.
Alice não concordava, mas entendia Edu. Ele estava transtornado, magoado. Mas enfim agora estaria tudo bem. Voltariam a ser a família feliz que nunca deveria ter acabado.

Estavam compostos novamente, e Alice entre os braços dele.
E:Eu vou terminar tudo hoje mesmo.
A:Eu vou te esperar, para passarmos a noite juntos... Na nossa cama (por entre os lábios dele)
Ele sorriu ao ouvir isso, Alice havia tirado a armadura da guerra, estava enfim entregue ao amor que ele sempre soube que ainda existia.
Abraçaram-se novamente.
Encontravam-se na sala, em pé perto ao sofá.
A:Vai esperar as crianças?
E:Melhor, vamos fazer uma surpresa.
A:Acho que Bianca vai gostar.
E:Percebi que ela realmente está magoada comigo.
A:É que ela não esperava a reação que você teve.
E:Nem eu esperava a reação que eu tive, eu fiquei fora de mim quando eu vi...
Eduardo começava a alterar a voz.
A:Shiii, pronto. Agora já passou, hun? (segurando-o pelo rosto)
E:Eu amo esse seu dom.
A:Meu dom?
E:Esse dom de me acalmar só com um toque, ou uma palavra.
Ela o beijou sorrindo. Como pode ter ficado tanto tempo sem ele?
Contemplaram mais um beijo antes que Eduardo dissesse a sua ideia.
E:Faremos um jantar, e nesse jantar anunciaremos a nossa volta.
A:Por mim tudo ótimo.
E:Eu sinto pela Claudia, mas é melhor assim. Ela encontrará alguém que a ame como eu te amo. (sorrindo)
A:Claro, claro que encontrará.
Eduardo a beijou novamente a apertando em um abraço.
E:Eu já vou, preciso voltar para o escritório. Venho para o jantar. (beijando-a)
A:Eu te espero. (sussurrando)
E assim ele deixou a casa que logo voltaria e ficaria para sempre.

Alice ficou com seus pensamentos, pensava com ela que Tiago não merecia ter ouvido aquilo, mas não podia fazer nada, não o amava como ama Eduardo, e não podia negar isso.
Ao chegar no restaurante, Tiago passou pela recepcionista e a mesma logo percebeu que o chefe chorava, o mesmo trancou-se em sua sala ao lado do salão do restaurante e não saiu de lá até a hora do almoço.

Eduardo chegou decidido a terminar tudo com Claudia, mas a mesma ainda estava no trabalho, e esse não é um assunto que possa ser conversado no local de trabalho.
Assim que ele chegou à agencia, o mesmo logo foi até a mesa dela.
E:Claudia, eu preciso falar com você hoje depois do trabalho.
C:O que aconteceu? É algo grave? É sobre o que?
E:A tarde conversamos, Claudia.
C:Mas pelo menos me diz sobre o que se trata.
E:Se trata de nós.
Claudia ficou em silêncio.
E:Claudia?
C:Tudo bem, meu amor. Eu teria que falar com você hoje também.
O dia passou rápido para Alice, a mesma passou o dia preparando um jantar perfeito. Iria contar para os filhos somente depois que o pai deles chegasse.
Edu e Claudia estavam no carro a caminho de casa, quando a mesma adiantou-se a conversar.
C:Edu, pode dizer sobre o que quer me falar?
Edu:Eu viu dizer quando chegarmos em casa.
C:Pra que isso, Edu?
Edu: Não vou conversar com você, dirigindo.
Eduardo não conseguia disfarçar o seu nervosismo, sabia que Claudia não iria aceitar fácil assim. Não queria que terminasse assim, mas a sua vida, é ao lado de Alice.

Na casa de Alice, a filha chegou até a cozinha um tanto quanto tímida.
B:Mãe?
A:Oi filha, está tudo bem?
B:Está, eu só queria saber se você falou com o papai hoje.
A:Seu pai?
B:É, não nos falamos desde aquele dia, pensei que ele pudesse ter  falado algo.
Alice soltou a colher sobre a pia e abraçou a filha.
A:Own minha filha, ele está constrangido, afinal de contas ele percebeu pela primeira vez que você não é mais a bebê dele e sim uma mulher. O problema foi como ele percebeu isso. Por isso eu peço que você tenha um pouco de paciência, você sabe como o seu pai é.
B:Claro.
Bianca abraçou a mãe e logo sentiu o estomago embrulhar, o cheiro do jantar havia impregnado na roupa da mãe.
B:Mãe... Eu já volto.
Nisso a filha de Alice saiu correndo em direção ao banheiro, mas Alice não percebera o que fora.
Ao chegar ao banheiro, a mesma colocou tudo para fora, não quis pensar no pior, não quis imaginar que ali dentro do seu ventre poderia estar um bebê.
Como iria contar aos seus pais?
Bernardo não ganhava o suficiente para sustentar uma família agora.
Escovou os dentes e usou o enxaguante por pelo menos três vezes, a mãe não podia imaginar que andara vomitando.

Ao chegarem em casa, Eduardo certificou-se de que após a babá deixar a casa, o pequeno João estaria entretido no quarto o suficiente para que ele pudesse conversar com  Claudia, sem ser interrompido.
Ela havia deixado a bolsa junto ao sofá e aproximou-se dele carinhosamente.
As mãos logo alcançaram o rosto dele, e o mesmo delicadamente as tirou.
E:Precisamos conversar.
C:Edu... Eu estou grávida. (sorrindo)
Aquela notícia o pegou de uma maneira, que nem reação ele expressou.
Edu: Como é que é?
C:Grávida, meu amor!! Grávida!!!! (o beijando)
O que tinha acontecido? Como ele caiu daquela felicidade toda para aquele sentimento que agora ocupava o seu corpo.
Seria pai novamente, não que estivesse infeliz, mas a situação encontrava-se de uma maneira em que ele não teria como ficar feliz.
Como iria deixar, Claudia?
O que iria falar para Alice? Estava sem respostas, estava completamente perdido.
C:Está feliz? (sorrindo para ele)
E:Claro, claro que estou. (sorrindo para ela)
Ela não tinha culpa, aquilo não fora planejado. Mas, o que havia imaginado o que havia sonhado... Não poderia se tornar realidade. Alice continuaria longe da sua vida.
C:Me diz...
E:O que? (sendo despertado de seus pensamentos)

C:O que iria dizer.

quarta-feira, fevereiro 12, 2014

2° Te Quero de Volta

Claudia virou-se e viu a ex-mulher de Edu, ela sorria ao lado do namorado. Estavam saindo do novo restaurante.
Aquilo a deixou com certa inveja, ela estava lá, em um vestido deslumbrante, um sorriso espontâneo. Enquanto ela estava com o Edu em uma pizzaria com o filho dela que insistia em ser inconveniente.
C:Edu! (chamando sua atenção)
J:O que foi, pai?
E:Não, não é nada.
C:Eu não acredito que você estava olhando ela desse jeito na minha cara, Edu!
Ela estava visivelmente irritada e Eduardo sabia que aquilo não terminaria muito bem.
E:Claudia, por favor... Na frente do João, não.
Mesmo sem querer, ela parou logo o sermão já tinha montado em sua boca.
E:Vamos, vamos logo buscar o seu bichinho de pelúcia e irmos para casa.
J:Eba.
Claudia havia literamente ficado brava. Acompanhou-o até o carro completamente muda.

Enquanto isso, Alice e Tiago haviam entrado no carro e iriam a caminho do apartamento dele.
T:Amor, você precisava ver como ele fez aquele molho que comemos.
A:Ele te deixou vê-lo cozinhar?
T:Deixou, e ainda disse que em breve irá visitar o meu restaurante. (sorrindo)
A:Que bom meu amor, eu fico muito feliz por você.
T:Gostou da noite?
A:Eu amei (beijando)
Os lábios dela mostravam que ela queria algo a mais.
T:Nossa, que bom isso. (sorrindo entre os lábios dela)
A:Eu acho que podemos terminar essa noite muito melhor. (sorrindo)
Ele sorriu e a beijou novamente. É claro que terminariam muito melhor.
Tiago deu partida no carro e pegou o caminho para seu apartamento.
Enquanto isso  Eduardo, Claudia e João Felipe estavam chegando na casa de Alice.
Assim que chegaram, Eduardo percebeu que Alice ainda não havia chegado o carro do cozinheiro metido não estava na garagem.
Mas a luz da sala esta acesa. Por quê? Pensava ele. Ela não podia em hipótese alguma ter deixado Bianca sozinha em casa.
João ia logo apertar a campainha, Claudia havia ficado no carro. Mas Eduardo o impediu, fez um sinal de silêncio para o filho e ergueu o carpete da entrada. Lá estava, a chave. Anos e anos e Alice ainda não havia perdido aquele costume perigoso.
Ele pediu que João voltasse para o carro e ficasse com Cláudia.
E:Filho, fica lá no carro com a Tia Cláudia. Se a sua mãe desconfiar que você jantou pizza, ela vai brigar.
J:Tudo bem, pai.
O Menino obedeceu ao pai.
Com o máximo de silêncio, Eduardo virou a chave na porta e a abriu com tudo.
Não encontrou nada, apenas um balde de pipoca e dois copos na mesinha de centro.
A TV ainda estava quente, haviam acabado de desligar.
Pé ante pé ele subiu as escadas.
Ele ouviu barulho dentro do quarto de Bianca, não podia imaginar no que seria. Abriu a porta do quarto e lá estava a sua filha e um garoto quase nus.
E:Mas o que está acontecendo aqui? (gritando)
B:Pai! (cobrindo-se com o lençol)
E:Quem é esse moleque, Bianca?
Be:Prazer senhor Eduardo.
Com o lençol em torno da cintura, o rapaz aproximou-se do pai de Bianca com a mão estendida.
E:Seu... (indo para cima dele)
B:Para pai! (entrando no meio)
E:Vistam-se, eu quero falar com os dois na sala. E a sua mãe vai saber disso!

Enquanto isso, Alice e Tiago haviam acabado de chegar ao apartamento dele.
Estavam em meio a beijos, fecharam a porta apressadamente, direcionavam agora ao sofá.
A:Hum, então hoje você vai me mostrar uma surpresa? (por entre os lábios dele)
T:Vou, mas antes eu quero te mostrar outra coisa.
Ele a beijou intensamente e não demoraram muito até caírem em cima do sofá. Os beijos eram desejados, tinham sabor de vinho.
As mãos dele começaram a subir pela abertura do vestido. A respiração começava a ficar ofegante. Os lábios mordiscando um ao outro, quando o celular de Alice começou a tocar.
T:Ah, não... (ainda por entre os lábios dela)
A:Acho que é a Bia.
Ela levantou-se e foi até a bolsa, ao olhar a tela do celular, seu coração foi a mil. Será que havia acontecido com João para que Edu estivesse ligando àquela hora?
A:Edu? Aconteceu alguma coisa com o João?
Eduardo estava com uma voz que ela particularmente odiava.
E:Com o João nada, afinal quem estava cuidando dele era eu, mas com a Bia!
A:Com a Bia? O que aconteceu?
E:Volto para casa agora mesmo, eu estou te esperando.
Ele desligou bruscamente o celular na cara dela.
T:O que aconteceu meu amor?
A:Eu não sei, ele não quis me dizer. Mas pela voz, deve ser algo grave.
T:Essa não é a primeira vez que ele faz isso, deve ser mais um exagero como sempre. Como daquela vez em que o João perdeu o dente. Estávamos a caminho do Rio de Janeiro e tivemos que voltar porque ele disse que era algo sobre a saúde dele.
A:Eu sei meu amor, mas e não posso ignorar isso.
T:Alice, eu não estou dizendo isso para que você não vá, são seus filhos, é claro que você deve ir. Mas quero que desmanche essa carinha de culpada. Hun? (beijando-a) Vamos.
A:Vamos.
A essa altura Eduardo já havia ligado para Claudia e dito para que a mesma continuasse no carro e entretendo João. Sabia que quando Alice chegasse, as coisas ficariam tensas, e não queria que ele presenciasse.
Assim que a mesma entrou em casa, estavam ao sofá, Bernardo e Bianca, enquanto Eduardo andava de um lado para o outro com a cara fechada.
E:Enfim você chegou!
A:O que foi que aconteceu? Onde está a Bianca?
B:Mãe! (levantando-se e indo abraçar a mãe)
Be:Oi Dona Alice. (cumprimentando-a)
A:Oi meu filho, bom, para você estar aqui acho que já imagino o que aconteceu.
E:Imagina?! (gritando)
Eu encontrei os dois na cama! Na cama, Alice! Como você me explica isso?
A:Eduardo, você quer que eu fale o que? Que eu te explique o que? Eles são jovens!
E:Eu não estou acreditando que eu estou ouvindo isso. Minha filha ainda é uma criança! Como você pode estar permitindo isso?
A:Eu não estou permitindo nada, alias, ainda iremos conversar direitinho sobre isso, Dona Bianca e Senhor Bernardo.
E:Alice, se acontecer alguma coisa, a culpa é sua!
A:Minha?
E:Sua sim, porque a sua obrigação é cuidar deles, e você a deixou sozinha em casa para ir dormir com esse aí! (apontando para Tiago que decidiu não se intrometer)
A:Primeiro que o nome dele não é “esse aí”, segundo que ela disse que não estava se sentindo bem, o que eu podia fazer?
E:Podia ter ficado com ela em casa!
A:Ela não é mais criança, Eduardo.
E:Você não sabe educá-los. Garanto que sabia que ela estava de namorinho com esse aí.
A:Sabia, sabia sim.
E:E não me disse nada! Eu tenho o direito de saber, Alice! (gritando)
A:Assim como você me disse que essa menina colocou um piercing!
E:Uma coisa é colocar um piercing, a outra é ela estar transando dentro de casa!
B:Pai!
A:Você fica quieta, Bia.
Ela aproximou-se de Eduardo.
A:Você não é nenhum exemplo de pai para questionar o quanto eu sou ou deixo de ser uma boa mãe.
E:Deve ser por isso que o João gosta tanto de ficar comigo. Você não cuida dos seus filhos.
Nesse mesmo instante, Alice deu um tapa na cara de Eduardo, assim que o mesmo voltou o rosto para olhá-la e dizer-lhes “está maluca?” Ele foi parado por aqueles olhos que ele ainda tentava decifrar, o mesmo estava vermelho e derramava lágrimas atrás de lágrimas.
A:Nunca mais, ouse a questionar o meu amor pelos meus filhos.
Ele não tinha mais palavras para dizer, pensava com ele que o que ele disse, fora cruel demais. Onde estava com a cabeça?
Tiago estava agora indo em direção a Alice, quando todos tiveram a atenção voltada para João, o mesmo estava com uma crise asmática parado em frente a porta.
A:Filho, meu amor, o que está acontecendo.
E:Porque o trouxe aqui, Claudia? Eu disse para segurá-lo no carro.
C:Eu não pensei que estaria acontecendo a terceira guerra mundial aqui. Ele queria vir dar um abraço na mãe, mas viu o final da briga de vocês.
A:Pegue a bombinha dele, Edu. Está na mochila.
Eduardo entrou em desespero. A mochila estava em casa.
A:Edu!
E:Está em casa, eu não pensei que...
A:Você não está com a bombinha? (desesperada)
T:É mais rápido levá-lo a um hospital do que ir buscar a mochila.
Tiago pegou o pequeno João no colo e logo o levou em direção a seu carro. Isso deixou Eduardo muito incomodado, mas agora o mais importante era a saúde do seu filho.
Eduardo estava saindo pela porta, preocupado, quando recuou alguns passos e disse:
E:Você (apontando para Bernardo)vá para a sua casa, outra hora conversamos. E você (apontando para Bianca) vem comigo, agora!
Nisso Bernardo deu um sorriso tímido para Bianca e foi para casa. Já, Bianca acompanhou o pai e a namorada dele seguindo o carro de Tiago que levava o irmão.
B:Pai, eu só queria dizer que... (foi interrompida)
E:Outra hora conversamos, Bia. Você me decepcionou muito.

