Médico:Uns três dias.
L;Eu posso até ficar, mas ela vai ter que me explicar.
Lu:Laura já passou pela sua cabeça que ela podia não saber
que você estava grávida, afinal nem você sabia..
L:Ela sabia sim Lucas, eu bem que achei ela meio nervosa.
Mas eu vou tirar essa história a limpo.
Lu:Já pensou em o que vai dizer para o Carlos?
L:Na verdade nem tem o que dizer, vou contar pra ele de
um filho que já nem existe mais.(chorando)
Lu:Bom, você é quem sabe. Você mais do que ninguém pode
decidir isso.
Laura saiu do hospital, mas não teve coragem de ir
procurar Carlos, ela era muito inocente, achou que Carlos não havia dado
notícias porque não conseguiu falar com ela, ela tinha ficado quase duas
semanas na casa de Lucas, ele não deixou Laura ficar sozinha em casa até se
recuperar completamente.
Depois dessas semanas Laura decidiu procurar Carlos,
afinal de contas não dava pra ignorar.
No caminho...
Quando chegou à casa de Carlos, pensou um bom tempo,
tomou coragem e desceu do carro.
Assim que Laura desceu do carro sentiu uma forte tontura
e uma dor (não estava bem ainda)
Tocou a campainha (mas ninguém a atendeu, talvez não
estivesse funcionando pensou ela, mas a luz do quarto estava acesa).
Quando encostou a mão na porta percebeu que estava
aberta.
Num impulso de segundo Laura entrou fechou a porta e foi
em direção ao quarto aceso.
Ouviu que Carlos ria compulsivamente.
Pensou que Carlos deveria estar assistindo a um filme
talvez, foi chegando e parou na porta.
Foi quando ouviu o mesmo dizer:
C:No fundo eu tenho pena dela.(rindo)
C:Não na verdade, pensando bem eu tenho pena de mim por
ter ficado quase um mês sem sexo por causa dela, mas até quem fim pelo
menos uma vez eu consegui o que eu
queria. (rindo)
Laura não conseguia ouvir quem estava falando com Carlos,
mas sabia que sozinho ele não estava.
Mesmo contendo sua vontade de entrar naquele quarto e
meter a mão na cara dele, parou e escutou mais um pouco.
C:Já tava cheio daquela garota, era amor pra cá, amor pra
lá, nem sei porque fui aceitar essa aposta, mas eu ganhei, então sou o capitão
do time. (comemorando)
...
C:Oque? Você não sabia? A gente transou sim. Mas não foi
àquelas coisas não, mas sabe como ela é, ficou toda insegura e de certo já
achou que casaríamos, que idiota! (rindo)
Foi quando Laura não aguentou mais, sem se conter
empurrou a porta com toda a raiva que estava sentindo.
Quando finalmente viu quem estava com Carlos, não
acreditava no que seus olhos viam.
Um silêncio...
L:Pamela? (chorando)
P:Laura eu posso explicar.
L:Explicar o que? Isso não tem explicação! (gritando)
P:Laura...
L:idiota! Idiota! Como eu fui idiota.
P:Laura eu juro que não...
L:Olha como você está? Está nua com o meu namorado! Na
verdade com esse cara aí que eu nem quero mais olhar, mas o que mais me
decepciona nisso tudo é você, minha amiga, minha melhor amiga ou achei que era.
Sua Vagabunda! O problema nem é você ter me traído com esse aí, o pior...
(soluçando) foi você ter matado o meu filho! (gritando) Por quê? Por quê?O que
eu te fiz?
C.D:Filho? Como assim Pamela?
P:Você não se intrometa Carlos, ela está louca.
P:Você só pode estar louca Laura, do que você está
falando?
L:Desgraçada!(E foi pra cima de Pamela)
Laura bateu tanto, mas tanto em Pamela, que não sabia nem
descrever de onde veio tanta força.
P:Carlos me ajuda! Seu idiota, ela está louca. Para
Laura!
Carlos esperou uns três minutos e segurou Laura, mas já
tinha feito um belo estrago em Pamela.
L:Quer saber? Vocês se merecem. Deem as mãos e vão juntos
para o inferno!
Laura saiu furiosa, bateu a porta pegou seu carro e saiu,
sem rumo, não tinha ideia nem pra onde ela ia, parou em uma praça meio deserta
que tinha ao lado de sua escola, desceu do carro e sentou no gramado.
Laura chorava e nesse momento sente uma súbita raiva de
si mesma, por ser tão vulnerável, por acreditar fácil demais.
