15°Confidências 2- Por Você

No dia seguinte.

L:Atchin!

O:Eu avisei. (entregando-lhe um chá)

L:Tudo bem, tudo bem, você me avisou. (bebendo-o)

Otávio a olhava como uma criança, sim, aquelas que a mãe diz para não fazer e ela vai e faz e depois faz um carinha de arrependimento que acaba desarmando o sermão que iria levar.

L:Er, está sem açúcar. (devolvendo-lhe o chá)

O:Claro que está, isso é um chá para amenizar a sua febre, não teria um gosto muito bom mesmo. (Incentivando- a tomar um pouco mais)

L:Está horrível, amor.

O:Lívia, anda, tome mais um pouco.

Com muita dificuldade ela tomou um pouco mais.

O:Hum, isso, é assim que eu gosto. (deu um beijo na testa dela e pegou a xícara de sua mão)

L:Atchin! Atchin!

Ao lado dela uma caixa de lenços de papel fazia companhia.

L:Vivian ainda não trouxe as meninas?

O:Não, ela vai trazer à tarde.

L:Hum.

Lívia estava com um aspecto horrível, parecia que tinha levado uma surra, encontrava-se em plena 14hrs embaixo do edredom.

O:Quer comer alguma coisa? Você não comeu nada.

L:Não, eu quero que você fique aqui deitadinho comigo.

O: Com esse calor?

Lívia o olhou como quem quisesse matá-lo.

Ele riu.

O:É claro que vou deitar aí com você, só vou levar essas coisas lá na cozinha, tudo bem?

L:Tá.

Alguns minutos depois ele voltou e a aninhou em seu peito.

O:Amor, posso te confessar uma coisa?

L:Hum?

O:Você bêbada e com essa carinha de gripada, é a coisa mais fofa que eu já vi. (rindo)

L:Otávio! Eu devo estar linda mesmo com essa cara de que um caminhão passou em cima de mim.

O:Esta linda sim, com esse narizinho vermelho. (sorrindo)

Dizendo isso ele colocou o dedo indicador no mesmo.

L:Não estou aguentando essa dor de cabeça.

Assim que ela disse isso, Otávio começou um carinhoso cafuné.

O:Mas isso aí, é uma certa garrafa de champanhe que uma mocinha tomou feito água.

L:Eu estava muito feliz.

O:Você é um furacão quando bebe.

L:Que vergonha.

O:Você tem noção do que fizemos ontem?

Lívia ria envergonhada.

O:Imagine se somos pegos por algum guarda, ou policial? (rindo)

L:Não aconteceria nada. Temos o melhor advogado do estado ao nosso lado.

O:Você sabe realmente como me deixar sem palavras. (rindo)

L:Você gostou?

O:Se eu gostei? Gostei do que fizemos ontem?

L:É.

O:Claro que sim meu amor, porque?

L:Por nada, porque eu gostei.

O:Minha maluquinha. (rindo)

Ela riu.

Um tempo depois...

L:Meu Deus (rindo)

O:Fico me perguntando o que você não vai querer fazer quando ganhar esse patrocínio. (rindo)

L:Não tinha pensando nisso. (rindo) Acho que vou começar a pensar em algo desde já.

Otávio a apertou ainda mais contra seu peito.

O:Sua febre está abaixando.

L:Isso é consequência de ter um enfermeiro particular. (sorrindo)

O:E muito apaixonado. (beijando-a)

Aquela brincadeira de “eu quero entrar no mar” roubou três dias de trabalho de Lívia, mas ainda bem que o então enfermeiro estava muito empenhado e essa gripe não perdurou.

Era noite de quinta feira quando Otávio chegou para o jantar.

L:Boa noite papai?

O:Boa noite mamãe (beijando-a)

Julia e eu estávamos observando Esme e Pérola e vem ver o que elas aprenderam.

Otávio deixou o paletó ali mesmo pelo sofá e foi em direção a sala de jantar já desfazendo o nó da gravata.

L:Vem, agacha aqui, amor.

Otávio obedeceu, a pequena Pérola olhava para a mãe confusa, talvez tentasse entender o que estava acontecendo, afinal seus pais a olhavam curiosos.

Julia que já estava sentada a mesa, começou a sorrir.