No carro de Tiago, Alice tinha João nos braços no banco de trás.
A:Filho, calma, respira devagar. Assim, igual à mamãe está fazendo. (chorando)
Tiago observava a namorada, a mesma não parava de chorar, e ele sabia que aquelas lágrimas além de ser pelo estado do pequeno João, era também por tudo que acabara de ouvir do ex-marido.
T:Amor, fica calma. Vai ficar tudo bem.
A:Vai, vai sim.
João ainda estava em crise, mas não tanto como antes.
Assim que chegaram ao hospital ele foi levado para ser medicado.
Alice estava acalmando agora e Eduardo se sentindo um monstro.
Algum tempo depois, Tiago tinha Alice em seus braços, Claudia estava sentada no sofá da sala de espera com os olhos pesados de sono. Bianca mexia no celular, provavelmente falando com Bernardo, enquanto Eduardo  marcava o chão de tanto andar. Até que o médico chegou.
Dr°: Ele foi medicado e já está respirando melhor, mas terá que passar a noite aqui, em observação.
C:Observação?
A:Mas então é...
Dr°: Não, fiquem tranquilos, é somente por precaução.
A:Eu posso vê-lo?
Dr°: Daqui a alguns minutos sim.
E:Eu vou ficar com ele.
A:Eu vou ficar com ele.
T:Eu fico com você, Alice.
C:Eu fico com você, Edu.
Alice virou-se para Tiago e acariciando-lhe a face, disse gentilmente:
A:Meu querido, eu sei que amanhã você tem um dia cheio no restaurante, eu vou ficar bem. Quero apenas te pedir um favor.
T:Tem certeza?
A:Absoluta. (sorrindo)
T: Que favor?
A:Quero que leve Bianca até em casa.
Assim que ela disse isso, virou-se de frente para Bianca e disse:
A: Você vai para casa, e não quero saber de mais nenhuma surpresa por hoje. Acho que por hoje já chega, né mocinha?
B:Tá, mãe.
E:Ela não vai pra casa. Claudia vai levá-la para a minha casa.
C:Vou?
E:Claro, não tem necessidade de ficarmos todos aqui. Quero que você fique em casa com a Bianca e descanse.
A:Edu, você...
B:Tudo bem, mãe. Eu vou com a Claudia para a casa do papai.
Alice percebeu que a filha queria evitar mais brigas.
T:Se precisar de qualquer coisa é só me ligar, eu venho correndo.
A:Eu sei... (sorrindo)
Tiago despediu-se de Alice com um carinhoso beijo na bochecha e foi para casa.
Claudia mesmo sem querer, obedeceu ao Edu, viu que o mesmo estava preocupado demais para fazer alguma briga.
Bianca deu um abraço na mãe e um aceno sem graça para o pai, e acompanhou Claudia.
Agora havia somente os dois. Era inicio de madrugada, logo o silêncio tomaria conta daquele hospital.
Não demorou muito até que o médico voltou e informou que os dois poderiam ver o menino.
João estava sonolento quando os dois entraram.
A:Own, meu filho. Como está se sentindo? (acariciando-lhe os cabelos)
E:Que susto ein rapaizão?
J:Mãe...
A:O que foi meu amor? Você quer alguma coisa?
J:Não bata mais no papai.
Alice sentiu seu coração ficar do tamanho de uma ameixa. O que fizera na frente de seu pequeno?
E:Filho, eu...(foi interrompido)
J:E não grite mais com a mamãe.
Eduardo sentiu o peso de palavras ditas sem pensar. Onde estava com a cabeça quando gritou com Alice daquela forma?
O que dissera a ela? Justo ela que fez de tudo para ficar com os filhos, ele jamais poderia ter dito aquilo.
E:Filho... (aproximando-se)
O pequeno João o olhava atencioso.
E:O papai nunca mais irá gritar com a sua mãe, está bem?
Nisso tanto Eduardo como Pedro olharam para Alice.
A:O que?
Ela olhou para Eduardo e o mesmo fez um sinal com a cabeça.
A:Tudo bem, eu nunca mais vou bater no seu pai.
No mesmo instante o menino sorriu, mas estava sonolento, além de ter sido medicado, já estava ao inicio da madrugada.
Assim que ele pegou no sono, Alice e Eduardo deixaram o quarto.
A mesma não trocou uma palavra sequer com o ex-marido, já o mesmo a seguia.
Alice saiu do hospital e foi para a área onde ela poderia tomar um pouco de café sossegada.
O hospital estava contemplado pelo silêncio. Pelo menos na parte em que estavam.
Eduardo foi até onde ela estava e também pegou um pouco de café, encostou-se ao lado dela e disse:
E:Eu queria te pedir desculpas.
Ela continuava em silêncio.
E:Eu passei dos limites, eu assumo. Mas é que você entende o que eu senti quando eu peguei os dois ali, quase nus? Era a minha filha! A minha bebe, Alice. Apenas pensei que você havia permitido aquilo e... (foi interrompido)
A:Eu? Você acha o que? Que eu sou uma cafetina ou algo do tipo?
E:Eu não disse isso
A:Mas foi o que você quis dizer.
E:Você e essa sua mania de tentar adivinhar tudo, de decifrar tudo. Eu disse o que disse e pronto, não existe algo que eu “queria dizer”
Alice virou de frente para ele, havia somente os dois naquele espaço, o vento começava a soprar um pouco gelado.
A:Você é quem tem a mania de achar que é o dono da verdade. Você estragou e estraga tudo, Edu.
E:Esse assunto de novo não, eu vi o que vi, isso você não tem como mentir.
A:Eu não vou falar isso com você de novo. Você acreditou no que você quis e destruiu a nossa família. Então pronto. Agora, falar do meu amor pelos meus filhos? Edu... Isso foi cruel. (olhando-o profundamente)
E:Eu já pedi desculpas, eu falei da boca para fora, me desculpa Alice.
Ele a segurava delicadamente pelos ombros. O toque dele ainda a deixava com o coração acelerado.
A:Eu... Eu não tenho nada que perdoar.
Dizendo isso ela virou, deixando-o a olhar para o nada. Mas antes mesmo que ela pudesse dar um passo, Edu a puxou pelo braço e invadiu a sua boca.
Para a sua surpresa, Alice não hesitou, aceitou o beijo. Como amava o beijo dela, o mesmo tinha gosto de café.
O beijo parou, ela abriu os olhos lentamente e assim que o seu olhar encontrou-se com o dele, ela deu um leve sorriso, mas no mesmo instante ergueu a mão para um tapa, mas Edu adiantou-se e segurou-lhe o braço.
E:Epa, acabou de prometer e já vai quebrar a promessa?
Ela abaixou o braço.
Antes mesmo de ele dizer algo que pudesse irritá-la, a mesma roubou-lhe um beijo, molhado e intenso.
Ao parar de beijá-lo ela segurou-o pelo queixo e disse:
A:Você é um cretino, Edu.

Ele sorriu ao vê-la sair. Adora vê-la brava e por isso fazia questão de sempre provocar algo.

domingo, fevereiro 16, 2014

6° Te Quero de Volta (Fim)

L:Sim, porque? (Ainda abraçando o irmão)
T:Nada, só que eu conheço.
L:Ela é a filha da Alice?
T:Você não sabia?
L:Não.
Luisa teve vontade de dizer a ele que era claro que não sabia que se soubesse não teria trazido ele até ali.
Ele aproximou-se de Alice.
E a abraçou, sabia o quanto os filhos eram importantes para ela. Nada mais importava agora, além do mais, Tiago estava refazendo a sua vida, e pensou que Alice fazia o mesmo quando viu Eduardo aproximando-se.
Alice afastou-se dos braços de Tiago e olhou Eduardo.
Eduardo cumprimentou Tiago com um aceno breve e foi retribuído com o mesmo.
Edu:Alice, não disseram nada mais?
A:Ela está respirando com ajuda do balão de oxigênio, Edu. (abraçando-o)
Edu:Fica calma, ela vai ficar bem, ela é forte.
Ele ficou olhando-a em silêncio.
A:O que foi?
Edu:Preciso falar com você.
A:Pode falar.
Edu:Não, aqui não. Vem , vamos sair.
A:Mas e se tiverem alguma novidade e...
Edu:É rápido.
A:Tudo bem.
Ela aproximou-se de Bernardo e disse para que se tivesse qualquer novidade era para ligar imediatamente para ela.
Ao chegarem em um lugar calmo do lado de fora do hospital, antes que ele abrisse a boca, ela perguntou:
A:Como está a Claudia?
Edu:Fisicamente está bem? Estava dormindo, estava agitada demais com a notícia da perda do filho.
A:Claro.
Edu:Eu te chamei aqui porque quero saber uma coisa.
A:Nossa, desse jeito você está me deixando nervosa.
Edu:A Bia, ela fez esse aborto porque o Bernardo pediu?
A:...
Edu:Porque se for isso, eu vou agora mesmo lá e...
A:Não! Claro que não!!
Edu:Mas então..
A:Eu havia marcado uma consulta para ela hoje de manhã, e os exames iriam apontar a gravidez, ela ficou com medo e resolveu abortar.
Edu:Mas, porque ela fez isso...
Eduardo estava profundamente decepcionado com a filha, aquilo era uma crueldade.
A:Medo, Bernardo me disse que conversou muito com ela, e que desde o inicio ele disse que eles iriam ter o bebê.
Edu:Essa pessoa, essa que fez isso com a Bia, ela deve ser presa.
A:Ela já nem está mais lá.
Edu:Como?
A:Bernardo ligou para a policia, os mesmos não encontraram ninguém lá.
Edu:Mas que droga!!! (gritando)
Alice foi encostando junto a grade que tinha atrás dela.
Edu:Você está bem, Alice?
A mesma continuava a recuar alguns passos.
Edu:Alice! (segurando-a)
Ela encontrava-se em seus braços. Como sentia tê-la daquela maneira, tão frágil, tão indefesa.
Ele a deitou no banco e quando saiu do mesmo para ir atrás de um enfermeiro, ela começou a despertar.
Edu:Meu amor, está sentindo dor em algum lugar?
A:Não, eu estou bem, mas...
Edu:O que? Mas o que?
A:Essa já é a segunda vez que eu desmaio. E isso não é nada legal.
Edu:Segunda?!
A:Uhum... Minha boca está seca.
Edu:Eu pego! Vou te trazer um pouco de água, fica quietinha aí.
Nisso, Alice começou a ajeitar-se para sentar.
Em breves minutos, Eduardo estava de volta com um copo de água.
A:Obrigada. (bebendo)
Edu:Tem certeza de que está bem?
A:Sim, estou bem.
Eles ficaram olhando-se por algum tempo, ele pegou o copo da mão dela e jogou em um cesto de lixo e rapidamente a puxou para um abraço apartado.
Como queria dizer que tudo ia ficar bem, que logo estariam juntos com a filha.
Mas o mesmo também sentia o coração apertado, não conseguia ter pensamentos otimistas.
A:A nossa pequena, Edu...
Eduardo continuava acariciando os seus cabelos.

As horas estavam rastejando naquela madrugada. Tanto que logo Eduardo e Alice voltaram para a sala de espera para saber notícias de Bianca.
Um médico chegou junto a sala e chamou por Eduardo.
Edu:Aconteceu alguma coisa com a Claudia?
Méd: Não, ela acordou e quer falar com você.
Edu:Claro, estou indo.
Ele virou-se para  Alice e sorrindo, foi em direção ao quarto.
Alice sentiu-se tão sozinha por isso, ela não o tinha mais para confortá-la. Virou-se para Tiago e o viu junto a Luisa conversando com Bernardo.
Ela sorriu. Amava Tiago, não como Eduardo, mas o queria bem, e vê-lo feliz a deixava feliz.

