terça-feira, setembro 10, 2013

27° Como eu te Amo

L: Não. (já soluçando de chorar)
Gustavo a abraçou.
Mas Laura queria Murilo, jamais sentiu uma necessidade tão grande de estar nos braços dele.
Mar: Calma, você não pode ficar nervosa! (preocupado)
L: Tem como piorar?
Mar: Er, isso não é bom.
Teríamos três tipos de tratamento.
G: Teria?
L:...
Mar: A melhor opção, apesar de muito agressiva, era o transplante do fígado, onde o órgão doente é substituído por outro sadio e...
L: Isso... Eu não tenho problema nenhum em fazer esse método agressivo.
Mar: Não... Isso não é possível, o estágio do tumor não permite um transplante seria muito arriscado.
L: Como assim o estágio dele? Você não me disse que ele não estava avançado pelo tamanho?
Mar: Disse, e realmente ele não está. Laura... Eu sinto muito.
A opção que teremos que usar é muito parecido com uma que é utilizada pelos japoneses o tumor é destruído sem a necessidade de cirurgia. A injeção percutânea de etanol (PEI) é um método simples, realizado sob anestesia local e com raras complicações. Com o auxílio do ultrassom, é introduzida uma agulha especial no centro do tumor, através da pele, onde é administrado álcool absoluto (a 100%), provocando a destruição do câncer.
L: Mais isso é certeza que serei curada?
Marcelo novamente tinha os olhos marejados.
Mar: Você tem... Tem que tomar uns remédios para preparação dessas aplicações, talvez pelo seu corpo ainda não estar completamente normal devido a gravidez recente não posso começar o tratamento com as agulhas agora.
G: É como uma preparação é isso?
Mar: Sim... Eu nunca tratei de um caso assim, porque é uma corrida contra o tempo.
L: Tempo... (percebendo o que ele não queria dizer)
Mar: Isso tem que dar certo nesse tempo.
L: Quanto tempo?
G: Laura...
L: Quanto tempo?(chorando)
Mar: Você não precisa saber se...
L: EU TENHO O DIREITO!(já nervosa)
Mar: Cinco meses!
Laura deu pequeno grito de desespero. Pensava consigo não, não podia ser, o único tratamento era injetar agulhas através da pele para tentar destruir aquele maldito tumor! E isso ainda teria um tempo! É claro que isso não ia funcionar... Ela ia morrer, estava com um mau pressentimento, e não era de hoje.
L: Não vai funcionar não é?
G: Olha Laura, em cinco meses pode acontecer um milagre.
L: Até o senhor está chorando, está chorando porque está mentindo para mim não é?
Mar: O quê? Eu mentindo? (nervoso)
L: Eu não tenho chance de cura, essa coisa vai crescer e eu vou morrer não é? Aos poucos.
Mar: Não! Você não vai morrer Laura, é só confiar em mim!
L:...
Mar: Você não vai morrer.
L: Eu vou perder meu cabelo?
Mar...
L: Doutor!
Mar: Talvez um pouco, isso depende muito.
G: Não vai Laura, é só fazer o tratamento certinho, e rezar... Rezar porque vai dar tudo certo.
L: Os calmantes! Onde estão?
Mar: Aqui... (entregando a ela vários frascos)
Laura pegou, eram muitos...
G: Isso mesmo doutor Marcelo, ela precisa de muitos calmantes nesses dias não é? Já que você disse que ela não pode ficar nervosa.
Mar: Laura quero que você tome esses remédios corretamente, ouviu? É muito importante que você siga a risca os horários, e evite ao máximo tomar esses calmantes. Somente em últimos casos mesmo.
L: Eu vou morrer mesmo, que diferença isso faz.
Marcelo pegou nas mãos da Laura e olhou bem no fundo dos olhos dela.
Mar: Você tem que fazer o que eu estou dizendo, por favor...
Laura mal ouvia o médico, a única coisa que existia em sua cabeça era a notícia de sua morte.
Marcelo pegou um pouco de água que havia em sua sala e entregou a Laura.
Mar: Tome um pouco dessa água, vai te fazer bem. (a entregando)
L: Obrigada. (com as mãos tremulas)
G: Agora é só focar nos remédios Laura, você tem que toma-los!
L: Quero ir para empresa!
G: O que?
L: Eu preciso ir para empresa. (já se levantando)
G: Laura, não é melhor você ir para casa? Já está no fim do expediente, você deve estar cansada.
L: Eu quero falar com o Murilo o mais rápido possível.
G: Laura se é isso que você quer. Eu dirijo, depois mando vir pegar meu carro aqui.
L: Tudo bem.
Antes de sair da sala, Laura se despediu de Marcelo, colocou os remédios e os calmantes na bolsa e saiu.
Assim que chegou à empresa Laura já foi direto à sala de Murilo, mas ele não estava.
Voltou depressa para mesa de Carla, e Gustavo sempre junto com ela.
C: Drª Laura, achei que já estaria em casa. O que aconteceu? (percebendo nos olhos inchados e marejados de Laura)
L: Onde está o Murilo, Carla? Ele não foi para casa ainda, não é?
C: Não, ele foi só verificar uns assuntos no 2º andar.
G: Laura vem comigo... Você está muito nervosa. A Bárbara já foi, não foi dona Carla?
C: Já sim seu Gustavo.
L: Eu vou à sala do Murilo, vou esperar por ele.
G: Não! (a puxando junto a ele) Vem, espera na minha sala, não vou te deixar sozinha.
Laura concordou.
L: Carla, liga pro Murilo, diz para ele que preciso falar com ele.
C: Sim, pode deixar.
Laura foi com Gustavo até a sala dele, enquanto Carla ligava para Murilo.
No celular...
M: Carla, o que foi?
C: O seu Gustavo chegou, e a Drª Laura...
M: Ela estava com ele? (cortando a frase de Carla)
C: Sim, mas...
M: Estou indo para aí, obrigada Carla.
C: Mas...
Já não adiantava mais, Murilo mais uma vez não esperou que ela terminasse a frase.

