Claudia havia sumido durante toda a tarde, a mesma
sentia-se sozinha, estava grávida de um filho do Edu, mas não sentia o carinho
dele, queria tanto viver aquele momento tão especial da sua vida junto com ele.
Estava pensando, andando pelas ruas da cidade de
Toradora, que nem percebeu as horas passarem, a noite já caía.
E nada dela voltar
para a casa, Eduardo já ficava preocupado, tiveram uma discussão desnecessária
de manhã.
Começava a pensar em suas atitudes com ela, será que
realmente estava comportando-se como se nada demais estivesse acontecendo?
Não era isso, ele estava sim feliz pelo filho que
chegaria, mas estava infeliz ao mesmo tempo por não ter Alice em seus braços
por esse motivo, mas logo pensava também, que o pequeno não tinha culpa de
nada.
Alice estava preocupada, um pequeno descuido naquela
tarde, e Bianca sumiu. Agora já caiu a noite e a mesma não dava nenhum sinal, o
celular ela não atendia.
Pensou logo que estaria com Bernardo, então, sem mais
esperas ela discou o numero do celular dele.
A:Alô?
Be: Dona Alice? Está tudo bem?
A:Bernardo, Bia está com você?
Be:Não, não vejo a Bia desde essa manhã na escola,
porque?
A:Por favor, não me esconda nada.
Ao ouvir isso, Bernardo logo pensou que a sogra dizia
sobre o bebe.
A:Ela desapareceu desde essa tarde, minhas esperanças
estavam na certeza de que ela estaria com você.
Be:Eu estou indo para aí.
A:Obrigada, eu realmente não sei mais onde procurá-la.
Bernardo desligou o celular e logo ligou para Bianca, a
mesma encontrava-se arqueada em um banco de praça. Sentia muita dor.
O celular tocava, e ela mal tinha forças para atender,
com certa dificuldade ela atendeu.
Be:Meu amor, aonde é que você está?
B:Estou em uma praça... (ofegante)
Be:Que praça, Bia? Estamos todos preocupados.
B:Você se lembra daquela mulher que eu havia te dito.
Be:Bia... Meu amor. Não...
B:Me ajuda, eu não tô passando bem.
Be:Eu estou a caminho meu amor.
Bernardo pegou o carro da irmã e logo foi para a casa de
Alice, ao chegar lá encontrou a mesma já com lágrimas nos olhos, já ouvira
falar em extinto de mãe, mas nunca presenciou uma cena dessas.
A:Ela não está bem, eu sinto que algo aconteceu com ela.
Be:Eu sei onde ela está, vim busca-la.
A:Vanderley, cuide do João por favor. Eu volto assim que
puder.
V:Claro, pode ficar tranquila.
E assim, saíram em direção a então praça.
Bernardo dirigia nervoso, a mão tremula e os olhos
começavam a ficar marejados.
A:Bernado, meu filho. Tem alguma coisa que você quer me
dizer?
Be:Quando eu falei com ela, ela não estava bem.
A:Como assim não estava bem? Sofreu algum acidente ou era
algo emocional?
Be:Dona Alice, a Bia...está grávida.
A:Gravida!!! (gritando)
Ele ficou em silêncio, nada do que dissesse agora poderia
amenizar a situação, e qualquer sermão que ouvisse de Alice, seria merecido,
foram irresponsáveis, e ele reconhecia isso.
A:Vocês ainda tem uma vida inteira pela frente, como puderam
ser tão irresponsáveis? É uma vida!
Bernardo começava a ficar cada vez mais tremulo.
A:Own meu filho, é uma vida. (sorrindo)
Ela colocou a mão em no ombro dele e acariciou.
A:E a receberemos com muito amor.
O então genro não conseguiu segurar as lágrimas e
deixou-as cair pelo rosto, sem se incomodar que Alice estivera vendo.
A:Vamos ajudá-los, Bernardo. Não se preocupe.
B:Eu acho que a Bia fez uma besteira.
Alice ficou em silêncio. Agora tudo se encaixava. Não...
Em breves minutos Alice e Bernardo chegara ao lugar onde
provavelmente Bianca estaria.
Longe dali, Claudia ainda andava pensativa, até que em um
apto de segundo, um homem a abordou com violência, assim que mostrou a arma,
ela logo começou a tremer.
C:Por favor, não faça nada que...
Ele nem esperou a mesma terminar, apenas a empurrou
bruscamente fazendo a mesma cair ao chão, pegou o celular e a bolsa dela e em seguida
saiu correndo.
O susto foi enorme, mas não tão enorme quanto o que levou
ao ver um pequeno sangramento por entre as pernas.
Assim que o então ladrão saiu correndo, algumas pessoas
aproximaram-se para ajudar.
C:Por favor, meu filho... Eu estou perdendo o meu filho.