No quarto de Claudia, assim que Eduardo entrou a mesma lia o bilhete que o tal Daniel havia deixado.
Mas assim que ela viu Edu, o escondeu embaixo do travesseiro, julgou que se ele visse, ficaria bravo.
C:Edu! (abrindo os braços para ele)
Edu:Eu sinto muito. (abraçando-a)
C:O nosso filho, o nosso bebê.
Eduardo não conseguiu conter as lágrimas. E deixou o seu lado machista de lado para que pudesse colocar aquela dor para fora.
Claudia depois de algus minutos ali, aninhada junto ao peito de Edu, afastou-se e disse:
C:Que mulher te abraçou antes de mim?
Edu: oque?
C:O perfume, esse perfume não é meu.
Edu:Claudia, eu não acredito que... (foi interrompido)
C:É da Alice?
Edu:...
C:Eduardo!!
Edu:Sim, é dela, mas é que...
C:Eu ao acredito que eu acabei de perder o nosso bebê, e você já estava nos braços dela.
Edu:Você que eu...
C:Que você ainda a ama?
Edu: Você sabe que eu jamais faria isso.
C:Então me explica, porque... (foi interrompida)
Edu:Bianca estava grávida, fez um aborto com uma louca e agora está internada aqui respirando com ajuda de aparelho.
C:Grávida?
Edu:E eu abracei sim a mãe dos meus filhos, porque... Porque eu não podia deixá-la nesse momento, e você estava dormindo.
C:...
Eduardo sentou-se na cadeira ao lado.
C:Me desculpa, eu sinto muito, meu amor.
Edu:Não se preocupe, você não tinha como saber.
C:E onde está o ... Daniel?
Edu:Daniel?
C:Sim, foi ele quem me acompanhou até aqui, ficou ao meu lado o tempo todo.
Edu:Sei, quando eu cheguei ele estava indo pra casa.
C:Hum
Edu: Em todo o caso, no bilhete que você escondeu embaixo do travesseiro, tem o contato dele, pode agradecer através disso.
Claudia sentiu o rosto todo aquecer.
Recostou-se nos travesseiros novamente, e tentou pegar no sono.

Passariam a noite ali.
Eduardo dormiu no quarto de Claudia, em uma poltrona ao lado da cama dela.
Bernardo foi com Tiago e Luisa para a casa, depois de muita insistência da parte de Alice. O garoto recusava-se a deixar a namorada.
Mas, Alice sabia que o mesmo não tinha como fazer nada, além do mais, ela ficaria ali. Ligou para Vanderley e avisou que precisaria do amigo para mais algumas horas cuidando do pequeno João.
E assim o hospital foi contemplado pelo silêncio e o barulho de alguns aparelhos.
Alice buscou um café e ficou sentada ali no sofá da sala de espera, sozinha durante a madrugada inteira.
Era aproximadamente 5hrs da manhã, quando Edu saiu para buscar um café, afinal de contas seu corpo todo doía, e durante toda a madrugada só conseguiu cochilar algumas vezes.
Ao ver, Alice sentada sozinha, o mesmo logo foi ao seu lado.
Edu:Alice? Você dormiu aqui?
A:Não... Não consegui dormir.
Eduardo acariciou os cabelos dela com certa doçura, estavam hipnotizados um no olhar do outro, mas a mesma não podia sequer pensar em algo mais.
A mulher dele estava naquele hospital, havia acabado de sofrer um aborto. Seria a pior das mulheres se cedesse a algo assim.
Edu:Vem, vamos comer alguma coisa, você está um pouco pálida.
Ela aceitou.
Depois de um rápido café da manhã, Doutor Nícolas os chamou para mais notícias.
N:Eu preciso de doadores de sangue.
Edu:Sangue?
N:Sim.
Edu:Eu posso doar.
A:Edu, você tem pavor de sangue.
Edu:Mas a minha filha vem em primeiro lugar.
A:Então eu vou doar também.
Edu:Não, não precisa.
Alice olhou para Nícolas e com certa cumplicidade disse:
A:Não precisa, Nícolas?
N:Pelo contrário, se os dois doarem, será ainda melhor.
E assim, logo pela manhã, foram os dois a sala de coleta.
Eduardo não conseguiu sequer olhar para a enfermeira.
Alice já se encontrava ao lado dele. Sabia que ele iria desmaiar se não o distraísse. Sabia que ele estava fazendo aquilo para provar que a filha vinha antes de qualquer coisa.
Mas ela já sabia disso, ele não precisava passar por aquilo para provar isso a ela.
A:Edu, olha aqui pra mim.
Edu:Sim, eu... Eu estou te olhando.
A:Lembra quando ela nasceu?
Edu:sim(sorrindo)
Eduardo começava a apertar os punhos.
A:Eduardo!
Ele visivelmente não estava muito bem, não estava olhando, mas estava imaginando o tamanho da agulha que deveria estar em seu braço.
A:Lembra que a primeira palavra dela foi a tentativa do seu nome?
Ele começava sentir-se mole.
A:Não olha, ela já vai tirar as amostras.
Edu:Eu não quero olhar, mas é que...
A:Olha pra mim.
Edu:Eu não estou bem.
A:Meu amor, eu ainda te amo...
Não podia ter ouvido aquilo, com certeza é devido ao pavor de agulha e sangue.
Edu: O que? O que foi que você disse?
Ela sorriu.
Pronto, a bolsa de sangue estava longe de seus olhos, o braço devidamente tapado com o pequeno curativo.
A:Que eu te amo.
Dizer aquilo realmente não foi bom, ao invés dele distrair a mente, pelo jeito ficara mais apavorado.
Ele desmaiou.

Um tempo depois, Eduardo encontrava-se na sala de doação de sangue, aos poucos ele foi abrindo os olhos e disse:
Edu:Alice...
C:Claudia!
Edu:Claudia?
C:Desculpe se te decepcionei. (já irritada)
Edu:Não, claro que não, mas você já pode levantar? (sentando-se)
C:Eu já estou de alta, Eduardo. E pelo visto... Não faz a menor diferença. (saindo)
Eduardo não entendeu o porquê daquela reação, mal sabia ele de que ele acabara de chamar por Alice.
Ainda se sentia um tanto tonto, e quando tentou levantar-se para ir atrás de Claudia, o mesmo sentou-se novamente.
Edu:Claudia!! (chamando-a)
Foi inútil, a mesma continuava andando sem olhar para trás. Como ele podia ser tão insensível? Depois de tudo que ela acabou de passar, o mínimo que ele podia ter feito era esperá-la, ficar ao seu lado.
As lágrimas continuavam em seus olhos, eram tantas que nem viu quando bateu de frente em Daniel.
C: Daniel?
D:Está chorando?
C:...
D:Desculpe, eu te... machuquei?
C: Eu é que te pergunto? Te machuquei? Eu não olhei por onde andava.
D:Estou bem. Eu... Vim te ver.
Claudia não teve como não expressar certa surpresa ao  ouvir aquilo.
C:Me ver?
D:Sim... Hoje era a sua alta, não era?
C:Sim, é sim.
D:Você... está sozinha? (sem entender)
C:Sim, e adoraria a sua companhia. (sorrindo)
D:Que maravilha! (sorrindo) Porque eu também adoraria te acompanhar, aonde quer que você queira.
Os olhares estavam realmente presos um no outro.
Como isso podia acontecer?
Claudia não tinha duvidas alguma de que amava Eduardo, mas Daniel... Desde a primeira vez que o viu, despertou nela sentimentos até então desconhecidos.
Seria amor? Será que todo o tempo em que viveu com Edu na verdade nada mais era do que um grande carinho, ou até mesmo uma obcessão?
Seja lá o que for, não queria, mas sofrer por alguém que literalmente despreza o seu amor. Ou o que ela acha que seja amor.
Daniel sorriu para ela, em seguida segurou em sua mão e a levou para o seu carro.

Alice entrou no quarto de Edu e o encontrou agitado.
A:O que foi? Está sentindo alguma coisa?
Edu:Sim...
A:O que? Quer que eu chame um médico?
Edu:Não!
A:Porque? Você não disse que está sentindo alguma coisa?
Edu:Sim.
A:Edu, pelo amor de Deus, o que é?
Edu: Culpa.
Alice ficou em silêncio, imaginava do que é que ele falava.
Edu:Culpa, culpa por Claudia ter perdido o bebe, culpa por Bia estar nesse estado, culpa por te fazer sofrer, culpa...
A:Ei! (segurando-lhe as mãos) Para com isso. Você não teve culpa de nada.
Ele a olhava hipnotizado.
A:Tudo isso foi uma fatalidade, Claudia foi assaltada e Bia estava assustada.
Edu:Mas e você? Eu te fiz sofrer.
Ela ficou em silêncio, não iria confirmar algo que ele já estava cansado de saber.
A:Não vamos falar de coisas do passado, Edu. O que está no passado, fica no passado.
Edu:Alice, antes que eu desmaiasse, enquanto íamos doar sangue pra Bia... você me disse que ainda me ama.
Alice sentiu o corpo todo gelar, não... não podia ser, o que iria dizer agora? Não estava preparada.
Edu: Alice! Por favor... Se isso que você disse, realmente é o que você sente... Vamos ser felizes.
A:Edu, eu...
Nesse momento, Bernardo entrou com tudo na sala.
A:Bernardo, o que foi? Alguma noticia?
B:A Bia... (ofegante)
A:O que tem?
B:Ela está fora de perigo!! (abraçando Alice)
Edu:Graças a Deus!! (girando Alice no ar)
A Mesma logo sentiu uma tontura, mas assim que Edu a colocou no chão, ela ficou bem.

Essa espera pela melhora de Bianca, perdurou por duas longas semanas, mas enfim, chegara o dia em que saíra do hospital e agora repousava em casa aos cuidados do namorado, Bernardo.
E sem se darem conta, um mês havia se passado desde aquele incidente.
Era uma tarde quente, e na Boutique de Alice, Vanderley vestia um manequim da loja enquanto Alice lia a bula do material que usaria.
V:Sabe que te olhando assim, você está até com cara de mamãe.
A:Isso é um absurdo.
V:Isso é lindo! Divino.
A:Eu já volto.
Alice foi até o banheiro, e depois de algum tempo, a mesma voltou pálida como um papel.
V:E aí? Me conta.
Ela largou a caixinha em cima da mesa e disse;
A:Grávida!
V:Ah! Que maravilhosa notícia! (indo abraçá-la)
Não tinha como negar, um filho sempre é uma benção, e estava mais feliz do que nunca. Mas não poderia comemorar ainda.
V:Porque essa cara?
A:Porque? Porque eu estou perdida.
V:É, um bebe sempre é literalmente um trabalho dobrado e...
A:Pelas minhas contas, não sei se é do Edu ou do Tiago.
V:Ih. Justo agora que você e o Edu estão tão bem, até o Tiago... Está tão feliz com a nova namorada.
A:Então... Como eu posso chegar e simplesmente despejar essa notícia?
V:Alice! Você não está pensando em... Por favor, não faça uma loucura dessas e... (foi interrompido)
A:De maneira alguma, eu jamais faria algo contra esse bebe, ele não tem culpa. E é uma vida! Eu já o amo.
V:Florzinha, é só fazer um DNA.
A:Claro... Um DNA.
Isso era no mínimo constrangedor. Um DNA! Sentia-se muito desconfortável com isso, mas seria a única solução.
Nesse tempo, Alice havia ficado amiga de Tiago e Luisa, tinham uma ótima convivência, isso seria tão cruel. Mas sabia Deus que isso não fora planejado.
Já sabia exatamente o que fazer.

Daniel acabara de levar Claudia para casa, depois de um delicioso jantar.
C:Eu... Nem tenho como te agradecer.
D:Não precisa, eu fiz isso com o maior prazer.
C:Mas eu me senti, a pessoa mais especial que existe.
D:Eu... Vou indo então...
Ele virou-se e Claudia logo o segurou.
C:Fica...
D:Você tem certeza? (sorrindo)
C:Absoluta.
Claudia não conseguiu se conter, logo o puxou com força e encontrou seu lábios, sedentos e desejando o dela como se fosse o oxigênio que estava faltando.
A mesma sem deixar de beijá-lo, abriu a porta de seu apartamento, e entregaram-se a uma noite de amor e paixão.

Na casa de Tiago o mesmo encontrava-se deitado em sua cama, com Luisa recontada em seu peito.
L:Mas hoje?
T:Sim
L:E nem disse sobre o que era?
T:Não, e não faço a menor ideia.
L:Estranho, mas se ela quer que nos encontremos lá, não custa nada irmos.
T:Foi o que eu pensei.
L:Ela disse a hora?
T:Daqui há uma hora.
L:Uma hora?! Preciso me arrumar!
Tiago a segurou pela cintura e a derrubou na cama novamente.
T:Realmente você quer usar mais esse tempo para se arrumar?
L:Preciso pelo menos passar uma maquiagem.
T:Pra que tentar arrumar algo que já é perfeito?
L:Own meu amor. (beijando-o)
Ali ficaram usufruindo o tempo que ainda restavam para o encontro que Alice havia preparado em sua casa.

Um tempo depois, Edu e Alice estavam em meio a beijos e abraços na sala.
Edu já havia voltado a viver com Alice, Bia e Bernardo estavam com o pequeno João no quarto, até que o mesmo dormisse.
A:Porque sim.
Edu: E eles aceitaram vir mesmo sem saber o motivo?
A:Sim.
Edu:Nem sobre o que é você pode falar?
A:É sobre nós.
Edu:Nós? Esse nós... não é só nós dois, não é?
A:Não...  São nós quatro.
Edu:Alice, eu já estou ficando nervoso. Me diz logo o que é que está acontecendo.
A:Precisamos esperar Tiago e Luisa.
T:Pois então já pode dizer-nos, já estamos aqui. (segurando a mão de Luisa ao aproximar-se)
A:O que acontece é que...
T:Alice... Por favor, seja direta.
A:Eu... estou grávida!
A notícia teve outra proporção em Eduardo, que logo pensou que Tiago estar ali queria dizer que ele era o pai.
Mas Alice estava prestando atenção na reação de Tiago e Luisa, que estranhamente estavam calmos.
Edu:Então você os chamou aqui, porque o Tiago...
T:Meus parabéns, Alice!
L:Eu fico muito feliz por vocês! (abraçando-os)
Edu:Como?
A:Tiago, esse bebê pode...
T:Esse bebê é de vocês...
A:Como você pode ter tanta certeza, eu ... nós... (sem jeito)
L:Alice...
A mesma aproximou-se dela e pegou a mão dela.
L:Tiago não pode ter filhos!
Claro, essa era a única coisa que podia dar-lhes a certeza. Alice jamais soubera disso, afinal, nunca planejou ter  filhos com Tiago.
Eduardo sorriu e as lagrimas foram inevitáveis. Um beijo, longo e desejado fora dado no exato momento em que perceberam o que aquilo significaria.
Tiago e Luisa os cumprimentaram mais uma vez e em seguida deixaram aquela casa.
Significaria o recomeço de tudo, do amor que ainda sentiam um pelo outro, do desejo de cada um, da vontade de estarem juntos, da vontade de serem felizes.
Aquilo não se compraria aquilo não se acharia em lugar algum. Aquela felicidade e aquele momento feliz, fora construído e merecido.
Agora sim... Viveriam, aquela história de amor que fora interrompida.

