D:Água? Claro eu...
M:Vai logo garota! (preocupado)
D:Sim, me desculpe
Débora saiu apressada atrás da tal água.
M:Amor? Amor? (colocando a mão delicadamente sobre seu
rosto)
M:Acorda! (já chorando)
Débora trouxe água e álcool, Murilo molhou um pouco numa
toalhinha e passou próximo ao nariz de Laura, ela aos poucos foi abrindo os
olhos.
L:Onde eu estou?
M:No meu colo! (sorrindo)
Laura retribuiu com um sorriso fraco.
M:Você esta pálida Laura, o que foi?
L:Não sei, de repente me deu uma tontura.
M:Vamos! Eu vou te levar ao Hospital.
L:Não precisa Murilo, é a alimentação, não ando comendo
muito.
M:Mesmo assim.
L:Não precisa.
M:Precisa sim, você sofreu um acidente sério e por
milagre sem nada digamos que sério. Você vai e pronto. Isso não se discute
mais.
Laura pensou, quem ele pensa que é pra falar comigo desse
jeito? Mas estava tão mole, tão cansada que mal conseguia falar, que dirá
arrumar uma discussão.
L:Então vamos.
M:Espera sentadinha aí que vou avisar a Débora.
L:Tá.
Alguns minutos depois...
M:Vamos?
L:Antes preciso avisar o Carlos!
M:Não!
L:O que?
M:Não precisa, pense, ele vai ficar nervoso á toa, deixa
depois da consulta você conta pra ele, eu te levo em casa.
L:Não abro mão do meu carro.
M:Depois vemos isso tá?
L:O que você está fazendo Murilo?
M:Estou te levando ao médico!
L:Me coloca no chão, eu estou bem, consigo andar.
M:Não.
L:Murilo! Seu braço nem tá recuperado ainda.
M:Já disse que não, fica quietinha aí pra não te dar
tontura de novo.
Murilo estava amando ter Laura em seus braços de novo, o
que ele não estava amando era esse desmaio e se foi alguma sequela do acidente
que só apareceu agora? Estava nervoso e não conseguia disfarçar.
Quando passou com Laura em seus braços, todos da empresa
ficaram surpresos. Porque sabiam que eles namoravam, mas Laura jamais fez nada
que eles vissem na empresa.
Nem se chamavam pelos apelidos nem nada do tipo.
E agora que ela não o conhecia, eles estavam ali. Tão
fofos.
No hospital.
Médico:Sim?
M:Ela desmaiou Doutor, só que ela sofreu um acidente a
pouco mais de dois meses e ficou duas semanas desacordada.
Médico: Sei. Dona Laura?
L:Lembrou que eu estou aqui? Achei que o paciente era
ele.
M:Ei, não adianta implicar comigo, eu não vou ficar
bravo.
L:Não sei se vocês dois já viram, mas eu não sou criança.
M:Mas tá se comportando como uma.
L:Olha aqui, você.
Médico:Calma, vamos ao que interessa. Dona Laura, essa é
a primeira vez que você desmaia depois desse acidente?
L:É.
Médico:Vamos fazer uns exames de sangue e uns raios X ok?
L:Isso deve ser alimentação, tenho quase certeza, nem
comer eu estou conseguindo.
Médico:Seja lá o que for, saberemos com os resultados do
exame de sangue.
M:Quanto tempo leva pro resultado?
Médico:Olha, devido as circunstancias posso conseguir no
máximo daqui a 5 horas.
M:Nós esperamos!
L:Esperamos o caramba, eu tenho mais o que fazer.
M:Vamos dar um passeio enquanto esperamos. Antes de saber
o que você tem, você não vai se esforçar.
L:Falou o meu pai.
M:Então Doutor?
Médico:Bem , vamos Dona Laura?
L:Tá.
Laura foi fazer os exames. Murilo estava muito aflito vai
saber o que aquelas víboras estavam fazendo com ela?
Um tempo depois.
M:E aí Doutor?