(chorando)
Logo as pessoas a socorreram, ligaram para ambulância o
mais breve possível.
Enquanto isso, Bernardo e Alice andavam pela então praça
indicada.
A:Você tem certeza de que era por aqui?
Be:Tenho, essa é a única praça perto da casa daquela mulher e...
A:O que foi.
Be:Ali!!!!
Bernardo correu para um canto da praça, é claro que ela
ainda estaria ali, sem ajuda, sem nada.
Era um lugar deserto, uma praça deserta.
Ao aproximarem dela, viram que o estado era pior do que
imaginaram.
Ela estava quase desmaiada.
Be:Meu amor, enfim te achei. Está tudo bem agora, ein?
(beijando-a enquanto a pegava no colo)
B:Acabou... Acabou tudo.
A:Meu Deus, ela está gelada, está suando.
Bianca nem conseguiu ver que a mãe encontrava-se junto
com o namorado, nem ouvir algo ela ouvia, Bernardo estava ali com ela, então...
Podia despreocupar-se, ele a ajudaria, ele sempre a ajuda.
A:Meu amor... O que foi que você fez. (seguindo depressa
Bernardo com a filha no colo)
Assim que chegaram no carro, Alice a ajeitou no banco de
trás apoiada com a cabeça em seu colo e seguiram para o hospital mais perto.
Eduardo tentava falar com Claudia pelo celular há uma
hora. E nada, nada. Só caía na caixa postal.
Agora estava mais preocupado do que nunca, era tarde da
noite, pegou a lista telefônica, e começaria a ligar em delegacias, hospitais.
Mas antes mesmo que pudesse ligar para o primeiro numero, o telefone tocou.
Edu: Alô?
- :Boa noite, o senhor conhece a senhora Claudia Blendy?
Edu:Conheço sim, ela é a minha mulher, aconteceu alguma
coisa?
-: Ela está no centro hospitalar da Zona Norte e
precisamos de alguém que possa preencher a ficha dela.
Edu: O que aconteceu? Está tudo bem?
-: O médico responsável explicará tudo o que aconteceu.
Edu:Eu estou a caminho, obrigado por avisar.
Eduardo pegou um casaco e as chaves do carro o mais
rápido que pode. Não queria nem imaginar o que poderia ter acontecido com
Claudia.
Alice andava de um lado para o outro, a angustia de não
ter notícias da filha estava consumindo-a.
Depois de um longo tempo, o médico que estava responsável
pelo plantão daquela noite, chegou.
N:Familia de Bianca... (foi interrompido)
A:Aqui!! Eu sou a mãe dela e...
N:Alice!
A:Nícolas, que bom que é você que está aqui hoje.
N:A consulta que marcou comigo era para ela?
A:Era.
N:Você já desconfia do que aconteceu?
Alice ficou em silêncio.
Bernardo prestava atenção no médico, o mesmo tinha um
semblante muito sério.
N:Bianca se submeteu a um aborto,
Nessa hora Alice respirou forte, doía saber que a filha
teve coragem se fazer algo desse tipo.
N:Porém, a pessoa que fez isso... Fez um trabalho muito
delicado, de uma maneira nem um pouco profissional.
A:Como assim? Minha filha corre algum risco?
N:Alice... Infelizmente sim.
A:Não...
N:Ela teve uma hemorragia interna
A:Não, não...
N:E demorou ser socorrida, mas...
A:Não, não, não, não!!!(Gritando)
N:Você precisa ser forte, Alice.
Bernardo já se encontrava sentado no sofá, o mesmo não
tinha nem forças nas pernas para que pudessem sustentar o seu corpo.
Chorava como uma criança, não esperava ser pai agora, mas
aquele filho existia, e ele já o amava como tal.
Alice olhou para Nícolas e o mesmo a viu ficando pálida.
N:Alice? Está sentindo alguma coisa?
A:Eu...
Ela não viu e nem ouviu mais nada.
Nícolas a segurou em seus braços e colocou-a em cima do
sofá da sala de espera.
Ficou ali por curtos minutos até que a mesma começasse a
despertar.
Assim que ela foi acordando, ainda deitada no sofá,
Eduardo chegou apressado na recepção, e após fala com a recepcionista e saber
sobre Claudia, ao virar-se, viu Alice deitada no sofá da sala de espera.
Edu:Alice! (aproximando-se)
Ela mal conseguia enxergá-lo direito, ainda tinha a visão
um tanto turva.
Edu:Porque... (foi interrompido)
A:Porque eu nem lembrei de te ligar Eduardo, porque eu
estou tão desesperada com você, porque antes de mais nada, eu sou mãe, e estou
sofrendo.
Edu:Alice... Porque está aqui?
A:Você não...
Edu:O João teve mais uma daquelas crises de Asma?
