terça-feira, setembro 10, 2013

23° Como eu te Amo

Laura foi até a porta e voltou com a pizza na mão, atravessou a sala e foi comer. Pegou uma taça de vinho e mandou a ver a pizza de mussarela. Na sala Murilo ainda brincava com a bebê.
M: É filha, a gente nem queria mesmo não é? (falando baixinho para a bebê, que balançava o mordedor e pulava no colo do pai). Para não dizer que Laura comeu a pizza inteira sozinha, ela deixou dois pedaços na caixa. Luiza havia dormido no colo de Murilo, e o mesmo aproveitou e a colocou no berço.
No quarto, Laura arrumava sua cama e Murilo entrou...
L: O que você está fazendo aqui? (Estendendo os lençóis na cama)
M: Eu vou dormir.
L: Você não percebeu que as suas roupas estão todas no quarto de hospedes?
M: Laura... (se aproximando) Precisamos conversar (segurando nos ombros dela)
Laura na mesma hora se afastou.
L: Não encosta em mim, eu sou louca, eu posso te machucar.
M: Laura...
L: Murilo, eu realmente não estou preparada psicologicamente para conversar com você, eu estou confusa, ao mesmo tempo que eu te entendo eu não te entendo. Eu juro que eu estou fazendo de tudo para me colocar no seu lugar, mas toda vez que eu faço isso eu penso que eu nunca teria coragem de fazer com você o que você fez comigo.
M: Você diz isso baseando na ideia de me perder? Eu fiz isso porque eu estava te perdendo.
L: Murilo, agora não, não mesmo.
M: Laura, eu te amo... Não faz isso comigo, não peça o divórcio! Eu te imploro. (Já com os olhos marejados).
L: Ah, é disso que você tem medo?
Murilo não soube o porquê da tranquilidade dela.
L: Murilo sai por favor... Eu realmente não estou com cabeça para essa conversa, agora não! (o expulsando do quarto)
Assim que ela fechou a porta, Laura encostou-se na mesma e chorou, um choro que ela havia segurado demais. Precisava desabafar, pegou o telefone e ligou para a única pessoa que a acalmava... Lucas!
Lu: Então vocês voltaram?
L: Não!
Lu: Como não? Você transam do jeito que você me disse e não voltam?
L: Eu o amo Lucas, amo... Amo mais que a mim mesma. Mas está doendo muito, o que ele fez, eu... Eu... (começa a chorar), mas ao mesmo tempo eu o entendo, mas depois eu também não consigo aceitar, eu estou confusa.
Lu: É complicado, eu mesmo confesso que eu estava muito nervoso com ele, Laura eu não estava respondendo por mim, acho que foi Deus que me ajudou a não provocar uma tragédia. Porque quando eu soube que você estava nessa clínica, eu já imaginei você toda amarrada naqueles quartos brancos, com camisa de forças sabe?
Laura riu de leve.
Lu: Mas quando eu te tirei de lá, cheguei em casa, que eu comecei a esfriar a minha cabeça... Léo veio conversar comigo, ele também não concordou com o que o Murilo fez. Mas aí ele me explicou de um jeito que eu consigo entender o Murilo... Em partes. (meio irritado) Acho sim que foi radical, mas concordo que você também mudou radicalmente minha amiga. Estava tudo sendo contra. Eram os fatos sendo apresentados e a sua palavra apenas...
L: Valeu Lucas, é muito bom saber que foi “apenas” a minha palavra.
Lu: (Sorrindo) Laurinha não foi isso...
L: (Sorrindo) Eu estou brincando Lucas, eu entendi o que você quis dizer.
Lu: Então agora que você colocou o Policial Erick aí na sua casa, o certo é planejar com calma como pegar o cara.
L: Ele vai pegá-lo, ele disse que já tem um plano.
Lu: Nossa então ele já tem um suspeito?
L: Não sei o que ele descobriu, ele não gosta de ficar levantando suspeitas, ele disse que já esta observando.
Lu: Ui.
L: Confio no Erick, ele é muito bom.
Lu: Deve ser mesmo. Porque ele só teve um dia de trabalho. (Sorrindo)
L: Ai Lucas (Sorrindo), eu vou dormir meu amigo, estou morta, parece que carreguei toneladas de cimento hoje.
Lu: Ok, vai lá dormir! Beijo. Assim que der eu passo na empresa para te fazer uma visitinha.
L: Beijo! (sorrindo)

