L:Me dá licença!(com a cara fechada)
C:Ei! Calma aí, não fica nervosinha não, só vim dizer que
sinto muito pelo seu pai.
L:Olha aqui, se você veio até aqui tirar com a minha cara
eu ainda tolero, mas se você colocar o meu pai...
C:Calma Laura, tô aqui de peito aberto pra dizer que
realmente sinto muito, sério mesmo.
L:Sei...(desconfiada)
C:Olha, eu sei que fui muito idiota com você, que disse
coisas que devem ter te magoado,mas eu quero que você me perdoe, fui um idiota
e queria que você soubesse que pode contar comigo, quero ser seu amigo. Você me
perdoa? Vamos começar do zero?
L:Eu acho que p...
P: Laura, algum problema aqui? (Interrompendo)
L:Não, só estava esperando esse cavalheiro me dar licença
pra ir ao banheiro.
C:Me desculpe, pode passar Laura... Oi Pamela?
P:Oi! Vamos Laura, já está quase na hora de entrarmos.
Elas entram no banheiro...
P:O que o Carlos queria com você? Não era pra...
L:Não... (pensativa) isso é que é mais estranho.
P:Porque?
L:Como porque? Você sabe como ele é e do nada ele vem me
pedindo desculpas?
P:E você?
L:Eu o que?
P:Vai perdoar ele?
L:Mas é claro que não, você acha que depois de todas
aquelas palhaçadas é só pedir desculpas e pronto? Ele tá muito enganado, culpa é toda dele de eu ficar ouvindo essas
coisas desses meninos idiotas.
P:Mas você devia.
L:Devia o que Pamela?(estranhando a amiga)
P:Perdoá-lo
L: Você bebeu? Só pode, eu estou te estranhando.
P: Acho que todo mundo na vida deve ter uma segunda
chance, pessoas mudam Laura, mudam seus conceitos, seu pensamentos, seu modo de
ser.
Laura ficou confusa, não sabia o que dizer, estava
confusa.
L:Vou pensar a respeito.
P:Tenho certeza que você não vai se arrepender.(abraçando
Laura)
Na saída da escola...
Lu:Oi Laura.
L:Ai que susto Lucas, é você.
Lu:Me desculpe, não quis te assustar, mas é que não
consegui falar com você. Só queria dizer que sinto muito pelo seu pai e que se
precisar pode contar comigo, sempre viu.
L: Obrigada Lucas, obrigada mesmo.
Quando Laura ia saindo Lucas a segurou e disse.
Lu:Posso te acompanhar?
L:Claro.
Laura não conseguia explicar, mas sentia-se muito bem ao
lado de Lucas, como se ele fosse seu anjo da guarda, gostava mais da companhia
dele do que a da Pamela.
Os dias foram passando, Laura cada vez mais amiga de
Lucas e Carlos se dedicando ao máximo em conseguir o perdão de Laura, mas claro
que Laura quis desde o primeiro instante dizer que o perdoava, porque o amava.
Mas se segurou ao máximo, pra ver se realmente era
verdadeiro este perdão.
Até que chegou o dia em que ela não aguentava mais
segurar e disse que o perdoava.
C:Laura, você não sabe o quanto estou feliz, nem consigo
acreditar, você não vai se arrepender, eu mudei e vou provar pra você.
Num momento de impulso, saltou os lábios de Laura e em um
beijo demorado e delicado ele percebeu que havia conquistado Laura.
L:Você está louco? O que você pensa que está fazendo? (se
afastando)
C:Eu quero você. Laura, eu te amo.
Laura não sabia o que pensar o que dizer ou fazer. Mas
não foi preciso, Carlos lhe roubou mais um beijo, mas dessa vez um beijo que
Laura não deteve e deixou que as bocas se encaixassem num ritmo que se juntava
com as batidas do seu coração.
Depois desse beijo, as coisas mudaram...
Laura cedeu, já não conseguia mais conter essa paixão que
explodia em seu peito, a cada dia uma declaração de Amor mais linda que a
outra.
