quinta-feira, fevereiro 25, 2016

Doce Poesia - 13º Episódio

B: Como se atreve a dizer isso pra sua Patroa?
Os lábios aproximavam-se ainda mais, a distância agora era de apenas um palmo.
D: Senhora Beatriz... Não sabe de nada.
Ela queria xingá-lo, mas estranhamente não conseguia.
D:Mas por enquanto, apenas obedeça o senhor Bento. É o mais inteligente a se fazer.
Ele a soltou, ela não tentaria mais nada. Era inútil. Muita coisa está envolvida, está agindo por impulso.
O derrubaria com um vaso de vidro e logo depois faria oque? Correria até a cidade? No escuro?
E sua filha? Realmente a deixaria?
A última vez que tentou levar Ana Beatriz, o resultado foi desastroso, mas conseguiria deixa-la?
Seus pensamentos foram dispersos.
D: Coma, amanhã será um longo dia, precisa se alimentar.
B: Não tenho fome.
D: Não me obrigue a ter que te alimentar eu mesmo.
Ela ficou em silêncio.
B: O que sabe sobre mim? Sobre essa família?
D: Sei que devo ao Senhor Bento, uma dívida que talvez eu leve a vida inteira pra pagar, sei que não se deve encará-lo como tenta fazer. Apenas obedeça e nada de ruim acontecerá.
B: Eu nunca o contrariei, e mesmo assim... Olhe o que ele fez.
Mais uma vez ela mostrou seus pulsos.
D: Não se imponha nas decisões a respeito da criança Ana Beatriz.
B: O que? Eu sou a mãe dela!
D: Sabe que a decisão sempre é dele, seus protestos de nada adiantam.
B: Eu...
D: Eu te amo, mas não posso te defender ou te proteger da forma que será preciso se não coperar.
B: Pare de repetir isso.
D: Nunca! Agora alimente-se, volto depois pra saber se precisa de algo.
Ele estava quase alcançando a porta quando ela o segurou pelo braço.
B: Espera.
Dan fechou a porta e ficou de frente pra ela.
B: Onde está minha filha?
Dan: Já está dormindo, o Senhor Bento prometeu-lhe um novo presente se fosse para a cama assim que ele saísse.
B: E ele foi pra onde?
Dan: Não sei.
B: Não sabe ou não quer me contar?
Dan: Não sei, e se soubesse não te contaria.
B: Porque.
Dan: Não é necessário e nem inteligente você saber de nada que o Senhor Bento faz ou deixa de fazer fora daqui.
B: No fim, você deve ser como ele.
O Mordomo teve o rosto tomado por susto.
Dan: Não me conhece. Por isso diz tal absurdo.
Beatriz sentiu-se envergonhada pelo que disse, não achou que Dan levaria tão a sério algo que disse sem pensar.
B: Me desculpe, falei sem pensar.
Dan a olhou de forma carinhosa e sorriu dizendo:
D: Se fosse minha, te traria o café da manhã na cama, adoraria acariciar seus cabelos enquanto estivesse lendo suas poesias apoiada em mim.
Amaria acordar toda manhã e olhar esses olhos verdes encarando os meus.
Me deliciaria a cada beijo que conseguisse desses lábios
Se fosse minha, apenas seria o homem mais completo e feliz que existiria nesse mundo.
Ela não tinha palavras para expressar o que sentiu ao ouvir tamanha declaração, de alguém que conhece há apenas alguns dias, mas que tem a sensação de conhecer há anos.
As palavras pularam de sua boca, não teve tempo de segurá-las.
B: Me ama... (rindo) De que maneira um homem que mal me conhece pode me amar? Ou melhor, de que maneira um homem pode amar uma mulher que está dessa maneira? (olhando-se com desprezo)
Dan aproximou-se de seus lábios e sussurrou:
D: Da maneira mais deliciosa que se possa imaginar;
Não disse mais nada, Beatriz viu Dan virar-se em direção a porta e sair mais uma vez do seu cativeiro disfarçado de quarto.