(Fim- Jéssica Olyver)

sábado, fevereiro 15, 2014

5° Te Quero de Volta

Claudia havia sumido durante toda a tarde, a mesma sentia-se sozinha, estava grávida de um filho do Edu, mas não sentia o carinho dele, queria tanto viver aquele momento tão especial da sua vida junto com ele.
Estava pensando, andando pelas ruas da cidade de Toradora, que nem percebeu as horas passarem, a noite já caía.
 E nada dela voltar para a casa, Eduardo já ficava preocupado, tiveram uma discussão desnecessária de manhã.
Começava a pensar em suas atitudes com ela, será que realmente estava comportando-se como se nada demais estivesse acontecendo?
Não era isso, ele estava sim feliz pelo filho que chegaria, mas estava infeliz ao mesmo tempo por não ter Alice em seus braços por esse motivo, mas logo pensava também, que o pequeno não tinha culpa de nada.

Alice estava preocupada, um pequeno descuido naquela tarde, e Bianca sumiu. Agora já caiu a noite e a mesma não dava nenhum sinal, o celular ela não atendia.
Pensou logo que estaria com Bernardo, então, sem mais esperas ela discou o numero do celular dele.
A:Alô?
Be: Dona Alice? Está tudo bem?
A:Bernardo, Bia está com você?
Be:Não, não vejo a Bia desde essa manhã na escola, porque?
A:Por favor, não me esconda nada.
Ao ouvir isso, Bernardo logo pensou que a sogra dizia sobre o bebe.
A:Ela desapareceu desde essa tarde, minhas esperanças estavam na certeza de que ela estaria com você.
Be:Eu estou indo para aí.
A:Obrigada, eu realmente não sei mais onde procurá-la.
Bernardo desligou o celular e logo ligou para Bianca, a mesma encontrava-se arqueada em um banco de praça. Sentia muita dor.
O celular tocava, e ela mal tinha forças para atender, com  certa dificuldade ela atendeu.
Be:Meu amor, aonde é que você está?
B:Estou em uma praça... (ofegante)
Be:Que praça, Bia? Estamos todos preocupados.
B:Você se lembra daquela mulher que eu havia te dito.
Be:Bia... Meu amor. Não...
B:Me ajuda, eu não tô passando bem.
Be:Eu estou a caminho meu amor.
Bernardo pegou o carro da irmã e logo foi para a casa de Alice, ao chegar lá encontrou a mesma já com lágrimas nos olhos, já ouvira falar em extinto de mãe, mas nunca presenciou uma cena dessas.
A:Ela não está bem, eu sinto que algo aconteceu com ela.
Be:Eu sei onde ela está, vim busca-la.
A:Vanderley, cuide do João por favor. Eu volto assim que puder.
V:Claro, pode ficar tranquila.
E assim, saíram em direção a então praça.
Bernardo dirigia nervoso, a mão tremula e os olhos começavam a ficar marejados.
A:Bernado, meu filho. Tem alguma coisa que você quer me dizer?
Be:Quando eu falei com ela, ela não estava bem.
A:Como assim não estava bem? Sofreu algum acidente ou era algo emocional?
Be:Dona Alice, a Bia...está grávida.
A:Gravida!!! (gritando)
Ele ficou em silêncio, nada do que dissesse agora poderia amenizar a situação, e qualquer sermão que ouvisse de Alice, seria merecido, foram irresponsáveis, e ele reconhecia isso.
A:Vocês ainda tem uma vida inteira pela frente, como puderam ser tão irresponsáveis? É uma vida!
Bernardo começava a ficar cada vez mais tremulo.
A:Own meu filho, é uma vida. (sorrindo)
Ela colocou a mão em no ombro dele e acariciou.
A:E a receberemos com muito amor.
O então genro não conseguiu segurar as lágrimas e deixou-as cair pelo rosto, sem se incomodar que Alice estivera vendo.
A:Vamos ajudá-los, Bernardo. Não se preocupe.
B:Eu acho que a Bia fez uma besteira.
Alice ficou em silêncio. Agora tudo se encaixava. Não...
Em breves minutos Alice e Bernardo chegara ao lugar onde provavelmente Bianca estaria.

Longe dali, Claudia ainda andava pensativa, até que em um apto de segundo, um homem a abordou com violência, assim que mostrou a arma, ela logo começou a tremer.
C:Por favor, não faça nada que...
Ele nem esperou a mesma terminar, apenas a empurrou bruscamente fazendo a mesma cair ao chão, pegou o celular e a bolsa dela e em seguida saiu correndo.
O susto foi enorme, mas não tão enorme quanto o que levou ao ver um pequeno sangramento por entre as pernas.
Assim que o então ladrão saiu correndo, algumas pessoas aproximaram-se para ajudar.
C:Por favor, meu filho... Eu estou perdendo o meu filho. (chorando)
Logo as pessoas a socorreram, ligaram para ambulância o mais breve possível.

Enquanto isso, Bernardo e Alice andavam pela então praça indicada.
A:Você tem certeza de que era por aqui?
Be:Tenho, essa é a única praça perto da casa daquela mulher e...
A:O que foi.
Be:Ali!!!!
Bernardo correu para um canto da praça, é claro que ela ainda estaria ali, sem ajuda, sem nada.
Era um lugar deserto, uma praça deserta.
Ao aproximarem dela, viram que o estado era pior do que imaginaram.
Ela estava quase desmaiada.
Be:Meu amor, enfim te achei. Está tudo bem agora, ein? (beijando-a enquanto a pegava no colo)
B:Acabou... Acabou tudo.
A:Meu Deus, ela está gelada, está suando.
Bianca nem conseguiu ver que a mãe encontrava-se junto com o namorado, nem ouvir algo ela ouvia, Bernardo estava ali com ela, então... Podia despreocupar-se, ele a ajudaria, ele sempre a ajuda.
A:Meu amor... O que foi que você fez. (seguindo depressa Bernardo com a filha no colo)
Assim que chegaram no carro, Alice a ajeitou no banco de trás apoiada com a cabeça em seu colo e seguiram para o hospital mais perto.

Eduardo tentava falar com Claudia pelo celular há uma hora. E nada, nada. Só caía na caixa postal.
Agora estava mais preocupado do que nunca, era tarde da noite, pegou a lista telefônica, e começaria a ligar em delegacias, hospitais. Mas antes mesmo que pudesse ligar para o primeiro numero, o telefone tocou.
Edu: Alô?
- :Boa noite, o senhor conhece a senhora Claudia Blendy?
Edu:Conheço sim, ela é a minha mulher, aconteceu alguma coisa?
-: Ela está no centro hospitalar da Zona Norte e precisamos de alguém que possa preencher a ficha dela.
Edu: O que aconteceu? Está tudo bem?
-: O médico responsável explicará tudo o que aconteceu.
Edu:Eu estou a caminho, obrigado por avisar.
Eduardo pegou um casaco e as chaves do carro o mais rápido que pode. Não queria nem imaginar o que poderia ter acontecido com Claudia.

Alice andava de um lado para o outro, a angustia de não ter notícias da filha estava consumindo-a.
Depois de um longo tempo, o médico que estava responsável pelo plantão daquela noite, chegou.
N:Familia de Bianca... (foi interrompido)
A:Aqui!! Eu sou a mãe dela e...
N:Alice!
A:Nícolas, que bom que é você que está aqui hoje.
N:A consulta que marcou comigo era para ela?
A:Era.
N:Você já desconfia do que aconteceu?
Alice ficou em silêncio.
Bernardo prestava atenção no médico, o mesmo tinha um semblante muito sério.
N:Bianca se submeteu a um aborto,
Nessa hora Alice respirou forte, doía saber que a filha teve coragem se fazer algo desse tipo.
N:Porém, a pessoa que fez isso... Fez um trabalho muito delicado, de uma maneira nem um pouco profissional.
A:Como assim? Minha filha corre algum risco?
N:Alice... Infelizmente sim.
A:Não...
N:Ela teve uma hemorragia interna
A:Não, não...
N:E demorou ser socorrida, mas...
A:Não, não, não, não!!!(Gritando)
N:Você precisa ser forte, Alice.
Bernardo já se encontrava sentado no sofá, o mesmo não tinha nem forças nas pernas para que pudessem sustentar o seu corpo.
Chorava como uma criança, não esperava ser pai agora, mas aquele filho existia, e ele já o amava como tal.
Alice olhou para Nícolas e o mesmo a viu ficando pálida.
N:Alice? Está sentindo alguma coisa?
A:Eu...
Ela não viu e nem ouviu mais nada.
Nícolas a segurou em seus braços e colocou-a em cima do sofá da sala de espera.
Ficou ali por curtos minutos até que a mesma começasse a despertar.
Assim que ela foi acordando, ainda deitada no sofá, Eduardo chegou apressado na recepção, e após fala com a recepcionista e saber sobre Claudia, ao virar-se, viu Alice deitada no sofá da sala de espera.
Edu:Alice! (aproximando-se)
Ela mal conseguia enxergá-lo direito, ainda tinha a visão um tanto turva.
Edu:Porque... (foi interrompido)
A:Porque eu nem lembrei de te ligar Eduardo, porque eu estou tão desesperada com você, porque antes de mais nada, eu sou mãe, e estou sofrendo.
Edu:Alice... Porque está aqui?
A:Você não...
Edu:O João teve mais uma daquelas crises de Asma? (Preocupado)
Alice nem teve tempo de responder, quando Eduardo viu  Bernardo sentado ao lado.
Edu:Bianca... O que aconteceu com ela? O que aconteceu com a minha filha?
Doutor Nícolas saiu do lado de Alice e disse:
N:Assim que eu tiver mais notícias, eu venho lhe avisar.
A:Obrigada, Nícolas.
Eduardo aproximou-se dela e delicadamente repetiu:
Edu:Alice, pelo amor de Deus, Me diz.
A:Bia estava grávida!
Edu: Grávida! (gritando)

Eduardo logo olhou para Bernardo, mas não se atreveu a começar uma briga agora, pelo visto a situação era muito mais delicada do que isso.
Edu:Espera...
Alice estava agora sentada, e olhava para ele.
Edu:Como assim ela estava grávida?
A:Ela ...
Edu:Perdeu?
A:Ela tirou o bebê... (chorando)
Edu:Meu Deus! (levantando-se)
Alice levantou-se e ficando de frente para ele, disse:
A:Ela não confiou em nós, Edu. Ela preferiu abortar ao invés de nos contar, agora ela sofreu uma hemorragia interna e está em estado grave.
E eu não vou suportar.
Ela deixou as lágrimas invadirem o seu rosto novamente.
Eduardo não pensou duas vezes e puxou Alice para um abraço.
Há quanto tempo não se viam, aquele toque fez com que seus respectivos corpos sentissem certo calafrio.
Edu:Meu amor... (baixinho) Vai ficar tudo bem.
Era um momento só deles, sabiam a dor que estavam sentindo, a filha estava correndo risco de vida.
Depois de alguns minutos, Alice afastou dele e enxugando as lagrimas, disse:
A:Mas se você não sabia que a Bia estava aqui, porque você veio até aqui?
Edu:A Claudia, ela perdeu o bebe.
A:Eu... Sinto muito.
Edu:Obrigado.
A:E você ainda não foi vê-la?
Edu:O médico pediu pra que eu aguardasse alguns minutos.
A:Eu espero do fundo do coração que ela fique bem. (sorrindo)
Edu:Alice... Eu vou estar aqui o tempo todo, quando precisar, sabe onde me encontrar.
Olhavam-se com certa cumplicidade, com certa saudade.
Foram despertados daquele momento por outro médico que veio chamar Edu para ver Claudia.
Méd: Senhor Eduardo?
Edu:Eu mesmo.
Méd:Pode ir ver a sua mulher. Acompanhe-me, por favor.
Edu:Claro.
Ele virou-se para Alice e acariciando o seu rosto disse:
Edu:Não se esqueça... Se precisar é só me chamar.
A:Não vou esquecer.

Eduardo seguiu então para o quarto de Claudia, ao chegar em frente ao mesmo, o médico pediu que aguardasse até que a pessoa que estava lá, saísse.
O mesmo entendeu perfeitamente e aguardou porem quando a pessoa saiu, o mesmo ficou um tanto quanto curioso.
Edu:Me desculpe, mas... Quem é você?
O namorado de Claudia pensou que junto a ela, encontrar-se-ia um enfermeiro ou médico. Mas imediatamente viu que não.
D:Boa noite (cumprimentando-o) Me chamo Daniel, e fui eu quem a acompanhou até aqui.
Edu:Muito obrigado. (sorrindo)
D:Eu sinto muito pelo bebê.
Edu:Obrigado. Ela está acordada?
D:Agora não mais.
Edu:Agora?
D:Sim, quando ela soube do bebê, tiveram que sedá-la, não seria bom para ela alterar-se demais.
Edu:Ok. Bom... Senhor Daniel. Obrigado mais uma vez, e com licença... Vou entrar para vê-la.
D:Por nada. Tenha uma boa noite.
Daniel então saiu dali. Eduardo nunca havia visto ele antes. Porém pareceu realmente muito preocupado. Edu sentia-se de certa forma culpado, talvez se tivesse demonstrado a ela o quanto não estava triste por aquele filho, ela não teria discutido com ele e ficado perambulando pelas ruas de Toradora, aquela hora da noite.
Era muitas noticias de uma vez, perdeu um filho, perdeu um neto... E estava perdendo a filha. Tudo isso em uma única noite.
Assim que entrou no quarto, viu Claudia adormecendo. Ela estava tão frágil, tão pálida. Não queria que as coisas tivessem acontecido desse jeito. Não queria.
Puxou uma cadeira para perto dela, segurou uma de suas mãos e ficou ali. Velando o seu sono. Era o mínimo que podia fazer.
Agora tinha a consciência de que ela precisaria dele mais do que nunca.
Edu:Me perdoa, Claudia.
Não percebeu a hora passar, perdido nos pensamentos, relembrando e reorganizando todas aquelas informações, mas precisava ir saber sobre Bianca, mas antes de levantar-se, percebeu que ao lado do travesseiro de Claudia tinha algo que no mínimo o deixou curioso.

