sábado, setembro 14, 2013

8° Delírios

C: Eu estou chocada Ana, eu não acredito.
A: Eu não vou conseguir.
C: Mas Ana, você não disse que estava tudo bem, que já tinha superado o Derik?
A: Ah Carol, mas é diferente, ele esta aqui, no quarto ao lado do meu e do Fabio. É diferente.
C: Calma Ana, calma, deita, dorme... Amanhã é outro dia, você vai estar com a cabeça mais leve.
A: É talvez você tenha razão.
C: Eu vou te ver amanhã, melhor... Amanha depois do almoço vamos para chácara.
A: Tah.
C: Fechado, agora fica calma, dorme, amanhã nos vemos.
A: Tchau.
Ana tomou um longo banho e foi deitar. Talvez a ilusão de um novo dia fizesse acreditar que tudo não passaria de um sonho, ou melhor, um pesadelo.
Ana acordou naquela manhã se sentindo apertada, sufocada, foi abrindo os olhos e descobriu o por que.
Fabio a aninhava em seu peito, mas estava forte demais, estava até machucando.
Aos poucos ela foi se soltando dele...
Fez sua higiene e desceu fazer o café da manhã.
Quando ela chegou à cozinha, se deparou com uma coisa que a fez apenas observar.
Daniel estava dançando uma musica dos anos 80 em frente ao micro ondas, um pouco ele dançava outro pouco cantarolava, ela achou uma graça.
Quando ele percebeu que ela estava olhando, ele tomou um susto e parou na hora.
D: Nossa Dona Ana, desculpa, eu não vi que foi a senhora ai.
A: Que isso, não me chama de senhora, pode me chamar de você, nossa você dança muito bem, porque não faz aula?
D: Você acha? A não sei, sempre tomei isso como um hobby.
A: Seu irmão também dança muito bem. (sorrindo)
D: É, por falar nisso, que mundo, não é? Que diria que a professora do meu irmão ia ser a mulher do meu pai.
A: Você sabe?(assustada)
D:Sim, ele me disse, disse também que era muito apai..
F:Bom dia família!(se aproximando deles)
D:Bom dia Pai.
F:Nossa que musica é essa?
A:Linda não é?
F:Parada...(Indo em direção ao radio)Você que colocou Amor?
A: Foi..
D:Pai!Eu também gostei é diferente (olhando para Ana praticamente suplicando sua ajuda)
A: Fabio, você sabe que gosto de ouvir musicas assim, não mude, eu estou ouvindo.
Ana estava com o coração na boca, ele sabe? Sabe que Derik e ela mantinham certo relacionamento?
O que tanto Daniel sabia? Bom ele estava dizendo isso muito tranquilo, talvez não saiba muito mais.
F: Onde está o seu irmão?
Cada vez que Fabio chamava pelos filhos Ana tinha mais certeza de que aquilo tudo não era um maldito pesadelo.