O:E então? (curioso)

L:Pérola? Esme? Olhem aqui para a mamãe e o papai.

As bebês no mesmo instante viraram para Lívia e batiam as mãos na mesinha onde estavam.

L:Vamos mostrar para o papai o que vocês aprenderam? Vamos?

As pequenas começavam a dar fortes pulos na cadeira.

L:Pérola, Esme... Cadê o leão?

No mesmo instante as duas fizeram uma expressão de mal e balbuciavam ruídos.

Otávio não conteve o sorriso.

L:Cadê o leão?

Elas faziam novamente e depois soltavam altas gargalhadas ao verem a mãe rindo.

O:Mas esses leãozinhos são muito lindinhos! (beijando a bochecha das duas)

L:Viu? Quem estava fazendo leão pra elas?

O:Que lindas, que coisa mais linda. Esses dias eu percebi que a Esme já arrisca a ficar de pé.

L:Bom, então vamos jantar porque esses leõeszinhos estão passando da hora de comerem. (indo em direção a cozinha)

J:Seu Otávio.

O:Oi Julinha, o que foi?

J:Eu preciso te mostrar um coisa, eu não disse nada pra minha mãe mas é porque eu sei que... (ficou em silêncio)

Lívia havia voltado a sala de jantar.

L:Vamos jantar então?

O:Vamos.

O assunto havia morrido ali.

Depois do jantar Lívia foi levar as gêmeas para dormir e Otávio logo adiantou.

O:Hoje eu vou colocar a Julia para dormir.

Julia riu.

L:Vai me trocar senhorita Julia?

J:Mãe, o seu Otávio disse que ia me contar uma história muito legal.

L:História?

O:Na verdade acho que Julia está ficando carente meu amor. Pérola e Esme acabam sugando todas as nossas energias.

J:Er, não...

O:É sim, hoje vou te fazer companhia até pegar no sono.

L:Sério filha? (indo em direção a mesma)

J:Não mãe, é que...

Otávio fazia sinal para que Julia confirmasse.

J:Só um pouquinho mãe.

L:Own meu amor, me desculpa, eu não percebi isso. (acariciando o rosto da filha)

J:Tudo bem, mãe, eu entendo.

O:Vamos, Julia.

J:Boa noite, mãe.

L:Boa noite meu anjo.

Assim que entraram no quarto de Julia.

J:Porque o senhor disse aquilo?

O:Julia, assim que você disse que eu ia te contar uma história antes de dormi, Lívia já desconfiou.

J:...

O:A quantos anos você não ouve história antes de dormir?

J:É, tem razão. Mas agora ela vai ficar no meu pé.

O:Eu te ajudo depois. Mas o que foi que aconteceu? Eu fiquei preocupado.

J:Minha mãe pediu pra que eu procurasse a chupeta que a Esme havia derrubado dentro do carro.

O:Sim, e?

J:E quando eu fui procurar acabei achando isso! (entregando um bilhete a ele)

O:O que é isso? (Abrindo-o)

J:Tenho certeza que a minha mãe não viu, provavelmente parou embaixo do banco sem ela perceber.

O:É daquele desgraçado.

J:...

O:Me desculpe Julinha, mas é que... (ficou em silêncio) Porque não mostrou a sua mãe?

J:Porque minha mãe sempre quer resolver tudo sozinha, provavelmente ela iria nesse lugar para saber o que ele quer, mas eu não confio nele.

O:Fez muito bem Julinha, eu também não confio nele.

Julia o olhou preocupada.

O:Pode ficar tranquila minha querida, eu não vou deixar esse homem fazer nada com a sua mãe.

Julia com muita reluta estampou um sorriso forçado no rosto acreditava em Otávio, mas o medo que tinha de Fernando era maior.

Otávio foi até seu quarto e esperou Lívia voltar do quarto das gêmeas.

Assim que ela entrou.

L:Oi meu amor, achei que já estava dormindo.

O:Não, estava te esperando.

Lívia soltou os cabelos e começou a penteá-los, fez isso rapidamente e foi em direção a ele.

L:Já disse que adoro essa atenção toda que você me dá? (beijando-o)

Assim que o beijo parou.

O:Precisamos conversar, meu amor.