20° Confidências 2- Por Você

F:Isso mesmo meu amigo, eu fiquei sabendo que a Buffet Pierry pretende patrocinar a Frosch.

L:Desgraçado. (andando o mais rápido que conseguia até o palco)

F:A dona da empresa Frosch Eventos é uma assassina!.

T:Fernando, é... (sem jeito) Acho que isso não é um assunto a se dizer aqui.

Lívia estava chegando, mas suas pernas simplesmente travaram ao ver Otávio subindo naquele palco.

F:Olha só, aqui está o advogado que ajudou a encobrir isso tudo, venha senhor Drayer, sabe porque eu estou dizendo isso?

Todos os convidados estavam assustados, afinal já se passou um longo tempo após o assassinato de Paulo Strauss, muitos dos que estavam ali mal se lembravam desse ocorrido.

Otávio se aproximava lentamente de Fernando.

F:Eu falo para todos aqui, meu amigo Tony. Porque não sabemos o que ela pode ter colocado na bebida que vocês estão bebendo, afinal ela organizou tudo.

T:Fernando, eu agradeço a sua preocupação, mas eu acho que agora já deu. (tirando o microfone da mão dele)

Tony ia nesse instante pedir que a banda continuasse a música, mas antes mesmo de dizer algo, Fernando ficou de frente para Otávio e disse:

F:Estou errado? (sorrindo)

O:Desculpe, Lívia.

Com toda a raiva que estava sentindo, com todo arder que queimava seu rosto, Otávio deu um intenso soco na maçã do lado esquerdo do rosto de Fernando, o mesmo logo acabou se esbarrando em Tony e os dois foram ao chão.

F:Você é um idiota mesmo, Otávio Drayer. (levantando-se com a mão no rosto)

O:Você lava a boca pra falar da minha mulher.

Fernando levantou e ajudou Tony a levantar também, assim que se recompôs ele correu para cima de Otávio e os dois caíram do pequeno palco.

Lívia acordou como em um choque de realidade e correu para onde eles estavam, agora os seguranças já os seguravam.

Otávio gritava de um lado sendo segurado e Fernando do outro.

O:Você é doente!

F:Ela é uma assassina!

O:Você sabe que não foi assim, porque não nos deixa em paz?

F:Você é que não sabe como foi!

L:Parem com isso! (chegando a frente dos dois)

T:Por favor, eu não quero ter que chamar a polícia, por favor se retirem.

L:Otávio. (quase que implorando para que ele não aceitasse as provocações de Fernando)

O:Eu faço isso pela minha mulher, podem me soltar. (se soltando do segurança)

F:Podem me soltar também. (também se soltando do segurança)

O:Eu peço desculpas senhor Pierry, foi um lamentável ocorrido.

F:Eu também quero pedir desculpas, mas eu não retiro o que eu disse, na verdade queria aproveitar e dizer a você Otávio, que Lívia e eu já havíamos planejado o...

Fernando sentiu seu rosto formigar, Lívia havia se deixado levar, calou-o com um sonoro e intenso tapa.

Ele a olhou e a mesma tinha os olhos vermelhos e marejados.

L:Cala essa boca imunda, você já falou merda de mais por hoje (falando com a voz um tanto tremula) Chega! (gritando)

F:Eu disse que você iria se arrepender.

L:Eu vou acabar com você. (Falando baixo)

Fernando deixou aquela festa, satisfeito.

Algum tempo depois, no carro.

Otávio era quem dirigia.

Lívia não estava em condições de dirigir, a mesma não parava de chorar, acabou! Ela nunca conseguiria o patrocínio, nunca!

L:Desgraçado, Fernando. (chorando)

O:Lívia, calma, podemos dividir a conta da Frosch, eu consigo pagar.

L:Isso não é justo, Otávio, eu não quero. Esse patrocínio era a chance que eu precisava, eu continuaria com a Frosch e me livraria das contas.

O:Mas só quero que você saiba que temos uma solução.

