terça-feira, setembro 10, 2013

30° Como eu te Amo

M: Impulso, eu estava nervoso.
B: Mas eu posso fazer você me olhar com outros olhos e...
M: Não, por favor... Eu preciso ficar sozinho.
Bárbara depois de muita insistência saiu da sala, assim que ela saiu Carla entrou.
M: Como ela está Carla?
C: Acordou há alguns minutos, e foi para casa, pediu para que o senhor cuide de tudo aqui por hoje.
M: O Gustavo a levou?
C: Não...
M: Não!? (preocupado)
C: Não, eu também estranhei, e ele nem insistiu, ela tinha acabado de acordar, parecia que ela nem ia ligar se acontecesse alguma coisa.
M: Irresponsável... Laura ainda pode ter sequelas daquele acidente. Carla fica ligando lá para casa, quando a Laura chegar você me avisa.
C: Ok, com licença.
E assim Carla fez.

Na casa de Laura e Murilo.
Alguns minutos depois Laura chegou, estava se sentindo um lixo, queria morrer, ia morrer de qualquer jeito.
Era meio da tarde, Dona Naná tinha colocado Luiza para dormir, a bebê tinha brincado a tarde toda.
Dona Naná se encontrava na sala lendo uma revista, e Luiza no cercadinho dormindo rodeada de chocalhos e mordedores.
Laura entrou em casa, o rosto quase transparente de tão pálida, não comia nada, e por conta disso toda hora sofria queda de pressão. Os remédios que Marcelo tanto disse para ela tomar, ela só tomava quando tinha vontade, ou quando lembrava.
Parecia uma criança mimada, onde precisava brigar com ela para tomar o remédio que ela sabia que era pro bem dela.
N: Dona Laura, a senhora chegou cedo... Quer que eu prepare alguma coisa para senhora?(se levantando)
L: Sim, prepara um banho para mim, por favor, Naná.
N: Claro, num instante.
L: Ah, e o Erick?
N: Olha, o Erick chegou, mas saiu com o Jardineiro a mais ou menos uma hora.
L: Com o jardineiro? Mas eu pedi para ele não deixar vocês sozinhas.
N: Mas ele não deixou. Tem um enorme cachorro ali no quintal.
Laura foi até uma altura da cozinha e olhou o animal parado quase em posição de guarda real. Rs.
Deu um leve sorriso, é... Erick não a decepcionaria.
L: Queria falar com ele.
N: É, ele também estava doido para falar com a senhora. Ah e pediu para senhora usar isso. (entregando uma corrente com um pingente delicado)
L: Sei que ele fará um bom trabalho(colocando no pescoço) qualquer coisa, diz para ele falar o que ia me dizer pro Murilo.
N: Pro Murilo?
L: É, só se ele não conseguir falar comigo.
N: Ok.
Assim, Dona Naná subiu preparar um banho para Laura.
Enquanto isso Laura se abaixou ao lado do cercadinho, e passou de leve as mãos na cabeça de sua filha.
L: Meu amor, tio Lucas vai ajudar o papai a cuidar de você. E seu pai vai encontrar uma mulher legal para ser como a mamãe para você, desculpa filha... (começou a chorar) A mamãe falhou.
Mas sempre eu vou proteger você... Ouviu? Eu te amo(sussurrando) Onde quer que eu esteja meu amor.
O telefone toca, mas não muitas vezes, pelo visto dona Naná atendeu logo para não acordar Luiza.
Alguns minutos depois...
Dona Naná desceu as escadas sorrindo.
N: Seu banho está pronto dona Laura.
L: Naná... (abraçou a simpática senhora)
N: Er, o que foi dona Laura?
L: Obrigada viu...
N: (sorrindo) Foi só um banho...
L: Não... Eu digo por tudo, você praticamente cuida dessa casa inteira, de nós, não só da Luiza.
N: Imagina, é que eu tenho um carinho muito grande por essa família.
L: Então, obrigada mais uma vez...
N: Se precisar de alguma coisa é só chamar...
L: Ok.
Laura subiu até seu quarto, tirou a roupa delicadamente ficou somente de lingerie, estava decidida, seria melhor, para que adiar ainda mais algo que iria acontecer de qualquer jeito.
Pegou todos os remédios calmantes que Doutor Marcelo receitou somente para últimos casos e seguiu até o seu “banho”
Trancou a porta do banheiro
Acomodou-se na banheira... Os pensamentos a acompanhavam, morrer... Como seria? Nunca havia parado para pensar, mas agora a sua vida de sonhos ia chegar ao fim...
Pegou os calmantes, o máximo que conseguiu ela engoliu, talvez dois frascos inteiros, será que seria o suficiente? Tocou na corrente que acabou de receber de Erick e disse baixinho:
L: Eu... Vou deixar em suas mãos meu amigo, sei que vai pegá-lo.

