domingo, setembro 07, 2014

12° Sonho de Amor

P: Vai, por quê?
H: Não, é que ele começou agora a atender no consultório, achei que ele esperaria, sei lá... Um retorno de investimento?
P: Foi o que eu disse pra ele, mas ele está decidido.
H:Você não disse que ia para a França nas férias? Suas férias já estão aí.
P: E vou, o Miguel disse que como ele ainda não tem, digamos “fama” por aqui, ele dá conta sozinho nesse mês.
H: Que legal da parte dele, porque você havia combinado de já começar a trabalhar com ele nas férias.
P: Miguel é muito bacana e a senhora vai se consultar com ele agora, ein mãe? Depois das férias eu vou estar lá e quero te atender (sorrindo)
H: Meu filho, dentista, que orgulho.
P: Eu já vou indo para faculdade, e cadê a tia Alice?
H: Hoje seu tio foi levá-la.
P: E você vai demorar muito aí? (olhando-a)
H: Não, já vou indo, porque?
P: Porque é ruim tomar café sozinha! (sorrindo)
H: (retribuindo o sorriso) Pode ir tranquilo filho, sua mãe já vai.
P: Beijo .
Helena e Afonso não contaram sobre a doença para Pedro, era desnecessário na opinião deles.
E assim, Helena passou esses dias desligada, como se tivesse que viver apenas por obrigação, nada além disso.
Ela sabia que estava doendo estar longe de Miguel, sabia que ele fora daquela casa seria pior ainda, mas ao mesmo tempo em que pensava assim, ela mesma se repreendia, mentia para si mesma, porque estava amando, enlouquecidamente amando outro.

Na escola
Alice entrou correndo na sala de Helena.
A: Bom dia pessoal!(se referindo à sala de aula)
Helena estava substituindo um professor de História que havia faltado.
H:O que é isso Alice quer me matar?
A: Você tem visita.
H: Quem?
A: O pai de um aluno!
H: De qual?
A: Helena, eu não sei, vai lá ver, eu fico com eles!
H: Pessoal, eu tenho uma reunião importante agora, mas a Alice vai ficar com vocês e eu quero um resumo do que eu expliquei quando voltar.
A: Pode deixar, Helena.
H: Qualquer coisa é só me chamar e não dá lado pra eles não, porque eles acham que se mandam quando a professora não vem.
Alice ficou bem, já que dava aula para alunos até 10 anos e estava agora olhando uma sala de alunos do 2°grau.

Na diretoria.
H: Miguel?
M: Preciso falar com você!
H: Miguel você podia deixar para falar em casa? A tarde eu já estaria lá.
M: Você estaria lá, mas eu não.
H: Como?
M: Não dá mais, Helena.
Ela não sabia o que dizer.
M: Eu não sou de ferro.
H: Miguel... Eu... Eu.
M: Eu não durmo bem, eu não como, eu só penso em você.
H: Isso é muito hipocrisia da sua parte não é, Miguel? Eu sei que estou errada, sou casada, mas você tem uma namorada!
M: Namorada? Como você sabe?
H: Não era para eu saber?
M: Não é isso, mas eu já não...
H: Também não está sendo fácil pra mim.
M:H elena eu não tenho mais nada com ninguém desde aquele dia!(o dia em que quase transaram)
H: Mesmo que isso seja verdade, eu não vou dar continuidade a essa loucura.
Miguel foi se aproximando de Helena perto da mesa.
H: Não chega perto.(se afastando)
M: Eu te espero.
H: Como?
M: Estou disposto a esperar o resto da minha vida se for preciso, só pra te ter.
H: Você está maluco.
M: Por você
Miguel agarrou Helena pela cintura e a puxou para junto dele.
H: Me solta que eu vou gritar.
M: Você sabe que não vai, Helena.( beijado o pescoço)
H: Para com isso, Miguel, isso não está certo (ofegante)
M: O que não está certo, é ficarmos nos querendo, nos amando de longe.
H: Amando?
M: Isso mesmo(olhando a fixamente) Estou completamente apaixonado por você.
Posso te provar que não é só uma chuva de verão.
H: Sério?
M: Sério, eu te amo, Helena.
Miguel a beijou tão intensamente, que por alguns minutos, ela até se esqueceu que estava na escola e a porta estava aberta, esqueceu completamente do perigo.
H: Não! Para... Para com isso (o afastando)
M: Não gostou?
H: Não, não é isso, Afonso está doente.
M: Eu não acredito que.
H: Eu não posso fazer isso com ele.
M: Você não pode fazer isso com a gente, com você, Helena.
H: Eu... Sou uma covarde mesmo, Miguel, sou e não me orgulho disso, mas não tenho como mudar.
M: O que você sente por mim? De verdade (a segurou pelos ombros)O que?
H:Eu... Eu também.
M:...
H:Eu também te amo, te amo... Amo.
Miguel a beijou novamente, a roubando o ultimo oxigênio guardado para mais uma palavra. Beijaram-se, mas depois do beijo ele percebeu que estava salgado.
Eram as lagrimas dela.
H: Amo... Mas não posso deixar o Afonso.
M: Então acho que eu não tenho mais o que argumentar, você já decidiu o meu destino.
H: O seu?(chorando)
M:Como vou viver aqui? Te amando de longe, te vendo beijar outro, dormir com outro, cuidar de outro e pior, sabendo que me ama.
Eu não tenho estrutura para viver um amor assim.
Vou sair o mais rápido da sua casa e você vai poder viver do jeito que decidiu, mas não me faça participar disso. Porque já está doendo.
Miguel deixou a sala da diretoria aos prantos, saiu desnorteado daquela escola, porque agora sabia que ela sentia o mesmo, que loucura, em pouco tempo amava uma pessoa como nunca amou ninguém e ainda mal a conhecia, mas que jamais seria dele, porque ela tem medo, pena do marido, isso era demais para ele, talvez ela nem merecesse seu amor.