No quarto de hospedes... Murilo revirava de um lado para o outro, não conseguia dormir. Levantou e desceu até a cozinha, pegou o vinho que Laura havia aberto e só tomado uma taça algumas horas antes e foi para seu quarto, ficou ali, sentado na cama, pensando nela... Pensando em quanto tempo mais iriam ficar assim... Tão perto e tão longe, se era um castigo que ele merecia, ele já estava mais que castigado. A madrugada foi chegando, mas nada do sono de Murilo, o mesmo estava agora na penúltima taça de vinho. Estava em outro mundo, entorpecido pela saudade e a paixão que o consumia. Mas foi despertado por um barulho de corrida pelo corredor em frente ao seu quarto. Logo pensou que fosse alguma coisa com a Luiza.
Abriu a porta do quarto meio zonzo e viu a luz do banheiro acesa e a porta aberta, assim que se aproximou ele pode ver primeiro os pés de Laura ao chão, a mesma estava debruçada no vaso sanitário jogando tudo para fora.
M: Laura? Meu amor...
Não tinha nada que ele pudesse dizer naquele momento, “Laura você está bem?” Claro que não! “O que você está sentindo?” Era obvio o que ela estava sentindo, ela estava vomitando horrores. Na verdade ela não responderia nada, ela não parava de vomitar. Ele se aproximou dela e pegou uma toalha e começou a abana-la, nem ele sabe o porquê ele fez isso, mas estar do lado dela passando mal daquele jeito e não poder fazer nada dava uma sensação horrível. Alguns minutos depois ela parou.
M: Está melhor agora?
L: Um pouco... (com a voz quase inaudível)
Ela se levantou com certa dificuldade e lavou a boca, queria tirar aquele gosto horrível que parecia grudado em sua boca. Ela voltou para o quarto dela e Murilo foi atrás, queria ter certeza de que pelo menos ela conseguiria dormir. Laura estava acomodada em sua cama e Murilo a olhou com cuidado...
M: Acho que foi aquela quantidade de queijo acompanhado da pizza que você comeu.
L: Isso se chama, desintoxicação. De remédios que o meu corpo nunca precisou.
Aquilo realmente foi um coice com ferradura de chumbo no queixo de Murilo. E ele sentiu como tal, poxa ela não aliviava nada, Laura viu que Murilo estava preocupado, mas quando percebeu já havia dito. Talvez fosse bom para ele ter um choque de realidade de vez em quando. Murilo baixou a cabeça e saiu, mas antes ele disse:
M: É, talvez “eu” seja o maior problema da sua vida... (saiu quase chorando)
Não! Queria gritar que não! Queria pular nos braços dele e se entregar como naquela tarde na banheira. Ela o ama mais que tudo. Mas algo nela não deixa, algo nela a segura, orgulho? Medo? Mágoa? Não saberia dizer... E assim ela o deixou mais uma vez.
O Final de semana passou rápido, para alegria de ambos... Já era uma terça-feira, ainda não era hora do almoço, mas Lucas quis fazer uma visitinha a Laura na empresa.
Lu: Oi Carla!
C: Oi Seu Lucas!
Lu: Laura está em reunião?
C: Não, ela saiu com o Seu Gustavo. (e fez o mesmo sinal que fazia para Bárbara)
Lu: Você também não gosta dele Carla?
C: Olha seu Lucas, eu não sou paga para gostar ou deixar de gostar, mas cá entre nós, ele é traiçoeiro.
Lu: Como assim?
C: Ah Seu Lucas, a Drª Laura tava esses dias aí soltando para os quatro ventos que o Murilo meio que tinha escondido que ela estava internada. Sabe? E ela disse que foi o Gustavo quem tinha comentado com ela, que ele não sabia e tal...
Lu: Mas olha só...
C: Isso não é verdade, claro que o Drº Murilo não ia sair aqui na empresa gritando que ela Estava internada, mas para todo mundo que perguntava ele dizia a verdade, eu mesma vi, e agora ele é muito amigo da Drª Laura tanto quanto do Drº Murilo. Isso é estranho.
Lu: Ah, bate aqui Carla! (sorrindo e estendendo a mão para ela)
Carla sorriu, ainda não tinha entendido.
Lu: Eu estou falando que essa homem é estranho, até quem enfim achei alguém que está vendo o mesmo que eu. Eu não sei se você percebeu outra coisa, mas eu percebi e bem acho que esse homem quer a Laurinha, ele olha para ela de um jeito muito estranho.
C: Deus que me perdoe mais ele me lembra uma pessoa...
Lu: Que pessoa?
C: Ah, deixa para lá... O que importa é que eu também não confio nele.
Lucas não insistiu muito, mas só de saber que mais alguém concordava com ele, o deixava com um ar de vitória.
Lu: Carla, o Murilo está na sala dele?
C: Está sim!... O senhor quer que eu avise-o?
Lu: Não, não precisa.