Uma retrospectiva passava em sua cabeça...
A primeira vez que trocou uma palavra com Lucas...
Lu: Desculpe. Meu nome é Lucas estudo com você desde a 8ª serie.
Ela deu um leve sorriso... Em pensar que ele seria o seu melhor amigo, um irmão. A pessoa em que sempre confiou um anjo que foi mandado do céu para protegê-la.

Na mesma época perdeu seu pai, como se fosse ontem, ela conseguia lembrar com detalhes.
L: Pai vamos!(parou e observou) Pai?(preocupada) Pai... (já com os olhos verdes cheios de lagrimas) Não pai... Acorda... Pai... Não faz isso, como eu vou viver agora?(acariciando o rosto do pai com carinho)
Como ela ia viver? Viver... Essa palavra não saía da cabeça dela, por quê? Já sofreu tanto, demorou tanto para ser feliz, e por um tempo tão curto, perderia de ver o crescimento da sua filha.
Lembrava também o dia em que ela e Lucas praticamente resolveram virar as costas para vida e criar os seus próprios destinos, suas próprias histórias.
Lu: Laura temos 18 anos ainda, e graças a Deus uma vida toda pela frente. Chega de sofrer, você não acha?
L: É, você está certo. A partir de agora começa a construção da nova Laura Rouse Drummond.
Senhor Paulo, outro anjo em sua vida... Lembrou-se da primeira vez que o conheceu.
P: A Senhorita deve ser Laura Drummond?!Estou certo?
L: Isso, sou eu mesma e o senhor só pode ser o Dr. Paulo Cortez?
P: Por favor, tire o Doutor, isso é coisa da Carla, nem sou Doutor, (rindo) não é mesmo? (rindo)
Mas um sorriso triste esboçou nos lábios de Laura ao se lembrar do Senhor Paulo.
L: Oh me desculpe, mas vim perguntar quem poderíamos chamar para ser madrinha do nosso casamento junto com o Lucas? Não faço ideia.
L: Que loucura (rindo baixo e em meio às lágrimas enquanto mexia nas espumas da banheira)

A Drummond... Outra alegria da sua vida ficava aliviada ao saber que deixaria um belo patrimônio para Luiza.
Lu: Lembra quando te perguntei se poderia utilizar teu sobrenome? É porque eu já estava desconfiado, mas só alguns anos atrás eu consegui essa papelada que pode comprovar. E é sua. Concessionária Drummond!