No dia seguinte.
P:Oi pai! Tudo bem?
A:Oi filho.
P:Quanto tempo não é?
A:É, quase não nos vemos mais.
P: Está na hora de mudar esse horário, pai.
A: Onde está o Miguel que também não o vi?
P: Onde mais? Já foi andar naquela lancha, lá na represa.
A: Sábado, o melhor dia da semana.
P:Ele que o diga, teve uns dias que até dormiu lá.
A: No meio daquela represa?
P:É (rindo)Legal não é? Eu gosto, mais não teria coragem não.
A:Eu não gosto e muito menos tenho coragem para isso.
P: E em vez do senhor dizer isso para a mãe, fica mentindo que vai levá-la.
A:Mas eu vou.
P:Sei.
A:Vou hoje mesmo.
P:Ela vai amar.
A:Estou achando ela muito triste esses dias, quero agradar um pouco.
P:Também estou achando, isso seria um ótimo presente.
A:O duro é que não gosto de pilotar aquela coisa.
P:Mas é só pedir para alguém pai.
A:Filho eu quero ir a sós com a sua mãe, se é que me entende (sorrindo)
P:Ah sim, então está certo, e vai usar o carro hoje?
A:Vou, mas é só por alguns minutos, se quiser usar depois pode usar.
H:Bom dia filho, bom dia Afonso!
A:Bom dia amor!(dando um beijo) Hoje vamos sair...
H:Não, eu queria ficar em casa, sossegadinha aqui com o meu ar condicionado.
A:Mas você vai amar aonde vou te levar, vamos ter a noite toda para o ar condicionado.
P:Pelo visto o passeio vai ser bom.
A:Então, Pedro, você vai comigo até onde eu e sua mãe vamos ficar e depois você pode voltar com o carro.
P:Ótimo pai.
Helena estava sem ânimo para nada, isso fazia dela uma pessoa muito chata de se estar.
Ela sabia disso e só estava esperando Afonso reclamar.
H:Onde está a Raquel?
A:No quarto, já colocou a mesa, já arrumou a cozinha então eu deixei que ficasse lá.
H:Fez bem, ela deve estar com algum problema com a família.
E assim terminaram o café.