Na sala de espera do Hospital, Bernardo e Alice conversavam.
B:Então eu vou fazer isso.
A:Sim, ficaremos bem.

Já era inicio daquela madrugada, quando Luisa e Tiago estavam no estacionamento do restaurante, preparando-se para irem.
T:Confesso que estava com saudades de te levar para casa.
L:E eu com saudades de ter a sua companhia até lá.
T:Sabe... Eu pensei que sabia o que era amar.
Luisa o percebeu mudar para um tom um pouco mais serio.
L:Amar?
T:Sim... Amor. Eu agora sei o que é amor. E isso tudo graças a você.
Ela sorriu para ele enquanto tinha o rosto delicadamente sendo acariciado por ele.
T:A você que me faz ter a certeza de que sou muito amado por você.
L:Confesso que tinha isso como um sonho... Que realizá-lo estava só dentro da minha cabeça.
Tiago sorriu para ela e em seguida beijou-lhe os lábios. As mãos dele logo a envolveram os cabelos, a respiração começava a ficar ofegante, o pouco espaço no carro já começavam a aborrecê-los para encontrarem uma posição confortável.
Os lábios dele começavam a descer pelo pescoço dela, trilhando um doce caminho.
Luisa então se afastou dele e disse:
L:Só um minuto.
Ele não acreditou quando a mesma levantou-se como pode e sentou-se em seu colo.
T:Nossa.
L:Agora está melhor. (sorrindo)
Os beijos retornaram agora mais quentes e desesperados do que antes.
As mãos fervorosas em busca de contemplar melhor o corpo um do outro.
T:Eu... te quero tanto.
Ela não conseguia acreditar no que ouvia, sabia que Tiago uma hora esqueceria Alice, mas não que iria amá-la assim... Seria um luxo acrescentar isso ao seu sonho que era quase impossível.
Porém esse momento foi quebrado pelo toque do celular de Luisa.
T:Não, não atenda.
L:Eu preciso, pode ser algo importante (por entre os beijos dele)
T:Por favor.
Ela deu-lhe mais um beijo e buscou o celular na bolsa.
Não demorou muito até encontrá-lo.
L:Bernardo? Calma... Fala devagar... Em qual hospital? Não, não se preocupe com isso, mas eu vou até aí. Até logo.
Assim que a mesma desligou.
T:Aconteceu algo com o seu irmão?
L:Não, com ele não. Mas a namorada dele está internada em estado grave.
T:Mas o que aconteceu?
L:Ele não me disse os detalhes, mas disse que vai passar a noite lá  e que está com o meu carro, que era para eu buscá-lo caso fosse usá-lo. Será que seria muito egoísmo da minha parte pedir para que você me leve até lá?
Tiago a olhou e estava serio.
T:Claro que sim!
Ela ficou em silêncio, o rosto já começava a corar.
T:Mas se me der mais um longo beijo, posso te levar até o paraíso se quiser.
Ela sorriu e o beijou. Como ele conseguia ser daquele jeito? Tão encantador.

Enquanto isso, Eduardo olhava com calma o que encontrou ao lado do travesseiro de Claudia. Era um cartão de visitas do então Daniel. Era um professor de matemática.
Do lado de trás havia uma pequena mensagem, na verdade nada demais, porém Eduardo percebeu o que começava a acontecer ali.
Resolveu deixar o cartão ali no mesmo lugar.

Bernardo ainda chorava muito, pela saudade da garota que ama e pela perda do filho.
Alice o olhava penalizada, não imagina que o garoto era tão sensível daquela maneira. Ela aproximou-se dele e o abraçou, queria dividir aquela dor.
E o mesmo deu graças por aquilo, achou que fosse explodir a qualquer momento.
Assim que se acalmava um pouco, Luisa chegou ao hospital.
L:Bernardo! (indo em direção ao irmão que já abria os braços para ela)
B:Lu.
E assim o garoto voltou a chorar.
Tiago olhou Alice, a mesma estava abatida e desmanchando-se em lágrimas.
T:Alice?
A:Tiago?
T:A namorada dele é a Bianca?

sexta-feira, fevereiro 14, 2014

4° Te Quero de Volta

E:Ah... Não era nada. Nada que vá fazer alguma diferença agora.
Ela o abraçou novamente, estava radiante.
As horas foram passando.

Na casa de Alice a mesma começava a tirar a mesa, as lagrimas segurada nos olhos. A filha não podia imaginar o porquê de a mãe estar chorando.
B:Mãe?
A:O que foi, filha? (enquanto ajeitava as coisas do jantar)
B:Quem é que vinha jantar com a gente? (aproximando-se)
A:Ninguém, filha. Ninguém que vá fazer alguma diferença agora.
B:Era o Tiago?
A:Bia... Por favor, eu realmente não quero falar sobre isso agora.
B:Tudo bem, se a senhora não quer... Eu respeito.
Bianca aproximou-se da mãe e deu-lhe um carinho beijo na bochecha.
B:Boa noite.
A:Boa noite, minha filha.
Assim que Bianca deixou a cozinha, Alice deixou as lágrimas terem o seu momento, sentou junto a mesa e pensou com ela. Nenhum telefonema? Nenhuma satisfação? Por quê?

Eduardo tentou, mas passou a noite inteira imaginando como iria conversar com Alice sobre isso.
Era pouco mais da hora do almoço, quando Alice conversava com Vanderley enquanto arrumava um manequim.
V:E porque você não ligou, Alice?
A:Porque? Porque eu não vou atrás dele. Acho que o mínimo que ele podia ter feito, era ter ligado para me dar um satisfação.
V:É, realmente era o mínimo que ele podia ter feito.
A:Poxa, eu voltei atrás. Nós passamos uma tarde como há anos não passávamos. Eu me entreguei de corpo e alma! Ele tripudiou em cima do meu amor.
As lágrimas já começavam a dar boas vindas.
V:Own meu florzinha, não chora. (abraçando-a)
A:Porque? Porque eu simplesmente não me esqueço dele e consigo ser feliz com o Tiago? Por quê?

Tiago estava na cozinha verificando os cardápios do jantar, quando  Luísa, sua recepcionista chegou.
L:Sr Tiago?
T: Oi Luísa, algo em que eu possa ajudar?
L:O Cardápio.
t:Eu ainda estou montando, Luísa. Só um minuto e já te levo.
L:Mas o senhor já me entregou o cardápio do jantar.
T:Já? (confuso)
L:Sim, só que com as sobremesas na lista de entradas.
T:Droga.
L:Eu já arrumei, só queria saber se o senhor quer que mexa em mais alguma coisa.
Tiago olhou atentamente para o cardápio e não viu absolutamente nada de errado.
T:Não. Pelo jeito não. (rindo)
L:Perfeitamente. (virando-se)
Tiago a segurou pelo braço e disse:
T:Obrigado. (sorrindo) Estou um tanto quanto distraído hoje.
L:Não se preocupe. Eu sempre estarei aqui (o encarando) Para quando precisar. (deixando a cozinha em seguida)
Ele ficou repetindo aquela frase em sua mente. Será que ela estava insinuando algo?
Não! Ao mesmo tempo em que Tiago pensava que Luísa poderia querer algo, ele lembrava-se de que ela não disse nada demais.
Respirou fundo e concentrou-se novamente no que fazia. Não poderia deixar o fim de seu relacionamento com Alice, afetar o restaurante.

Alice estava ajunto ao balcão da loja, quando Vanderley chegou correndo em sua frente.
V:Ele tá vindo! O Edu tá vindo.
Assim que ela ouviu isso, a mesma pulou da cadeira em um segundo e disse:
A:Diz que eu fui ao banco pagar algo e que...
Ela parou de dizer, ele já a viu.
V:Eu olho a loja para você.
Ele aproximou-se dela e não disse nada, mal precisava. Sabiam que deveriam conversar.
Os olhares diziam tanto um para o outro, Edu e Alice estavam visivelmente abatidos, os olhos denunciavam a noite mal dormida.
Ao acomodarem na improvisada sala que ficava ao interior da loja para Alice e Vanderley, Eduardo logo começo as explicações.
Edu:Me desculpa, eu sei que eu devia ter ligado para dar alguma explicação.
A:Me ligar? (com ar de deboche) Não!
Ele esperou ela continuar.
A:Só ligamos para dar satisfação para alguém, quando essa pessoa é importante. Eu não sou importante para você. Por isso você não ligou. (as lágrimas já começavam)
Edu: Como é que é?
A:Claro, Edu. Como eu pude cair nessa? Você teve o que queria, fomos pra cama. Porque é que você iria terminar com aquela mulher?
Ela não mora com você, você não precisa dar satisfações para ela quando chega tarde em casa, porque muitas das vezes ela nem vai saber. E dá para você toda hora que você chamar...
Edu:Alice!
A:Porque você vai querer a sua mulher chata de novo? Eu...
Edu:Porque eu te amo!!
A:Me ama?
Ela aproximou-se dela, e com toda a dor que estava sentindo, bateu-lhe no peito em meio a lágrimas.
A:ENTÃO PORQUE DROGA VOCÊ NÃO ESTAVA EM CASA ONTEM? (gritando) Porque, Edu?
Edu:Porque... Porque ela está grávida.
A palavra “grávida” ecoava aos ouvidos de Alice, como um gravador quebrado.
Edu: Eu não posso. Você entende?
A:Não... Eu não entendo.
Edu:Eu não posso deixá-la agora.
A:Agora? Vai deixá-la quando? Quando o bebê nascer? Você quer dizer que acabou. É pra sempre.
Edu:Eu só quero que você saiba, que eu sempre vou te amar. Sempre e...
A:Vá a merda! (empurrando-o) Vá à merda você e esse seu amor.
Edu:Alice, eu não posso, você tem que me entender eu...
A:Eu tenho? Eu tenho?! Seja feliz, Eduardo.
Edu:Eu te amo...
A:SAI! (gritando)
Ele apenas abaixou a cabeça e deixou aquele lugar.
Eduardo saiu dali transtornado, como teve coragem de fazer aquilo? Mas como teria coragem de deixar Claudia no momento em que ela mais precisaria dele.

Vanderley entrou no cômodo, e viu a patroa e amiga, chorando debruçada sobre a mesa.
Aquilo provavelmente era uma cena um tanto quanto rara.
Alice dificilmente chorava em sua frente, sempre disse que não devia misturar os assuntos pessoais, o que nunca se realizou. Sempre as brigas eram ali.
Ela levantou-se e enxugava as lágrimas que insistiam em cair.
V:Que isso minha amiga, toma, bebe um pouco dessa água.
Ela bebeu, e ainda em meio a lágrimas se repreendia.
O amigo conhecia aquela cena muito bem, a única coisa que fazia nessas situações era abraçá-la.

A noite demorou chegar e não foi só para Alice. Tiago e Eduardo também a sentiram, de uma maneira bem dolorida.
Alice segurava um copo de água na mão, encostada junto a pia de sua cozinha, a mesma lembrava-se do que havia acontecido durante a semana. Foi uma semana muito intensa, cheia de emoções.
Talvez devesse alguma explicação para Tiago, talvez devesse pedir desculpas, ele era maravilhoso, não merecia ouvir aquilo, ainda mais de sua própria boca.
Estava perdida em seus pensamentos, quando ouviu algo. O barulho vinha de cima, de alguns dos quartos.
O pequeno João ainda estava na casa do pai, Bianca já havia ido dormir.
Será que...
Ela colocou o copo em cima da pia e subiu em silêncio para o corredor da parte de cima.
Encostou se perto da porta de Bianca e ficou em silêncio, se ouvisse algo, teria certeza de que era o que imaginava.
Porém, não teve nenhum barulho mais, Alice aguardou pelo menos cinco minutos, depois voltou para o seu quarto.

No quarto de Bianca.
Be:Podemos cuidar dele, é claro que eu assumo, meu amor. Eu te amo. (beijando-a)
B:Eu também te amo, mas vamos cuidar como? Eu não trabalho, você não ganha o suficiente para sustentar uma família agora.
Be:Daremos um jeito meu amor.
B:Bernardo... Tem uma criança aqui dentro. Você entende isso? (chorando)
Be:Claro que entendo, mesmo vindo em um momento inapropriado, é fruto do nosso amor. (abraçando-a) E será mais que bem vindo.
B:Ah Bernardo.
Bianca estava desesperada com o fato de estar grávida, aquela realmente não era a hora. Tinha a chance de mostrar para o pai que não era uma irresponsável só porque ele a pegou com o namorado.
Porém jogara toda pela janela quando descobrira aquela gravidez.
Algum tempo depois.
B: Amor?
Be:Hum...
B:Acho que minha mãe já dormiu há um tempo, já pode ir.
Be: Claro. (levantando)
Em questão de alguns minutos, Bernardo vestiu-se e descia com Bianca as escadas da casa.
Assim que despediram-se e Bianca foi para a cozinha, encontrou a mãe parada em frente a geladeira. Estava tão concentrada no que escolher para comer, que nem ouviu Bianca chegar no cômodo.
B:Mãe?!
A:Oi meu amor. Não consegue dormir?
B:É... eu... Estou com muito calor.
A:Eu também, quer um suco?
B:É do que?
A:Manga.
B:Er, não.
A:Filha...
B:Hum?
A:VocÊ está um pouco pálida, tá tudo bem?
B:Sim, só estou um pouco...
Ela nem terminou a frase e logo sentiu o corpo cair bem em frente  a sua mãe.
A:Bia!! (segurando-a)
Depois de curtos minutos, Alice conseguiu ajudar a Bianca recobrar os sentidos.
A:Está bem, filha?
B:Sim... Eu... o que aconteceu?
A:Você desmaiou.
B:Hum... (levantando-se devagar)
A:Vou levá-la À um hospital agora mesmo.ç
B:Não!
A:Como não? Você nunca desmaiou antes.
B:Eu sei, mas... é que...
A:É que o que?
B:É que eu já sei o motivo do desmaio.
A:Bianca, o que é que está acontecendo?
B:Eu...er...
A:Bianca!
B:Eu não como desde manhã. Acho-me gorda.
A:Gorda? Está doida, filha? Vai acabar ficando doente desse jeito.
B:Mãe, por favor, não me leve ao médico. Já sabe por que desmaiei.
A:Não sei.
B:Mãe...
Alice olhava o desespero de Bianca nos olhos, desde pequena odiava hospitais, o evitava o máximo. Talvez não fosse algo para tanto.
A:Então vai comer algo antes de dormir.
B:Ah mãe...
A:Vamos ao médico então.
B:Tá, eu como.