D: Disse que ia conversar com uma amiga.
A: Humm, uma amiga?(meio incomodada)
D: É...
A: E você faz faculdade do que Daniel?
D: Eu faço faculdade de Engenharia Civil... (Enquanto tira seu chocolate quente do micro ondas)
F: Isso é ótimo não é meu amor? Ele já vai saber de tudo quando assumir as lojas.
D: É...
Ana percebeu algo diferente em Daniel sobre esse assunto, mas preferiu guardar para ela.
A: Fabio, eu vou sair com a Carol depois do almoço.
Ela disse isso até esperando um contra argumento, Fabio sabia que Carol não ia com a cara dele, e pensava que todas as vezes que as duas saiam era para Carol encher a cabeça de Ana contra Fabio.
F: Tá.
A: Tá?
F: Pode passar à tarde com a Carol, quer que eu te leve?
A: Não... (ainda desconfiada)
F: Tudo bem então, eu vou trocar de roupa, faz aquele cappuccino que só você sabe fazer para mim amor?
A: Ta...
Ana foi fazer o cappuccino.
Dan: O que foi? (percebendo a cara dela de paisagem)
A: Teu pai, ele sempre fica bravo quando vou passar à tarde com a Carol ainda mais em fim de semana, e dessa vez, tudo bem?
Dan: Ele é assim mesmo, sempre surpreendendo a gente.
A: E você? Qual é o problema com a musica? (Pegando as coisas para o cappuccino)
Dan: Você percebeu?
A: Não tinha como não perceber.
Dan: Ele não gosta, eu amo dançar, minha vontade era de fazer uma faculdade de dança, mas meu pai sempre foi contra.
A: Mas e o Derik, ele fazia aula de dança comigo, seu pai nunca disse nada?
Dan: O Derik sempre foi o rebelde, o que faz o que quer.
A: (sorrindo) É bem a cara dele mesmo. (sorrindo)(começa a fazer o cappuccino)
Dan: Eu não posso, ainda não me sustento. Não posso fazer o que eu quiser.
A: Peraí...
Dan: O Derik já tem o emprego dele, a casa dele, não deve satisfação a ninguém.
A: Se ele tem a casa dele, o emprego dele, porque ele está aqui?
Dan: Eu pedi, disse que só voltava para casa se ele viesse junto.
A: O que?
Dan: Eu sei que foi meio egoísta da minha parte, mas eu não consigo ainda sabe? (Já a voz embargada)
A: Daniel, tudo bem, não precisa ficar assim, eu sei que isso ainda é muito recente para vocês.
Dan: Obrigado Dona Ana.
A: Olha, na hora que teu pai descer, diz para ele que esta aqui o cappuccino.
Dan: Você não vai comer nada?
Ana pega uma maça e sai...
A: Isso aqui já serve.
Derik não voltou à manhã toda, depois do almoço Ana já ia saindo.
F: Amor?(indo atrás dela)
A: Eu prometo que eu não demoro Fabio.
F: Calma amor, eu não estou dizendo nada, pode ficar a tarde toda com a Carol, afinal de contas você não a vê a semana toda.
A: É... (o estranhando)
Ana dá um beijo no marido e sai.
Alguns minutos depois ela esta na sua chácara.
Ela abre os braços e respira fundo...
A: Aaaiii como eu amooooo esse cheirinho. (Chegando à porta de vidro)
C: Eu também. (sorrindo em direção a amiga)
D: Eu também gosto. (vindo atrás de Carol)
A: Derik? O que você ta fazendo aqui? Isso é invasão...
C: Calma Ana, eu o trouxe aqui.
A: Por quê?
C: Precisamos conversar, na verdade vocês precisam conversar, mas como eu sei que não vai dar certo os dois sozinhos eu achei melhor estar junto.
D: É... Ana eu não...
A: Shiiu Derik, eu ainda não tô suportando ouvir sua voz.
C: Calma os dois! Vem Ana, vamos sentar lá cozinha.
E assim fizeram... Os Três sentaram a mesa, e começaram.
A: Eu ainda não entendo o porquê dessa conversa.
C: Ana escuta o que o Derik tem para falar.
A: Não, primeiro me diz por que você foi para a Alemanha? O que teu pai pediu para você fazer?
D: Ele disse que eu precisava assinar uns papeis da herança da minha mãe, e depois ele me pediu para ver uns negócios da empresa lá e foi prolongando.
A: A... Foi por isso que você nem se despediu?
D: Ana, eu ia para já voltar em dois dias.
A:...
C: Mas ainda tem coisa estranha ai...
A: Essa conversa é inútil.
D: Não é não.
C: Eu também acho que não, e o dia em que eu liguei para você!?
D: Para mim?
C: É para você!
D: Eu não recebi ligação nenhuma sua Carol! (confuso)
C: Como não eu falei com você e tudo, depois a Ana falou com você, pediu para você vir aqui ficar com ela...
A: Chega Carol, isso não interessa mais, nada vai mudar.
D: Ficar? (a olhando embasbacado)
C: Interessa sim. Aqui, esse aqui não era o seu numero? (mostrando em seu celular)
D: Era, o numero lá de casa.
C: Então eu liguei para você. Está certo que eu estava meio bêbada, que podia ter caído na casa de outra pessoa, mas a Ana falou com você, e você disse para ela te esperar que você viria.
D: Eu não recebi essa ligação gente.
Ana começava a chorar.
A: Já disse que nada adianta.
D: Será que não foi o meu pai?
A: Cala a boca Derik, não vai querer agora que eu acredite que seu pai fez isso de propósito. Porque sabia que eu era a mulher que ele havia conhecido e que eu e você tínhamos alguma coisa?
D: Então agora nós tínhamos alguma coisa Ana? (levantando da mesa)
A: Não Derik, não se sinta culpado por ter me deixado uma madrugada inteira te esperando, você realmente não tinha obrigação nenhuma! Não, não tínhamos nada. (levantando também)
C: Espera gente.
A: Espera nada Carol! Ele ta certo, não tínhamos nada! Essa conversa nem tem porque existir.
C: Tá, então agora vocês vão conviver como Madrasta e Enteado, lindinhos, como uma família?
D: Eu só estou naquela casa por causa do meu irmão.
A: E eu, por que... Porque eu moro lá, porque eu AMO o meu marido, e sou feliz com ele.
Aquelas palavras saíram como um cuspe da boca de Ana e entraram como uma flecha no peito de Derik.
D: Então é assim Ana? Tudo bem, se para você esta tudo bem, para mim esta melhor ainda. Madrasta.
A: Não pense que isso vai mudar alguma coisa Derik.
C: Calma gente, ainda tem coisa que não encaixa ai.
A: Carol entenda uma coisa, mesmo que encaixe alguma coisa agora, nada vai mudar, eu estou casada com o Fabio, eu amo o meu marido, e tudo vai continuar como esta.
D: Você está diferente, virou outra pessoa, a Ana que eu conheço não é essa que esta na minha frente.
Carol concordava plenamente com o que Derik estava dizendo, a Ana que eles conheciam sumiu, essa nova Ana, mulher casada, centrada, que para tudo tinha que pensar antes de fazer, que avaliava demais as consequências era muito chata.
Mas estava decidido, seja lá o que tiveram ou deixaram de ter, Derik e Ana iam esquecer. E viveriam como Madrasta e Enteado.