Enquanto isso no escritório de Murilo.
M: Eu amo a minha mulher Bárbara.
B: Eu estou toda derretendo aqui só de estar assim ... Perto de você.
Murilo estava encostado na mesa e Bárbara com a boca tentando alcançar a dele.
M: Para com isso menina. (Segurando-a pelos braços)
B: Não sou uma menina, eu sou uma mulher, uma mulher com desejos de mulher, e que pode dar todo o prazer que você quiser (se aproximando novamente)
M: Eu já tenho o prazer que eu preciso, por favor senhorita Bárbara, saia daqui... Eu... Não quero ter que pedir que o Gustavo te demita.
B: Você deve estar louco para transar com uma garota não é? Não diz que não, seu extinto masculino deve estar gritando aí dentro de você... (passando a língua no lábio inferior)
Ela logo apertou o membro de Murilo, o fazendo arcar.
M: Pare (A afastando)
Lu: Licença (pegando a cena ao entrar na sala)
M: Lucas!(Já desesperado)
Murilo pensou com ele, Meu Deus, já estava todo ferrado mesmo e para ajudar agora Lucas vai pensar que ele está traindo a Laura.
M: Lucas... Eu... Eu posso explicar.
Lu: Ow, mocinha, dá para você dar licença?
B: Claro, com licença (saiu em direção a porta)
B: Depois continuamos Murilo (rindo antes de sair)
Assim que ela fechou a porta.
Lu: ...
M: Lucas, não é nada disso que você está pensando (já se explicando)
Lu: Eu sei...
M: Mas foi ela quem começou, foi ela que se ãn?
Lu: ... Eu sei, mas acho que Laura não ia acreditar fácil assim.
M: Mas eu pensei que... Ufa (aliviado)
Lu: Murilo eu particularmente nesses assuntos sou muito evoluído, eu já saquei muita coisa muito antes do casal lesado aí descobrir.
M: ...
Lu: Eu na verdade vim aqui para falar com a Laura, mas como ela não está eu pensei muito e decidi vim falar com você.
M: Não está?(estranhando)
Lu: É... Mas é o seguinte Murilo, (já mudando de assunto) eu vim aqui para te dizer que eu ainda não concordo com o que você fez com a Laura...
M: Lucas, esse assunto já...
Lu: Mas agora eu te entendo.
M: Ãn?
Lu: Só agora, depois de muita conversa com o Léo.
M: Mas... como assim?
Lu: Ai Murilo, olha me desculpa dizer isso, mas eu não me arrependo do soco que eu dei em você, e sei muito bem que você não revidou porque no fundo você sabia que eu estava certo.
M: Eu entendo você também, eu mesmo sofri muito Lucas, mas sofro mais ainda em pensar que posso perder lá por eu não fazer nada.
Lu: ... Hum
M: Agora ela se quer fala comigo. Eu tenho muito medo dela pedir o divórcio e...
Lu: Ela não vai pedir Murilo.
M: ... E se ela pensar que.
Lu: Ela ama você, ela só esta magoada.
M: É, Gustavo também me disse isso.
Lu: Gustavo?
M: É... Ela praticamente é melhor amiga dele agora.
Lu: Murilo eu não me importo nenhum pouco em te dar outro soco.
M: (Sorrindo) Me desculpe talvez eu tenha exagerado no melhor amigo.
Lu: Acho que isso é normal, não normal com ele porque como eu já disse eu não gosto dele, mas você era o confidente dela dentro dessa empresa. Agora que estão assim... Brigados, é normal que ela precise de alguém para ouvir uma segunda opinião. Eu só estou nervoso, por ser ele, e por Laurinha ter a necessidade de sair assim, falando os assuntos pessoais para qualquer um, já não tem eu? Poxa, e outra tanta gente nessa empresa para ela pegar de confidente, a Carla mesmo! E ela fica contando as coisas para esse Gustavo aí.
M: Confesso que o Gustavo é uma ótima pessoa Lucas, acho que você ainda não o conhece direito, é por isso, ele me deu a maior força enquanto a Laura estava naquela Clínica.
Lu: Ok, não vou discutir mais esse assunto com você e com a Laura, até porque é inútil, eu pedi para você prestar atenção, você prestou?
M: ...
Lu: Ein?
M: Não vi nada demais.
Lu: Ah claro, não tem nada demais, o cara que você acha que é seu amigo, sair com a sua mulher sem você nem saber, sabe se lá onde, e dizer para sua mulher que ele nem sabia que ela estava internada, sendo que eu ouvi muito bem o Léo me dizer que quem te deu essa ideia absurda foi ele.
M: Quem disse isso?
Lu: Laura!
M: Mas...
Lu: Ou agora você vai me dizer que ela pode ter se confundido?
M: ...
Lu: Você pode estar perdendo a Laura de outro jeito.