Logo algumas torradas e um suco de laranja estavam postos a frente de Bianca.
Mesmo com certa relutância, a mesma conseguiu comer quatro torradas e um grande copo de suco.
Depois disso a mesma despediu-se da mãe, e estava saindo da cozinha.
A:Filha!
Bianca virou-se.
A:Não faça mais isso. Se passar mal novamente, marco uma consulta para você no mesmo dia.
B...
A:Entendeu?
B:Sim, eu entendi.

Mesmo sendo a um bom tempo, inicio de madrugada, Tiago só conseguiu fechar o restaurante àquela hora.
Ele saia do estacionamento, quando viu Luísa parada em frente ao mesmo, olhava assustada para os lados com o telefone ao ouvido.
Devagar ele parou o carro m sua frente e abriu a janela.
T:Pensei que já estivesse em casa.
L:Meu carro está na revisão e meu irmão ainda não voltou da casa da namorada para vir me buscar.
T:Entra! Eu te levo.
L:Não precisa senhor  Tiago.
T:É perigoso para você aí e para mim aqui, entra, te de deixo em casa.
O sorriso dele a contagiava, como dizer não para aquele sorriso? Como dizer não para aquela boca dizendo  com tanta doçura para que ela entrasse no carro.
Luísa entrou.
Tiago rindo para ela, disse:
T:Não precisa ter medo, eu não mordo. (rindo enquanto dava partida)
A mesma sentiu o rosto formigar e aquecer em questão de segundos.

Na casa de Eduardo, o mesmo encontrava-se parado junto à porta do quarto do filho. Ele dormia como um anjo. Eduardo o olhava e lembrava-se de quando o mesmo nascera o quanto tamanha felicidade não cabia em seu peito.
Já era um homemzinho.  Ele ria ao pensar nisso, o pequeno João sempre repetia isso quando pedia para que o mesmo dependurasse os casacos no cabide.
Ele respirou fundo e fechou a porta.
Como será que Alice estaria? A vontade que tinha era de correr para a sua casa, pegá-la nos braços e amá-la, amá-la como naquela tarde.
Dizer-lhe o quanto ainda existe amor ali.
Mas não ia. Por quê? Talvez realmente fosse um covarde, covarde fora do que Alice o chamara quando saiu de casa, talvez nem ela mesmo sabia, mas... estava certa.

Enquanto isso, no carro de Tiago, o mesmo cantarolava uma musica do Tim Maia, o mesmo cantava muito bem, e não se deixava intimidar com a presença de Luísa ao seu lado.
L:É aqui, nesse portão verde.
T:Prontinho. Está entregue, senhorita. (sorrindo)
L:Mais uma vez muito obrigada senhor Tiago. Desculpe-me tirá-lo de seu caminho. (Sorrindo timidamente)
T:Não tem nada que se desculpar, não te deixaria em frente ao restaurante sozinha a essa hora, nem que me pedisse.
Ela sorriu.
L:Obrigada.
Os lábios dela iam de encontrou ao seu rosto, mas sem entender, ele virou deixado assim, que os lábios de ambos, encostassem-se um com o outro.
Foi um selinho, devagar... Assim que os olhos abriram-se e ambos se encararam.
Tiago logo se retratou.
T:Luísa, desculpe-me, eu não sei o que me deu. Eu... (foi interrompido)
Ela o beijava novamente, mas dessa vez os lábios tinham certa gana de descoberta, queriam explorar-lhes.
Ele levou as mãos até os cabelos dela e a mesma logo sentiu o corpo estremecer.
As mãos dela já lhe bagunçavam os cabelos. E logo ela sentiu o seu casaco começar a cair pelos ombros.
L:Não, não... Para. (Afastando-se)
T:O que foi? Eu desrespeitei você?
L:Não... (acariciando-lhe o rosto) de jeito algum. Só acho que... estamos indo rápidos demais, (sorrindo)
T:Me desculpe. Tem toda a razão.
L:Eu já vou. Obrigada mais uma vez pela carona.
Ela saiu do carro, mas antes que pudesse afastar-se, Tiago a chamou, a mesma abaixou-se a altura do vidro do banco de carona.
T:Confesso-lhe com toda a certeza senhorita Luísa, de que o prazer foi realmente... todo meu. (sorrindo)
Luiza sorriu e entrou em casa.
Pensava com ela o que havia acontecido? Como as coisas chegaram a esse ponto? Esse ponto tão maravilhoso?

Na casa de Eduardo, Claudia não se encontrava, felizmente ela quis ir para casa, a irmã iria passar uns dias com ela.
Ele precisava de um tempo sozinho para pensar, por as coisas em ordem.
Sentou-se junto ao sofá e com uma garrafa de vinho, serviu-lhe as 3hrs da madrugada.
Um tempo depois, pensado em Alice, em um ato de impulso ele pegou o celular e ligou para a casa dela.
Alice havia acabado de pegar no sono, depois do susto que Bianca deu em ter desmaiado, e em seguida ter colocado tudo o que no caso não comera durante o dia, todo para fora.
A:Alô? (sonolenta)
Eduardo não dizia nada, não conseguia dizer.
A:Alô?! Alguém?
Ela desligou, nunca imaginaria que fosse ele.
Naquele mesmo instante Edu decidiu-se. Iria evitar Alice ao máximo. Poderiam ficar sem se ver por muito tempo se quisessem. A única obrigação que tinham, era a cada uma semana, para levarem João para a casa.

Pouco mais de um mês se passou. E nesse longo tempo, Eduardo cumprira o que prometera a si mesmo.
Não via Alice desde então.
Claudia estava radiante, mesmo com apenas dois meses e pouco, a mesma já começara a comprar roupinhas para o bebê. Era o seu primeiro filho, e claro... Já era muito amado, tanto por ela, como por Edu.
Era hora tarde, o pequeno João estava na escala, mas na loja de Alice, algo mais importante acontecia.
A:Own meu bebê, acorda!!
V:Eu vou buscar álcool, em toda novela as pessoas que desmaiam acordam com álcool no nariz.
A:Ali embaixo do balcão tem álcool!
Vanderley foi o mais depressa que conseguiu.
A:Bia, Bia meu amor... Filha. Acorda!
Antes mesmo de Vanderley abrir a litro de álcool, a garota já despertava.
A:Bia! Own meu amor. Como se sente?
B:Um pouco tonta...
V:Um pouco tonta? Você caiu que nem uma jaca podre,  e nunca saberemos se o álcool funciona como nas novelas.
A:Vanderley!
V:Ok, desculpa. Toma garota, bebe um pouco de água.
A:Filha, a ultima vez que te vi desmaiar foi aquela vez de madrugada em casa. Depois disso não aconteceu nada?
B:Não.
A:Não está fazendo aqueles regimes perigosos de novo, está?
B:Não mãe, foi só a pressão.
A:Tudo bem, mas como nem você e nem eu somos médicas, vou marcar uma consulta para você agora mesmo.
B:Mãe, não precisa.
A:Bianca, está resolvido, e isso não se discute mais.
Dizendo isso, Alice pegou o telefone e afastou-se.
Bianca terminava o copo de água.

No restaurante, Tiago estava encantado por Luísa, não esquecera Alice de uma hora para a outra, mas começava a pensar muito mais em Luísa durante seu dia, do que em Alice, como era de costume. Sem dizer, que não deixava de demonstrar isso para ela.
Tiago fazia questão de almoçar com ela todos os dias, estavam apaixonando-se aos poucos.
Ele aproximou-se do balcão de reservas e disse:
T:Bom dia senhorita, Luísa. Poderia me dar a honra de ter sua companhia hoje ao almoço?
L:Senhor Tiago, creio não ser uma boa ideia. (sorrindo)
T:porque?
L:Estou ficando deliciosamente mal acostumada.
Ele a beijou e em seguida sorriu.
T:Diga ao seu chefe então, que sem atrasos, você deve estar livre às 13:00HRS.
L:Não sei se ele vai deixar, é um chefe muito bravo.
T:Pois então, diga a ele...
L:... (Sorrindo)
T: Diga a ele com jeitinho, tenho certeza de que se pedir com jeitinho, ele deixa.
Eles riram e ele voltou para a cozinha.
Como o amava, sempre o amou e agora... Era correspondida, realmente era um sonho.

No escritório de Eduardo, o mesmo conversava com Claudia.
Edu: Claudia, acho muito cedo para comprarmos o berço do bebe.
C:Porque cedo?
Edu:Porque ainda não decidimos o que vamos fazer, se vamos morar em minha casa, ou se devo comprar uma outra casa.
C:Eu já disse que isso é irrelevante.
Edu:Isso é prioridade Claudia.
C:Você não esta feliz não é? Não quer e nunca quis esse filho.
As lagrimas de Claudia já começavam e Edu se sentindo imensamente culpado.
Edu:Não coloque palavras em minha boca.
C:Eu não estou colocando nada, apenas está escrito na sua cara.
Dizendo isso, Claudia saiu da sala. Sentia Eduardo cada vez mais distante e isso ela não conseguia suportar. Nem mesmo uma nova família o fez esquecer-se dela.

Na loja de Alice, ela veio em frente a Bianca e Vanderley e disse:
A:Amanhã, logo pela manhã você terá uma consulta com o Doutor Nícolas. Veremos se esses desmaios são somente devido a queda de pressão mesmo.
Bianca ficou em silêncio, Já era. Ela iria descobrir mais cedo ou mais tarde mesmo.
B:Tudo bem, mãe. Como você quiser.
Alice percebeu o constrangimento e nervosismo da filha.

A:Meu amor, fica tranquila, não será nada de grave, Hum? (sorrindo, abraçou a filha)

quinta-feira, fevereiro 13, 2014

3° Te Quero de Volta

Passaram um fim de semana agitado, Alice e Edu foram para as suas respectivas casas quando saíram do hospital, e o domingo de ambos foi a cama, para a infelicidade de Tiago e Claudia, que passaram o Domingo vendo programas de TV.
Era segunda-feira, Alice estava em sua Boutique conversando com Vanderlei, seu confidente.
V:Para tudo! Como assim ele te beijou? Edu danadinho... (vestindo um manequim da loja)
A:Eu quero morrer quando ele faz isso.
V:Eu também morreria se um homem como o Edu fizesse isso.
A:Vanderley! (enquanto dobrava algumas peças de roupas)
V:Alice, me explica o sentido desse “Morrer” do sentido “morrer de tesão” ou “morrer de raiva”
Alice ficou em silêncio, mas tinha a resposta na ponta da língua.
V:Alice, vai, vamos lá! Diz.
A:Os dois! Morro de desejo de tê-lo dentro de mim, morro de vontade de beijá-lo, mas ao mesmo tempo eu tenho raiva por ele não ter acreditado em mim, as vezes quero dar um tapa naquela cara dele, até deixar a minha marca.
Alice olhava para Vanderley que tinha os olhos vidrados para ela.
A:Vandeley?
Ela sentiu um gelo percorrer o seu coração, ele estava olhando atrás dela, e não para ela.
T:Eu já sabia, sempre soube.
Ela não podia acreditar naquilo, ele não devia estar ali, esse horário era de movimento no restaurante.
A:Tiago, eu...
T:Você não precisa explicar, eu sei, você nunca esqueceu ele. Na verdade eu pensei que pudesse te ajudar a esquecê-lo, mas não.
V:Gente, eu preciso ir ali na loja, aquela ali, comprar qualquer coisa, eu volto depois.
Vanderley saiu para que a amiga e patroa pudesse conversar melhor.
A:Tiago, você sabe o que aconteceu com Edu e eu, você sabe como as coisas aconteceram.
T:Sei, sei também que ele não acreditou em você quando te viu em casa de sutiã dentro do banheiro.
A:Ele sempre foi ciumento.
T:Ele terminou um casamento de quase vinte anos por uma bobagem dessas! (nervoso)
A:Eu sei disso! E ninguém está sofrendo mais do que eu. (chorando)
T:Eu não sei o que ainda estamos fazendo juntos. Nosso namoro é uma maravilhosa mentira, você deixou claro qual é o seu real desejo.
Tiago saiu daquela boutique jurando nunca mais rastejar por um amor que não merece o seu.
Alice o amava, mas não como Edu, ela aprendeu a amar Tiago, amava-o pela atenção que ele lhe dava, pelo carinho, pela paciência.
Mas, Edu não, tiveram dois filhos, conviveu com o mesmo quase vinte anos, e por ele ser cabeça dura, separaram. Ainda o amava com certa loucura.
Algum tempo depois, Vanderley chegou.
A:Porque diabos você não me disse que ele estava atrás de mim?
V:Quando eu vi ele já havia ouvido a pior parte.
A:Estou me sentindo um monstro, Tiago não merecia isso.
V:Amiga, quer saber? Acho que isso foi um sinal.
A:Sinal? (confusa)
V:Sinal para que você corra atrás do seu verdadeiro amor. Para de ser orgulhosa.
A:Quem jogou tudo pro alto foi ele!
V:Mas você deve provar para ele que o seu amor verdadeiro.
A:Ele não confiou em mim. Quando um relacionamento acaba a confiança, não tem mais como dar certo.
V:Como você é cabeça dura, Alice.
Passou uma tarde conturbada, não queria que seu relacionamento com Tiago tivesse acabado desse jeito. Ele não merecia.
Naquele dia, ela mandou flores para ele. Pedia-lhe desculpas por não amá-lo como ele merecia. Pediu que a perdoasse por não ter aprendido isso a tempo. Que ele a fez muito feliz o tempo que passaram juntos.
Ela não conseguiria terminar aquele dia trabalhando. Precisava relaxar.
Ao chegar em casa, encontrou a casa vazia, João Felipe ainda ficaria aquela semana na casa do pai, e Bianca havia saído com as amigas.
Jogou-se no sofá e começou a pensar, pensar no que deveria fazer, será que realmente deveria tentar provar a Edu que não acontecera nada naquele dia?
Mas tanto tempo se passou, será que ainda valia a pena?