Na sala de Gustavo.
G: Porque você vai fazer isso Laura?
L: Ele é o meu marido!
G: E você o ama, não ama?
L: Claro que amo.
G: Então! Ele vai surtar, e isso não vai ser bom.
L: Você quer dizer para eu não falar ao meu marido que eu vou morrer, é isso?
G: Claro! Olha o seu estado, vocês tem uma bebê que precisa de vocês, você conta para ele, ele entra numa crise e quem vai cuidar da menina?
Laura parou um pouco, sim, fazia certo sentido o que Gustavo dizia. A última coisa que precisava agora era de alguém com pena dela, fora que Murilo ia sofrer junto com ela, ele não merecia, e a pessoa que mais ia ser prejudicada nisso tudo seria a Maria Luiza.
G: Você consegue entender o que eu quero dizer, não é?
L: Acho que você tem razão, os dois surtados... Não dá!
Ela começou a querer chorar novamente, Gustavo a puxou para outro abraço.
G: Ow Laura... (afagando os cabelos dela)
L: Tá sendo tão difícil sabe? Eu estou tão perdida.
G: Eu não vou te deixar Laura, nunca! Sempre vou estar perto de você.
L: Eu... Preciso muito disso. (chorando abraçada a ele)

Nisso Murilo abriu a porta da sala de Gustavo e presenciou essas palavras e esse abraço.
A cena que já lhe era familiar, o fez revirar seu estômago.
M: Pelo visto acho que atrapalho alguma coisa.
L: Murilo... Eu...
Ela olhou para Gustavo que logo a olhou diferente.
L: ...
M: Já sei o que você ia dizer... A típica frase de alguém que está com alguma coisa escondida aí, não é? “Não é isso que você está pensando.”
L: Não... Não é isso...
M: Aí, não disse? Agora me admira você Laura, você que confia tão pouco em mim, e agora com certeza vai querer que eu simplesmente entenda que não há nada demais aí.
L: Murilo... (começou a chorar, lembrando-se da noticia que recebeu naquela tarde)
M: Me chamou aqui para que Laura? Para eu perceber a cada dia que estou sendo traído? Que estou perdendo a minha mulher? É isso?
L: Não... Não é nada disso Murilo.
M: Não? Então porque você me chamou aqui?
L: Eu te chamei... Te chamei, para... Para dizer obrigada por me cobrir nas reuniões de hoje.
M: Oh, mas eu não estou dizendo?
Laura não parava de chorar. Não conseguia ter paciência para ouvir Murilo a acusar de traição sabendo que ela vai morrer. Nunca mais vai vê-lo, nunca mais vai ver a sua filha.
Tudo, absolutamente tudo ia se perder.
L: Para com isso Murilo, eu nunca te dei motivos para você pensar isso de mim. (soluçando)
M: Mas sempre tem a primeira vez não é?
L: PARA!!!PARAA!!!(GRITANDO), por favor... Para (quase como num sussurro)
M: Porque Laura? Por quê? Eu não te amo o suficiente?(Com os olhos marejados)
G: Eu e Laura somos só amigos Muri...
M: Você cala a boca!
L: MURILO!
Querendo ou não Gustavo era um importante funcionário, representante do senhor Mário, e estavam na empresa, já se deixou levar no dia anterior e deu um soco na cara dele, precisava se acalmar, ou ia perder a razão.
M: Vai defender o seu amante.
L: MURILO CHEGA! EU NÃO TENHO NADA COM O GUSTAVO!
M: LAURA EU EXIJO UMA EXPLICAÇÃO!
L: EU NÃO VOU EXPLICAR NADA! OU VOCÊ CONFIA EM MIM, OU SAIA DA MINHA VIDA!