O que ele disse ficou revirando em sua cabeça, tudo o que disse.
Quase três meses se passaram desde então.
Beatriz só não tentou contra a própria vida, porque de alguma maneira, Dan a impedia.
Nunca chegou a dizer nada a ele, mas tornou-se mais próximo do que queria, e isso a deixava confortável.

Era uma ensolarada manhã, Beatriz ouviu as chaves no trinco, o Mordomo a agraciava com um sorriso.
Dan: Vamos?
B: Vamos? Vamos aonde?
Dan: Ficar livre por algumas semanas, o que acha?
B: O que quer dizer? Bento deixou que... (foi interrompida)
Dan: Não, Senhor Bento não deixou nada, apenas precisará ficar fora por algumas semanas, e deixarei que viva livre por esses dias.
Ela mal podia acreditar.
B: Faria isso por mim?
Dan: Já disse que daria a minha vida pela sua.
Ela corou e envergonhou-se por não conseguir disfarçar.
Estava quase deixando o quarto quando lembrou-se de algo muito importante.
B: Ana, minha filha. Minha filha não pode me ver pela casa, ela vai contar a ele, e...
Dan: Ela foi com ele.
Ela sorriu, eram só alguns dias, mas era mais do que poderia querer.
Dan: Você vem? (estendendo-lhe uma das mãos)
B: Mas é claro que sim!
Começaria ali, o que Beatriz há muito tempo não tinha... carinho e atenção.
Enquanto descia as escadas, Beatriz estranhou.
Os empregados todos a aguardando ao pé da escada.
B: Dan, o que é isso? (falando baixinho perto dele)
Ele estava em sua frente.
Dan: Seus empregados, estão aqui para servi-la. Do jeito que desejar ser servida.
B: Me sinto estranha, não pertenço a esse lugar.
Dan: Não se sinta assim, você é a Dona desta casa e de tudo aqui.
Ele parou os passos e virou-se de frente para ela.
Dan: Dona de mim.
Ela mudou logo de assunto.
B: Queria que tudo fosse diferente, queria nunca ter aceitado tal absurdo, casar-me com alguém que mentiu ser alguém que não é.
Iludida por doces poesias e nada mais.
Dan: Foram feitas com amor, Senhora Beatriz.
B: E recebidas também, Dan. Mas... Não sei mais.
Dan: Tudo irá mudar, precisa apenas ter paciência.
Ele sorriu delicadamente pra ela, e voltou a descer as escadas.
Logo os empregados começaram a questioná-la.
“Deseja algo em especial para o café?”
“Já tem algo em mente para o jantar?”
Uma outra foi falando e subindo as escadas.
“Com licença, vou trocar suas roupas de cama”
Dan: Acalmem-se, assim deixarão a Senhora Beatriz estressada. Por hora apenas sirvam o café da manhã.
Ele a acompanhou até a sala de estar.
Como era enorme, Beatriz lembrava-se de que mal teve tempo de observar calmamente a casa, já fora logo trancafiada naquele lugar.
Dan puxou a cadeira para que ela se sentasse, assim que a acomodou em seu lugar, aproximou-se com um bule com café.
Dan: Café?
B: Prefiro apenas um suco, se não for pedir demais.
Dan: Perfeitamente, Senhora.
Ele logo voltou com a jarra de suco.
Dan: é de laranja.
B: Adoro suco de laranja (sorrindo)
Dan: Eu sei... (baixinho)
Enquanto ele a servia com o suco, ela disse:
B: Dan...
Dan: Hum? (ainda servindo-a concentrado)
B: Não me chame mais de Senhora. Apenas de Beatriz.
Ele parou o que fazia, foi preciso alguns minutos para que pudesse se recompor do que acabara de ouvir.
Dan: Como quiser, Beatriz.
O som da voz de Dan pronunciando apenas “Beatriz” a deixou estremecida.
