sábado, setembro 14, 2013

21° Delírios

E logo uma mulher de estatura média, muito simpática levantou. Estendeu a mão para Ana que de primeira levou um susto. Afinal havia ido até ali pensando que era o tal patrocinador.
B: Boa noite, senhora Ana Elizabete isso?(Apertando a mão de Ana)
A: Isso mesmo, a senhora...
B: Me desculpe, meu nome é Beatrice Green, sua mais nova patrocinadora, das empresas Fairy´s.
Beatrice Green, uma empresaria renomada que comanda uma fabrica de tecidos, não só no Brasil como em vários outros países.
A: Nossa... Eu nem sei o que dizer.
B: (sorrindo) Quero te dar os parabéns, sua apresentação foi magnífica, queria cumprimentar o seu parceiro.
A: Ééé... Ele teve que resolver um assunto, mas ele vai ficar muito feliz em saber que fizemos um belo trabalho.
B: Por favor, sente-se.
Ana sentou junto à mesa, mas sabia que não poderia demorar muito.
(Sorrindo)
B: Resolvi procurar uma companhia de dança porque recebi propostas para fazer lojas com figurinos de apresentações. Então eu precisava me aprofundar mais nesse mundo. E como eu tenho amigos que me disseram que aqui nessa cidade tão distante que confesso que nunca nem havia ouvido falar tinha um talento escondido, eu tive que vir.
A: Nossa Dona Beatrice, isso é muito bom, o pessoal se esforça muito.
B: Imagino, você e o seu parceiro... Como é o nome dele mesmo?
A: Derik, é Derik.
B: Então, você e o Senhor Derik, não gostariam de jantar comigo agora?
A: Iamos adorar, mas precisamos estar no Rio de Janeiro ainda hoje.
B: Ah que pena. Mas tudo bem, tenho certeza que não faltará oportunidade.
A: Assim espero. (sorrindo)
B: Olha, ele está vindo aqui.
Derik chega meio nervoso.
D: Ana vem comigo precisamos conversar. (já a segurando pelo braço)
Ana logo percebeu que ele queria dizer sobre o que tinha acontecido.
Ela o mais rápido possível já emendou algo para que Derik se tocasse que ela estava conversando com a tão cobiçada patrocinadora.
A: Derik, essa é a Senhora Beatrice Green, nossa patrocinadora.
D: A... A então a nossa patrocinadora é você, me desculpa a indelicadeza. (beijando a mão dela)
B: Imagina, a Senhora Ana me disse que vocês precisam chegar ao Rio de Janeiro ainda hoje, não é?
Nesse mesmo instante os dois olham um para o outro nervosos, estavam esquecendo-se da bendita viagem.
A: Dona Beatrice, a senhora me desculpa a correria, prometo que marcamos algo para conversarmos melhor.
B: Claro eu entendo, como amanha já vou precisar voltar eu peço para o meu advogado te procurar na próxima semana, na próxima semana você já esta de volta não?
A: Sim. (a cumprimentando novamente)
D: Mais uma vez desculpa Dona Beatrice, encantado e até a próxima. (beijando a mão dela)
Derik e Ana saíram dali às pressas, precisavam pegar logo aquele helicóptero.
Ana deu um rápido abraço em Carol e saiu com Derik
Enquanto eles andavam meio correndo para o carro Derik começou a falar.
D: Ana, a Giovanna e eu não temos mais nada.
Ela continuava apressando os passos.
D: Foi tudo combinado.
Ela nem dava ouvidos.
D: Ana! (a puxando pelos braços)
A: O que foi Derik? Qual é a outra mentira que você quer que eu acredite?
D: Não é mentira Ana, eu...
A: Você nada Derik, com eu sempre disse, você se alegra fácil demais, se empolga fácil demais.
D: Ana me deixa explicar...
A: Agora não Derik.
D: Tudo para você é “Agora não”.
A: Ai que saco Derik, fala, mente para mim de novo.
D: Não fala isso.
A: Fala logo então. (já irritada)
D: Foi um engano, tudo o que eu disse durante a dança é verdade, eu te amo, fica comigo. Ana eu não estou aguentando mais.
A:...
D: Diz alguma coisa Ana. (aflito)
A: Pelo menos concordamos com alguma coisa.
Derik sorri para ela.
A: Foi um engano... (com a voz já embargada)
Ela começou a andar depressa para o carro, e ele desesperado atrás.
D: Ana, não é isso Ana, eu queria te fazer ciúmes Ana, queria te mostrar que você sente algo por mim e...
A: Derik... (parou e se virou para ele)pare de falar... Você só ta piorando as coisas.
D: Eu só queria que você soubesse que...
A: Eu já sei o suficiente. Agora vamos logo, seu pai precisa da gente na Alemanha.
Só restava ficar em silencio agora, ela estava magoada, sabe se lá o que estava passando pela cabeça dela naquele momento.
Talvez fosse uma questão de momento, isso, aquele não era o momento.
Ficou o caminho todo em silencio.
Depois de alguns minutos, Ana quebrou o silencio.
A: Para onde estamos indo?
D: Para o helicóptero. (concentrado ao volante)
A: E porque por aqui?
D: Porque ele esta na sua chácara.
A:...
D: É afastado da cidade e tem um ótimo espaço para ele decolar.
A: Hum.
Chegaram à chácara de Ana, descarregaram as malas e colocaram no helicóptero.
Um simpático moço os aguardava.
M: Boa noite, o Arthur não pode vir, meu nome é Moisés eu vou leva-los até o Rio de Janeiro.
D: O que aconteceu?