Murilo... Agora ela começou a chorar descontroladamente, porque esses remédios não faziam efeito logo?
Já era para estar inconsciente. Sentia um enjoo forte, mas mesmo assim nada acontecia, não queria ficar ali pensando em Murilo. Pensar que ele e outra mulher cuidariam da sua filha, ele ia refazer a sua vida, e ela... Não ia mais existir.
A primeira palavra que trocaram...
M: Posso te pagar uma sugestão?
A declaração de amor...
M: Bom que você me odeia (ofegante) pelo mesmo... Motivo que eu te odeio. (e deu um sorriso)
O pedido de casamento... (sorrindo) Casamento, Laura ria ao lembrar-se disso.
M: Laura, casa comigo?
E quando descobriu que estava grávida? Lembrava também que naquela época nem se lembrava de Murilo, o coitado comemorou praticamente sozinho.
Médico: Parabéns! Laura, você vai ser mamãe!
E quando estava sob a mira da arma de Pâmela que estava praticamente fora de si, mesmo naquela situação Laura conseguiu olhar nos olhos de Murilo e dizer:
L: Eu prometo que você vai ser feliz amor...
Ela começou a chorar novamente...
L: Eu falhei amor... Mas eu prometi que você ia ser feliz...
Agora ela batia descontroladamente as mãos na água da banheira.
Que droga! Aqueles calmantes não faziam logo efeito, não a levavam logo daquele mundo!
L: Ahhhhhhhhh que droga!(chorando sem parar)
Esticou suas mãos perto da escrivaninha e puxou a nécessaire de coisas do Murilo se barbear, ali encontraria o que queria.
Encontrou a lâmina ainda embrulhada, abriu ainda com as mãos tremulas.
L: Eu já sofri tanto... Não vou sofrer mais cinco meses sabendo... Que de nada vai adiantar mesmo.
Estava ainda dentro da banheira, os malditos calmantes não fizeram nada! Nem para morrer ela conseguia uma ajuda.

Fazia pouco mais de uma hora que Laura havia subido para o banho, dona Naná já estava preocupada, mas Luiza chorava em seu colo enquanto a senhora tentava esfriar de pressa a mamadeira, em meio a essa correria o telefone toca.
Murilo estava chegando ao condomínio, resolveu ficar com Luiza aquela noite, precisava da filha, só ela tinha o poder de acalma-lo, de deixa-lo em paz.
Ligou para sua casa para que a dona Naná pudesse ir arrumando as coisas dela, e meio que preparando a Laura que com certeza ia virar um Jiraya.
N: Alô?
M: Naná arruma a Luiza que eu vou busca-la para passar o dia inteiro comigo, não consigo ficar naquela empresa hoje, estou com um jeito ruim e...
N: Senhor Murilo, que bom que o senhor ligou.
M: O que foi? Aconteceu alguma coisa?
N: A Dona Laura entrou tomar banho e não saiu até agora.
M: Como assim não saiu até agora?
N: Faz mais de uma hora que ela está lá, já subi lá e a chamei baixo, mas ela não respondeu, desci para pegar a Luiza e pensar em alguma coisa... Mas a bebê não para de chorar.
M: O Erick? Ele não está aí?
N: Não, saiu de manhã com o jardineiro e não voltou até agora.
M: Eu já estou chegando.
E assim Murilo desligou o celular e pisou fundo no acelerador.

Na casa de Murilo e Laura.
N: Calma bonequinha, o que é que tá acontecendo? Hein? (balançando a pequena no colo)
A bebê chegava a perder o fôlego de tanto chorar, e esse desesperado choro transpassava a porta do banheiro de Laura, era como se sua filha soubesse, e implorasse para sua mão parar.

No banheiro.
Laura pensava que era o certo, com a Gilette sob seu pulso, ela passou afundando devagar...
O sangue como num passe de mágica começou a surgir e a escorrer pela mão, ela deixou a mão para o lado de fora da banheira.
Os pingos começaram a cair, ela não achou que fosse doer tanto, será que um pulso seria o suficiente?
Não saberia dizer, nunca pesquisou como cortar os pulsos, mas teria que ser o suficiente, agora não teria mais forças para cortar o outro, talvez nem desse um minuto ainda, mas uma ânsia enorme se encontrava agora em sua garganta e os olhos começaram a pesar...

Na sala.
M: Ela ainda está lá Naná?
N: Está sim. (enquanto tentava acalmar a bebê que ainda chorava)
M: Ah meu Deus.
Murilo nem pensou muito, correu pela escada a caminho de seu quarto, sabia que não encontraria uma noticia boa.