Enquanto isso na casa de Laura e Murilo.
E: Ei Dona Naná, cadê o tal jardineiro? (estranhando)
N: Ah o Márcio?
E: É, é esse mesmo.
N: Ele não vem todos os dias mais, ele vinha antes da Dona Laura ser internada, mas agora não vem mais. (esfriando a mamadeira da Maria Luiza que estava no cercadinho)
E: Hum, e vem aqui comigo. (A puxando para o jardim)
E: Essas aqui são as câmeras que o marido da Laura colocou não é?
N: É. (Olhando para onde ele apontava)
E: E tem mais alguma?
N: Que o senhor Murilo colocou não, aí só tem as do lado de fora do muro que é da segurança do condomínio.
E: Ok. Obrigado Dona Naná.
Naná sempre ria quando Erick pronunciava seu nome, ele tinha uma voz grossa, então ficava engraçado. Ele tirou todas as câmeras e as guardou, iria analisá-las... Absolutamente todas!

Enquanto isso na Clínica Vincent
L: Eu ainda não acredito que você realmente marcou uma consulta para mim. Eu já disse que não precisava, a Carla ia providenciar isso. (andando pelos corredores da Clínica)
G: (Sorrindo) Imagina, eu sou muito cuidadoso Laura, quero ter certeza que as pessoas que eu gosto estejam bem.
Laura ficou um pouco tensa quando Gustavo passou um dos braços em torno de sua cintura. Ela tremeu, a sensação que teve foi de arrepio, mas não um arrepio bom, era um calafrio. Mesmo desconcertada ela seguiu até a sala do médico Luiz e realizou a consulta. Ao fim da consulta.
Luiz: Bom eu pedi alguns exames de sangue, mas tudo indica que você está com anemia.
L: ...
G: Laura?
L: Eu ando muito enjoada nesses últimos dias, não tenho vontade de comer, e quando como desembesto a comer muito e acabo passando mal.
Luiz: É justamente por isso, seu corpo está precisando de vitaminas, de nutrientes, você está visivelmente pálida. E anemia não é só má alimentação não. Você dorme bem?
L: É sim.
G: Não, ela diz que tem muitos pesadelos e mais fica pensando a noite do que dormindo.
Luiz: Isso também não é bom. De qualquer forma eu recomendo que enquanto os exames não ficarem prontos, você alimente-se bem, durma bem e evite, por favor, excesso de gorduras e alimentos de alta caloria por enquanto, se não isso só vai aumentar os seus enjoos.
L: Pode deixar.
Luiz: É que muitas pessoas não dão tanta importância à anemia, mais uma anemia muito desenvolvida pode acarretar doenças mais graves, por isso, por favor, sigas as prescrições.
L: Pode deixar.
Gustavo saiu com Laura da sala do tal médico. Ainda em meio aos corredores da clínica.
G: Laura, por favor, espere um segundo aqui, eu já volto.
L: Mas...
G: Eu só vou deixar um recado para o Marcelo, lembra-se dele?
L: Ah sim.
G: Então, é somente um segundo.

É, não foi um segundo, mas... Tudo bem.
Laura e Gustavo voltaram para a Drummond, Lucas havia esperado Laura até àquela hora. Aliás, iam almoçar juntos. Lucas estava na sala de Laura, assim que a mesma entrou em sua sala, foi recebida num caloroso abraço.
Lu: E aí? Vamos almoçar comida japonesa hoje?
L: Humm, que delícia. Vamos.
No restaurante...
Lu: Como assim anemia? Anemia quem tem é criança!
L: (Rindo) Ai Lucas, só você mesmo para me fazer rir desse jeito.
Lu: Não é para rir Laura, isso é sério.
L: Não é não (ainda rindo) é só eu me alimentar direitinho que vai ficar tudo certo.