Aquilo foi como um punhal no peito de Murilo, não tinham uma briga dessas, desde a armação de Pamela e Carlos na noite em que Laura chegou de viagem.
Laura chorava ainda mais agora.
Murilo simplesmente abaixou a cabeça...
M: Ok, se é isso que você quer... (ele saiu pela porta arrasada)
L: Espera Murilo... (indo atrás)
G: Não! Espera!(segurando o braço dela)
L: Não, ele não pode pensar que eu... (chorando)
G: Se ele te ama mesmo, ele vai pensar e concluir que isso que ele fez foi uma besteira.
L:...
G: Você e eu temos a consciência tranquila de que não fizemos nada. Isso por enquanto basta, você não pode ficar nervosa, lembre-se disso.
L: Preciso ir para casa...
G: Eu te levo!
L: Não, isso só vai piorar as coisas, eu vou de taxi, amanhã eu pego o carro.
G: Tem certeza?
L: Tenho...

Quando Laura saiu da empresa Drummond, Murilo já estava em casa arrumando as malas.
No quarto de Murilo e Laura enquanto ele pegava mais roupas Dona Naná andava com Luiza no colo atrás dele.
N: Mas seu Murilo, o senhor não acha melhor esperar a Dona Laura? Ela vai explicar...
M: Ela não vai explicar Naná, ela mesma disse que não ia explicar nada, que ou eu confiava nela ou eu saía da vida dela.
N: E o senhor não confia?
Murilo não sabia o que responder, só sabia que estava doendo, que estava com a cabeça quente. Que precisava de um tempo.
M: Talvez seja melhor esse tempo.
N:...
Murilo estava com os olhos marejados, e agora que estava com as malas feitas, deu um beijo em Luiza que estava no colo de Dona Naná e saiu.
Aonde mais iria? Na casa de Lucas e Léo.

Alguns minutos depois...
Na porta...
Léo: O que foi que aconteceu? Porque essas malas?
M: Posso ficar aqui por hoje? Só até amanhã, amanhã eu alugo um quarto em algum hotel.
Léo: Que isso, pode ficar aqui o tempo que precisar, mas... (fechando a porta)
Lu: O que foi que aconteceu? (chegando à sala)
Murilo começou a chorar.
Lu: Murilo?(o levando até o sofá, enquanto Léo pegava as malas da mão dele)
M: Eu e a Laura... Estamos separados...
Lucas e Léo ficaram preocupados.
Lu: Que absurdo é esse?
Léo: Como assim? Separados?
Lu: Por quê?
Léo: Foi agora? Cadê ela?
M: Não sei, deixei-a na empresa, na sala do amante dela.
Léo: Amante?
Lu: Que amante? Laurinha não tem amante nenhum.
M: É claro que você vai acobertar a sua amiga.
Lu: Não me ofenda Murilo...
Léo: Espera gente, calma aí, e Lucas, releva, olha como ele está.
Lu: Desculpa, mas conta isso direito Murilo.
M: Não é de hoje que eu vejo que ela e o Gustavo estão muito próximos, e depois que a Laura saiu da clínica piorou, ela só se afastou de mim, e se aproximou dele.
Lu: Isso eu sei, mas até então eles serem amantes já é outra coisa.
M: Lucas, ela não foi trabalhar hoje, passou o dia todo com ele, e quando eu pedi uma explicação Laura não me deu, fora que o ouvi dizendo que ia sempre estar com ela, e ela dizendo que precisava dele ao lado dela. (fazendo cara de nojo)
Lu: Eu não disse que esse cara estava querendo a Laurinha!(irritado)
Léo: Oh Lucas!(o repreendendo)
Lu: Mas ele querer e a Laura querer, são duas coisas completamente diferentes.