Doía mais do que uma faca em suas costas. E cada vez que
lembrava que por culpa desse ato impensado um inocente morreu.
Não conseguia raciocinar ainda, engolir isso tudo de uma
vez, queria acordar em seu quarto e perceber que foi tudo apenas um pesadelo.
Foi quando...
Lu:Porque uma moça tão bonita está chorando desse jeito?
L:Quem é que está aí?
Quando olhou melhor, viu que era Lucas que estava sentado
um pouco distante.
L: Lucas desculpe, mas não quero ninguém perto de mim
agora, aliás, agora e pra sempre.
Lu:Calma Laura, você com certeza não presta atenção em
mim, desculpe mas eu estou aqui há horas, bem antes de você chegar, mas você
está tão nervosa que nem me percebeu.
L: Então eu já vou indo.
Lu: Laura olha o estado que você está, toma, bebe um
pouco desse suco, você está tremendo, tá sentindo alguma coisa?
L:Eu estou bem, na verdade eu vou ficar bem.(nisso Laura desmaia
nos braços de Lucas)
Alguns minutos depois.
L:Onde estou?
Lu:Sou eu, Lucas... Não fiz nada, você estava na pracinha
e desmaiou te trouxe pra minha casa. Fica tranquila, você está melhor?
L:Preciso ir pra casa.
Lu:Espera você acabou de acordar, ficou desmaiada por
meia hora, espera um pouco.
L:Não eu, eu preciso...(e desaba a chorar, chora tanto
que até chega a perder o fôlego)
Lu:Laura o que...(nesse momento Laura pula nos braços de
Lucas e o abraça)
L:Desculpa, eu nem sei..(foi interrompida)
Lu:As vezes não precisamos explicar, vem cá... (Toma Laura
novamente em seus braços)
Lu:Eu imagino o que te deixou nesse estado e se não
quiser dizer os detalhes eu respeito,mas chora, chora bastante porque vai te
fazer bem e saiba que pode sempre contar comigo, serei seu anjo da guarda
a partir de agora, se não se importar é claro. (sorrindo)
Um silêncio...
Lu:Laura?
L:Porque?
Lu:Porque o que?
L:Porque você está fazendo isso?
Lu:Porque não?
Laura ficou sem resposta.
Lu:Porque todo mundo não se preocupa? Zomba? Ri de você?
L:É, todo mundo faz isso.
Lu:Mas eu Lucas, não sou todo mundo.
L:Desculpa, não queria ser grosseira com você, você está
sendo tão legal comigo desde quando meu pai morreu, desculpa.
Lu:Não precisa se desculpar.
Ficaram um tempo em silêncio...
Lu:Na verdade gostei de você por vários motivos. Quer que eu diga?
L:Por favor. (sorrindo)
Lu: Primeiro você é você!
Laura começou a rir.
Lu:Como posso dizer ? Mesmo com todas as coisas chatas e
grosseiras que disseram da sua roupa, você não mudou por ninguém!
L:É, isso é mesmo!
Lu: Segundo sinto que você precisa de mim.
L:Ei, pera aí...
Lu: Como eu sinto que vou precisar de você!
L:Desculpa Lucas, mas não estou entendendo.
Lu:Laura, eu sou sozinho assim como você! Meus pais
morreram quando eu tinha sete anos num acidente de carro. Morei com minha tia
até os dezoito anos, mas ela não gostava de mim e deu graças quando eu atingi a
maior idade pra me chutar pra fora daquela casa.
L:Que horror Lucas, mas o que você fez?
Lu:Peguei o pouco que tinha da herança do meu pai e sumi
daquela cidade o mais rápido possível, aí cheguei aqui, aluguei um quarto e
arrumei um emprego numa mecânica aqui perto. Como isso já faz uns dez meses
consegui alugar esta casa. Agora estou estabilizado. (sorrindo)
L:Nossa, não sei se no seu lugar conseguiria isso tudo
sozinha.
Lu:Conseguiria sim! Conseguiria sim Laura, sabe por quê?
Quando temos um sonho, não importa o quanto sofremos, ele é recompensado quando
o realizamos. Não acha? (sorrindo)
L:Na verdade eu tenho um sonho também, mas não sei mais
se consigo realizá-lo
Lu:Porque?
L:Porque não sei se tem motivos para realizá-lo, na
verdade era um sonho compartilhado, do meu pai e eu, mas agora ele se foi e não
tem sentido realizá-lo sozinha
Lu:Você aceita um substituto?