Enquanto isso, Vanderley pensava com ele que talvez pudesse ajudar de alguma forma,a amiga que ele tem como uma irmã estava sofrendo.
Mas como?
Nesse instante, Edu passa pela entrada da loja.
E: e aí? Onde está a Alice? Preciso falar com ela.
V:A Alice?
E:Sim, ela mesma ou tem alguma outra?
V:Nossa, Eduardo, como você continua grosso.
E:Vai logo Vanderley, onde ela está? Pra você não querer contar ela deve estar com o outro lá, não é?
V:Eles terminaram.
Eduardo tentou, mas não conseguiu disfarçar a cara de felicidade que ele fez ao ouvir isso.
E:Porque? Ela o traiu?
v:Como você é um idiota, Edu.
E:Não? (rindo nervoso) O que foi então?
V:Ele ouviu ela dizer que ainda te ama, que sente a sua falta, pronto falei!.
E:Ela... ainda me ama? (surpreso)
V:Infelizmente, porque mesmo você não acreditando que ela nunca te traiu, que chorou dias aqui no meu ombro por você, que rezava pra deixar de te amar. Sim, ela ainda te ama, mesmo você não merecendo.
Vanderley colocou tudo para fora. Não suportava, Eduardo sem tão mente fechada, tão cego. Enquanto a amiga mesmo negando, sofria por ele, principalmente quando ele apareceu com outra.
E:Eu... Não podia imaginar.
V:Quer saber Edu? Eu não aguento mais ver a  minha amiga sofrer. Você ainda a ama?
Eduardo ainda prestava atenção nas palavras que repetiam como eco em sua cabeça... Ainda te ama.
V:Edu!
E:Não! Claro que não, ela me traiu, como eu posso amar uma pessoa que fez isso comigo?
V:Pensa bem, depois pode ser tarde.
E:Eu tenho a Claudia, e sou muito feliz com ela.
Dizendo isso Eduardo deixou a boutique e foi em direção a casa da ex-mulher.
Alice ainda encontrava-se deitada no sofá, até que a barulho insistente na porta chamou-lhe a atenção.
Ela levantou e foi até a porta com passos preguiçosos, quando abriu teve uma surpresa.
Ele sorriu para ela e disse:
E:Então você ainda me ama? Ainda sente desejo por mim?
A:Eu vou matar o Vanderley, você não...
Ele a calou com um beijo, ali mesmo na porta ele levou uma das mãos em sua costa e a outra em seu pescoço, fazendo com que a mesma colasse junto ao seu corpo.
O corpo de Alice logo se arrepiou, aquele jeito que ele segurava-lhe os cabelos, a levava a loucura.
Eduardo a virou de costas para a porta e a fez encostar-se a ela, assim, fechando-a.
As mãos de Alice bagunçavam os cabelos de Edu e ele abria os botões da camisa dela.
Como queria senti-lo, como queria tocá-lo. Tanto tempo e seu corpo chamava por ele da mesma maneira.
Os lábios a certa hora chegavam a ser machucados, o rosto de Alice já fora tomado por uma vermelhidão devido a barba dele.
Eles separaram alguns centímetros as bocas.
E:Quem é que eu estou enganando quando eu digo que não te amo mais (sussurrando)
A respiração ofegante, os lábios dele brincavam com a orelha dela, enquanto as mãos apertavam-lhe os seios.
O primeiro gemido saiu por entre os lábios de Edu ao sentir a mão macia de Alice em seu membro, que já se encontrava excitado.
Ele arqueou certa hora devido a isso.
Ela própria se desfez do resto de roupa que ainda lhe cobria o corpo, ele a segurou pela cintura e a tirou ali da porta, foi em direção ao sofá e a deitou ali.
Alice contemplava o belo corpo de Edu ficar nu diante dela.
As mãos grandes dele seguraram-lhe o queixo, fazendo com que a mesma o olhasse nos olhos.
Ele aproximou a boca e disse como um sussurro:
E:Eu ainda te amo, Alice. Ainda te quero.
Ao terminar essa frase, o mesmo invadiu lhe a boca com sua língua intensa, e seu corpo com um impulso intenso.
As investidas de Edu tiraram Alice daquele mundo, como sentia saudades do jeito que faziam amor. Como era diferente.
As pernas dela haviam formado uma linda escultura em torno da cintura de Edu.
Não demoraram muito até que aliviassem aquele tesão todo, um no outro.
A respiração foi desacelerando e os corpos também.
Ali no sofá, Edu ainda em cima de Alice, ambos pensavam.
E agora?
Sem dizer uma sequer palavra, ambos vestiram-se e sentaram no sofá, um do lado do outro.
A:Edu.
E:Alice.
A:Você primeiro.
E:Alice, eu...
Ela o olhava quase que pedindo pra que ele dissesse logo.
E:Eu te amo, eu te amo, e eu não sei como fui capaz de não acreditar em você, me perdoa, me perdoa por ser esse grosso, esse homem de impulsos, me perdoa por...
Ela beijou novamente, um beijo calmo, mas forte, que o acalmou de certa forma.
E:Vamos começar de novo?
Ela sorriu para ele, mordendo o lábio inferior.
E:Topa? Topa dar uma segunda chance para nós?
A:É Claro que eu topo, é claro. (o beijando novamente)
O que havia acontecido?  Três anos depois e ainda o ama como antes.
Eduardo pensava o mesmo, como foi capaz de entrar na justiça para ficar com a guarda das crianças? Quando a única coisa que ele queria era viver feliz ao lado da mulher que ama.
Alice não concordava, mas entendia Edu. Ele estava transtornado, magoado. Mas enfim agora estaria tudo bem. Voltariam a ser a família feliz que nunca deveria ter acabado.

Estavam compostos novamente, e Alice entre os braços dele.
E:Eu vou terminar tudo hoje mesmo.
A:Eu vou te esperar, para passarmos a noite juntos... Na nossa cama (por entre os lábios dele)
Ele sorriu ao ouvir isso, Alice havia tirado a armadura da guerra, estava enfim entregue ao amor que ele sempre soube que ainda existia.
Abraçaram-se novamente.
Encontravam-se na sala, em pé perto ao sofá.
A:Vai esperar as crianças?
E:Melhor, vamos fazer uma surpresa.
A:Acho que Bianca vai gostar.
E:Percebi que ela realmente está magoada comigo.
A:É que ela não esperava a reação que você teve.
E:Nem eu esperava a reação que eu tive, eu fiquei fora de mim quando eu vi...
Eduardo começava a alterar a voz.
A:Shiii, pronto. Agora já passou, hun? (segurando-o pelo rosto)
E:Eu amo esse seu dom.
A:Meu dom?
E:Esse dom de me acalmar só com um toque, ou uma palavra.
Ela o beijou sorrindo. Como pode ter ficado tanto tempo sem ele?
Contemplaram mais um beijo antes que Eduardo dissesse a sua ideia.
E:Faremos um jantar, e nesse jantar anunciaremos a nossa volta.
A:Por mim tudo ótimo.
E:Eu sinto pela Claudia, mas é melhor assim. Ela encontrará alguém que a ame como eu te amo. (sorrindo)
A:Claro, claro que encontrará.
Eduardo a beijou novamente a apertando em um abraço.
E:Eu já vou, preciso voltar para o escritório. Venho para o jantar. (beijando-a)
A:Eu te espero. (sussurrando)
E assim ele deixou a casa que logo voltaria e ficaria para sempre.

Alice ficou com seus pensamentos, pensava com ela que Tiago não merecia ter ouvido aquilo, mas não podia fazer nada, não o amava como ama Eduardo, e não podia negar isso.
Ao chegar no restaurante, Tiago passou pela recepcionista e a mesma logo percebeu que o chefe chorava, o mesmo trancou-se em sua sala ao lado do salão do restaurante e não saiu de lá até a hora do almoço.

Eduardo chegou decidido a terminar tudo com Claudia, mas a mesma ainda estava no trabalho, e esse não é um assunto que possa ser conversado no local de trabalho.
Assim que ele chegou à agencia, o mesmo logo foi até a mesa dela.
E:Claudia, eu preciso falar com você hoje depois do trabalho.
C:O que aconteceu? É algo grave? É sobre o que?
E:A tarde conversamos, Claudia.
C:Mas pelo menos me diz sobre o que se trata.
E:Se trata de nós.
Claudia ficou em silêncio.
E:Claudia?
C:Tudo bem, meu amor. Eu teria que falar com você hoje também.
O dia passou rápido para Alice, a mesma passou o dia preparando um jantar perfeito. Iria contar para os filhos somente depois que o pai deles chegasse.
Edu e Claudia estavam no carro a caminho de casa, quando a mesma adiantou-se a conversar.
C:Edu, pode dizer sobre o que quer me falar?
Edu:Eu viu dizer quando chegarmos em casa.
C:Pra que isso, Edu?
Edu: Não vou conversar com você, dirigindo.
Eduardo não conseguia disfarçar o seu nervosismo, sabia que Claudia não iria aceitar fácil assim. Não queria que terminasse assim, mas a sua vida, é ao lado de Alice.

Na casa de Alice, a filha chegou até a cozinha um tanto quanto tímida.
B:Mãe?
A:Oi filha, está tudo bem?
B:Está, eu só queria saber se você falou com o papai hoje.
A:Seu pai?
B:É, não nos falamos desde aquele dia, pensei que ele pudesse ter  falado algo.
Alice soltou a colher sobre a pia e abraçou a filha.
A:Own minha filha, ele está constrangido, afinal de contas ele percebeu pela primeira vez que você não é mais a bebê dele e sim uma mulher. O problema foi como ele percebeu isso. Por isso eu peço que você tenha um pouco de paciência, você sabe como o seu pai é.
B:Claro.
Bianca abraçou a mãe e logo sentiu o estomago embrulhar, o cheiro do jantar havia impregnado na roupa da mãe.
B:Mãe... Eu já volto.
Nisso a filha de Alice saiu correndo em direção ao banheiro, mas Alice não percebera o que fora.
Ao chegar ao banheiro, a mesma colocou tudo para fora, não quis pensar no pior, não quis imaginar que ali dentro do seu ventre poderia estar um bebê.
Como iria contar aos seus pais?
Bernardo não ganhava o suficiente para sustentar uma família agora.
Escovou os dentes e usou o enxaguante por pelo menos três vezes, a mãe não podia imaginar que andara vomitando.

Ao chegarem em casa, Eduardo certificou-se de que após a babá deixar a casa, o pequeno João estaria entretido no quarto o suficiente para que ele pudesse conversar com  Claudia, sem ser interrompido.
Ela havia deixado a bolsa junto ao sofá e aproximou-se dele carinhosamente.
As mãos logo alcançaram o rosto dele, e o mesmo delicadamente as tirou.
E:Precisamos conversar.
C:Edu... Eu estou grávida. (sorrindo)
Aquela notícia o pegou de uma maneira, que nem reação ele expressou.
Edu: Como é que é?
C:Grávida, meu amor!! Grávida!!!! (o beijando)
O que tinha acontecido? Como ele caiu daquela felicidade toda para aquele sentimento que agora ocupava o seu corpo.
Seria pai novamente, não que estivesse infeliz, mas a situação encontrava-se de uma maneira em que ele não teria como ficar feliz.
Como iria deixar, Claudia?
O que iria falar para Alice? Estava sem respostas, estava completamente perdido.
C:Está feliz? (sorrindo para ele)
E:Claro, claro que estou. (sorrindo para ela)
Ela não tinha culpa, aquilo não fora planejado. Mas, o que havia imaginado o que havia sonhado... Não poderia se tornar realidade. Alice continuaria longe da sua vida.
C:Me diz...
E:O que? (sendo despertado de seus pensamentos)

C:O que iria dizer.

quarta-feira, fevereiro 12, 2014

2° Te Quero de Volta

Claudia virou-se e viu a ex-mulher de Edu, ela sorria ao lado do namorado. Estavam saindo do novo restaurante.
Aquilo a deixou com certa inveja, ela estava lá, em um vestido deslumbrante, um sorriso espontâneo. Enquanto ela estava com o Edu em uma pizzaria com o filho dela que insistia em ser inconveniente.
C:Edu! (chamando sua atenção)
J:O que foi, pai?
E:Não, não é nada.
C:Eu não acredito que você estava olhando ela desse jeito na minha cara, Edu!
Ela estava visivelmente irritada e Eduardo sabia que aquilo não terminaria muito bem.
E:Claudia, por favor... Na frente do João, não.
Mesmo sem querer, ela parou logo o sermão já tinha montado em sua boca.
E:Vamos, vamos logo buscar o seu bichinho de pelúcia e irmos para casa.
J:Eba.
Claudia havia literamente ficado brava. Acompanhou-o até o carro completamente muda.

Enquanto isso, Alice e Tiago haviam entrado no carro e iriam a caminho do apartamento dele.
T:Amor, você precisava ver como ele fez aquele molho que comemos.
A:Ele te deixou vê-lo cozinhar?
T:Deixou, e ainda disse que em breve irá visitar o meu restaurante. (sorrindo)
A:Que bom meu amor, eu fico muito feliz por você.
T:Gostou da noite?
A:Eu amei (beijando)
Os lábios dela mostravam que ela queria algo a mais.
T:Nossa, que bom isso. (sorrindo entre os lábios dela)
A:Eu acho que podemos terminar essa noite muito melhor. (sorrindo)
Ele sorriu e a beijou novamente. É claro que terminariam muito melhor.
Tiago deu partida no carro e pegou o caminho para seu apartamento.
Enquanto isso  Eduardo, Claudia e João Felipe estavam chegando na casa de Alice.
Assim que chegaram, Eduardo percebeu que Alice ainda não havia chegado o carro do cozinheiro metido não estava na garagem.
Mas a luz da sala esta acesa. Por quê? Pensava ele. Ela não podia em hipótese alguma ter deixado Bianca sozinha em casa.
João ia logo apertar a campainha, Claudia havia ficado no carro. Mas Eduardo o impediu, fez um sinal de silêncio para o filho e ergueu o carpete da entrada. Lá estava, a chave. Anos e anos e Alice ainda não havia perdido aquele costume perigoso.
Ele pediu que João voltasse para o carro e ficasse com Cláudia.
E:Filho, fica lá no carro com a Tia Cláudia. Se a sua mãe desconfiar que você jantou pizza, ela vai brigar.
J:Tudo bem, pai.
O Menino obedeceu ao pai.
Com o máximo de silêncio, Eduardo virou a chave na porta e a abriu com tudo.
Não encontrou nada, apenas um balde de pipoca e dois copos na mesinha de centro.
A TV ainda estava quente, haviam acabado de desligar.
Pé ante pé ele subiu as escadas.
Ele ouviu barulho dentro do quarto de Bianca, não podia imaginar no que seria. Abriu a porta do quarto e lá estava a sua filha e um garoto quase nus.
E:Mas o que está acontecendo aqui? (gritando)
B:Pai! (cobrindo-se com o lençol)
E:Quem é esse moleque, Bianca?
Be:Prazer senhor Eduardo.
Com o lençol em torno da cintura, o rapaz aproximou-se do pai de Bianca com a mão estendida.
E:Seu... (indo para cima dele)
B:Para pai! (entrando no meio)
E:Vistam-se, eu quero falar com os dois na sala. E a sua mãe vai saber disso!