M: Ele teve um imprevisto, não me deu detalhes, disse que depois falava com você, algum problema em ser eu a leva-los?
Derik discretamente olhou para Ana, mas a mesma estava ainda com os olhos vermelhos e mal prestou atenção se era ou não era o tal amigo de Derik.
D: Não, imagina, vamos logo... Precisamos sair do Rio de Janeiro ainda hoje.
M: Ok. Então vamos.
Ana estava sentindo um aperto no peito, como se estivesse se despedindo da sua chácara, como se tudo que ela tivesse vivido até agora fosse um sonho, e que daqui a algumas horas ela iria acordar.
Entrou no helicóptero com Derik, ambos ainda calados.
Derik sentou-se ao lado de Moisés. E Ana ficou atrás.
Moisés explicou todo o procedimento de voo, mostrou as travas de segurança e pronto.
Ela estava com medo, nunca havia andado de helicóptero, tremia e mexia no cabelo inquietamente.
D: Logo logo estaremos no Rio de Janeiro Ana, não precisa se preocupar.
A: Eu estou bem, não se preocupe comigo.
O então piloto ligou todos os botões necessários para voo.
Não demorou nem 5 minutos e já estavam entre as nuvens, o problema era que o tempo estava mudando... E mudando de um jeito imprevisível.
Mais de duas horas depois algo inesperado aconteceu. Um barulho ensurdecedor começou dentro do helicóptero. Algumas luzes no painel começaram a piscar, Ana que estava em meio a um cochilo logo acordou e entrou em desespero.
D: O que está acontecendo?
M: Não sei ao certo.
D: O radar esta estranho, dando coordenadas diferentes.
M: Esse é o caminho para o Rio de Janeiro.
A: Meu Deus do céu, o que está acontecendo.
D: Calma Ana fica calma.
M: Droga.
Moises pegou o radio.
M: Madey Madey, aqui é a THM 328, estamos perdendo altitude.
D: O que? Perdendo?
M: Madey Madey.
D: Responde cara.
Ana tremia.
M: EU NÃO SEI! De repente o radio apontou que estamos em qualquer lugar do mundo, menos a caminho do Rio de Janeiro.
D: Como assim de repente? Como assim você não viu que estávamos indo para o lado errado.
A: Moço, por favor, você realmente sabe pilotar essa coisa? (Já com lagrimas nos olhos)
M: Fiquem sossegados, eu tenho tudo sobre controle.
A: COMO SOB CONTROLE ESTAMOS CAINDO! (aos prantos)
D: FICA CALMA ANA.
A: Como calma Derik, olha pela janela!
Aquilo que Derik viu o deixou desesperado, as nuvens já não existiam mais. Estava tudo escuro, mas Derik podia ver claramente o mar abaixo deles se aproximando.
M: Eu vou tentar pousar ali na frente, estão vendo? Parece uma ilha?
D: Ilha? Eu não vejo nada.
A: Eu também não.
O helicóptero começou a chacoalhar, isso desesperou a todos inclusive Moises que sem pensar em mais nada pediu que Ana e Derik colocassem o salva-vidas.
Derik mesmo em meio aos chacoalhões do helicóptero desprendeu o seu cinto de segurança e pulou para o lado de trás junto a Ana, que há essa hora não falava nada, estava em meio a um estado de choque.
Ele parou na frente dela e a chamou:
D: Ana? Ana meu amor! Presta atenção, vamos colocar isso aqui ok? (com o colete nas mãos para colocar nela)
Ele arrumou o colete nela e colocou um nele também.
O Helicóptero estava cada vez mais rápido. Descendo mais depressa.
M: PULEM!
D: O que? (o olhando aflito)
M: Os dois pulem no mar, eu vou tentar pousar o helicóptero mais se eu não conseguir tem um dispositivo na minha cadeira que me lança para cima e ativa um paraquedas, mas só vou usar isso em ultimo caso. Por isso pulem agora.
D: Drogah. (Derik falou baixinho para si mesmo)
O Helicóptero descia mais rápido agora.
D: Ana meu amor, fala comigo.
Ana estava em choque.
Derik deu um beijo em sua boca.
Ela conseguiu mudar o olhar do nada para ele.
D: Amor, vamos pular... Vai ficar tudo bem. Temos que ser rápidos antes que cheguemos à ilha.
A: Estou... Com medo. (gaguejando e tremendo)
D: Eu estou com você, estamos juntos ok?
Derik abriu a porta de emergência na parte de trás do helicóptero.
M: RÁPIDOS! TEM QUE SER AGORA!
Ela já estava em pé na frente de Derik e ele de costas na porta segurando dos lados, o vento o puxava com força.
Em meio a tantos acontecimentos rápidos, e ao mesmo tempo, Derik gritou para que Ana puxasse uma cordinha que tinha do lado esquerdo a baixo do braço do colete.
Quando ele puxou a sua cordinha, o colete logo inflou, quando Ana com as mãos tremula fez isso, a cordinha do seu colete saiu em sua mão.
D: Não, não... (ele começou a desabotoar o dele para colocar nela)
A: Derik...
D: Espera. (já tremendo também)
A: NÃO DERIK PARA! (já estava chorando em frente a ele) Eu não sei nadar! (E nisso Ana o empurrou)
Pronto, já não dava mais tempo para nada.
Derik não podia acreditar que aquele seria o fim. Fechou os olhos e tentou não olhar aquele helicóptero indo para o nada.
M: O QUE ACONTECEU?
Ana só chorava, conseguiu com muita dificuldade sentar-se novamente no banco e prender o cinto. Fechou os olhos e esperou... Seja lá a morte ou acordar daquele pesadelo.

