Na escola...
L:Oi Pâmela (dando um abraço na amiga)
P:Como você tá? Seu pai melhorou?
L:Infelizmente não, já não sei mais o que fazer.
P: (colocando a mão no ombro da amiga) Fica tranquila ele
vai ficar bem, você vai ver.
L:Deus te ouça, não sei o que fazer da minha vida se eu
ficar sem ele, é a única família que eu tenho.
P: Laura, você sabe que eu sempre vou estar com você.
L:Na verdade obrigada por tudo, não sei se estaria
suportando tudo isso sem você. Nessa escola não tenho nenhum amigo, na verdade
nem colega (deu um riso triste)
P:Mas eu sou uma amiga que vale por dez! (tentando animar
à amiga)
L:É, você é mesmo. Te adoro viu? E muito.
Na sala de aula...
Assim que Laura entrou, começaram as brincadeiras de mau
gosto.
Riam o tempo todo dela, do jeito que ela andava, do jeito
que ela se vestia.
Tudo nela era motivo de chacota.
P: Laura você sabe que eles são uns idiotas!
Nesse momento chegou Lucas um menino da sala que pra
falara verdade Laura nunca tinha nem reparado.
Mal sabia ela que ele seria seu protetor da vida inteira.
Lu:Você está bem?
P:Sai daqui garoto, ela não precisa de mais ninguém pra
rir dela.
L:Estou bem, já estou acostumada.
Lu: Mas não devia (segurando a mão dela)
L:O que? (Surpresa)
P:Se você vier com mais..(foi interrompida)
Lu:Não devia, porque ninguém tem o direito de fazer isso
com você. Pessoas não merecem isso.
L:Obrigada. Desculpe mas quem é você? Qual é o seu nome?
Lu:Meu nome é Lucas, estudo com você desde o fundamental.
L:Obrigada por se preocupar, mas como eu te disse estou
bem, não entendo porque toda vez eu caio nessas brincadeirinhas...Talvez seja
porque toda vez eu acho que pode ser diferente.
Lu:Vai ser, você vai ver que cada tombo tem um porque na
vida da gente. (saindo)
P:Lucas, espera (indo atrás dele)Me desculpa, fui meio
estúpida com você, é que me dá nos nervos fazerem isso com ela, então já é meio
que automático sabe? Autodefesa. (sorrindo)
Lu:Tudo bem, eu entendo. Cuida dela, ela é uma grande
pessoa!
P:Sempre, tchau.
Lu:Até.
Pamela voltou ao lado da amiga que disfarçadamente
enxugava as lágrimas.
P:Acho que essa amiga aqui não vai ter só eu pra dividir
as alegrias e a pizza de mussarela de
agora em diante.
L:Até parece, ele só ficou com dó de mim, como a maioria
faz.
P:Vamos parar com isso, não foi não. Eu não me lembro de
nenhum desses idiotas da sala vir perguntar como você estava.
L:É, isso é mesmo. (Pensando com calma)
O dia passa logo e Laura volta pra casa às pressas para
ver o pai, graças a Deus já estava melhor quando o deixara em casa.
No Jantar
M:Filha como foi seu dia hoje?
L:Bem pai
M:Laura?
L:O que Pai?
M:Olha pra mim.
Laura já estava com os olhos cheios de lágrimas
L: Pai... (indo com os braços abertos para o pai)
M:Laura, olha aqui pra mim
M:Eu não vou te deixar sem antes te ensinar a se defender
da vida e a ser forte. Afinal, as pessoas não duram pra sempre meu amor.
L:Pai, vou ser uma grande empresária e o senhor vai
sentir muito orgulho de mim.
M:Eu já tenho muito orgulho de você e sua mãe também,
pode ter certeza que Helena assim como eu, sabe que trouxemos ao mundo uma
grande mulher.
L:Te amo pai.
M:Também te amo minha filha.
Era fim de semana, pra alegria de Laura passaram um final
de semana tranquilo, o pai já estava melhor da bronquite, ao início da noite...
L:Pai, que tal pedirmos pizza hoje?
M:Ótima ideia.
L:Então liga lá pra gente enquanto eu acabo aqui para o
senhor. (arrumando a garagem)
M:Obrigada minha filha, vai ser de mussarela mesmo?
L:Sempre! (sorrindo)
M:Não sei nem porque pergunto. (rindo)
Laura e o pai ficaram até de madrugada lembrando-se dos
momentos que não voltavam mais.
E assim passou-se o fim de semana.
O dia na escola foi calmo, pra alegria de Laura sem
piadas de mau gosto.
Quando chegou a casa encontrou o pai deitado ao sofá cheio
de cobertas, logo estranhou já que estava um dia de muito sol.