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terça-feira, setembro 10, 2013

23° Como eu te Amo

Laura foi até a porta e voltou com a pizza na mão, atravessou a sala e foi comer. Pegou uma taça de vinho e mandou a ver a pizza de mussarela. Na sala Murilo ainda brincava com a bebê.
M: É filha, a gente nem queria mesmo não é? (falando baixinho para a bebê, que balançava o mordedor e pulava no colo do pai). Para não dizer que Laura comeu a pizza inteira sozinha, ela deixou dois pedaços na caixa. Luiza havia dormido no colo de Murilo, e o mesmo aproveitou e a colocou no berço.
No quarto, Laura arrumava sua cama e Murilo entrou...
L: O que você está fazendo aqui? (Estendendo os lençóis na cama)
M: Eu vou dormir.
L: Você não percebeu que as suas roupas estão todas no quarto de hospedes?
M: Laura... (se aproximando) Precisamos conversar (segurando nos ombros dela)
Laura na mesma hora se afastou.
L: Não encosta em mim, eu sou louca, eu posso te machucar.
M: Laura...
L: Murilo, eu realmente não estou preparada psicologicamente para conversar com você, eu estou confusa, ao mesmo tempo que eu te entendo eu não te entendo. Eu juro que eu estou fazendo de tudo para me colocar no seu lugar, mas toda vez que eu faço isso eu penso que eu nunca teria coragem de fazer com você o que você fez comigo.
M: Você diz isso baseando na ideia de me perder? Eu fiz isso porque eu estava te perdendo.
L: Murilo, agora não, não mesmo.
M: Laura, eu te amo... Não faz isso comigo, não peça o divórcio! Eu te imploro. (Já com os olhos marejados).
L: Ah, é disso que você tem medo?
Murilo não soube o porquê da tranquilidade dela.
L: Murilo sai por favor... Eu realmente não estou com cabeça para essa conversa, agora não! (o expulsando do quarto)
Assim que ela fechou a porta, Laura encostou-se na mesma e chorou, um choro que ela havia segurado demais. Precisava desabafar, pegou o telefone e ligou para a única pessoa que a acalmava... Lucas!
Lu: Então vocês voltaram?
L: Não!
Lu: Como não? Você transam do jeito que você me disse e não voltam?
L: Eu o amo Lucas, amo... Amo mais que a mim mesma. Mas está doendo muito, o que ele fez, eu... Eu... (começa a chorar), mas ao mesmo tempo eu o entendo, mas depois eu também não consigo aceitar, eu estou confusa.
Lu: É complicado, eu mesmo confesso que eu estava muito nervoso com ele, Laura eu não estava respondendo por mim, acho que foi Deus que me ajudou a não provocar uma tragédia. Porque quando eu soube que você estava nessa clínica, eu já imaginei você toda amarrada naqueles quartos brancos, com camisa de forças sabe?
Laura riu de leve.
Lu: Mas quando eu te tirei de lá, cheguei em casa, que eu comecei a esfriar a minha cabeça... Léo veio conversar comigo, ele também não concordou com o que o Murilo fez. Mas aí ele me explicou de um jeito que eu consigo entender o Murilo... Em partes. (meio irritado) Acho sim que foi radical, mas concordo que você também mudou radicalmente minha amiga. Estava tudo sendo contra. Eram os fatos sendo apresentados e a sua palavra apenas...
L: Valeu Lucas, é muito bom saber que foi “apenas” a minha palavra.
Lu: (Sorrindo) Laurinha não foi isso...
L: (Sorrindo) Eu estou brincando Lucas, eu entendi o que você quis dizer.
Lu: Então agora que você colocou o Policial Erick aí na sua casa, o certo é planejar com calma como pegar o cara.
L: Ele vai pegá-lo, ele disse que já tem um plano.
Lu: Nossa então ele já tem um suspeito?
L: Não sei o que ele descobriu, ele não gosta de ficar levantando suspeitas, ele disse que já esta observando.
Lu: Ui.
L: Confio no Erick, ele é muito bom.
Lu: Deve ser mesmo. Porque ele só teve um dia de trabalho. (Sorrindo)
L: Ai Lucas (Sorrindo), eu vou dormir meu amigo, estou morta, parece que carreguei toneladas de cimento hoje.
Lu: Ok, vai lá dormir! Beijo. Assim que der eu passo na empresa para te fazer uma visitinha.
L: Beijo! (sorrindo)