L:Como? (sorrindo)
Lu:Ué, você disse que não tem motivos pra realizar o seu
sonho porque você o dividia com o seu pai. Pronto! Problema resolvido divida
comigo! (sorrindo)
L:Lucas.
Lu:Se você quiser é claro.
Indo em direção a Laura ficou a sua frente e disse:
Lu:Laura, somos jovens e graças a Deus com uma vida toda
pela frente. Chega de sofrer você não acha?
L:É você está certo. A partir de agora começa a construção
da nova Laura Rouse Drummond. Chega!
Lu:Ei, menos radical Laura... (rindo)
L:Não sei de que céu te mandaram, mas literalmente você
parece um anjo que foi mandado pra me dar essa acordada pra vida. (rindo)
Lu:Então beleza, a partir de agora vamos mudar e viver os
nossos sonhos.
Depois disso Laura se sentia muito protegida ao lado de
Lucas. Sentia-se até muito vulnerável devido ter acabado de sofrer uma grande
decepção com esse negócio de confiar, mas com o Lucas seria diferente, sentia
isso.
O tempo passou, como trabalhava em uma oficina mecânica,
Lucas levava Laura aos sábados pra ela
matar a saudade de quando ficava com seu pai vendo-o trabalhar.
Mas os últimos meses tinham sidos os melhores da sua a
vida, não se sentia tão feliz assim desde quando tinha seus pais vivos.
Agradecia todos os dias por Lucas existir na sua vida.
Pamela e Carlos ela via na escola, mas os evitava ao máximo e sempre com a
ajuda de Lucas que a deixava melhor.
Dezembro Laura recebeu uma carta dizendo que tudo que
havia em seu nome estava hipotecado por dividas de seu pai.
Laura entrou em desespero.
L:Lucas! Lucas? Cadê você? (desesperada)
Lu:Laura o que foi? Porque você está assim?
L:Lê isso, não sei se entendi certo, mas tudo o que meu
pai me deixou estava hipotecado?
Lucas leu...
Lu:Minha amiga, pelo que diz aqui é sim. Mas no que seu
pai se endividou assim? A casa não é de vocês?
L:Não sei! Ele não me disse que havia comprado nada, mas
mesmo que ele tenha comprado agora ele perdeu também não?
Lu:Laura, diz que eles pegando tudo o que está
descriminado ali a divida fica quitada, então seja lá o que for que ele comprou
foi a única coisa que restou pra você minha amiga.
L:Pai o que o senhor
foi fazer?
Um tempo depois...
Carlos Daniel e Pamela conversam.
C.D:E aí? Deu tudo certo?
P:Deu, vamos hoje a noite, precisamos ir logo antes que a
casa vá a leilão.
C.D:Você tem certeza que isso existe mesmo?
P:Eu não sou você, que a única coisa que tirou dessa
pateta foi a virgindade, tudo pra que? Ser o capitãozinho de um timinho furreca
da escola se toca garoto, é claro que eu tenho.
C.D:Assim que colocarmos a mão naqueles documentos
estamos feitos.
No dia em que Pamela foi à casa de Laura levar o tal chá,
tinha visto uns documentos caídos atrás do sofá, como sabia que Laura era
organizada com essas coisas, julgou que eram desconhecidos por ela, dito e
feito, eram documentos de posse de uma empresa já com um grande capital de
inicio, era uma mina de ouro, que poderia facilmente ser falsificada porque
Carlos tinha “contatos” e podia fazer qualquer pessoa virar o dono. Por isso
sem pensar duas vezes o jogou pela janela assim que Laura chegou naquela cozinha.
Não foi preciso muito pra que pudessem pensar quem seriam
os donos e não seria Laura.
Conseguiram entrar na casa de Laura, a mesma estava
morando com Lucas agora, encontraram os papeis caídos no jardim assim como
Pamela julgava estar.
Fim do ano, adeus escola, agora era só focar nos
objetivos.
L:Lucas desculpe, deixei a louça de ontem pra você lavar.
Lu:Claro que desculpo, se você lavar a roupa de
sexta-feira. (sorrindo)
L:Chantagista você !
Lu: Negócios são negócios, amizade à parte!(rindo)
L:Só você mesmo. (sorrindo)
L:Fim de ano, fim da escola, você na mecânica, eu naquela
lanchonete, encostada aqui na tua casa sem ter ideia onde meu pai investiu tudo
o que nos restava, será que é esse o nosso destino ein meu amigo?
Lu:Laura,passe o tempo que passar você não muda não é?
L:O que eu fiz agora? (rindo)
Lu:No final de uma grande tempestade existe sempre um
lindo arco-íris.
L:Você me acalma Lucas.