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terça-feira, setembro 10, 2013

27° Como eu te Amo

L: Não. (já soluçando de chorar)
Gustavo a abraçou.
Mas Laura queria Murilo, jamais sentiu uma necessidade tão grande de estar nos braços dele.
Mar: Calma, você não pode ficar nervosa! (preocupado)
L: Tem como piorar?
Mar: Er, isso não é bom.
Teríamos três tipos de tratamento.
G: Teria?
L:...
Mar: A melhor opção, apesar de muito agressiva, era o transplante do fígado, onde o órgão doente é substituído por outro sadio e...
L: Isso... Eu não tenho problema nenhum em fazer esse método agressivo.
Mar: Não... Isso não é possível, o estágio do tumor não permite um transplante seria muito arriscado.
L: Como assim o estágio dele? Você não me disse que ele não estava avançado pelo tamanho?
Mar: Disse, e realmente ele não está. Laura... Eu sinto muito.
A opção que teremos que usar é muito parecido com uma que é utilizada pelos japoneses o tumor é destruído sem a necessidade de cirurgia. A injeção percutânea de etanol (PEI) é um método simples, realizado sob anestesia local e com raras complicações. Com o auxílio do ultrassom, é introduzida uma agulha especial no centro do tumor, através da pele, onde é administrado álcool absoluto (a 100%), provocando a destruição do câncer.
L: Mais isso é certeza que serei curada?
Marcelo novamente tinha os olhos marejados.
Mar: Você tem... Tem que tomar uns remédios para preparação dessas aplicações, talvez pelo seu corpo ainda não estar completamente normal devido a gravidez recente não posso começar o tratamento com as agulhas agora.
G: É como uma preparação é isso?
Mar: Sim... Eu nunca tratei de um caso assim, porque é uma corrida contra o tempo.
L: Tempo... (percebendo o que ele não queria dizer)
Mar: Isso tem que dar certo nesse tempo.
L: Quanto tempo?
G: Laura...
L: Quanto tempo?(chorando)
Mar: Você não precisa saber se...
L: EU TENHO O DIREITO!(já nervosa)
Mar: Cinco meses!
Laura deu pequeno grito de desespero. Pensava consigo não, não podia ser, o único tratamento era injetar agulhas através da pele para tentar destruir aquele maldito tumor! E isso ainda teria um tempo! É claro que isso não ia funcionar... Ela ia morrer, estava com um mau pressentimento, e não era de hoje.
L: Não vai funcionar não é?
G: Olha Laura, em cinco meses pode acontecer um milagre.
L: Até o senhor está chorando, está chorando porque está mentindo para mim não é?
Mar: O quê? Eu mentindo? (nervoso)
L: Eu não tenho chance de cura, essa coisa vai crescer e eu vou morrer não é? Aos poucos.
Mar: Não! Você não vai morrer Laura, é só confiar em mim!
L:...
Mar: Você não vai morrer.
L: Eu vou perder meu cabelo?
Mar...
L: Doutor!
Mar: Talvez um pouco, isso depende muito.
G: Não vai Laura, é só fazer o tratamento certinho, e rezar... Rezar porque vai dar tudo certo.
L: Os calmantes! Onde estão?
Mar: Aqui... (entregando a ela vários frascos)
Laura pegou, eram muitos...
G: Isso mesmo doutor Marcelo, ela precisa de muitos calmantes nesses dias não é? Já que você disse que ela não pode ficar nervosa.
Mar: Laura quero que você tome esses remédios corretamente, ouviu? É muito importante que você siga a risca os horários, e evite ao máximo tomar esses calmantes. Somente em últimos casos mesmo.
L: Eu vou morrer mesmo, que diferença isso faz.
Marcelo pegou nas mãos da Laura e olhou bem no fundo dos olhos dela.
Mar: Você tem que fazer o que eu estou dizendo, por favor...
Laura mal ouvia o médico, a única coisa que existia em sua cabeça era a notícia de sua morte.
Marcelo pegou um pouco de água que havia em sua sala e entregou a Laura.
Mar: Tome um pouco dessa água, vai te fazer bem. (a entregando)
L: Obrigada. (com as mãos tremulas)
G: Agora é só focar nos remédios Laura, você tem que toma-los!
L: Quero ir para empresa!
G: O que?
L: Eu preciso ir para empresa. (já se levantando)
G: Laura, não é melhor você ir para casa? Já está no fim do expediente, você deve estar cansada.
L: Eu quero falar com o Murilo o mais rápido possível.
G: Laura se é isso que você quer. Eu dirijo, depois mando vir pegar meu carro aqui.
L: Tudo bem.
Antes de sair da sala, Laura se despediu de Marcelo, colocou os remédios e os calmantes na bolsa e saiu.
Assim que chegou à empresa Laura já foi direto à sala de Murilo, mas ele não estava.
Voltou depressa para mesa de Carla, e Gustavo sempre junto com ela.
C: Drª Laura, achei que já estaria em casa. O que aconteceu? (percebendo nos olhos inchados e marejados de Laura)
L: Onde está o Murilo, Carla? Ele não foi para casa ainda, não é?
C: Não, ele foi só verificar uns assuntos no 2º andar.
G: Laura vem comigo... Você está muito nervosa. A Bárbara já foi, não foi dona Carla?
C: Já sim seu Gustavo.
L: Eu vou à sala do Murilo, vou esperar por ele.
G: Não! (a puxando junto a ele) Vem, espera na minha sala, não vou te deixar sozinha.
Laura concordou.
L: Carla, liga pro Murilo, diz para ele que preciso falar com ele.
C: Sim, pode deixar.
Laura foi com Gustavo até a sala dele, enquanto Carla ligava para Murilo.
No celular...
M: Carla, o que foi?
C: O seu Gustavo chegou, e a Drª Laura...
M: Ela estava com ele? (cortando a frase de Carla)
C: Sim, mas...
M: Estou indo para aí, obrigada Carla.
C: Mas...
Já não adiantava mais, Murilo mais uma vez não esperou que ela terminasse a frase.