No quarto de hospedes... Murilo revirava de um lado para o outro, não conseguia dormir. Levantou e desceu até a cozinha, pegou o vinho que Laura havia aberto e só tomado uma taça algumas horas antes e foi para seu quarto, ficou ali, sentado na cama, pensando nela... Pensando em quanto tempo mais iriam ficar assim... Tão perto e tão longe, se era um castigo que ele merecia, ele já estava mais que castigado. A madrugada foi chegando, mas nada do sono de Murilo, o mesmo estava agora na penúltima taça de vinho. Estava em outro mundo, entorpecido pela saudade e a paixão que o consumia. Mas foi despertado por um barulho de corrida pelo corredor em frente ao seu quarto. Logo pensou que fosse alguma coisa com a Luiza.
Abriu a porta do quarto meio zonzo e viu a luz do banheiro acesa e a porta aberta, assim que se aproximou ele pode ver primeiro os pés de Laura ao chão, a mesma estava debruçada no vaso sanitário jogando tudo para fora.
M: Laura? Meu amor...
Não tinha nada que ele pudesse dizer naquele momento, “Laura você está bem?” Claro que não! “O que você está sentindo?” Era obvio o que ela estava sentindo, ela estava vomitando horrores. Na verdade ela não responderia nada, ela não parava de vomitar. Ele se aproximou dela e pegou uma toalha e começou a abana-la, nem ele sabe o porquê ele fez isso, mas estar do lado dela passando mal daquele jeito e não poder fazer nada dava uma sensação horrível. Alguns minutos depois ela parou.
M: Está melhor agora?
L: Um pouco... (com a voz quase inaudível)
Ela se levantou com certa dificuldade e lavou a boca, queria tirar aquele gosto horrível que parecia grudado em sua boca. Ela voltou para o quarto dela e Murilo foi atrás, queria ter certeza de que pelo menos ela conseguiria dormir. Laura estava acomodada em sua cama e Murilo a olhou com cuidado...
M: Acho que foi aquela quantidade de queijo acompanhado da pizza que você comeu.
L: Isso se chama, desintoxicação. De remédios que o meu corpo nunca precisou.
Aquilo realmente foi um coice com ferradura de chumbo no queixo de Murilo. E ele sentiu como tal, poxa ela não aliviava nada, Laura viu que Murilo estava preocupado, mas quando percebeu já havia dito. Talvez fosse bom para ele ter um choque de realidade de vez em quando. Murilo baixou a cabeça e saiu, mas antes ele disse:
M: É, talvez “eu” seja o maior problema da sua vida... (saiu quase chorando)
Não! Queria gritar que não! Queria pular nos braços dele e se entregar como naquela tarde na banheira. Ela o ama mais que tudo. Mas algo nela não deixa, algo nela a segura, orgulho? Medo? Mágoa? Não saberia dizer... E assim ela o deixou mais uma vez.
O Final de semana passou rápido, para alegria de ambos... Já era uma terça-feira, ainda não era hora do almoço, mas Lucas quis fazer uma visitinha a Laura na empresa.
Lu: Oi Carla!
C: Oi Seu Lucas!
Lu: Laura está em reunião?
C: Não, ela saiu com o Seu Gustavo. (e fez o mesmo sinal que fazia para Bárbara)
Lu: Você também não gosta dele Carla?
C: Olha seu Lucas, eu não sou paga para gostar ou deixar de gostar, mas cá entre nós, ele é traiçoeiro.
Lu: Como assim?
C: Ah Seu Lucas, a Drª Laura tava esses dias aí soltando para os quatro ventos que o Murilo meio que tinha escondido que ela estava internada. Sabe? E ela disse que foi o Gustavo quem tinha comentado com ela, que ele não sabia e tal...
Lu: Mas olha só...
C: Isso não é verdade, claro que o Drº Murilo não ia sair aqui na empresa gritando que ela Estava internada, mas para todo mundo que perguntava ele dizia a verdade, eu mesma vi, e agora ele é muito amigo da Drª Laura tanto quanto do Drº Murilo. Isso é estranho.
Lu: Ah, bate aqui Carla! (sorrindo e estendendo a mão para ela)
Carla sorriu, ainda não tinha entendido.
Lu: Eu estou falando que essa homem é estranho, até quem enfim achei alguém que está vendo o mesmo que eu. Eu não sei se você percebeu outra coisa, mas eu percebi e bem acho que esse homem quer a Laurinha, ele olha para ela de um jeito muito estranho.
C: Deus que me perdoe mais ele me lembra uma pessoa...
Lu: Que pessoa?
C: Ah, deixa para lá... O que importa é que eu também não confio nele.
Lucas não insistiu muito, mas só de saber que mais alguém concordava com ele, o deixava com um ar de vitória.
Lu: Carla, o Murilo está na sala dele?
C: Está sim!... O senhor quer que eu avise-o?
Lu: Não, não precisa.