Tudo as olhos de todos escureceu... Derik nadou e nadou, mas perdeu os sentidos.
Ana e Moises também perderam os sentidos, uma espécie de fim para todos.
Acabou.

O barulhinho do mar era maravilhoso, só que já tava há muito tempo em seu ouvido, e do calmo aquele barulhinho passou para o irritante.
Derik sentiu uma de suas bochechas ardendo, mais precisamente a bochecha esquerda. Aos poucos foi abrindo os olhos, automaticamente a primeira reação de seu corpo foi colocar a mão em cima de sua bochecha que era onde estava ardendo, quando fez isso percebeu que seu braço doía muito e que sua bochecha estava queimando.
Caiu em si, não era um pesadelo, aquilo aconteceu mesmo.
Estava ali esparramado no chão, com os pés sendo molhados por pequenas ondas que ia e vinha, seu rosto afundado na areia.
Sentou se meio com dificuldade, lembrava apenas que nadava desesperadamente para onde ele achava que eram arvores graças a Deus a lua estava presente e o ajudou, a água do mar estava gélida na noite anterior e tudo muito escuro, não via nada. O seu paletó já era, ele tirou no helicóptero para facilitar o nado.
Agora conseguia perceber melhor, há quantas horas será que ele ficou desacordado? Seu relógio a prova de água realmente não era a prova de água. Estava parado no tempo, assim como ele se sentia.
Ana! Onde Ana estaria? Bem ele esperava, tentando encontra-lo junto com o Moisés, com o helicóptero pronto para levantar voo novamente.
Coitadinha da Ana pensava Derik, estava tão assustada.
Aquele sol estava muito ardido, com certeza ficou desacordado por muito tempo e já deveria ser tarde.
Tirou o colete e deixou ali na areia e depois tirou sua camisa e amarrou em sua cabeça, pensava consigo que se Deus quiser não iria precisar lembrar-se do filme “Naufrágio” para conseguir sair dali.
O que iria fazer primeiro?
Antes de tudo, precisava encontrar o helicóptero, depois ele iria realmente parar e pensar no que fazer.