Dentro do banheiro Laura acabou de perder os sentidos, começava a escorrer para dentro da banheira...
Murilo chegou perto da porta do banheiro.
M: Laura!!Laura!!(socando a porta)
...
M: Por favor, Laura, responde!(com os olhos cheios de lagrimas)
...
M: Amor... (imaginando)
...
M: NÃO!
Ele voltou certa distância da porta e pegou um impulso e forçou seu ombro nela!
Nada aconteceu, a porta continuou trancada.
M: Laura!!!!(desesperado)

Dentro do banheiro água já quase chegava ao nariz de Laura que a essa altura já havia manchado a água da banheira da cor que mais gostava... Vermelho.
Ele fez de novo, e nada, agora com toda a sua raiva e desespero ele meteu o pé na porta e ela abriu...
Ele ficou horrorizado com a cena, pensou no pior, Laura estava afundada na banheira coberta de sangue, o que tinha acontecido? Murilo tinha um milhão de perguntas na cabeça, mas enquanto pensava isso, ele já estava com ela em seus braços...
Correu com ela para cama, a colocou ali com cuidado, estava sem palavras, não gritava, ele tremia e olhava para ela...
M: Amor...
Ele abaixou e coloco os ouvidos próximos à boca e o nariz e conseguiu ouvir a respiração dela um pouco fraca.
M: Ai, graças a Deus!(sorrindo em meio a lagrimas)
Pegou o telefone rapidamente e ligou para ambulância.

No andar de baixo...
Luiza para de chorar, mas ainda soluçava. Naná subiu com ela pro quarto, mas assim que ela entrou no quarto, viu Murilo desesperado em lágrimas enxugando Laura.
N: Meu Deus , o que foi que aconteceu? (dando um jeito de Luiza não olhar para o lado de Laura)
M: Não sei, estava na banheira... Acho que ela... Ela (chorando) tentou se matar, olha o pulso dela! (mostrando o corte)
Murilo agora segurava a toalha no pulso dela.

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terça-feira, setembro 10, 2013

30° Como eu te Amo

M: Impulso, eu estava nervoso.
B: Mas eu posso fazer você me olhar com outros olhos e...
M: Não, por favor... Eu preciso ficar sozinho.
Bárbara depois de muita insistência saiu da sala, assim que ela saiu Carla entrou.
M: Como ela está Carla?
C: Acordou há alguns minutos, e foi para casa, pediu para que o senhor cuide de tudo aqui por hoje.
M: O Gustavo a levou?
C: Não...
M: Não!? (preocupado)
C: Não, eu também estranhei, e ele nem insistiu, ela tinha acabado de acordar, parecia que ela nem ia ligar se acontecesse alguma coisa.
M: Irresponsável... Laura ainda pode ter sequelas daquele acidente. Carla fica ligando lá para casa, quando a Laura chegar você me avisa.
C: Ok, com licença.
E assim Carla fez.