Mas isso foi no começo, depois de varias semanas a coisa
foram mudando, Laura percebeu que ele a evitava, não saiam mais, quase nem se
viam. Pamela sempre defendia Carlos, tentava fazer sempre com que Laura sempre
acreditasse nas desculpas e explicações dele.
Mas Laura sabia que tinha um motivo, o motivo que não
sabe explicar o porquê, mas não contou pra Pamela, havia se entregado a Carlos,
agora sofria consigo mesmo achando que o que ele queria era só isso, agora que
conseguiu, não quer mais nada.
As férias de Junho já estavam aí, Pamela havia ido viajar
a quase duas semanas e nem ligava pra Laura.
Lu:Laura você não vai viajar?
L:Nem tenho pra onde.
Lu:Sei lá, alguma cidade onde more alguém da sua família?
L:A única família que eu tinha era meu pai (triste)
Lu:Se quiser pode ir ficar em casa, podemos assistir
filme, comer pipoca e pizza de mussarela
L:Eu adoraria, mas tenho medo de deixar a casa sozinha e
esses dias ando meio estranha, com um sono inexplicável, só quero dormir, tudo
me cansa.
Lu:Você está comendo?
L:Agora que você está dizendo, não estou comendo nada
saudável. (rindo)
Lu:É isso garota, tem que se alimentar bem.
L:Vai ver até coisa estragada ando comendo, porque semana
passada vomitei muito.
Lu:Pode ser uma virose!(preocupado) você tem que ver
isso.
L:É mesmo.
Lu:Se quiser vou ao médico com você!
L:Não precisa Lucas, a Pamela havia me dito que ia
comigo, na verdade quando contei pra ela sobre esses sintomas ela sumiu, nem
minhas ligações retornou.
Lu:Vai ver ficou com medo de pegar a virose. (rindo)
L:É pode ter sido isso. Mas vou marcar o médico.
Lu:Pode deixar que vou com você.
L:Assim que eu marcar te aviso o dia. Agora vou indo.
Lu:A noite passo na sua casa pra te fazer companhia tá?
L:Ok. Até mais tarde então.
No mesmo dia Laura havia ligado pra marcar o médico, nem
tanto pela insistência de Lucas, mas porque não aguentava mais vomitar.
Laura marcou o médico e já capotou na cama. Só sabia
dormir nesses últimos dias.
As 20h00min do mesmo dia
Laura acorda com um barulho na cozinha.
Pensou que pudesse ser Lucas, afinal havia ficado de ir
lá mais tarde.
Foi descendo as escadas, o barulho ainda continuava.
L:Lucas?(acendendo as Luzes)
L: Pamela! Que susto! O que foi isso que você jogou pela
janela?
P:Umas folhas de papel toalha. (nervosa). Nem vi o lixo
aqui do lado.
L:!Onde você esteve nesses dias? Havia até esquecido que
você tinha a chave de casa. O que você está fazendo?
P:Então, eu fiquei uns dias na casa da minha tia e ela me
ensinou alguns chás pra aqueles sintomas que você estava tendo.
L:Que bom porque não aguento mais esses enjoos, até
tontura eu tive essa semana e o Lucas quer porque quer que eu vá o quanto antes
ao médico.
P:Não!
L:Ann?
P:Digo, não é necessário, porque esse chá é tiro e queda.
L:Tudo bem então. Quer ajuda?
P:Não, só espere que já esta quase pronto.
Alguns minutos depois...
P:Aqui está amiga, toma que vai te fazer bem.
L:É muito amargo!
Laura saiu correndo entrou no banheiro e jogou tudo pra
fora.
P:Tomou?
L:Acho que nem chegou no estômago(limpando a boca)
P:Então bebe mais, vou colocar açúcar pra ficar melhor
tá?
L:É, quem sabe ajuda.
Um tempinho depois
P:Pronto, agora esta melhor.
L:Obrigada.
Laura tomou todo o copo.
L:Agora não estava tão amargo. Nossa, vou ligar pro Lucas
e dizer pra ele pedir pizza de Calabresa também.
P:O Lucas?(Assustada) O que o Lucas vai fazer?