Alguns minutos depois, Pedro, Afonso e Helena chegaram ao lugar.
H:O que é isso Afonso?
A: A lancha onde vamos passear hoje, não era um sonho seu?
H: É, mas...
A:Mas nada, Pedro pode levar o carro, sua mãe e eu pegamos um taxi depois.
Ela sempre quis passear em uma lancha a sós com Afonso, mas agora já não era a mesma coisa, ela já não queria mais estar com ele.
Alguns minutos depois.
Helena e Afonso estavam no meio da represa só os dois e aquele barulhinho de água.
H: Afonso, que lindo.
A: Não sei como você pode gostar disso, é muita água para um lugar só.
H: É lindo.
Helena estava com os braços abertos e olhos fechados para o céu e respirava fundo, aproveitando cada momento.
A: Saia da ponta, se você cair aí, eu não sei nadar.
H: Mas eu sei, na verdade poderíamos até nadar um pouco.
A: Você nada e eu olho
H: Muito obrigada.
Helena o beijou, Afonso estava com saudade da mulher, nessas últimas semanas estavam como robôs, muitas das vezes que transavam nem beijo acontecia.
Afonso a afastou, acariciou seu rosto e deu um selinho
A:Antes eu preciso te dizer algo importante, Helena, primeiro quero que saiba que eu te amo, mais que tudo nessa vida, morreria e mataria por você.
H: Para com isso, Af...
A: Não, Helena quero desabafar, porque não dá mais para esconder isso de você.
H:O que? (curiosa)
A:Lembra da nossa segunda crise feia no casamento?
H:Claro que lembro, isso é impossível de esquecer e...
A: Eu fui fraco, não medi as consequências. Eu te trai!
Helena não sabia o que dizer, não podia recriminá-lo, eles estavam em crise, pior era agora que ela o traiu sem estarem em crise alguma.
A:E do fruto dessa traição nasceu a Raquel!
Helena tomou um susto tão grande.
H: A Raquel? A Raquel que trabalha em casa de doméstica?!
A: Amor, eu sinto muito, eu não planejei isso, eu te amo.
As palavras vieram tão fortes na cabeça dela que Helena desmaiou.
Alguns minutos depois...
A:Helena! Helena!(ele a molhava com um pano umedecido)
Ela foi abrindo os olhos.
A:Graças a Deus.
H:Sai de perto de mim.
A:Amor...
Helena se levantou com dificuldade
A:Calma amor, eu te...
H:Sai!
Helena já estava nervosa.
H:A Raquel? Ela é sua filha?! Seu cachorro desgraçado!
A:Helena, isso foi há muitos anos atrás, depois disso foi só você, só você!
H:O tanto que essa menina sofreu sem ter um pai presente!
A:O que?
Afonso estava surpreso por Helena estar brigando em relação a ele cuidar da Raquel do que a traição em si.
H:O tanto que ela precisou de você! Já que tinha uma filha, que tivesse pelo menos cuidado dela, como você pode Afonso? Nós tínhamos acabado de receber o Pedro, eu estava frágil, a situação toda era fragil, e você sabe o porquê!
A:Eu estou arrependido Helena.
H:Arrependido?!Eu estou com nojo de você, Afonso, nojo! Eu não merecia isso, não de novo. (chorando)
A:Helena me entenda, você não me ouvia, eu estava...
H:Carente?! É isso? Para mim chega, Afonso, eu quero a separação!
Helena chorava muito, o homem em quem confiava tanto assim ,a tinha traído de novo, as lágrimas eram de decepção, ela traiu? Não, ela não o traiu, mas antes tivesse traído, não, ela se arrependera amargamente porque tinha um marido maravilhoso, maravilhoso? Ela mesma não sabia mais em o que pesar em que acreditar, aquele homem na sua frente não era o Afonso que conhecia.
...
Miguel não sabia há quanto tempo navegava, tinha perdido a noção do tempo. De repente avistou outro barco, parecia haver algo errado, estaria quebrado, à deriva? Miguel resolveu parar, jogar a âncora e aguardar na expectativa de que precisassem de ajuda.
Percebeu um casal no convés, pareciam discutir...
Ele pensou em chamar a atenção deles, mas achou melhor esperar.
...
A:O que?! Helena, não é para tanto, eu sei que errei, mas e os momentos felizes que passamos? Isso não conta?
H:Claro que conta, Afonso, mas não é só isso, isso apenas ajudou na decisão que a tempos queria tomar ou melhor, que já deveria ter tomado desde a primeira vez.
A:Você já estava pensando em se separar de mim.
H:Não dá mais, Afonso.(soluçando de tanto chorar)
A:Como não? Eu te amo.
H:Para de mentir, o que mais você mentiu pra mim? Sua doença também?
Afonso ficou em silêncio.
H:Não, eu não acredito...
A:Foi preciso. Helena.
H:Seu monstro.
A:Helena eu te amo, acredita em mim eu estava sentindo você distante, eu precisa de algo pra ter certeza que você não iria me deixar.
H:Mas eu não te amo mais!(Gritou)
Helena a essa altura pensava apenas no quanto ela queria amar, e só amar Miguel e seu marido tão maravilhoso estava lá, com a filha bastarda debaixo do teto deles.
A:Não, isso não é verdade.(ele a segurou forte nos braços e a sacudia)
H:Afonso para, você tá me machucando!
A: Eu te amo! Não faz isso comigo eu sei que errei, mas já disse para Raquel que eu pago uma faculdade pra ela fora do Brasil, ela vai embora e esse pesadelo acaba, ela nunca mais vai aparecer.
H:Monstro, você é um monstro, Afonso, a menina não tem culpa de você ser quem é, estou enganada em relação a você, 30 anos de mentira? Esse é o seu verdadeiro eu? E eu ainda acreditei que você havia mudado.
Para mim chega, volta agora para casa, quero ficar o mais longe que puder de você, porque se não, eu não respondo por mim.
A:Não, vamos ficar aqui até você desistir dessa ideia maluca de separação, um amor como o nosso não acaba assim, você tem outro, é isso? Helena, eu mato o infeliz eu juro que mato!
H:Para com isso, o nosso casamento já tinha acabado a um tempo, agora de a volta logo nesse barco e vamos sair daqui.
A:Não.
H:Então eu vou nadando mesmo.
A:Você não faria isso.
H:Você realmente não me conhece, está vendo aquele barco ali?
A:O que tem?
H:Eu vou para ele e chamo a polícia se você for atrás de mim.
A:Policia? Porque? Eu não fiz nada, você é minha mulher.
Helena bateu a canela e o braço em um banco da lancha, estava completamente fora de si.
A:Porque você fez isso?
H:Vem atrás de mim que eu falo que você me agrediu!
Afonso já estava perdendo a paciência, ela não era assim, que atitude infantil era aquela, que Helena era aquela em sua frente?
Não sabia que Helena precisava de uma dor que ela sabia onde doía, porque aquela que sentiu quando percebeu que trocou o verdadeiro amor de Miguel por mais uma mentira de Afonso, era forte demais.
A:Se você pular te deixo aí!(já com raiva)
H:Vai, é um favor que você faz.
A:Helena para com isso, vamos ficar como antes.