Na casa de Laura e Murilo.
Alguns minutos depois Laura chegou, estava se sentindo um lixo, queria morrer, ia morrer de qualquer jeito.
Era meio da tarde, Dona Naná tinha colocado Luiza para dormir, a bebê tinha brincado a tarde toda.
Dona Naná se encontrava na sala lendo uma revista, e Luiza no cercadinho dormindo rodeada de chocalhos e mordedores.
Laura entrou em casa, o rosto quase transparente de tão pálida, não comia nada, e por conta disso toda hora sofria queda de pressão. Os remédios que Marcelo tanto disse para ela tomar, ela só tomava quando tinha vontade, ou quando lembrava.
Parecia uma criança mimada, onde precisava brigar com ela para tomar o remédio que ela sabia que era pro bem dela.
N: Dona Laura, a senhora chegou cedo... Quer que eu prepare alguma coisa para senhora?(se levantando)
L: Sim, prepara um banho para mim, por favor, Naná.
N: Claro, num instante.
L: Ah, e o Erick?
N: Olha, o Erick chegou, mas saiu com o Jardineiro a mais ou menos uma hora.
L: Com o jardineiro? Mas eu pedi para ele não deixar vocês sozinhas.
N: Mas ele não deixou. Tem um enorme cachorro ali no quintal.
Laura foi até uma altura da cozinha e olhou o animal parado quase em posição de guarda real. Rs.
Deu um leve sorriso, é... Erick não a decepcionaria.
L: Queria falar com ele.
N: É, ele também estava doido para falar com a senhora. Ah e pediu para senhora usar isso. (entregando uma corrente com um pingente delicado)
L: Sei que ele fará um bom trabalho(colocando no pescoço) qualquer coisa, diz para ele falar o que ia me dizer pro Murilo.
N: Pro Murilo?
L: É, só se ele não conseguir falar comigo.
N: Ok.
Assim, Dona Naná subiu preparar um banho para Laura.
Enquanto isso Laura se abaixou ao lado do cercadinho, e passou de leve as mãos na cabeça de sua filha.
L: Meu amor, tio Lucas vai ajudar o papai a cuidar de você. E seu pai vai encontrar uma mulher legal para ser como a mamãe para você, desculpa filha... (começou a chorar) A mamãe falhou.
Mas sempre eu vou proteger você... Ouviu? Eu te amo(sussurrando) Onde quer que eu esteja meu amor.
O telefone toca, mas não muitas vezes, pelo visto dona Naná atendeu logo para não acordar Luiza.
Alguns minutos depois...
Dona Naná desceu as escadas sorrindo.
N: Seu banho está pronto dona Laura.
L: Naná... (abraçou a simpática senhora)
N: Er, o que foi dona Laura?
L: Obrigada viu...
N: (sorrindo) Foi só um banho...
L: Não... Eu digo por tudo, você praticamente cuida dessa casa inteira, de nós, não só da Luiza.
N: Imagina, é que eu tenho um carinho muito grande por essa família.
L: Então, obrigada mais uma vez...
N: Se precisar de alguma coisa é só chamar...
L: Ok.
Laura subiu até seu quarto, tirou a roupa delicadamente ficou somente de lingerie, estava decidida, seria melhor, para que adiar ainda mais algo que iria acontecer de qualquer jeito.
Pegou todos os remédios calmantes que Doutor Marcelo receitou somente para últimos casos e seguiu até o seu “banho”
Trancou a porta do banheiro
Acomodou-se na banheira... Os pensamentos a acompanhavam, morrer... Como seria? Nunca havia parado para pensar, mas agora a sua vida de sonhos ia chegar ao fim...
Pegou os calmantes, o máximo que conseguiu ela engoliu, talvez dois frascos inteiros, será que seria o suficiente? Tocou na corrente que acabou de receber de Erick e disse baixinho:
L: Eu... Vou deixar em suas mãos meu amigo, sei que vai pegá-lo.

Uma retrospectiva passava em sua cabeça...
A primeira vez que trocou uma palavra com Lucas...
Lu: Desculpe. Meu nome é Lucas estudo com você desde a 8ª serie.
Ela deu um leve sorriso... Em pensar que ele seria o seu melhor amigo, um irmão. A pessoa em que sempre confiou um anjo que foi mandado do céu para protegê-la.