0 comentários:

Postar um comentário

sábado, setembro 14, 2013

21° Delírios

E logo uma mulher de estatura média, muito simpática levantou. Estendeu a mão para Ana que de primeira levou um susto. Afinal havia ido até ali pensando que era o tal patrocinador.
B: Boa noite, senhora Ana Elizabete isso?(Apertando a mão de Ana)
A: Isso mesmo, a senhora...
B: Me desculpe, meu nome é Beatrice Green, sua mais nova patrocinadora, das empresas Fairy´s.
Beatrice Green, uma empresaria renomada que comanda uma fabrica de tecidos, não só no Brasil como em vários outros países.
A: Nossa... Eu nem sei o que dizer.
B: (sorrindo) Quero te dar os parabéns, sua apresentação foi magnífica, queria cumprimentar o seu parceiro.
A: Ééé... Ele teve que resolver um assunto, mas ele vai ficar muito feliz em saber que fizemos um belo trabalho.
B: Por favor, sente-se.
Ana sentou junto à mesa, mas sabia que não poderia demorar muito.
(Sorrindo)
B: Resolvi procurar uma companhia de dança porque recebi propostas para fazer lojas com figurinos de apresentações. Então eu precisava me aprofundar mais nesse mundo. E como eu tenho amigos que me disseram que aqui nessa cidade tão distante que confesso que nunca nem havia ouvido falar tinha um talento escondido, eu tive que vir.
A: Nossa Dona Beatrice, isso é muito bom, o pessoal se esforça muito.
B: Imagino, você e o seu parceiro... Como é o nome dele mesmo?
A: Derik, é Derik.
B: Então, você e o Senhor Derik, não gostariam de jantar comigo agora?
A: Iamos adorar, mas precisamos estar no Rio de Janeiro ainda hoje.
B: Ah que pena. Mas tudo bem, tenho certeza que não faltará oportunidade.
A: Assim espero. (sorrindo)
B: Olha, ele está vindo aqui.
Derik chega meio nervoso.
D: Ana vem comigo precisamos conversar. (já a segurando pelo braço)
Ana logo percebeu que ele queria dizer sobre o que tinha acontecido.
Ela o mais rápido possível já emendou algo para que Derik se tocasse que ela estava conversando com a tão cobiçada patrocinadora.
A: Derik, essa é a Senhora Beatrice Green, nossa patrocinadora.
D: A... A então a nossa patrocinadora é você, me desculpa a indelicadeza. (beijando a mão dela)
B: Imagina, a Senhora Ana me disse que vocês precisam chegar ao Rio de Janeiro ainda hoje, não é?
Nesse mesmo instante os dois olham um para o outro nervosos, estavam esquecendo-se da bendita viagem.
A: Dona Beatrice, a senhora me desculpa a correria, prometo que marcamos algo para conversarmos melhor.
B: Claro eu entendo, como amanha já vou precisar voltar eu peço para o meu advogado te procurar na próxima semana, na próxima semana você já esta de volta não?
A: Sim. (a cumprimentando novamente)
D: Mais uma vez desculpa Dona Beatrice, encantado e até a próxima. (beijando a mão dela)
Derik e Ana saíram dali às pressas, precisavam pegar logo aquele helicóptero.
Ana deu um rápido abraço em Carol e saiu com Derik
Enquanto eles andavam meio correndo para o carro Derik começou a falar.
D: Ana, a Giovanna e eu não temos mais nada.
Ela continuava apressando os passos.
D: Foi tudo combinado.
Ela nem dava ouvidos.
D: Ana! (a puxando pelos braços)
A: O que foi Derik? Qual é a outra mentira que você quer que eu acredite?
D: Não é mentira Ana, eu...
A: Você nada Derik, com eu sempre disse, você se alegra fácil demais, se empolga fácil demais.
D: Ana me deixa explicar...
A: Agora não Derik.
D: Tudo para você é “Agora não”.
A: Ai que saco Derik, fala, mente para mim de novo.
D: Não fala isso.
A: Fala logo então. (já irritada)
D: Foi um engano, tudo o que eu disse durante a dança é verdade, eu te amo, fica comigo. Ana eu não estou aguentando mais.
A:...
D: Diz alguma coisa Ana. (aflito)
A: Pelo menos concordamos com alguma coisa.
Derik sorri para ela.
A: Foi um engano... (com a voz já embargada)
Ela começou a andar depressa para o carro, e ele desesperado atrás.
D: Ana, não é isso Ana, eu queria te fazer ciúmes Ana, queria te mostrar que você sente algo por mim e...
A: Derik... (parou e se virou para ele)pare de falar... Você só ta piorando as coisas.
D: Eu só queria que você soubesse que...
A: Eu já sei o suficiente. Agora vamos logo, seu pai precisa da gente na Alemanha.
Só restava ficar em silencio agora, ela estava magoada, sabe se lá o que estava passando pela cabeça dela naquele momento.
Talvez fosse uma questão de momento, isso, aquele não era o momento.
Ficou o caminho todo em silencio.
Depois de alguns minutos, Ana quebrou o silencio.
A: Para onde estamos indo?
D: Para o helicóptero. (concentrado ao volante)
A: E porque por aqui?
D: Porque ele esta na sua chácara.
A:...
D: É afastado da cidade e tem um ótimo espaço para ele decolar.
A: Hum.
Chegaram à chácara de Ana, descarregaram as malas e colocaram no helicóptero.
Um simpático moço os aguardava.
M: Boa noite, o Arthur não pode vir, meu nome é Moisés eu vou leva-los até o Rio de Janeiro.
D: O que aconteceu?