Helena mesmo com medo, mais orgulhosa pulou naquela imensa represa!
Miguel ficou sem ação por alguns momentos quando viu a mulher pular na agua.
Mas acordou quando percebeu que a mesma não nadava muito bem e estava ao sabor das correntezas, ele pegou de imediato uma boia e se jogou ao mar. Nadou na direção a ela, quando chegou mais perto nem acreditou no que estava vendo.
M:Helena?!
H:Miguel! Que bom que é você, me tira daqui, por favor, me leva daqui (desesperada).
Afonso no outro barco gritava para que a trouxesse de volta, nem dava para ver que era Miguel, mas ele nadou com ela em direção à própria lancha.
Afonso ligou a lancha em direção a eles, mas lembrou de que Helena estava nervosa e que podia realmente chamar a polícia.
Mesmo brigando consigo mesmo deu a volta e foi para casa, decidiu espera-la, talvez a noite já estivesse com a cabeça mais leve.
Miguel ligou a lancha e sumiu dali, como sabia pilotar muito melhor que Afonso, logo eles não eram mais vistos.
Ele percebeu que precisava cuidar dela.
Ela chorava inconsolável e se agarrava a ele como se fosse literalmente um escudo, chorava e nada mais falava. Ficou um longo tempo assim, abraçada a ele, suas roupas molhadas grudavam nos corpos e Miguel percebeu irritado, que começava a se excitar.
Afastou-se dela rapidamente, entrou na cabine pegou um cobertor e um spray “Gelol”.
M:O que foi, Helena?(já espirrando o “Gelol” nos roxos em sua canela)
H:ai!
M:Desculpa!
H:Acabou, Miguel, acabou.
M:O que foi que ele fez?
H:Afonso é um monstro, um monstro.
M:Eu não entendo.
H:Não quero falar sobre isso, a partir de agora começa uma nova vida.
Miguel ficou em silêncio.
H:Ao seu lado.
M:Mas você não disse que...
H:Disse, disse, mas eu sou uma idiota uma tonta, agora eu quero você, eu preciso de você Miguel.

4 comentários:

Unknown disse...

Ai que perfeito esse cap. Helena toda decidida e arrependida porque não pegou o boy. Agora é só esperar o proximo cap. Kkkkk lancha sua LINDA!
���� "H:...agora eu quero você, eu preciso de você Miguel."����hehehe
"

Unknown disse...

Awwwwn Miguel e Helena seus perfeitos s2
Eu sabia que a doença era mentira...
#TeamMiguelEHelena

Anônimo disse...

Ahhhhhh que filho da puta! Então era mentira... aff, e eu toda feliz já =(
Mas eu já devia desconfiar que seria fácil demais assim...

H:Não quero falar sobre isso, a partir de agora começa uma nova vida.
Miguel ficou em silêncio.
H:Ao seu lado.
M:Mas você não disse que...
H:Disse, disse, mas eu sou uma idiota uma tonta, agora eu quero você, eu preciso de você Miguel. --> Awnnn, vomitando arco-irís, que lindo!

É agora que eles se pegam, né? ahahahahaha
Adooooro

Unknown disse...

Sou a madrinha desse casamento...