Na mesma época perdeu seu pai, como se fosse ontem, ela conseguia lembrar com detalhes.
L: Pai vamos!(parou e observou) Pai?(preocupada) Pai... (já com os olhos verdes cheios de lagrimas) Não pai... Acorda... Pai... Não faz isso, como eu vou viver agora?(acariciando o rosto do pai com carinho)
Como ela ia viver? Viver... Essa palavra não saía da cabeça dela, por quê? Já sofreu tanto, demorou tanto para ser feliz, e por um tempo tão curto, perderia de ver o crescimento da sua filha.
Lembrava também o dia em que ela e Lucas praticamente resolveram virar as costas para vida e criar os seus próprios destinos, suas próprias histórias.
Lu: Laura temos 18 anos ainda, e graças a Deus uma vida toda pela frente. Chega de sofrer, você não acha?
L: É, você está certo. A partir de agora começa a construção da nova Laura Rouse Drummond.
Senhor Paulo, outro anjo em sua vida... Lembrou-se da primeira vez que o conheceu.
P: A Senhorita deve ser Laura Drummond?!Estou certo?
L: Isso, sou eu mesma e o senhor só pode ser o Dr. Paulo Cortez?
P: Por favor, tire o Doutor, isso é coisa da Carla, nem sou Doutor, (rindo) não é mesmo? (rindo)
Mas um sorriso triste esboçou nos lábios de Laura ao se lembrar do Senhor Paulo.
L: Oh me desculpe, mas vim perguntar quem poderíamos chamar para ser madrinha do nosso casamento junto com o Lucas? Não faço ideia.
L: Que loucura (rindo baixo e em meio às lágrimas enquanto mexia nas espumas da banheira)

A Drummond... Outra alegria da sua vida ficava aliviada ao saber que deixaria um belo patrimônio para Luiza.
Lu: Lembra quando te perguntei se poderia utilizar teu sobrenome? É porque eu já estava desconfiado, mas só alguns anos atrás eu consegui essa papelada que pode comprovar. E é sua. Concessionária Drummond!

Murilo... Agora ela começou a chorar descontroladamente, porque esses remédios não faziam efeito logo?
Já era para estar inconsciente. Sentia um enjoo forte, mas mesmo assim nada acontecia, não queria ficar ali pensando em Murilo. Pensar que ele e outra mulher cuidariam da sua filha, ele ia refazer a sua vida, e ela... Não ia mais existir.
A primeira palavra que trocaram...
M: Posso te pagar uma sugestão?
A declaração de amor...
M: Bom que você me odeia (ofegante) pelo mesmo... Motivo que eu te odeio. (e deu um sorriso)
O pedido de casamento... (sorrindo) Casamento, Laura ria ao lembrar-se disso.
M: Laura, casa comigo?
E quando descobriu que estava grávida? Lembrava também que naquela época nem se lembrava de Murilo, o coitado comemorou praticamente sozinho.
Médico: Parabéns! Laura, você vai ser mamãe!
E quando estava sob a mira da arma de Pâmela que estava praticamente fora de si, mesmo naquela situação Laura conseguiu olhar nos olhos de Murilo e dizer:
L: Eu prometo que você vai ser feliz amor...
Ela começou a chorar novamente...
L: Eu falhei amor... Mas eu prometi que você ia ser feliz...
Agora ela batia descontroladamente as mãos na água da banheira.
Que droga! Aqueles calmantes não faziam logo efeito, não a levavam logo daquele mundo!
L: Ahhhhhhhhh que droga!(chorando sem parar)
Esticou suas mãos perto da escrivaninha e puxou a nécessaire de coisas do Murilo se barbear, ali encontraria o que queria.
Encontrou a lâmina ainda embrulhada, abriu ainda com as mãos tremulas.
L: Eu já sofri tanto... Não vou sofrer mais cinco meses sabendo... Que de nada vai adiantar mesmo.
Estava ainda dentro da banheira, os malditos calmantes não fizeram nada! Nem para morrer ela conseguia uma ajuda.