Na sala de Gustavo.
G: Porque você vai fazer isso Laura?
L: Ele é o meu marido!
G: E você o ama, não ama?
L: Claro que amo.
G: Então! Ele vai surtar, e isso não vai ser bom.
L: Você quer dizer para eu não falar ao meu marido que eu vou morrer, é isso?
G: Claro! Olha o seu estado, vocês tem uma bebê que precisa de vocês, você conta para ele, ele entra numa crise e quem vai cuidar da menina?
Laura parou um pouco, sim, fazia certo sentido o que Gustavo dizia. A última coisa que precisava agora era de alguém com pena dela, fora que Murilo ia sofrer junto com ela, ele não merecia, e a pessoa que mais ia ser prejudicada nisso tudo seria a Maria Luiza.
G: Você consegue entender o que eu quero dizer, não é?
L: Acho que você tem razão, os dois surtados... Não dá!
Ela começou a querer chorar novamente, Gustavo a puxou para outro abraço.
G: Ow Laura... (afagando os cabelos dela)
L: Tá sendo tão difícil sabe? Eu estou tão perdida.
G: Eu não vou te deixar Laura, nunca! Sempre vou estar perto de você.
L: Eu... Preciso muito disso. (chorando abraçada a ele)

Nisso Murilo abriu a porta da sala de Gustavo e presenciou essas palavras e esse abraço.
A cena que já lhe era familiar, o fez revirar seu estômago.
M: Pelo visto acho que atrapalho alguma coisa.
L: Murilo... Eu...
Ela olhou para Gustavo que logo a olhou diferente.
L: ...
M: Já sei o que você ia dizer... A típica frase de alguém que está com alguma coisa escondida aí, não é? “Não é isso que você está pensando.”
L: Não... Não é isso...
M: Aí, não disse? Agora me admira você Laura, você que confia tão pouco em mim, e agora com certeza vai querer que eu simplesmente entenda que não há nada demais aí.
L: Murilo... (começou a chorar, lembrando-se da noticia que recebeu naquela tarde)
M: Me chamou aqui para que Laura? Para eu perceber a cada dia que estou sendo traído? Que estou perdendo a minha mulher? É isso?
L: Não... Não é nada disso Murilo.
M: Não? Então porque você me chamou aqui?
L: Eu te chamei... Te chamei, para... Para dizer obrigada por me cobrir nas reuniões de hoje.
M: Oh, mas eu não estou dizendo?
Laura não parava de chorar. Não conseguia ter paciência para ouvir Murilo a acusar de traição sabendo que ela vai morrer. Nunca mais vai vê-lo, nunca mais vai ver a sua filha.
Tudo, absolutamente tudo ia se perder.
L: Para com isso Murilo, eu nunca te dei motivos para você pensar isso de mim. (soluçando)
M: Mas sempre tem a primeira vez não é?
L: PARA!!!PARAA!!!(GRITANDO), por favor... Para (quase como num sussurro)
M: Porque Laura? Por quê? Eu não te amo o suficiente?(Com os olhos marejados)
G: Eu e Laura somos só amigos Muri...
M: Você cala a boca!
L: MURILO!
Querendo ou não Gustavo era um importante funcionário, representante do senhor Mário, e estavam na empresa, já se deixou levar no dia anterior e deu um soco na cara dele, precisava se acalmar, ou ia perder a razão.
M: Vai defender o seu amante.
L: MURILO CHEGA! EU NÃO TENHO NADA COM O GUSTAVO!
M: LAURA EU EXIJO UMA EXPLICAÇÃO!
L: EU NÃO VOU EXPLICAR NADA! OU VOCÊ CONFIA EM MIM, OU SAIA DA MINHA VIDA!