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domingo, setembro 07, 2014

12° Sonho de Amor

P: Vai, por quê?
H: Não, é que ele começou agora a atender no consultório, achei que ele esperaria, sei lá... Um retorno de investimento?
P: Foi o que eu disse pra ele, mas ele está decidido.
H:Você não disse que ia para a França nas férias? Suas férias já estão aí.
P: E vou, o Miguel disse que como ele ainda não tem, digamos “fama” por aqui, ele dá conta sozinho nesse mês.
H: Que legal da parte dele, porque você havia combinado de já começar a trabalhar com ele nas férias.
P: Miguel é muito bacana e a senhora vai se consultar com ele agora, ein mãe? Depois das férias eu vou estar lá e quero te atender (sorrindo)
H: Meu filho, dentista, que orgulho.
P: Eu já vou indo para faculdade, e cadê a tia Alice?
H: Hoje seu tio foi levá-la.
P: E você vai demorar muito aí? (olhando-a)
H: Não, já vou indo, porque?
P: Porque é ruim tomar café sozinha! (sorrindo)
H: (retribuindo o sorriso) Pode ir tranquilo filho, sua mãe já vai.
P: Beijo .
Helena e Afonso não contaram sobre a doença para Pedro, era desnecessário na opinião deles.
E assim, Helena passou esses dias desligada, como se tivesse que viver apenas por obrigação, nada além disso.
Ela sabia que estava doendo estar longe de Miguel, sabia que ele fora daquela casa seria pior ainda, mas ao mesmo tempo em que pensava assim, ela mesma se repreendia, mentia para si mesma, porque estava amando, enlouquecidamente amando outro.

Na escola
Alice entrou correndo na sala de Helena.
A: Bom dia pessoal!(se referindo à sala de aula)
Helena estava substituindo um professor de História que havia faltado.
H:O que é isso Alice quer me matar?
A: Você tem visita.
H: Quem?
A: O pai de um aluno!
H: De qual?
A: Helena, eu não sei, vai lá ver, eu fico com eles!
H: Pessoal, eu tenho uma reunião importante agora, mas a Alice vai ficar com vocês e eu quero um resumo do que eu expliquei quando voltar.
A: Pode deixar, Helena.
H: Qualquer coisa é só me chamar e não dá lado pra eles não, porque eles acham que se mandam quando a professora não vem.
Alice ficou bem, já que dava aula para alunos até 10 anos e estava agora olhando uma sala de alunos do 2°grau.

Na diretoria.
H: Miguel?
M: Preciso falar com você!
H: Miguel você podia deixar para falar em casa? A tarde eu já estaria lá.
M: Você estaria lá, mas eu não.
H: Como?
M: Não dá mais, Helena.
Ela não sabia o que dizer.
M: Eu não sou de ferro.
H: Miguel... Eu... Eu.
M: Eu não durmo bem, eu não como, eu só penso em você.
H: Isso é muito hipocrisia da sua parte não é, Miguel? Eu sei que estou errada, sou casada, mas você tem uma namorada!
M: Namorada? Como você sabe?
H: Não era para eu saber?
M: Não é isso, mas eu já não...
H: Também não está sendo fácil pra mim.
M:H elena eu não tenho mais nada com ninguém desde aquele dia!(o dia em que quase transaram)
H: Mesmo que isso seja verdade, eu não vou dar continuidade a essa loucura.
Miguel foi se aproximando de Helena perto da mesa.
H: Não chega perto.(se afastando)
M: Eu te espero.
H: Como?
M: Estou disposto a esperar o resto da minha vida se for preciso, só pra te ter.
H: Você está maluco.
M: Por você
Miguel agarrou Helena pela cintura e a puxou para junto dele.
H: Me solta que eu vou gritar.
M: Você sabe que não vai, Helena.( beijado o pescoço)
H: Para com isso, Miguel, isso não está certo (ofegante)
M: O que não está certo, é ficarmos nos querendo, nos amando de longe.
H: Amando?
M: Isso mesmo(olhando a fixamente) Estou completamente apaixonado por você.
Posso te provar que não é só uma chuva de verão.
H: Sério?
M: Sério, eu te amo, Helena.
Miguel a beijou tão intensamente, que por alguns minutos, ela até se esqueceu que estava na escola e a porta estava aberta, esqueceu completamente do perigo.
H: Não! Para... Para com isso (o afastando)
M: Não gostou?
H: Não, não é isso, Afonso está doente.
M: Eu não acredito que.
H: Eu não posso fazer isso com ele.
M: Você não pode fazer isso com a gente, com você, Helena.
H: Eu... Sou uma covarde mesmo, Miguel, sou e não me orgulho disso, mas não tenho como mudar.
M: O que você sente por mim? De verdade (a segurou pelos ombros)O que?
H:Eu... Eu também.
M:...
H:Eu também te amo, te amo... Amo.
Miguel a beijou novamente, a roubando o ultimo oxigênio guardado para mais uma palavra. Beijaram-se, mas depois do beijo ele percebeu que estava salgado.
Eram as lagrimas dela.
H: Amo... Mas não posso deixar o Afonso.
M: Então acho que eu não tenho mais o que argumentar, você já decidiu o meu destino.
H: O seu?(chorando)
M:Como vou viver aqui? Te amando de longe, te vendo beijar outro, dormir com outro, cuidar de outro e pior, sabendo que me ama.
Eu não tenho estrutura para viver um amor assim.
Vou sair o mais rápido da sua casa e você vai poder viver do jeito que decidiu, mas não me faça participar disso. Porque já está doendo.
Miguel deixou a sala da diretoria aos prantos, saiu desnorteado daquela escola, porque agora sabia que ela sentia o mesmo, que loucura, em pouco tempo amava uma pessoa como nunca amou ninguém e ainda mal a conhecia, mas que jamais seria dele, porque ela tem medo, pena do marido, isso era demais para ele, talvez ela nem merecesse seu amor.

