Depois de andar muito, já não aguentava de dor, já não
tinha mais forças, tinha andado o dia todo, era quase 18hr quando já estava
desistindo de sair dali viva, ouviu o barulho de um carro, parou e analisou o
som, ela conhecia, nem pode acreditar quando percebeu que não era o barulho do
carro de Jorge, mas mesmo assim resolveu não gritar, não ser o carro dele não
queria dizer que não pudesse ser ele, se tem carro então tem uma estrada pensou
com ela, seguiu o som e viu uma caminhonete antiga vermelha parada num canto.
Laura nem acreditara no que seus olhos estavam vendo.
Um casal de velhinhos fazendeiros. Maria uma velhinha
baixa, com um lenço na cabeça numa trança comprida com seus cabelos lisos e
brancos, já Joaquim não era mais alto, gordinho e com um mega chapéu na cabeça
e um cigarro de palha.
M:Meu véio, nem acredito que essa epidemia levou mais uma
de nossas vacas que dão cria muito bem.
Jo:É Muié o negócio tá brabo, se continuar desse jeito,
daqui a pouco teremos que ir pra cidade.
M:Não diga isso nem de brincadeira meu véio.
L:Por favor, vocês podem me ajudar?(indo em direção aos
dois)
M:Minha nossa menina, o que fizeram com você?
L:Por favor, me ajuda... (não aguentou e desmaiou a sorte
é que deu tempo de Dª Maria segurar)
M:Venha meu velho, me ajude a por essa menina na
caminhoneta, com certeza é mais um desses bandidos que trazem essas pobres aqui
pra fazer desova, só porque aqui são jogados os animais mortos ele acham que
ninguém aparece por aqui, foi Deus que ajudou essa pobre.
J:Nossa Muié do céu, olha só como essa menina está
machucada.
Levaram Laura para o sítio deles.
1hr depois num sitio muito amável Laura acordou
assustada.
L:Não, me solta! (gritando)
M:Calma minha filha, está tudo bem agora, como você se
chama?
Laura foi lembrando o que havia acontecido, o casal de
velhinhos.
L:Oh me desculpe ,sou Laura,Laura Drummond
M:Eu sou Maria e este é meu marido Joaquim
L: Prazer, muito obrigada pela ajuda, não sei o que teria
acontecido comigo se não tivesse encontrado vocês.
M:Que isso minha filha, você está melhor? Está tão
machucada, iremos te levar a um médico.
L:Não, não há necessidade, na verdade depois. Agora
preciso dar um telefonema, o louco que fez isso comigo vai matar meu chefe hoje,
num falso assalto.
J:Nossa menina, temos telefone aqui, pode usar.
Laura rapidamente ligou logo para o celular do Sr. Paulo.
P:Alô.
L:Sr°Paulo sou eu Laura, mas disfarce e não dê a entender
pra ninguém que está falando comigo, está bem?
P:Mas estou sozinho (Sem entender )
L:Por favor Sr° Paulo é caso de vida ou morte.
P:Está bem, então pode dizer.
L:O Jorge está louco, ele me sequestrou ontem, me
espancou, estou quase em outra cidade e ele está planejando um falso assalto na
sua casa hoje à noite onde o senhor vai ser morto por um tiro, por favor Sr°
Paulo, aconteça o que acontecer não vá pra sua casa! Por favor, não vá...
P:Mas isso é tudo muito grave, eu vou agora chamar ele e
dizer...
L:Não! O Sr° não vai fazer nada por enquanto, ele vai
voltar pro lugar onde me deixou, ainda não sabe que consegui escapar com tantos
ferimentos. Ouça bem, o Sr° vai fazer igual o que sempre faz, mas na hora em
que estiver indo pra casa vá para um hotel e enquanto ao pegarmos ele o senhor
chama a polícia e diz o que aconteceu, só que eles vão querer provas, aí o Sr°
vai dizer para eles que sigam-no! Ele vai
voltar para me matar e nesse lugar tem sangue e alguns cabelos meus espalhados
por lá, acho que é o suficiente.
P:Minha filha, olha só o que você está me dizendo, o que
foi feito com você? Onde você está?
L:Quando o Sr° estiver em um hotel ligue para este numero
e irei dizer onde estou,eu estou bem, estou viva.
P:Porque ele fez isso?
L:Porque foi graças a mim que o senhor descobriu que está
sendo roubado por ele.
Sr° Paulo ainda não conseguia acreditar no que acabara de
ouvir. Respirou fundo e procurou forças da onde jamais achou que ainda conseguiria
ter e se conteve quando Jorge entrou em sua sala como se nada estivesse
acontecendo.