(Preocupado)
Alice nem teve tempo de responder, quando Eduardo viu Bernardo sentado ao lado.
Edu:Bianca... O que aconteceu com ela? O que aconteceu
com a minha filha?
Doutor Nícolas saiu do lado de Alice e disse:
N:Assim que eu tiver mais notícias, eu venho lhe avisar.
A:Obrigada, Nícolas.
Eduardo aproximou-se dela e delicadamente repetiu:
Edu:Alice, pelo amor de Deus, Me diz.
A:Bia estava grávida!
Edu: Grávida! (gritando)
Eduardo logo olhou para Bernardo, mas não se atreveu a
começar uma briga agora, pelo visto a situação era muito mais delicada do que
isso.
Edu:Espera...
Alice estava agora sentada, e olhava para ele.
Edu:Como assim ela estava grávida?
A:Ela ...
Edu:Perdeu?
A:Ela tirou o bebê... (chorando)
Edu:Meu Deus! (levantando-se)
Alice levantou-se e ficando de frente para ele, disse:
A:Ela não confiou em nós, Edu. Ela preferiu abortar ao
invés de nos contar, agora ela sofreu uma hemorragia interna e está em estado
grave.
E eu não vou suportar.
Ela deixou as lágrimas invadirem o seu rosto novamente.
Eduardo não pensou duas vezes e puxou Alice para um
abraço.
Há quanto tempo não se viam, aquele toque fez com que
seus respectivos corpos sentissem certo calafrio.
Edu:Meu amor... (baixinho) Vai ficar tudo bem.
Era um momento só deles, sabiam a dor que estavam
sentindo, a filha estava correndo risco de vida.
Depois de alguns minutos, Alice afastou dele e enxugando
as lagrimas, disse:
A:Mas se você não sabia que a Bia estava aqui, porque
você veio até aqui?
Edu:A Claudia, ela perdeu o bebe.
A:Eu... Sinto muito.
Edu:Obrigado.
A:E você ainda não foi vê-la?
Edu:O médico pediu pra que eu aguardasse alguns minutos.
A:Eu espero do fundo do coração que ela fique bem.
(sorrindo)
Edu:Alice... Eu vou estar aqui o tempo todo, quando
precisar, sabe onde me encontrar.
Olhavam-se com certa cumplicidade, com certa saudade.
Foram despertados daquele momento por outro médico que
veio chamar Edu para ver Claudia.
Méd: Senhor Eduardo?
Edu:Eu mesmo.
Méd:Pode ir ver a sua mulher. Acompanhe-me, por favor.
Edu:Claro.
Ele virou-se para Alice e acariciando o seu rosto disse:
Edu:Não se esqueça... Se precisar é só me chamar.
A:Não vou esquecer.
Eduardo seguiu então para o quarto de Claudia, ao chegar
em frente ao mesmo, o médico pediu que aguardasse até que a pessoa que estava
lá, saísse.
O mesmo entendeu perfeitamente e aguardou porem quando a pessoa
saiu, o mesmo ficou um tanto quanto curioso.
Edu:Me desculpe, mas... Quem é você?
O namorado de Claudia pensou que junto a ela,
encontrar-se-ia um enfermeiro ou médico. Mas imediatamente viu que não.
D:Boa noite (cumprimentando-o) Me chamo Daniel, e fui eu
quem a acompanhou até aqui.
Edu:Muito obrigado. (sorrindo)
D:Eu sinto muito pelo bebê.
Edu:Obrigado. Ela está acordada?
D:Agora não mais.
Edu:Agora?
D:Sim, quando ela soube do bebê, tiveram que sedá-la, não
seria bom para ela alterar-se demais.
Edu:Ok. Bom... Senhor Daniel. Obrigado mais uma vez, e
com licença... Vou entrar para vê-la.
D:Por nada. Tenha uma boa noite.
Daniel então saiu dali. Eduardo nunca havia visto ele
antes. Porém pareceu realmente muito preocupado. Edu sentia-se de certa forma culpado,
talvez se tivesse demonstrado a ela o quanto não estava triste por aquele
filho, ela não teria discutido com ele e ficado perambulando pelas ruas de
Toradora, aquela hora da noite.
Era muitas noticias de uma vez, perdeu um filho, perdeu
um neto... E estava perdendo a filha. Tudo isso em uma única noite.
Assim que entrou no quarto, viu Claudia adormecendo. Ela
estava tão frágil, tão pálida. Não queria que as coisas tivessem acontecido
desse jeito. Não queria.
Puxou uma cadeira para perto dela, segurou uma de suas
mãos e ficou ali. Velando o seu sono. Era o mínimo que podia fazer.
Agora tinha a consciência de que ela precisaria dele mais
do que nunca.
Edu:Me perdoa, Claudia.