Enquanto isso, Alice e Tiago haviam acabado de chegar ao apartamento dele.
Estavam em meio a beijos, fecharam a porta apressadamente, direcionavam agora ao sofá.
A:Hum, então hoje você vai me mostrar uma surpresa? (por entre os lábios dele)
T:Vou, mas antes eu quero te mostrar outra coisa.
Ele a beijou intensamente e não demoraram muito até caírem em cima do sofá. Os beijos eram desejados, tinham sabor de vinho.
As mãos dele começaram a subir pela abertura do vestido. A respiração começava a ficar ofegante. Os lábios mordiscando um ao outro, quando o celular de Alice começou a tocar.
T:Ah, não... (ainda por entre os lábios dela)
A:Acho que é a Bia.
Ela levantou-se e foi até a bolsa, ao olhar a tela do celular, seu coração foi a mil. Será que havia acontecido com João para que Edu estivesse ligando àquela hora?
A:Edu? Aconteceu alguma coisa com o João?
Eduardo estava com uma voz que ela particularmente odiava.
E:Com o João nada, afinal quem estava cuidando dele era eu, mas com a Bia!
A:Com a Bia? O que aconteceu?
E:Volto para casa agora mesmo, eu estou te esperando.
Ele desligou bruscamente o celular na cara dela.
T:O que aconteceu meu amor?
A:Eu não sei, ele não quis me dizer. Mas pela voz, deve ser algo grave.
T:Essa não é a primeira vez que ele faz isso, deve ser mais um exagero como sempre. Como daquela vez em que o João perdeu o dente. Estávamos a caminho do Rio de Janeiro e tivemos que voltar porque ele disse que era algo sobre a saúde dele.
A:Eu sei meu amor, mas e não posso ignorar isso.
T:Alice, eu não estou dizendo isso para que você não vá, são seus filhos, é claro que você deve ir. Mas quero que desmanche essa carinha de culpada. Hun? (beijando-a) Vamos.
A:Vamos.
A essa altura Eduardo já havia ligado para Claudia e dito para que a mesma continuasse no carro e entretendo João. Sabia que quando Alice chegasse, as coisas ficariam tensas, e não queria que ele presenciasse.
Assim que a mesma entrou em casa, estavam ao sofá, Bernardo e Bianca, enquanto Eduardo andava de um lado para o outro com a cara fechada.
E:Enfim você chegou!
A:O que foi que aconteceu? Onde está a Bianca?
B:Mãe! (levantando-se e indo abraçar a mãe)
Be:Oi Dona Alice. (cumprimentando-a)
A:Oi meu filho, bom, para você estar aqui acho que já imagino o que aconteceu.
E:Imagina?! (gritando)
Eu encontrei os dois na cama! Na cama, Alice! Como você me explica isso?
A:Eduardo, você quer que eu fale o que? Que eu te explique o que? Eles são jovens!
E:Eu não estou acreditando que eu estou ouvindo isso. Minha filha ainda é uma criança! Como você pode estar permitindo isso?
A:Eu não estou permitindo nada, alias, ainda iremos conversar direitinho sobre isso, Dona Bianca e Senhor Bernardo.
E:Alice, se acontecer alguma coisa, a culpa é sua!
A:Minha?
E:Sua sim, porque a sua obrigação é cuidar deles, e você a deixou sozinha em casa para ir dormir com esse aí! (apontando para Tiago que decidiu não se intrometer)
A:Primeiro que o nome dele não é “esse aí”, segundo que ela disse que não estava se sentindo bem, o que eu podia fazer?
E:Podia ter ficado com ela em casa!
A:Ela não é mais criança, Eduardo.
E:Você não sabe educá-los. Garanto que sabia que ela estava de namorinho com esse aí.
A:Sabia, sabia sim.
E:E não me disse nada! Eu tenho o direito de saber, Alice! (gritando)
A:Assim como você me disse que essa menina colocou um piercing!
E:Uma coisa é colocar um piercing, a outra é ela estar transando dentro de casa!
B:Pai!
A:Você fica quieta, Bia.
Ela aproximou-se de Eduardo.
A:Você não é nenhum exemplo de pai para questionar o quanto eu sou ou deixo de ser uma boa mãe.
E:Deve ser por isso que o João gosta tanto de ficar comigo. Você não cuida dos seus filhos.
Nesse mesmo instante, Alice deu um tapa na cara de Eduardo, assim que o mesmo voltou o rosto para olhá-la e dizer-lhes “está maluca?” Ele foi parado por aqueles olhos que ele ainda tentava decifrar, o mesmo estava vermelho e derramava lágrimas atrás de lágrimas.
A:Nunca mais, ouse a questionar o meu amor pelos meus filhos.
Ele não tinha mais palavras para dizer, pensava com ele que o que ele disse, fora cruel demais. Onde estava com a cabeça?
Tiago estava agora indo em direção a Alice, quando todos tiveram a atenção voltada para João, o mesmo estava com uma crise asmática parado em frente a porta.
A:Filho, meu amor, o que está acontecendo.
E:Porque o trouxe aqui, Claudia? Eu disse para segurá-lo no carro.
C:Eu não pensei que estaria acontecendo a terceira guerra mundial aqui. Ele queria vir dar um abraço na mãe, mas viu o final da briga de vocês.
A:Pegue a bombinha dele, Edu. Está na mochila.
Eduardo entrou em desespero. A mochila estava em casa.
A:Edu!
E:Está em casa, eu não pensei que...
A:Você não está com a bombinha? (desesperada)
T:É mais rápido levá-lo a um hospital do que ir buscar a mochila.
Tiago pegou o pequeno João no colo e logo o levou em direção a seu carro. Isso deixou Eduardo muito incomodado, mas agora o mais importante era a saúde do seu filho.
Eduardo estava saindo pela porta, preocupado, quando recuou alguns passos e disse:
E:Você (apontando para Bernardo)vá para a sua casa, outra hora conversamos. E você (apontando para Bianca) vem comigo, agora!
Nisso Bernardo deu um sorriso tímido para Bianca e foi para casa. Já, Bianca acompanhou o pai e a namorada dele seguindo o carro de Tiago que levava o irmão.
B:Pai, eu só queria dizer que... (foi interrompida)
E:Outra hora conversamos, Bia. Você me decepcionou muito.

No carro de Tiago, Alice tinha João nos braços no banco de trás.
A:Filho, calma, respira devagar. Assim, igual à mamãe está fazendo. (chorando)
Tiago observava a namorada, a mesma não parava de chorar, e ele sabia que aquelas lágrimas além de ser pelo estado do pequeno João, era também por tudo que acabara de ouvir do ex-marido.
T:Amor, fica calma. Vai ficar tudo bem.
A:Vai, vai sim.
João ainda estava em crise, mas não tanto como antes.
Assim que chegaram ao hospital ele foi levado para ser medicado.
Alice estava acalmando agora e Eduardo se sentindo um monstro.
Algum tempo depois, Tiago tinha Alice em seus braços, Claudia estava sentada no sofá da sala de espera com os olhos pesados de sono. Bianca mexia no celular, provavelmente falando com Bernardo, enquanto Eduardo  marcava o chão de tanto andar. Até que o médico chegou.
Dr°: Ele foi medicado e já está respirando melhor, mas terá que passar a noite aqui, em observação.
C:Observação?
A:Mas então é...
Dr°: Não, fiquem tranquilos, é somente por precaução.
A:Eu posso vê-lo?
Dr°: Daqui a alguns minutos sim.
E:Eu vou ficar com ele.
A:Eu vou ficar com ele.
T:Eu fico com você, Alice.
C:Eu fico com você, Edu.
Alice virou-se para Tiago e acariciando-lhe a face, disse gentilmente:
A:Meu querido, eu sei que amanhã você tem um dia cheio no restaurante, eu vou ficar bem. Quero apenas te pedir um favor.
T:Tem certeza?
A:Absoluta. (sorrindo)
T: Que favor?
A:Quero que leve Bianca até em casa.
Assim que ela disse isso, virou-se de frente para Bianca e disse:
A: Você vai para casa, e não quero saber de mais nenhuma surpresa por hoje. Acho que por hoje já chega, né mocinha?
B:Tá, mãe.
E:Ela não vai pra casa. Claudia vai levá-la para a minha casa.
C:Vou?
E:Claro, não tem necessidade de ficarmos todos aqui. Quero que você fique em casa com a Bianca e descanse.
A:Edu, você...
B:Tudo bem, mãe. Eu vou com a Claudia para a casa do papai.
Alice percebeu que a filha queria evitar mais brigas.
T:Se precisar de qualquer coisa é só me ligar, eu venho correndo.
A:Eu sei... (sorrindo)
Tiago despediu-se de Alice com um carinhoso beijo na bochecha e foi para casa.
Claudia mesmo sem querer, obedeceu ao Edu, viu que o mesmo estava preocupado demais para fazer alguma briga.
Bianca deu um abraço na mãe e um aceno sem graça para o pai, e acompanhou Claudia.
Agora havia somente os dois. Era inicio de madrugada, logo o silêncio tomaria conta daquele hospital.
Não demorou muito até que o médico voltou e informou que os dois poderiam ver o menino.
João estava sonolento quando os dois entraram.
A:Own, meu filho. Como está se sentindo? (acariciando-lhe os cabelos)
E:Que susto ein rapaizão?
J:Mãe...
A:O que foi meu amor? Você quer alguma coisa?
J:Não bata mais no papai.
Alice sentiu seu coração ficar do tamanho de uma ameixa. O que fizera na frente de seu pequeno?
E:Filho, eu...(foi interrompido)
J:E não grite mais com a mamãe.
Eduardo sentiu o peso de palavras ditas sem pensar. Onde estava com a cabeça quando gritou com Alice daquela forma?
O que dissera a ela? Justo ela que fez de tudo para ficar com os filhos, ele jamais poderia ter dito aquilo.
E:Filho... (aproximando-se)
O pequeno João o olhava atencioso.
E:O papai nunca mais irá gritar com a sua mãe, está bem?
Nisso tanto Eduardo como Pedro olharam para Alice.
A:O que?
Ela olhou para Eduardo e o mesmo fez um sinal com a cabeça.
A:Tudo bem, eu nunca mais vou bater no seu pai.
No mesmo instante o menino sorriu, mas estava sonolento, além de ter sido medicado, já estava ao inicio da madrugada.
Assim que ele pegou no sono, Alice e Eduardo deixaram o quarto.
A mesma não trocou uma palavra sequer com o ex-marido, já o mesmo a seguia.
Alice saiu do hospital e foi para a área onde ela poderia tomar um pouco de café sossegada.
O hospital estava contemplado pelo silêncio. Pelo menos na parte em que estavam.
Eduardo foi até onde ela estava e também pegou um pouco de café, encostou-se ao lado dela e disse:
E:Eu queria te pedir desculpas.
Ela continuava em silêncio.
E:Eu passei dos limites, eu assumo. Mas é que você entende o que eu senti quando eu peguei os dois ali, quase nus? Era a minha filha! A minha bebe, Alice. Apenas pensei que você havia permitido aquilo e... (foi interrompido)
A:Eu? Você acha o que? Que eu sou uma cafetina ou algo do tipo?
E:Eu não disse isso
A:Mas foi o que você quis dizer.
E:Você e essa sua mania de tentar adivinhar tudo, de decifrar tudo. Eu disse o que disse e pronto, não existe algo que eu “queria dizer”
Alice virou de frente para ele, havia somente os dois naquele espaço, o vento começava a soprar um pouco gelado.
A:Você é quem tem a mania de achar que é o dono da verdade. Você estragou e estraga tudo, Edu.
E:Esse assunto de novo não, eu vi o que vi, isso você não tem como mentir.
A:Eu não vou falar isso com você de novo. Você acreditou no que você quis e destruiu a nossa família. Então pronto. Agora, falar do meu amor pelos meus filhos? Edu... Isso foi cruel. (olhando-o profundamente)
E:Eu já pedi desculpas, eu falei da boca para fora, me desculpa Alice.
Ele a segurava delicadamente pelos ombros. O toque dele ainda a deixava com o coração acelerado.
A:Eu... Eu não tenho nada que perdoar.
Dizendo isso ela virou, deixando-o a olhar para o nada. Mas antes mesmo que ela pudesse dar um passo, Edu a puxou pelo braço e invadiu a sua boca.
Para a sua surpresa, Alice não hesitou, aceitou o beijo. Como amava o beijo dela, o mesmo tinha gosto de café.
O beijo parou, ela abriu os olhos lentamente e assim que o seu olhar encontrou-se com o dele, ela deu um leve sorriso, mas no mesmo instante ergueu a mão para um tapa, mas Edu adiantou-se e segurou-lhe o braço.
E:Epa, acabou de prometer e já vai quebrar a promessa?
Ela abaixou o braço.
Antes mesmo de ele dizer algo que pudesse irritá-la, a mesma roubou-lhe um beijo, molhado e intenso.
Ao parar de beijá-lo ela segurou-o pelo queixo e disse:
A:Você é um cretino, Edu.

Ele sorriu ao vê-la sair. Adora vê-la brava e por isso fazia questão de sempre provocar algo.
 

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