L:Pai... Pai... (o acordando devagar)
M:Oi minha filha, nossa você já voltou? Que horas são? Acho
que cochilei demais.
Depois dessas palavras entrou numa crise de tosse que
logo assustou Laura.
L:Pai, o que o senhor
está sentindo? O que aconteceu? O
senhor estava tão bem.
M:E estou bem minha filha, eu só me engasguei um pouco
foi isso. Não se preocupe tudo vai ficar bem (nervoso)
L:Mas pai..(neste instante Laura pega nas mão do pai e
percebe que ele esta muito fria)Pai,o senhor está gelado! (preocupada)
Ela colocou uma das mãos na testa do pai e percebeu que
estava ardendo em febre, desesperada pegou as chaves do carro e começou a
agasalhar o pai para levá-lo ao hospital.
M:Filha, não fica assim eu estou bem... (nisso vem outra
crise de tosse)
L:Pai (aos prantos)para, eu não sou mais criança, então
pare de dizer que está tudo bem, isso me machuca muito.
Nisso Manuel segurou a mão da filha e disse:
M:Está bem, se você não é mais criança então me ouça,
você vai ficar bem..
L:Pai...
M:Você vai ser uma mulher muito importante nessa cidade.
Laura não parava de chorar.
M:Eu e sua mãe sentiremos muito orgulho de você.
L:Pai, o senhor vai ficar bom, ontem o senhor estava,
semana passada o senhor também teve essa crise e...
M:Você sabe que não minha filha, nunca esqueça que eu te
amo muito viu?
L:Vem logo pai, vamos pro Hospital, o senhor precisa ser
examinado.
M:Pega aquela caixinha de porcelana em cima da cabeceira
da minha cama antes de irmos.
Laura se apressa e traz a caixinha, entrega ao pai
depressa e com muita dificuldade o leva para o carro, embora Laura trabalhasse
na oficina mecânica com o pai, não era forte como um mecânico.
M:Filha, essa caixinha é pra você, enquanto... Enquanto
eu estiver sendo examinado quero que você a abra.
L:Tudo bem pai, mas agora não fala muito que é pra essa
crise não atacar de novo.
Alguns minutos depois...
L:Pai chegamos.(vendo o pai cochilando)
L:Pai vamos!(parou e observou). Pai?(preocupada). Pai...(já
com os olhos verdes cheios de lágrimas)não pai, acorda pai, não faz isso, como
eu vou viver agora?(acariciando o rosto do pai com carinho)
Laura não conseguia parar de chorar, desceu do carro e
foi chamar alguém pra ajudá-la.
Já não dava mais, Manoel havia falecido ali, no caminho
para o hospital.
Passou-se o velório e o enterro...
Laura sempre foi decidida mesmo tão Jovem, tinha uma
ideia formada, queria crescer e ser a maior “empresária da cidade”
E com o que mais gostava, ia comercializar “Carros”.
Mas não conseguia imaginar esse sonho realizado sem o seu
amado pai, então pensava seriamente em desistir, porque era um sonho que os
dois sonhavam juntos.
E agora, seu mundo havia acabado.
Foi quando sozinha em casa lembrou-se da caixinha que seu
pai havia deixado em seu carro.
Foi até o carro a pegou e entrou em casa, sentou-se no sofá e com lágrimas
nos olhos a abriu.
Assim que abriu tocou uma melodia que ouviam juntos quando
todos eram felizes (pensou ela) quando todos estavam vivos... Quando se deu
conta parecia uma caixinha de musica igual àquelas que sempre têm uma bailarina
dançando ao meio, mas era do seu pai para ela, então não podia ser diferente,
era um carro! Laura sorriu assim que viu.
Havia um bilhete
“Sei que você vai seguir o caminho que vier do teu coração
filha e sei também que qual seja, vou sentir muito orgulho de você, lembre-se,
você nunca vai estar sozinha, eu dediquei esses últimos anos a preparar seu sonho,
espero que goste”.
Sucesso filha te amo. Seu pai Manoel Drummond.
Nisso Laura pensou consigo
L:Pai, o senhor vai sim sentir orgulho de mim, o senhor vai ver..(enxugou as lagrimas)
Mas o que seu pai deixou preparado? Não havia entendido,
não deu importância, achou que era apenas uma expressão.
Algumas semanas passaram-se e algumas coisas mudaram.
Assim que Laura chegou à escola viu Carlos se
aproximando, ela era apaixonada por ele, mas sempre em silêncio, sabia que ele
jamais a olharia, ele é o típico mauricinho que toda a escola tem, por isso
conforme ele foi se aproximando ela foi
se afastando indo em direção ao banheiro.
Foi quando ele entrou em sua frente e a segurou.