Não percebeu a hora passar, perdido nos pensamentos,
relembrando e reorganizando todas aquelas informações, mas precisava ir saber
sobre Bianca, mas antes de levantar-se, percebeu que ao lado do travesseiro de
Claudia tinha algo que no mínimo o deixou curioso.
Na sala de espera do Hospital, Bernardo e Alice
conversavam.
B:Então eu vou fazer isso.
A:Sim, ficaremos bem.
Já era inicio daquela madrugada, quando Luisa e Tiago
estavam no estacionamento do restaurante, preparando-se para irem.
T:Confesso que estava com saudades de te levar para casa.
L:E eu com saudades de ter a sua companhia até lá.
T:Sabe... Eu pensei que sabia o que era amar.
Luisa o percebeu mudar para um tom um pouco mais serio.
L:Amar?
T:Sim... Amor. Eu agora sei o que é amor. E isso tudo
graças a você.
Ela sorriu para ele enquanto tinha o rosto delicadamente
sendo acariciado por ele.
T:A você que me faz ter a certeza de que sou muito amado
por você.
L:Confesso que tinha isso como um sonho... Que realizá-lo
estava só dentro da minha cabeça.
Tiago sorriu para ela e em seguida beijou-lhe os lábios.
As mãos dele logo a envolveram os cabelos, a respiração começava a ficar
ofegante, o pouco espaço no carro já começavam a aborrecê-los para encontrarem
uma posição confortável.
Os lábios dele começavam a descer pelo pescoço dela,
trilhando um doce caminho.
Luisa então se afastou dele e disse:
L:Só um minuto.
Ele não acreditou quando a mesma levantou-se como pode e
sentou-se em seu colo.
T:Nossa.
L:Agora está melhor. (sorrindo)
Os beijos retornaram agora mais quentes e desesperados do
que antes.
As mãos fervorosas em busca de contemplar melhor o corpo
um do outro.
T:Eu... te quero tanto.
Ela não conseguia acreditar no que ouvia, sabia que Tiago
uma hora esqueceria Alice, mas não que iria amá-la assim... Seria um luxo
acrescentar isso ao seu sonho que era quase impossível.
Porém esse momento foi quebrado pelo toque do celular de
Luisa.
T:Não, não atenda.
L:Eu preciso, pode ser algo importante (por entre os
beijos dele)
T:Por favor.
Ela deu-lhe mais um beijo e buscou o celular na bolsa.
Não demorou muito até encontrá-lo.
L:Bernardo? Calma... Fala devagar... Em qual hospital?
Não, não se preocupe com isso, mas eu vou até aí. Até logo.
Assim que a mesma desligou.
T:Aconteceu algo com o seu irmão?
L:Não, com ele não. Mas a namorada dele está internada em
estado grave.
T:Mas o que aconteceu?
L:Ele não me disse os detalhes, mas disse que vai passar
a noite lá e que está com o meu carro,
que era para eu buscá-lo caso fosse usá-lo. Será que seria muito egoísmo da
minha parte pedir para que você me leve até lá?
Tiago a olhou e estava serio.
T:Claro que sim!
Ela ficou em silêncio, o rosto já começava a corar.
T:Mas se me der mais um longo beijo, posso te levar até o
paraíso se quiser.
Ela sorriu e o beijou. Como ele conseguia ser daquele
jeito? Tão encantador.
Enquanto isso, Eduardo olhava com calma o que encontrou
ao lado do travesseiro de Claudia. Era um cartão de visitas do então Daniel.
Era um professor de matemática.
Do lado de trás havia uma pequena mensagem, na verdade
nada demais, porém Eduardo percebeu o que começava a acontecer ali.
Resolveu deixar o cartão ali no mesmo lugar.
Bernardo ainda chorava muito, pela saudade da garota que
ama e pela perda do filho.
Alice o olhava penalizada, não imagina que o garoto era
tão sensível daquela maneira. Ela aproximou-se dele e o abraçou, queria dividir
aquela dor.
E o mesmo deu graças por aquilo, achou que fosse explodir
a qualquer momento.
Assim que se acalmava um pouco, Luisa chegou ao hospital.
L:Bernardo! (indo em direção ao irmão que já abria os
braços para ela)
B:Lu.
E assim o garoto voltou a chorar.
Tiago olhou Alice, a mesma estava abatida e
desmanchando-se em lágrimas.
T:Alice?
A:Tiago?
T:A namorada dele é a Bianca?
2 comentários:
A título de curiosidade:::: O Bernardo não podia ter ligado para outra pessoa, não???
KKKKKKKKKKKKKKKKKKK Luisa morrendo com esse telefonema!
Ai ai, coitadinho do Bernardo... Ta sofrendo!
Cláudia, SUA VACA, tomara que morra! Ta atrapalhando os paranauê do Edu com a Alice! u_u
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