Fazia pouco mais de uma hora que Laura havia subido para o banho, dona Naná já estava preocupada, mas Luiza chorava em seu colo enquanto a senhora tentava esfriar de pressa a mamadeira, em meio a essa correria o telefone toca.
Murilo estava chegando ao condomínio, resolveu ficar com Luiza aquela noite, precisava da filha, só ela tinha o poder de acalma-lo, de deixa-lo em paz.
Ligou para sua casa para que a dona Naná pudesse ir arrumando as coisas dela, e meio que preparando a Laura que com certeza ia virar um Jiraya.
N: Alô?
M: Naná arruma a Luiza que eu vou busca-la para passar o dia inteiro comigo, não consigo ficar naquela empresa hoje, estou com um jeito ruim e...
N: Senhor Murilo, que bom que o senhor ligou.
M: O que foi? Aconteceu alguma coisa?
N: A Dona Laura entrou tomar banho e não saiu até agora.
M: Como assim não saiu até agora?
N: Faz mais de uma hora que ela está lá, já subi lá e a chamei baixo, mas ela não respondeu, desci para pegar a Luiza e pensar em alguma coisa... Mas a bebê não para de chorar.
M: O Erick? Ele não está aí?
N: Não, saiu de manhã com o jardineiro e não voltou até agora.
M: Eu já estou chegando.
E assim Murilo desligou o celular e pisou fundo no acelerador.

Na casa de Murilo e Laura.
N: Calma bonequinha, o que é que tá acontecendo? Hein? (balançando a pequena no colo)
A bebê chegava a perder o fôlego de tanto chorar, e esse desesperado choro transpassava a porta do banheiro de Laura, era como se sua filha soubesse, e implorasse para sua mão parar.

No banheiro.
Laura pensava que era o certo, com a Gilette sob seu pulso, ela passou afundando devagar...
O sangue como num passe de mágica começou a surgir e a escorrer pela mão, ela deixou a mão para o lado de fora da banheira.
Os pingos começaram a cair, ela não achou que fosse doer tanto, será que um pulso seria o suficiente?
Não saberia dizer, nunca pesquisou como cortar os pulsos, mas teria que ser o suficiente, agora não teria mais forças para cortar o outro, talvez nem desse um minuto ainda, mas uma ânsia enorme se encontrava agora em sua garganta e os olhos começaram a pesar...

Na sala.
M: Ela ainda está lá Naná?
N: Está sim. (enquanto tentava acalmar a bebê que ainda chorava)
M: Ah meu Deus.
Murilo nem pensou muito, correu pela escada a caminho de seu quarto, sabia que não encontraria uma noticia boa.

Dentro do banheiro Laura acabou de perder os sentidos, começava a escorrer para dentro da banheira...
Murilo chegou perto da porta do banheiro.
M: Laura!!Laura!!(socando a porta)
...
M: Por favor, Laura, responde!(com os olhos cheios de lagrimas)
...
M: Amor... (imaginando)
...
M: NÃO!
Ele voltou certa distância da porta e pegou um impulso e forçou seu ombro nela!
Nada aconteceu, a porta continuou trancada.
M: Laura!!!!(desesperado)

Dentro do banheiro água já quase chegava ao nariz de Laura que a essa altura já havia manchado a água da banheira da cor que mais gostava... Vermelho.
Ele fez de novo, e nada, agora com toda a sua raiva e desespero ele meteu o pé na porta e ela abriu...
Ele ficou horrorizado com a cena, pensou no pior, Laura estava afundada na banheira coberta de sangue, o que tinha acontecido? Murilo tinha um milhão de perguntas na cabeça, mas enquanto pensava isso, ele já estava com ela em seus braços...
Correu com ela para cama, a colocou ali com cuidado, estava sem palavras, não gritava, ele tremia e olhava para ela...
M: Amor...
Ele abaixou e coloco os ouvidos próximos à boca e o nariz e conseguiu ouvir a respiração dela um pouco fraca.
M: Ai, graças a Deus!(sorrindo em meio a lagrimas)
Pegou o telefone rapidamente e ligou para ambulância.

No andar de baixo...
Luiza para de chorar, mas ainda soluçava. Naná subiu com ela pro quarto, mas assim que ela entrou no quarto, viu Murilo desesperado em lágrimas enxugando Laura.
N: Meu Deus , o que foi que aconteceu? (dando um jeito de Luiza não olhar para o lado de Laura)
M: Não sei, estava na banheira... Acho que ela... Ela (chorando) tentou se matar, olha o pulso dela! (mostrando o corte)
Murilo agora segurava a toalha no pulso dela.

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