L:É que daqui a pouco ele está chegando, ele vem dormir
aqui hoje, não queria me deixar sozinha e você nem estava na cidade, mas aviso
ele e...
P: Não, não é necessário, eu já vou indo, só passei pra
te dar esse chá.
L:Mas você não quer mesmo?
P:Não, estou cheia de coisas pra fazer, tchau até outro
dia Laura (nervosa)
L:Tchau, mas espera eu te levo até a porta.
P:Não, não precisa. Tchau Laura.
L:Tchau(sem entender)
Já era noite quando Lucas chegou à casa de Laura.
Lu:Laura! Sou eu Lucas, abre a porta se não as pizzas vão
esfriar. (gritando do lado de fora da porta)
Lucas estranhou a demora, estava tudo aceso e Laura sabia
que ele estava chegando.
Lu:Laura? Você esta aí?(gritando)
No mesmo instante ele ouviu um grito desesperado de
Laura.
L:Lucas! Socorro! (gritando)
Lucas não pensou duas vezes e logo foi arrombando a porta
Lu:Laura! Onde você está?
L:Na cozinha! (gritando)
Lucas assim que chegou levou o susto
Lu:Laura, o que aconteceu?
L:Me ajuda...
Laura desmaiou e Lucas a pegou no colo colocou-a no
carro, estava confuso, não conseguia pensar no que havia acontecido, Laura
estava em uma poça de sangue, caída no chão da cozinha e gritando de dor.
Levou-a ao hospital o mais rápido possível.
Lu:Por favor me ajudem!
Médico: Coloquem-na numa maca.
Lu:Ela vai ficar bem doutor?
Medico: Não posso dizer nada ainda. Vou examiná-la.
Lucas ficou na sala de espera desesperado, o que poderia
ter acontecido? Só o medico agora poderia dizer.
Quase uma hora depois.
Médico: Senhor Lucas?
Lu: Aqui! (indo em direção ao médico)
Médico:Senhorita Laura o aguarda no quarto 22.
Lu:Mas o que houve doutor? Ela está bem?
Médico:Ela mesma quer contar para o senhor.
Lu:Quarto 22, estou indo.
Lucas já chegou desesperado.
Lu:Minha amiga como você está? O que houve? Você está se
sentindo bem agora? É algo grave?
Laura com lágrimas nos olhos.
L:Lucas, como eu não percebi?
Lu:Percebeu o que?
L:Eu estava grávida! (e caiu no choro)
Lu:Estava?
L:Acabou tudo.(chorando)
Lu:Meu anjo, vem encosta aqui.(a colocando contra seu
peito)
L:Eu fui culpada (chorando)
Lu:Para com isso Laura, como você ia saber?
L:É o meu corpo, eu tinha que saber, talvez tivesse
tomado mais cuidado.
Médico entrou na sala...
Lu:Ela já vai poder ir hoje?
Médico:Mesmo que fosse um aborto espontâneo você não poderia
ir hoje.
L:Como assim se fosse?
Lu:Não foi?
L:O que?
Lu:Laura?
L:Lucas eu não fiz nada.
Médico: Não é isso que os exames apontaram.
L:O Doutor está querendo dizer que..
Médico: Não estou querendo dizer nada, estou dizendo que
os exames apontam uma erva usada para provocar aborto em seu sangue.
Lu:Você tomou ou comeu isso Laura?
L:Eu não posso acreditar...(com as mãos na boca, não
conseguia parar de chorar)
Lu:O que foi Laura?
L:Pamela!
Lu: O que tem ela?
Laura com muito custo, soluçando de tanto chorar contou o
que havia acontecido nas ultimas horas em sua casa.
Lu:Laura, isso que você está me contando é muito grave,
por causa dela você podia ter morrido,
perdeu muito sangue e se eu não fosse na sua casa? Deus me livre e guarde o que
poderia ter acontecido.
L:Eu vou lá.
Lu:Vai em lugar nenhum, você vai descansar, quanto tempo
aproximadamente ela terá que ficar aqui Doutor?