M: Ele teve um imprevisto, não me deu detalhes, disse que depois falava com você, algum problema em ser eu a leva-los?
Derik discretamente olhou para Ana, mas a mesma estava ainda com os olhos vermelhos e mal prestou atenção se era ou não era o tal amigo de Derik.
D: Não, imagina, vamos logo... Precisamos sair do Rio de Janeiro ainda hoje.
M: Ok. Então vamos.
Ana estava sentindo um aperto no peito, como se estivesse se despedindo da sua chácara, como se tudo que ela tivesse vivido até agora fosse um sonho, e que daqui a algumas horas ela iria acordar.
Entrou no helicóptero com Derik, ambos ainda calados.
Derik sentou-se ao lado de Moisés. E Ana ficou atrás.
Moisés explicou todo o procedimento de voo, mostrou as travas de segurança e pronto.
Ela estava com medo, nunca havia andado de helicóptero, tremia e mexia no cabelo inquietamente.
D: Logo logo estaremos no Rio de Janeiro Ana, não precisa se preocupar.
A: Eu estou bem, não se preocupe comigo.
O então piloto ligou todos os botões necessários para voo.
Não demorou nem 5 minutos e já estavam entre as nuvens, o problema era que o tempo estava mudando... E mudando de um jeito imprevisível.
Mais de duas horas depois algo inesperado aconteceu. Um barulho ensurdecedor começou dentro do helicóptero. Algumas luzes no painel começaram a piscar, Ana que estava em meio a um cochilo logo acordou e entrou em desespero.
D: O que está acontecendo?
M: Não sei ao certo.
D: O radar esta estranho, dando coordenadas diferentes.
M: Esse é o caminho para o Rio de Janeiro.
A: Meu Deus do céu, o que está acontecendo.
D: Calma Ana fica calma.
M: Droga.
Moises pegou o radio.
M: Madey Madey, aqui é a THM 328, estamos perdendo altitude.
D: O que? Perdendo?
M: Madey Madey.
D: Responde cara.
Ana tremia.
M: EU NÃO SEI! De repente o radio apontou que estamos em qualquer lugar do mundo, menos a caminho do Rio de Janeiro.
D: Como assim de repente? Como assim você não viu que estávamos indo para o lado errado.
A: Moço, por favor, você realmente sabe pilotar essa coisa? (Já com lagrimas nos olhos)
M: Fiquem sossegados, eu tenho tudo sobre controle.
A: COMO SOB CONTROLE ESTAMOS CAINDO! (aos prantos)
D: FICA CALMA ANA.
A: Como calma Derik, olha pela janela!
Aquilo que Derik viu o deixou desesperado, as nuvens já não existiam mais. Estava tudo escuro, mas Derik podia ver claramente o mar abaixo deles se aproximando.
M: Eu vou tentar pousar ali na frente, estão vendo? Parece uma ilha?
D: Ilha? Eu não vejo nada.
A: Eu também não.
O helicóptero começou a chacoalhar, isso desesperou a todos inclusive Moises que sem pensar em mais nada pediu que Ana e Derik colocassem o salva-vidas.
Derik mesmo em meio aos chacoalhões do helicóptero desprendeu o seu cinto de segurança e pulou para o lado de trás junto a Ana, que há essa hora não falava nada, estava em meio a um estado de choque.
Ele parou na frente dela e a chamou:
D: Ana? Ana meu amor! Presta atenção, vamos colocar isso aqui ok? (com o colete nas mãos para colocar nela)
Ele arrumou o colete nela e colocou um nele também.
O Helicóptero estava cada vez mais rápido. Descendo mais depressa.
M: PULEM!
D: O que? (o olhando aflito)
M: Os dois pulem no mar, eu vou tentar pousar o helicóptero mais se eu não conseguir tem um dispositivo na minha cadeira que me lança para cima e ativa um paraquedas, mas só vou usar isso em ultimo caso. Por isso pulem agora.
D: Drogah. (Derik falou baixinho para si mesmo)
O Helicóptero descia mais rápido agora.
D: Ana meu amor, fala comigo.
Ana estava em choque.
Derik deu um beijo em sua boca.
Ela conseguiu mudar o olhar do nada para ele.
D: Amor, vamos pular... Vai ficar tudo bem. Temos que ser rápidos antes que cheguemos à ilha.
A: Estou... Com medo. (gaguejando e tremendo)
D: Eu estou com você, estamos juntos ok?
Derik abriu a porta de emergência na parte de trás do helicóptero.
M: RÁPIDOS! TEM QUE SER AGORA!
Ela já estava em pé na frente de Derik e ele de costas na porta segurando dos lados, o vento o puxava com força.
Em meio a tantos acontecimentos rápidos, e ao mesmo tempo, Derik gritou para que Ana puxasse uma cordinha que tinha do lado esquerdo a baixo do braço do colete.
Quando ele puxou a sua cordinha, o colete logo inflou, quando Ana com as mãos tremula fez isso, a cordinha do seu colete saiu em sua mão.
D: Não, não... (ele começou a desabotoar o dele para colocar nela)
A: Derik...
D: Espera. (já tremendo também)
A: NÃO DERIK PARA! (já estava chorando em frente a ele) Eu não sei nadar! (E nisso Ana o empurrou)
Pronto, já não dava mais tempo para nada.
Derik não podia acreditar que aquele seria o fim. Fechou os olhos e tentou não olhar aquele helicóptero indo para o nada.
M: O QUE ACONTECEU?
Ana só chorava, conseguiu com muita dificuldade sentar-se novamente no banco e prender o cinto. Fechou os olhos e esperou... Seja lá a morte ou acordar daquele pesadelo.