No dia seguinte.
P:Oi pai! Tudo bem?
A:Oi filho.
P:Quanto tempo não é?
A:É, quase não nos vemos mais.
P: Está na hora de mudar esse horário, pai.
A: Onde está o Miguel que também não o vi?
P: Onde mais? Já foi andar naquela lancha, lá na represa.
A: Sábado, o melhor dia da semana.
P:Ele que o diga, teve uns dias que até dormiu lá.
A: No meio daquela represa?
P:É (rindo)Legal não é? Eu gosto, mais não teria coragem não.
A:Eu não gosto e muito menos tenho coragem para isso.
P: E em vez do senhor dizer isso para a mãe, fica mentindo que vai levá-la.
A:Mas eu vou.
P:Sei.
A:Vou hoje mesmo.
P:Ela vai amar.
A:Estou achando ela muito triste esses dias, quero agradar um pouco.
P:Também estou achando, isso seria um ótimo presente.
A:O duro é que não gosto de pilotar aquela coisa.
P:Mas é só pedir para alguém pai.
A:Filho eu quero ir a sós com a sua mãe, se é que me entende (sorrindo)
P:Ah sim, então está certo, e vai usar o carro hoje?
A:Vou, mas é só por alguns minutos, se quiser usar depois pode usar.
H:Bom dia filho, bom dia Afonso!
A:Bom dia amor!(dando um beijo) Hoje vamos sair...
H:Não, eu queria ficar em casa, sossegadinha aqui com o meu ar condicionado.
A:Mas você vai amar aonde vou te levar, vamos ter a noite toda para o ar condicionado.
P:Pelo visto o passeio vai ser bom.
A:Então, Pedro, você vai comigo até onde eu e sua mãe vamos ficar e depois você pode voltar com o carro.
P:Ótimo pai.
Helena estava sem ânimo para nada, isso fazia dela uma pessoa muito chata de se estar.
Ela sabia disso e só estava esperando Afonso reclamar.
H:Onde está a Raquel?
A:No quarto, já colocou a mesa, já arrumou a cozinha então eu deixei que ficasse lá.
H:Fez bem, ela deve estar com algum problema com a família.
E assim terminaram o café.