Enquanto isso no escritório de Murilo.
M: Eu amo a minha mulher Bárbara.
B: Eu estou toda derretendo aqui só de estar assim ... Perto de você.
Murilo estava encostado na mesa e Bárbara com a boca tentando alcançar a dele.
M: Para com isso menina. (Segurando-a pelos braços)
B: Não sou uma menina, eu sou uma mulher, uma mulher com desejos de mulher, e que pode dar todo o prazer que você quiser (se aproximando novamente)
M: Eu já tenho o prazer que eu preciso, por favor senhorita Bárbara, saia daqui... Eu... Não quero ter que pedir que o Gustavo te demita.
B: Você deve estar louco para transar com uma garota não é? Não diz que não, seu extinto masculino deve estar gritando aí dentro de você... (passando a língua no lábio inferior)
Ela logo apertou o membro de Murilo, o fazendo arcar.
M: Pare (A afastando)
Lu: Licença (pegando a cena ao entrar na sala)
M: Lucas!(Já desesperado)
Murilo pensou com ele, Meu Deus, já estava todo ferrado mesmo e para ajudar agora Lucas vai pensar que ele está traindo a Laura.
M: Lucas... Eu... Eu posso explicar.
Lu: Ow, mocinha, dá para você dar licença?
B: Claro, com licença (saiu em direção a porta)
B: Depois continuamos Murilo (rindo antes de sair)
Assim que ela fechou a porta.
Lu: ...
M: Lucas, não é nada disso que você está pensando (já se explicando)
Lu: Eu sei...
M: Mas foi ela quem começou, foi ela que se ãn?
Lu: ... Eu sei, mas acho que Laura não ia acreditar fácil assim.
M: Mas eu pensei que... Ufa (aliviado)
Lu: Murilo eu particularmente nesses assuntos sou muito evoluído, eu já saquei muita coisa muito antes do casal lesado aí descobrir.
M: ...
Lu: Eu na verdade vim aqui para falar com a Laura, mas como ela não está eu pensei muito e decidi vim falar com você.
M: Não está?(estranhando)
Lu: É... Mas é o seguinte Murilo, (já mudando de assunto) eu vim aqui para te dizer que eu ainda não concordo com o que você fez com a Laura...
M: Lucas, esse assunto já...
Lu: Mas agora eu te entendo.
M: Ãn?
Lu: Só agora, depois de muita conversa com o Léo.
M: Mas... como assim?
Lu: Ai Murilo, olha me desculpa dizer isso, mas eu não me arrependo do soco que eu dei em você, e sei muito bem que você não revidou porque no fundo você sabia que eu estava certo.
M: Eu entendo você também, eu mesmo sofri muito Lucas, mas sofro mais ainda em pensar que posso perder lá por eu não fazer nada.
Lu: ... Hum
M: Agora ela se quer fala comigo. Eu tenho muito medo dela pedir o divórcio e...
Lu: Ela não vai pedir Murilo.
M: ... E se ela pensar que.
Lu: Ela ama você, ela só esta magoada.
M: É, Gustavo também me disse isso.
Lu: Gustavo?
M: É... Ela praticamente é melhor amiga dele agora.
Lu: Murilo eu não me importo nenhum pouco em te dar outro soco.
M: (Sorrindo) Me desculpe talvez eu tenha exagerado no melhor amigo.
Lu: Acho que isso é normal, não normal com ele porque como eu já disse eu não gosto dele, mas você era o confidente dela dentro dessa empresa. Agora que estão assim... Brigados, é normal que ela precise de alguém para ouvir uma segunda opinião. Eu só estou nervoso, por ser ele, e por Laurinha ter a necessidade de sair assim, falando os assuntos pessoais para qualquer um, já não tem eu? Poxa, e outra tanta gente nessa empresa para ela pegar de confidente, a Carla mesmo! E ela fica contando as coisas para esse Gustavo aí.
M: Confesso que o Gustavo é uma ótima pessoa Lucas, acho que você ainda não o conhece direito, é por isso, ele me deu a maior força enquanto a Laura estava naquela Clínica.
Lu: Ok, não vou discutir mais esse assunto com você e com a Laura, até porque é inútil, eu pedi para você prestar atenção, você prestou?
M: ...
Lu: Ein?
M: Não vi nada demais.
Lu: Ah claro, não tem nada demais, o cara que você acha que é seu amigo, sair com a sua mulher sem você nem saber, sabe se lá onde, e dizer para sua mulher que ele nem sabia que ela estava internada, sendo que eu ouvi muito bem o Léo me dizer que quem te deu essa ideia absurda foi ele.
M: Quem disse isso?
Lu: Laura!
M: Mas...
Lu: Ou agora você vai me dizer que ela pode ter se confundido?
M: ...
Lu: Você pode estar perdendo a Laura de outro jeito.