J: Sr° Paulo, já está tarde, porque o Sr° não vai pra
casa?! Eu termino tudo aqui para o senhor, pode ir tranquilo. (sorrindo)
P:Acho que você tem razão.
J:Até mais, vai com cuidado, hoje em dia não se da pra
descuidar de nada não é?
P:Claro...(no limite de sua paciência)
Sr°Paulo fez o que Laura havia lhe dito, foi dito e
feito, às 23hrs a mansão de Sr° Paulo Cortez foi invadida, misteriosamente não
se sabia o porque, mas não havia ninguém na mansão nem se quer um empregado nem
segurança, como haviam ido lá só para matar Sr° Paulo, nem lembraram que
poderiam ter roubado varias coisas de valor, isso ajudou ainda mais a confirmar
as provas para a polícia. Seguiram Jorge como o combinado e chegaram até aquele
horrível, um lugar de desova de animais
no meio do nada, assim que Jorge entrou na cabana e viu que Laura já não estava
mais, saiu decidido a matá-la, pegou uma arma abriu a porta e...
Policia: Mãos ao alto rapaz!
J:O que está acontecendo? Eu apenas ouvi um barulho e saí
para verificar, eu moro aqui meu senhor.
Policia: Agora! (Gritando)
O algemaram e assim que entraram na cabana já confirmaram
do que haviam sido alertados, sem duvidas Jorge era culpado.
Policia: Você está preso!
J:Isso é um engano, eu moro aqui, estou tão assustado
quanto os senhores porque acabei de chegar em casa e vi essa bagunça aí dentro
.
Jorge não acreditava que tudo havia sido em vão, tudo
havia dado errado.
Polícia: Calminho aí rapaz, vamos fazer tudo sem dar
ataque de pelanca está bem?! Você sabe que terá uns amigos bem legais na
cadeia. Eles adoram franguinho que bate em mulher.
No sitio de Maria e Joaquim
L:Sr°Paulo eu fiquei com tanto medo de não conseguir
avisá-lo a tempo.(Em meio a um abraço)
P:O que é isso minha filha? O que esse monstro fez com
você? Está toda machucada.
L:O que importa é que estamos vivos .
P: Minha menina, vamos imediatamente a um hospital.
L:Muito obrigada dona Maria e Seu Joaquim, graças à vocês
eu estou viva. (sorrindo)
P:É, muito obrigada mesmo a vocês. Nem temos como
agradecer.
M:Oxe, vivam,o máximo que conseguirem. (sorrindo)
L:É claro.
No carro do Sr. Paulo depois de saírem do hospital.
L:Graças a Deus foi somente o tornozelo mesmo.
P:Tudo culpa minha, se eu não tivesse pedido pra você
analisar aqueles papéis.
L:O que é isso Sr° Paulo? O único culpado por isso tudo é
aquele maldito do Jorge que está completamente louco.
P: Desculpe minha filha.
L:Fique tranquilo SR° Paulo, está tudo bem agora.
Alguns minutos depois...
L:Bom, é aqui que moro, o senhor quer subir e tomar um
café com bolo comigo? Vou ficar muito feliz. (sorrindo)
P:Claro, vamos sim.
Na cozinha...
P:Nossa, está uma delicia, você que fez?
L:É, eu me viro bem na cozinha, como éramos só meu pai
eu, essa parte era comigo, quando era a vez dele nosso jantar era pizza de mussarela. (sorrindo)
P:Muito esperto (sorrindo)
Pegaram o café e se dirigiram até a sala, não demorou
muito e Sr° Paulo percebeu que Laura adormecera ali no sofá mesmo, a pegou no colo como um bebe e a
colocou na cama, cobriu-a com cuidado.
P:Dorme pequena, você passou por um dia horrível.
Sr° Paulo ficou com cuidado de deixá-la sozinha, se
acomodou num pequeno sofá que havia perto da cama de Laura, velando teu sono,
quando de repente o telefone tocou e Sr° Paulo pegou o mais rápido possível
para que o som não a acordasse porque na verdade jurava que ela nem conseguiria
dormir.
P:Casa da senhorita Laura Drummond?!
Lu:Quem é?
P:Sou Paulo Cortez e o senhor?
Lu:Sr° Paulo? É o Lucas, amigo dela do Brasil. Mas o que
o senhor está fazendo aí? Desculpe-me o jeito para falar, mas aconteceu alguma
coisa com a Laurinha?
Senhor Paulo explicou tudo o que havia acontecido.
Lu:Maldito, ela deve estar arrasada. (preocupado)
P:Na verdade fica se fazendo de durona, mas está muito
machucada, tanto por dentro como por fora.
Lu:Estou indo aí o mais rápido possível.
P:Ela vai adorar, sempre fala de você, a única família
que ela tem não é?