Alguns minutos depois, Pedro, Afonso e Helena chegaram ao lugar.
H:O que é isso Afonso?
A: A lancha onde vamos passear hoje, não era um sonho seu?
H: É, mas...
A:Mas nada, Pedro pode levar o carro, sua mãe e eu pegamos um taxi depois.
Ela sempre quis passear em uma lancha a sós com Afonso, mas agora já não era a mesma coisa, ela já não queria mais estar com ele.
Alguns minutos depois.
Helena e Afonso estavam no meio da represa só os dois e aquele barulhinho de água.
H: Afonso, que lindo.
A: Não sei como você pode gostar disso, é muita água para um lugar só.
H: É lindo.
Helena estava com os braços abertos e olhos fechados para o céu e respirava fundo, aproveitando cada momento.
A: Saia da ponta, se você cair aí, eu não sei nadar.
H: Mas eu sei, na verdade poderíamos até nadar um pouco.
A: Você nada e eu olho
H: Muito obrigada.
Helena o beijou, Afonso estava com saudade da mulher, nessas últimas semanas estavam como robôs, muitas das vezes que transavam nem beijo acontecia.
Afonso a afastou, acariciou seu rosto e deu um selinho
A:Antes eu preciso te dizer algo importante, Helena, primeiro quero que saiba que eu te amo, mais que tudo nessa vida, morreria e mataria por você.
H: Para com isso, Af...
A: Não, Helena quero desabafar, porque não dá mais para esconder isso de você.
H:O que? (curiosa)
A:Lembra da nossa segunda crise feia no casamento?
H:Claro que lembro, isso é impossível de esquecer e...
A: Eu fui fraco, não medi as consequências. Eu te trai!
Helena não sabia o que dizer, não podia recriminá-lo, eles estavam em crise, pior era agora que ela o traiu sem estarem em crise alguma.
A:E do fruto dessa traição nasceu a Raquel!
Helena tomou um susto tão grande.
H: A Raquel? A Raquel que trabalha em casa de doméstica?!
A: Amor, eu sinto muito, eu não planejei isso, eu te amo.
As palavras vieram tão fortes na cabeça dela que Helena desmaiou.
Alguns minutos depois...
A:Helena! Helena!(ele a molhava com um pano umedecido)
Ela foi abrindo os olhos.
A:Graças a Deus.
H:Sai de perto de mim.
A:Amor...
Helena se levantou com dificuldade
A:Calma amor, eu te...
H:Sai!
Helena já estava nervosa.
H:A Raquel? Ela é sua filha?! Seu cachorro desgraçado!
A:Helena, isso foi há muitos anos atrás, depois disso foi só você, só você!
H:O tanto que essa menina sofreu sem ter um pai presente!
A:O que?
Afonso estava surpreso por Helena estar brigando em relação a ele cuidar da Raquel do que a traição em si.
H:O tanto que ela precisou de você! Já que tinha uma filha, que tivesse pelo menos cuidado dela, como você pode Afonso? Nós tínhamos acabado de receber o Pedro, eu estava frágil, a situação toda era fragil, e você sabe o porquê!
A:Eu estou arrependido Helena.
H:Arrependido?!Eu estou com nojo de você, Afonso, nojo! Eu não merecia isso, não de novo. (chorando)
A:Helena me entenda, você não me ouvia, eu estava...
H:Carente?! É isso? Para mim chega, Afonso, eu quero a separação!
Helena chorava muito, o homem em quem confiava tanto assim ,a tinha traído de novo, as lágrimas eram de decepção, ela traiu? Não, ela não o traiu, mas antes tivesse traído, não, ela se arrependera amargamente porque tinha um marido maravilhoso, maravilhoso? Ela mesma não sabia mais em o que pesar em que acreditar, aquele homem na sua frente não era o Afonso que conhecia.
...
Miguel não sabia há quanto tempo navegava, tinha perdido a noção do tempo. De repente avistou outro barco, parecia haver algo errado, estaria quebrado, à deriva? Miguel resolveu parar, jogar a âncora e aguardar na expectativa de que precisassem de ajuda.
Percebeu um casal no convés, pareciam discutir...
Ele pensou em chamar a atenção deles, mas achou melhor esperar.
...
A:O que?! Helena, não é para tanto, eu sei que errei, mas e os momentos felizes que passamos? Isso não conta?
H:Claro que conta, Afonso, mas não é só isso, isso apenas ajudou na decisão que a tempos queria tomar ou melhor, que já deveria ter tomado desde a primeira vez.
A:Você já estava pensando em se separar de mim.
H:Não dá mais, Afonso.(soluçando de tanto chorar)
A:Como não? Eu te amo.
H:Para de mentir, o que mais você mentiu pra mim? Sua doença também?
Afonso ficou em silêncio.
H:Não, eu não acredito...
A:Foi preciso. Helena.
H:Seu monstro.
A:Helena eu te amo, acredita em mim eu estava sentindo você distante, eu precisa de algo pra ter certeza que você não iria me deixar.
H:Mas eu não te amo mais!(Gritou)
Helena a essa altura pensava apenas no quanto ela queria amar, e só amar Miguel e seu marido tão maravilhoso estava lá, com a filha bastarda debaixo do teto deles.
A:Não, isso não é verdade.(ele a segurou forte nos braços e a sacudia)
H:Afonso para, você tá me machucando!
A: Eu te amo! Não faz isso comigo eu sei que errei, mas já disse para Raquel que eu pago uma faculdade pra ela fora do Brasil, ela vai embora e esse pesadelo acaba, ela nunca mais vai aparecer.
H:Monstro, você é um monstro, Afonso, a menina não tem culpa de você ser quem é, estou enganada em relação a você, 30 anos de mentira? Esse é o seu verdadeiro eu? E eu ainda acreditei que você havia mudado.
Para mim chega, volta agora para casa, quero ficar o mais longe que puder de você, porque se não, eu não respondo por mim.
A:Não, vamos ficar aqui até você desistir dessa ideia maluca de separação, um amor como o nosso não acaba assim, você tem outro, é isso? Helena, eu mato o infeliz eu juro que mato!
H:Para com isso, o nosso casamento já tinha acabado a um tempo, agora de a volta logo nesse barco e vamos sair daqui.
A:Não.
H:Então eu vou nadando mesmo.
A:Você não faria isso.
H:Você realmente não me conhece, está vendo aquele barco ali?
A:O que tem?
H:Eu vou para ele e chamo a polícia se você for atrás de mim.
A:Policia? Porque? Eu não fiz nada, você é minha mulher.
Helena bateu a canela e o braço em um banco da lancha, estava completamente fora de si.
A:Porque você fez isso?
H:Vem atrás de mim que eu falo que você me agrediu!
Afonso já estava perdendo a paciência, ela não era assim, que atitude infantil era aquela, que Helena era aquela em sua frente?
Não sabia que Helena precisava de uma dor que ela sabia onde doía, porque aquela que sentiu quando percebeu que trocou o verdadeiro amor de Miguel por mais uma mentira de Afonso, era forte demais.
A:Se você pular te deixo aí!(já com raiva)
H:Vai, é um favor que você faz.
A:Helena para com isso, vamos ficar como antes.