Enquanto isso na casa de Laura e Murilo.
E: Ei Dona Naná, cadê o tal jardineiro? (estranhando)
N: Ah o Márcio?
E: É, é esse mesmo.
N: Ele não vem todos os dias mais, ele vinha antes da Dona Laura ser internada, mas agora não vem mais. (esfriando a mamadeira da Maria Luiza que estava no cercadinho)
E: Hum, e vem aqui comigo. (A puxando para o jardim)
E: Essas aqui são as câmeras que o marido da Laura colocou não é?
N: É. (Olhando para onde ele apontava)
E: E tem mais alguma?
N: Que o senhor Murilo colocou não, aí só tem as do lado de fora do muro que é da segurança do condomínio.
E: Ok. Obrigado Dona Naná.
Naná sempre ria quando Erick pronunciava seu nome, ele tinha uma voz grossa, então ficava engraçado. Ele tirou todas as câmeras e as guardou, iria analisá-las... Absolutamente todas!

Enquanto isso na Clínica Vincent
L: Eu ainda não acredito que você realmente marcou uma consulta para mim. Eu já disse que não precisava, a Carla ia providenciar isso. (andando pelos corredores da Clínica)
G: (Sorrindo) Imagina, eu sou muito cuidadoso Laura, quero ter certeza que as pessoas que eu gosto estejam bem.
Laura ficou um pouco tensa quando Gustavo passou um dos braços em torno de sua cintura. Ela tremeu, a sensação que teve foi de arrepio, mas não um arrepio bom, era um calafrio. Mesmo desconcertada ela seguiu até a sala do médico Luiz e realizou a consulta. Ao fim da consulta.
Luiz: Bom eu pedi alguns exames de sangue, mas tudo indica que você está com anemia.
L: ...
G: Laura?
L: Eu ando muito enjoada nesses últimos dias, não tenho vontade de comer, e quando como desembesto a comer muito e acabo passando mal.
Luiz: É justamente por isso, seu corpo está precisando de vitaminas, de nutrientes, você está visivelmente pálida. E anemia não é só má alimentação não. Você dorme bem?
L: É sim.
G: Não, ela diz que tem muitos pesadelos e mais fica pensando a noite do que dormindo.
Luiz: Isso também não é bom. De qualquer forma eu recomendo que enquanto os exames não ficarem prontos, você alimente-se bem, durma bem e evite, por favor, excesso de gorduras e alimentos de alta caloria por enquanto, se não isso só vai aumentar os seus enjoos.
L: Pode deixar.
Luiz: É que muitas pessoas não dão tanta importância à anemia, mais uma anemia muito desenvolvida pode acarretar doenças mais graves, por isso, por favor, sigas as prescrições.
L: Pode deixar.
Gustavo saiu com Laura da sala do tal médico. Ainda em meio aos corredores da clínica.
G: Laura, por favor, espere um segundo aqui, eu já volto.
L: Mas...
G: Eu só vou deixar um recado para o Marcelo, lembra-se dele?
L: Ah sim.
G: Então, é somente um segundo.

É, não foi um segundo, mas... Tudo bem.
Laura e Gustavo voltaram para a Drummond, Lucas havia esperado Laura até àquela hora. Aliás, iam almoçar juntos. Lucas estava na sala de Laura, assim que a mesma entrou em sua sala, foi recebida num caloroso abraço.
Lu: E aí? Vamos almoçar comida japonesa hoje?
L: Humm, que delícia. Vamos.
No restaurante...
Lu: Como assim anemia? Anemia quem tem é criança!
L: (Rindo) Ai Lucas, só você mesmo para me fazer rir desse jeito.
Lu: Não é para rir Laura, isso é sério.
L: Não é não (ainda rindo) é só eu me alimentar direitinho que vai ficar tudo certo.

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