Só uma coisa, Ana não sabia, que Derik como bom ele era bom, mais como ruim, ele era melhor ainda, e estava disposto a mostrar a ela, que ela estava enganando somente a ela mesma. Que aquela historia de casamento era para esquecê-lo, mas que não adiantou nada.
Era noite, Ana havia saindo a muitas horas de sua chácara, ela tinha passado em sua escola, pegou a ficha de Derik, realmente lá dizia que seu pai era Fabio, seu agora... Marido.



Aquilo estava acabando com ela, tudo girava talvez ela pudesse sumir, sair da cidade, largar tudo, fugir de tudo.
Deixou seu carro na escola e foi para casa a pé, queria pensar, será que seria possível? Bom... Caminhar poderia ajudar.
Não queria chorar... Só queria colocar a cabeça em ordem.
Ana estava perdida em seus pensamentos, quando começou a chover, a princípio uma chuva calma, mesmo assim ela resolveu continuar a pé, já que era uma chuvinha fraca e a sua escola não era tão longe assim da sua casa, mas não demorou muito e começou a cair o mundo.
Ela não conteve as lágrimas, aquela situação era desesperadora, e estava doendo mais do que ela podia imaginar.

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sábado, setembro 14, 2013

8° Delírios

C: Eu estou chocada Ana, eu não acredito.
A: Eu não vou conseguir.
C: Mas Ana, você não disse que estava tudo bem, que já tinha superado o Derik?
A: Ah Carol, mas é diferente, ele esta aqui, no quarto ao lado do meu e do Fabio. É diferente.
C: Calma Ana, calma, deita, dorme... Amanhã é outro dia, você vai estar com a cabeça mais leve.
A: É talvez você tenha razão.
C: Eu vou te ver amanhã, melhor... Amanha depois do almoço vamos para chácara.
A: Tah.
C: Fechado, agora fica calma, dorme, amanhã nos vemos.
A: Tchau.
Ana tomou um longo banho e foi deitar. Talvez a ilusão de um novo dia fizesse acreditar que tudo não passaria de um sonho, ou melhor, um pesadelo.
Ana acordou naquela manhã se sentindo apertada, sufocada, foi abrindo os olhos e descobriu o por que.
Fabio a aninhava em seu peito, mas estava forte demais, estava até machucando.
Aos poucos ela foi se soltando dele...
Fez sua higiene e desceu fazer o café da manhã.
Quando ela chegou à cozinha, se deparou com uma coisa que a fez apenas observar.
Daniel estava dançando uma musica dos anos 80 em frente ao micro ondas, um pouco ele dançava outro pouco cantarolava, ela achou uma graça.
Quando ele percebeu que ela estava olhando, ele tomou um susto e parou na hora.
D: Nossa Dona Ana, desculpa, eu não vi que foi a senhora ai.
A: Que isso, não me chama de senhora, pode me chamar de você, nossa você dança muito bem, porque não faz aula?
D: Você acha? A não sei, sempre tomei isso como um hobby.
A: Seu irmão também dança muito bem. (sorrindo)
D: É, por falar nisso, que mundo, não é? Que diria que a professora do meu irmão ia ser a mulher do meu pai.
A: Você sabe?(assustada)
D:Sim, ele me disse, disse também que era muito apai..
F:Bom dia família!(se aproximando deles)
D:Bom dia Pai.
F:Nossa que musica é essa?
A:Linda não é?
F:Parada...(Indo em direção ao radio)Você que colocou Amor?
A: Foi..
D:Pai!Eu também gostei é diferente (olhando para Ana praticamente suplicando sua ajuda)
A: Fabio, você sabe que gosto de ouvir musicas assim, não mude, eu estou ouvindo.
Ana estava com o coração na boca, ele sabe? Sabe que Derik e ela mantinham certo relacionamento?
O que tanto Daniel sabia? Bom ele estava dizendo isso muito tranquilo, talvez não saiba muito mais.
F: Onde está o seu irmão?
Cada vez que Fabio chamava pelos filhos Ana tinha mais certeza de que aquilo tudo não era um maldito pesadelo.