Médico:Aparentemente nada mas só depois dos resultados
pra termos certeza.
L:Pronto? Está satisfeito? Eu disse que não era nada.
M:Não sabemos ainda, só vou acreditar depois dos exames.
Médico:Senhor Murilo só falta os exames mesmo. Mas é
certeza que está tudo bem com a sua mulher.
L:Mulher?
M:Obrigado Doutor, voltamos a tarde pra saber o
resultado.
Médico.Está bem.
M:Tchau, tenha uma boa tarde Doutor (o cumprimentando)
L:Ah! Me coloca no chão.
M:Não.
L:Murilo, por favor?!
M:Se despeça do Doutor, estamos indo.
L: Eu não acredito. Até mais tarde Doutor.
Médico:Até. (Rindo)
L:Seu homem das cavernas, já que não posso voltar pra
empresa o que vamos fazer enquanto esperamos?
M:O que? Você ainda pergunta?
L: Ann?
M:Vamos comer, você não disse que era a alimentação?
L:É, comer não é uma má ideia. Agora que você já me fez
pagar esse king Kong me carregando no colo pelo hospital todo, pode me por no
chão?
M:Claro Pedrita.
L:Você tá cheio de graça hoje.
M:É porque gosto de você e a ideia de você estar em
perigo me mata de preocupação.
Laura ficou tão encantada com aquilo, Carlos nunca havia
falado com ela daquele jeito. Mas não demonstrou essa surpresa em relação ao
tratamento dele.
L:Desculpa, acho que fui estúpida.
M:Não precisa se desculpar, te conheço bem. Já estou
acostumado.(sorrindo)
L:Mas de qualquer modo me esculpe.
M:Se isso te acalma. Está desculpada amor, é Laura.
Laura muitas vezes pegava Murilo a chamando de Amor, as
vezes parece que a palavra também queria pular de sua boca.
Quando chegaram...
L:Não acredito!
M:O que?(já sabendo o que ela ia dizer)
L:Eu adoro esse lugar.
M:Eu sei! Sempre venho aqui, porque aqui tem a melhor
pizza de...
M:Mussarela da região;
L:Mussarela da região;
Murilo não ficou surpreso, mas Laura quase morreu de
arrepio quando completaram a frase juntos. Que sincronia era aquela?
Murilo sabia muito bem o que era. E ficou muito feliz por
isso, era o primeiro passo para o começo talvez da volta da sua mulher. Da
volta pra ele.
L:Nossa, o que foi isso?(Rindo)Acho melhor irmos então.
M:Vamos. (sorrindo)
Entraram, sentaram na mesa preferida dos dois.
M:Acho que nem preciso perguntar o sabor não é?
L:É. (rindo)
L:E você preocupado com a minha alimentação me traz pra
comer pizza! (rindo)
M:Você disse alimentação e não alimentação saudável.
(rindo)
L:Você tem razão.
Alguns minutos
depois.
Garçom:Querem mais orégano?
Foi o garçom colocar a pizza na mesa e Laura sair direto
pro toalete.
L:Desculpa, licença.
Um tempo depois.
Laura apareceu no meio da pizzaria e chamou Murilo.
M:O que foi Laura? Quase morri de preocupação, estava
quase mandando uma garçonete atrás de você.
L:Eu não estou conseguindo ficar aqui, só o cheiro está
revirando meu estômago.
M:Talvez seja melhor uma coisa leve?
L:Desculpe, mas não dá.
M:Não tudo bem, vem, vamos em outro lugar.
Murilo pagou a conta e levou a Laura até um parque.
Parque esse que foi o cenário de minutos antes do
acidente.
Chegaram e sentaram no gramado. Murilo foi atrás de uma
coisa para Laura por no estômago.
M:Toma, é uma água de coco, vê se você consegue beber.
L:Obrigada.
Laura olhou e tomou.
M:E aí?
L:O que?
M:Desceu?
L:Graças à Deus. (rindo)
Ficaram ali conversando a tarde toda.