Helena mesmo com medo, mais orgulhosa pulou naquela imensa represa!
Miguel ficou sem ação por alguns momentos quando viu a mulher pular na agua.
Mas acordou quando percebeu que a mesma não nadava muito bem e estava ao sabor das correntezas, ele pegou de imediato uma boia e se jogou ao mar. Nadou na direção a ela, quando chegou mais perto nem acreditou no que estava vendo.
M:Helena?!
H:Miguel! Que bom que é você, me tira daqui, por favor, me leva daqui (desesperada).
Afonso no outro barco gritava para que a trouxesse de volta, nem dava para ver que era Miguel, mas ele nadou com ela em direção à própria lancha.
Afonso ligou a lancha em direção a eles, mas lembrou de que Helena estava nervosa e que podia realmente chamar a polícia.
Mesmo brigando consigo mesmo deu a volta e foi para casa, decidiu espera-la, talvez a noite já estivesse com a cabeça mais leve.
Miguel ligou a lancha e sumiu dali, como sabia pilotar muito melhor que Afonso, logo eles não eram mais vistos.
Ele percebeu que precisava cuidar dela.
Ela chorava inconsolável e se agarrava a ele como se fosse literalmente um escudo, chorava e nada mais falava. Ficou um longo tempo assim, abraçada a ele, suas roupas molhadas grudavam nos corpos e Miguel percebeu irritado, que começava a se excitar.
Afastou-se dela rapidamente, entrou na cabine pegou um cobertor e um spray “Gelol”.
M:O que foi, Helena?(já espirrando o “Gelol” nos roxos em sua canela)
H:ai!
M:Desculpa!
H:Acabou, Miguel, acabou.
M:O que foi que ele fez?
H:Afonso é um monstro, um monstro.
M:Eu não entendo.
H:Não quero falar sobre isso, a partir de agora começa uma nova vida.
Miguel ficou em silêncio.
H:Ao seu lado.
M:Mas você não disse que...
H:Disse, disse, mas eu sou uma idiota uma tonta, agora eu quero você, eu preciso de você Miguel.

4 comentários:

Unknown disse...

Ai que perfeito esse cap. Helena toda decidida e arrependida porque não pegou o boy. Agora é só esperar o proximo cap. Kkkkk lancha sua LINDA!
���� "H:...agora eu quero você, eu preciso de você Miguel."����hehehe
"

Unknown disse...

Awwwwn Miguel e Helena seus perfeitos s2
Eu sabia que a doença era mentira...
#TeamMiguelEHelena

Anônimo disse...

Ahhhhhh que filho da puta! Então era mentira... aff, e eu toda feliz já =(
Mas eu já devia desconfiar que seria fácil demais assim...

H:Não quero falar sobre isso, a partir de agora começa uma nova vida.
Miguel ficou em silêncio.
H:Ao seu lado.
M:Mas você não disse que...
H:Disse, disse, mas eu sou uma idiota uma tonta, agora eu quero você, eu preciso de você Miguel. --> Awnnn, vomitando arco-irís, que lindo!

É agora que eles se pegam, né? ahahahahaha
Adooooro

Unknown disse...

Sou a madrinha desse casamento...

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