D: Disse que ia conversar com uma amiga.
A: Humm, uma amiga?(meio incomodada)
D: É...
A: E você faz faculdade do que Daniel?
D: Eu faço faculdade de Engenharia Civil... (Enquanto tira seu chocolate quente do micro ondas)
F: Isso é ótimo não é meu amor? Ele já vai saber de tudo quando assumir as lojas.
D: É...
Ana percebeu algo diferente em Daniel sobre esse assunto, mas preferiu guardar para ela.
A: Fabio, eu vou sair com a Carol depois do almoço.
Ela disse isso até esperando um contra argumento, Fabio sabia que Carol não ia com a cara dele, e pensava que todas as vezes que as duas saiam era para Carol encher a cabeça de Ana contra Fabio.
F: Tá.
A: Tá?
F: Pode passar à tarde com a Carol, quer que eu te leve?
A: Não... (ainda desconfiada)
F: Tudo bem então, eu vou trocar de roupa, faz aquele cappuccino que só você sabe fazer para mim amor?
A: Ta...
Ana foi fazer o cappuccino.
Dan: O que foi? (percebendo a cara dela de paisagem)
A: Teu pai, ele sempre fica bravo quando vou passar à tarde com a Carol ainda mais em fim de semana, e dessa vez, tudo bem?
Dan: Ele é assim mesmo, sempre surpreendendo a gente.
A: E você? Qual é o problema com a musica? (Pegando as coisas para o cappuccino)
Dan: Você percebeu?
A: Não tinha como não perceber.
Dan: Ele não gosta, eu amo dançar, minha vontade era de fazer uma faculdade de dança, mas meu pai sempre foi contra.
A: Mas e o Derik, ele fazia aula de dança comigo, seu pai nunca disse nada?
Dan: O Derik sempre foi o rebelde, o que faz o que quer.
A: (sorrindo) É bem a cara dele mesmo. (sorrindo)(começa a fazer o cappuccino)
Dan: Eu não posso, ainda não me sustento. Não posso fazer o que eu quiser.
A: Peraí...
Dan: O Derik já tem o emprego dele, a casa dele, não deve satisfação a ninguém.
A: Se ele tem a casa dele, o emprego dele, porque ele está aqui?
Dan: Eu pedi, disse que só voltava para casa se ele viesse junto.
A: O que?
Dan: Eu sei que foi meio egoísta da minha parte, mas eu não consigo ainda sabe? (Já a voz embargada)
A: Daniel, tudo bem, não precisa ficar assim, eu sei que isso ainda é muito recente para vocês.
Dan: Obrigado Dona Ana.
A: Olha, na hora que teu pai descer, diz para ele que esta aqui o cappuccino.
Dan: Você não vai comer nada?
Ana pega uma maça e sai...
A: Isso aqui já serve.
Derik não voltou à manhã toda, depois do almoço Ana já ia saindo.
F: Amor?(indo atrás dela)
A: Eu prometo que eu não demoro Fabio.
F: Calma amor, eu não estou dizendo nada, pode ficar a tarde toda com a Carol, afinal de contas você não a vê a semana toda.
A: É... (o estranhando)
Ana dá um beijo no marido e sai.
Alguns minutos depois ela esta na sua chácara.
Ela abre os braços e respira fundo...
A: Aaaiii como eu amooooo esse cheirinho. (Chegando à porta de vidro)
C: Eu também. (sorrindo em direção a amiga)
D: Eu também gosto. (vindo atrás de Carol)
A: Derik? O que você ta fazendo aqui? Isso é invasão...
C: Calma Ana, eu o trouxe aqui.
A: Por quê?
C: Precisamos conversar, na verdade vocês precisam conversar, mas como eu sei que não vai dar certo os dois sozinhos eu achei melhor estar junto.
D: É... Ana eu não...
A: Shiiu Derik, eu ainda não tô suportando ouvir sua voz.
C: Calma os dois! Vem Ana, vamos sentar lá cozinha.
E assim fizeram... Os Três sentaram a mesa, e começaram.
A: Eu ainda não entendo o porquê dessa conversa.
C: Ana escuta o que o Derik tem para falar.
A: Não, primeiro me diz por que você foi para a Alemanha? O que teu pai pediu para você fazer?
D: Ele disse que eu precisava assinar uns papeis da herança da minha mãe, e depois ele me pediu para ver uns negócios da empresa lá e foi prolongando.
A: A... Foi por isso que você nem se despediu?
D: Ana, eu ia para já voltar em dois dias.
A:...