Tudo as olhos de todos escureceu... Derik nadou e nadou, mas perdeu os sentidos.
Ana e Moises também perderam os sentidos, uma espécie de fim para todos.
Acabou.

O barulhinho do mar era maravilhoso, só que já tava há muito tempo em seu ouvido, e do calmo aquele barulhinho passou para o irritante.
Derik sentiu uma de suas bochechas ardendo, mais precisamente a bochecha esquerda. Aos poucos foi abrindo os olhos, automaticamente a primeira reação de seu corpo foi colocar a mão em cima de sua bochecha que era onde estava ardendo, quando fez isso percebeu que seu braço doía muito e que sua bochecha estava queimando.
Caiu em si, não era um pesadelo, aquilo aconteceu mesmo.
Estava ali esparramado no chão, com os pés sendo molhados por pequenas ondas que ia e vinha, seu rosto afundado na areia.
Sentou se meio com dificuldade, lembrava apenas que nadava desesperadamente para onde ele achava que eram arvores graças a Deus a lua estava presente e o ajudou, a água do mar estava gélida na noite anterior e tudo muito escuro, não via nada. O seu paletó já era, ele tirou no helicóptero para facilitar o nado.
Agora conseguia perceber melhor, há quantas horas será que ele ficou desacordado? Seu relógio a prova de água realmente não era a prova de água. Estava parado no tempo, assim como ele se sentia.
Ana! Onde Ana estaria? Bem ele esperava, tentando encontra-lo junto com o Moisés, com o helicóptero pronto para levantar voo novamente.
Coitadinha da Ana pensava Derik, estava tão assustada.
Aquele sol estava muito ardido, com certeza ficou desacordado por muito tempo e já deveria ser tarde.
Tirou o colete e deixou ali na areia e depois tirou sua camisa e amarrou em sua cabeça, pensava consigo que se Deus quiser não iria precisar lembrar-se do filme “Naufrágio” para conseguir sair dali.
O que iria fazer primeiro?
Antes de tudo, precisava encontrar o helicóptero, depois ele iria realmente parar e pensar no que fazer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

 

Romances da Laura Template by Ipietoon Cute Blog Design and Bukit Gambang