Aquilo foi como um punhal no peito de Murilo, não tinham uma briga dessas, desde a armação de Pamela e Carlos na noite em que Laura chegou de viagem.
Laura chorava ainda mais agora.
Murilo simplesmente abaixou a cabeça...
M: Ok, se é isso que você quer... (ele saiu pela porta arrasada)
L: Espera Murilo... (indo atrás)
G: Não! Espera!(segurando o braço dela)
L: Não, ele não pode pensar que eu... (chorando)
G: Se ele te ama mesmo, ele vai pensar e concluir que isso que ele fez foi uma besteira.
L:...
G: Você e eu temos a consciência tranquila de que não fizemos nada. Isso por enquanto basta, você não pode ficar nervosa, lembre-se disso.
L: Preciso ir para casa...
G: Eu te levo!
L: Não, isso só vai piorar as coisas, eu vou de taxi, amanhã eu pego o carro.
G: Tem certeza?
L: Tenho...

Quando Laura saiu da empresa Drummond, Murilo já estava em casa arrumando as malas.
No quarto de Murilo e Laura enquanto ele pegava mais roupas Dona Naná andava com Luiza no colo atrás dele.
N: Mas seu Murilo, o senhor não acha melhor esperar a Dona Laura? Ela vai explicar...
M: Ela não vai explicar Naná, ela mesma disse que não ia explicar nada, que ou eu confiava nela ou eu saía da vida dela.
N: E o senhor não confia?
Murilo não sabia o que responder, só sabia que estava doendo, que estava com a cabeça quente. Que precisava de um tempo.
M: Talvez seja melhor esse tempo.
N:...
Murilo estava com os olhos marejados, e agora que estava com as malas feitas, deu um beijo em Luiza que estava no colo de Dona Naná e saiu.
Aonde mais iria? Na casa de Lucas e Léo.

Alguns minutos depois...
Na porta...
Léo: O que foi que aconteceu? Porque essas malas?
M: Posso ficar aqui por hoje? Só até amanhã, amanhã eu alugo um quarto em algum hotel.
Léo: Que isso, pode ficar aqui o tempo que precisar, mas... (fechando a porta)
Lu: O que foi que aconteceu? (chegando à sala)
Murilo começou a chorar.
Lu: Murilo?(o levando até o sofá, enquanto Léo pegava as malas da mão dele)
M: Eu e a Laura... Estamos separados...
Lucas e Léo ficaram preocupados.
Lu: Que absurdo é esse?
Léo: Como assim? Separados?
Lu: Por quê?
Léo: Foi agora? Cadê ela?
M: Não sei, deixei-a na empresa, na sala do amante dela.
Léo: Amante?
Lu: Que amante? Laurinha não tem amante nenhum.
M: É claro que você vai acobertar a sua amiga.
Lu: Não me ofenda Murilo...
Léo: Espera gente, calma aí, e Lucas, releva, olha como ele está.
Lu: Desculpa, mas conta isso direito Murilo.
M: Não é de hoje que eu vejo que ela e o Gustavo estão muito próximos, e depois que a Laura saiu da clínica piorou, ela só se afastou de mim, e se aproximou dele.
Lu: Isso eu sei, mas até então eles serem amantes já é outra coisa.
M: Lucas, ela não foi trabalhar hoje, passou o dia todo com ele, e quando eu pedi uma explicação Laura não me deu, fora que o ouvi dizendo que ia sempre estar com ela, e ela dizendo que precisava dele ao lado dela. (fazendo cara de nojo)
Lu: Eu não disse que esse cara estava querendo a Laurinha!(irritado)
Léo: Oh Lucas!(o repreendendo)
Lu: Mas ele querer e a Laura querer, são duas coisas completamente diferentes.

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