C: Mas ainda tem coisa estranha ai...
A: Essa conversa é inútil.
D: Não é não.
C: Eu também acho que não, e o dia em que eu liguei para você!?
D: Para mim?
C: É para você!
D: Eu não recebi ligação nenhuma sua Carol! (confuso)
C: Como não eu falei com você e tudo, depois a Ana falou com você, pediu para você vir aqui ficar com ela...
A: Chega Carol, isso não interessa mais, nada vai mudar.
D: Ficar? (a olhando embasbacado)
C: Interessa sim. Aqui, esse aqui não era o seu numero? (mostrando em seu celular)
D: Era, o numero lá de casa.
C: Então eu liguei para você. Está certo que eu estava meio bêbada, que podia ter caído na casa de outra pessoa, mas a Ana falou com você, e você disse para ela te esperar que você viria.
D: Eu não recebi essa ligação gente.
Ana começava a chorar.
A: Já disse que nada adianta.
D: Será que não foi o meu pai?
A: Cala a boca Derik, não vai querer agora que eu acredite que seu pai fez isso de propósito. Porque sabia que eu era a mulher que ele havia conhecido e que eu e você tínhamos alguma coisa?
D: Então agora nós tínhamos alguma coisa Ana? (levantando da mesa)
A: Não Derik, não se sinta culpado por ter me deixado uma madrugada inteira te esperando, você realmente não tinha obrigação nenhuma! Não, não tínhamos nada. (levantando também)
C: Espera gente.
A: Espera nada Carol! Ele ta certo, não tínhamos nada! Essa conversa nem tem porque existir.
C: Tá, então agora vocês vão conviver como Madrasta e Enteado, lindinhos, como uma família?
D: Eu só estou naquela casa por causa do meu irmão.
A: E eu, por que... Porque eu moro lá, porque eu AMO o meu marido, e sou feliz com ele.
Aquelas palavras saíram como um cuspe da boca de Ana e entraram como uma flecha no peito de Derik.
D: Então é assim Ana? Tudo bem, se para você esta tudo bem, para mim esta melhor ainda. Madrasta.
A: Não pense que isso vai mudar alguma coisa Derik.
C: Calma gente, ainda tem coisa que não encaixa ai.
A: Carol entenda uma coisa, mesmo que encaixe alguma coisa agora, nada vai mudar, eu estou casada com o Fabio, eu amo o meu marido, e tudo vai continuar como esta.
D: Você está diferente, virou outra pessoa, a Ana que eu conheço não é essa que esta na minha frente.
Carol concordava plenamente com o que Derik estava dizendo, a Ana que eles conheciam sumiu, essa nova Ana, mulher casada, centrada, que para tudo tinha que pensar antes de fazer, que avaliava demais as consequências era muito chata.
Mas estava decidido, seja lá o que tiveram ou deixaram de ter, Derik e Ana iam esquecer. E viveriam como Madrasta e Enteado.

Só uma coisa, Ana não sabia, que Derik como bom ele era bom, mais como ruim, ele era melhor ainda, e estava disposto a mostrar a ela, que ela estava enganando somente a ela mesma. Que aquela historia de casamento era para esquecê-lo, mas que não adiantou nada.
Era noite, Ana havia saindo a muitas horas de sua chácara, ela tinha passado em sua escola, pegou a ficha de Derik, realmente lá dizia que seu pai era Fabio, seu agora... Marido.



Aquilo estava acabando com ela, tudo girava talvez ela pudesse sumir, sair da cidade, largar tudo, fugir de tudo.
Deixou seu carro na escola e foi para casa a pé, queria pensar, será que seria possível? Bom... Caminhar poderia ajudar.
Não queria chorar... Só queria colocar a cabeça em ordem.
Ana estava perdida em seus pensamentos, quando começou a chover, a princípio uma chuva calma, mesmo assim ela resolveu continuar a pé, já que era uma chuvinha fraca e a sua escola não era tão longe assim da sua casa, mas não demorou muito e começou a cair o mundo.
Ela não conteve as lágrimas, aquela situação era desesperadora, e estava doendo mais do que ela podia imaginar.

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