L:Não, não temos uma solução, Otávio. Temos três crianças para sustentar, pagar a divida da Frosch não pode sair do seu salário.

O:Mas... (foi interrompido)

L:Eu não me sentiria bem com isso, meu amor. Eu vou arrumar um jeito.

O:O que ele quis dizer com “nós tínhamos planejado”?

L:Er... (nervosa)

Lívia conhecia Otávio, sabia que ele não iria acreditar em qualquer coisa e dizer a verdade para ele realmente não seria nada bom. O passado deve ficar no passado.

L:Fugir, eu ia fugir com ele.

Otávio sem tirar o olhar da direção respirou fundo.

Pesava com ele que realmente ela devia amá-lo muito, a ponto de planejar uma fuga a essa altura do campeonato.

L:Eu apenas pedir a separação não adiantaria, Paulo nos mataria a qualquer momento.

O:Eu, não quero explicações.

Lívia percebeu que a notícia o deixou um tanto atônito.

O:Eu já disse que o passado fica no passado, não disse? O que você ia fazer, ou o que vocês iam fazer não me interessa me interessa o agora! O que você vai fazer agora. Porque agora nós temos uma vida, temos uma família juntos, o teu agora me interessa.

L:Eu já disse a ele, que se agora ele aparecer nos atormentar eu irei chamar a polícia.

Lívia voltou a chorar, o que restava fazer?

L:Agora é só preparar as cartas de demissão e fechar as portas, porque provavelmente amanhã estarei em todos os jornais do Rio de Janeiro.

Otávio tirou uma das mãos do volante e acariciou o rosto dela.

O:Muita calma, meu amor. Podemos reabrir daqui a alguns meses.

L:Quem vai querer me contratar, Otávio?

O:Podemos mudar o nome, Lívia, não pensa nisso agora, uma coisa de cada vez.

Ela começou a chorar novamente.

Passaram uma noite longa. Otávio passou à madrugada inteira conversando com Lívia, a mesma necessitava falar e chorar.

O dia amanheceu nublado e chuvoso, tanto Lívia quanto Otávio estavam preguiçosos, passaram uma noite e tanto.

O:Bom dia, amor da minha vida. (beijando-a)

L:Bom di... (ficou em silêncio bruscamente)

O:O que foi?

L:Seu olho!

O:O que tem meu olho?

L:Está inchado, meu amor. Me deixe ver. (sentando-se de frente para ele que fazia o mesmo)

O:Ai.

L:Vou buscar uma pomada, isso pode piorar... Olho é algo muito sensível. (indo até o banheiro)

O:Amor, não precisa, amanhã já nem vai estar mais assim.

L:Não, de jeito nenhum (voltando com a pomada e um pouco de algodão)

Lívia se ajeitou em frente a ele e começou a passar a pomada.

O:Ai, ai, meu amor.

L:Desculpa. (assoprando)

O:Aquele filho da mãe.

L:Shii, nem vale a pena falar desse homem, Fernando é um imbecil.

Otávio estava irritado demais, talvez partisse a cara de Fernando em dois se o mesmo aparecesse em sua frente.

O:Ai.

Lívia assoprava

L:Tudo por culpa minha.

O:Sua? Claro que não, tudo por culpa daquele doente.

L:Eu sei, mas se não fosse por mim, seu olho não estaria assim.

O:Ei, pare com isso. (segurando a mão dela)

Lívia segurou o rosto dele com as duas mãos e o beijou, forte e intenso, as línguas em uma perfeita sincronia.

O:Sabe que isso é covardia.

Ela deu um sorriso maroto para ele.

L:Você me faz tão bem. (acariciando o rosto dele)

Ele deu um selinho nela.

L:Me transforma de uma maneira tão... Mágica.

O:Que ótimo saber disso. (a deitando na cama lentamente). Você é culpada disso. (A olhando profundamente)

Lívia riu com o jeito que ele estava olhando para ela.

L:O que foi?

O:É uma delicia quando me pego assim, preso no seu olhar.