Lu:É sim(emocionado)mas está bem, vou desligar e já
correr atrás dessa passagem o mais rápido possível.
P:Então até.
Lu:Até Sr° Paulo e cuida dela até eu chegar.
P:Não se preocupa, já estou cuidando da nossa menina.
Desligam o telefone...
Lu:Nossa menina?
Já é de manhã.
L:Sr° Paulo?! Não acredito que o senhor dormiu nesse sofá
duro.
P:Minha filha, me desculpe a ousadia mas quis velar teu
sono.
L:Venha, enquanto faço um café pra nós o Sr° pode
descansar na cama.
P:Não minha filha, não tenho tempo, vou na empresa
conversar com meu advogado a respeito de tudo isso e depois sigo pra minha
casa. Só pra você saber, eu não aceito sua demissão e por essa gracinha, você
está de folga durante esta semana está bem?(sorrindo)
L:O que?Não, não, não, não há necessidade disto, eu estou
perfeitamente bem, não tem porque eu ficar em casa todos esses dias.
P:Claro que tem, sua surpresa chega amanhã e você vai
precisar desta uma semana para aproveitá-la. Além do mais, tem esse teu
tornozelo, não tenho nenhum pepino grande pra resolver, pode ficar sossegada
minha filha.
L:Surpresa? Que surpresa?
P:Mas se eu contar não vai ser surpresa, só posso
adiantar que você vai amar. Bom, agora estou indo e você se cuide minha filha,
me liga pra eu saber como você está e se precisar é só me chamar.
L:Está bem e obrigada por tudo.
P:até. (sorrindo)
Sr. Paulo foi pra empresa e Laura ficou se perguntando o que
seria essa tal surpresa, mas só esperando pra saber.
Passou o dia todo tentando falar com Lucas e nada, estava
preocupada porque não pode ligar pra ele nos últimos dois dias, ele poderia
estar chateado, vai saber, o fato é que estava agoniada.
No dia seguinte, logo depois que acordou, desceu até a
banca para comprar um jornal. Assim que encostou ao trinco da porta percebeu
que estava aberta
Laura deu um grito.
L:Não acredito! Lucas! (indo em direção a um abraço) meu
anjo da guarda, eu estou sonhando? Belisca vai! É muita felicidade.
Lu:Minha linda como você está? Assim que soube do
ocorrido peguei logo o próximo avião e zarpei pra cá.
(com as mãos no rosto de Laura) Meu Deus, olha só o que
esse monstro fez com você.
L:Já passou Lucas, como eu estou feliz, foi a melhor surpresa que
já tive na vida! (não parava de abraçar Lucas)
Alguns minutos depois...
L:Você vai ficar aqui pra sempre? (sorrindo)
Sabia que não, mas não custava nada sonhar em voz alta.
Lu:Não minha lindinha, mas vou ficar bastante sim, até
não restar mais nenhum vestígio dessas coisas aí no teu rosto.
L:Que ótimo, será o melhor dia de todos!
Lu:Você está bem mesmo Laurinha?
L:Porque?
Lu:Não sei, depois de tudo isso você está tão, tão
tranquila, não sei...(se sentando no sofá)
Nesse momento Laura foi se aproximando do amigo.
Lu:Estou aqui meu anjo, pode tirar essa armadura, está
tudo bem agora.(com um sorriso bondoso e abrindo os braços para ela)
Laura nem pensou duas vezes ajoelhou no chão e encostou a
cabeça no colo de Lucas, chorou, até soluçava.
L:Eu tive tanto medo, meu corpo dói, achei que iria
morrer. Sinto tanto a sua falta Lucas. (sorrindo)
Lu:Minha linda, nada de ruim vai acontecer com você.
Nunca mais, você nasceu pra ser feliz.
L:Mas porque? Porque nada de feliz acontece comigo?
Lu:Você vai ver, como tudo tem um porque.
L: Será? (Soluçando)
Lu:Chora, chora que vai te fazer bem lindinha. Senta aqui
vem.
Laura encostou a cabeça no colo de Lucas e chorou feito
criança, talvez não chorasse assim nem na morte de sua mãe ou de seu pai, estava
cansada de apanhar da vida, era uma coisa pior que a outra.
Um tempo depois.
Lu:Oi?! Até quem fim acordou sua dorminhoca.
L:Sim, acordei e acordei pra vida. Talvez isso foi pra
dar valor a minha vida.
Lu:Ei eu já ouvi isso! Você se superar já está bem, não
precisa radicalizar a coisa.
L:Vem, vamos pra empresa, preciso falar com o Sr° Paulo.
Lu:E o seu tornozelo?
L:Está bem Lucas, vamos logo.