O mordomo terminou de servi-la e ficou parado ao lado, apenas observando-a e aguardando a próxima ordem.
Beatriz deliciava-se com as gostosuras que havia na mesa farta a sua frente, quando de repente ela perguntou:
B: Você é casado?
Ele paralisou, a pergunta o pegou de surpresa.
Dan: Como?
B: Perguntei se é casado, tem alguém que ...
Dan: que amo? (completando a frase)
Ela parou um pouco de comer e o olhou.
Dan: Eu não sou casado, que tipo de homem pensa que sou, Beatriz?
B: Desculpe, eu não quis...
Dan: Eu disse que te amo e que daria a minha vida por você, como pode pensar que eu falaria isso pra alguém sendo casado?
B: Eu perguntei sem pensar.
Dan ficou visivelmente incomodado com a pergunta, e Beatriz sem jeito com o que perguntou.
Ambos ficaram em silêncio. Beatriz agora beliscava o pãozinho açucarado a sua frente.
O Mordomo quebrou o silêncio.
Dan: Mas já fui casado.
Ela ficou surpresa.
B: Foi?
Dan: Sim, mas não durou muito, em pouco mais de um ano já estava sozinho.
B: É, se pudéssemos prever como seria nosso casamento, talvez nunca tivéssemos dito sim.
D: Nunca me arrependo do que eu falo.
Essa resposta deixou Beatriz realmente sem palavras.
O que havia escondido naquela casa? Tudo era estranhamente organizado.
Dan parecia temer Bento, cada vez que Bento o chamava, lá estava ele, parado a sua frente pronto para receber qualquer ordem como se fosse um cachorrinho de estimação.
E agora...
Desrespeitando a maior de todas, que é a de mantê-la presa naquele quarto.
Ela bebeu mais um gole do suco de laranja, e olhou para Dan.
B: Já tomou café?
D: Não se preocupe comigo.
B: Você se preocupa comigo, porque não posso me preocupar com você?
Ele ficou um tempo quieto, pensando no que poderia responder. Mas ela adiantou-se.
B: Sente-se. Me faça companhia.
O Mordomo assustou-se.
D: Por favor, não é necessário. Estou aqui apenas para te servir e...
B: Entendo.
D: Entende?
B: Você só obedece ordens vindas do meu marido.
Ela disse isso com um tom de voz decepcionado.
Ela só o percebeu sentando-se ao seu lado.
Alguns empregados arriscavam a olhar pelo canto da porta.
O Mordomo só poderia estar querendo morrer, sentar-se ao lado da mulher do fazendeiro como um amigo qualquer.
Ela o encarou.
Dan: Se minha companhia te faz bem, já tenho motivo mais que suficiente para morrer feliz.
O sorriso que dera para ela, foi tão encantador que a mesma até esqueceu as palavras que usaria para dar uma bronca em Dan pelo absurdo que dissera.
B: Dan...
Dan: Sim?
B: Há quanto tempo trabalha com Bento?
Dan: Há muito, muito tempo.
B: Diz que me conhece por isso? Trabalha com ele desde a aposta?
Dan: A aposta que seu falecido pai perdeu em um jogo de cartas na sua antiga cidade enquanto embriagava-se com o Senhor Bento?
Ela assustou-se com a exatidão com que Dan soube explicar do que ela falara.
B: Sim...
Dan: Sim, trabalho desde pouco antes dessa aposta.
Ele tirou as luvas de tecido de suas mãos de maneira organizada, as apoiou sob seu colo.
Ela não saberia explicar o porquê fez isso, mas quando percebeu, sua mão já estava apoiada sob a dele.
Estava se perdendo no momento, os olhos miravam nas mãos, mas viam o mais distante dos sonhos.
Quando voltou em si, olhou para Dan, que a encarava curioso.
B: Oh, me desculpe. Eu não sei o que...
Antes que pudesse tirar sua mão de cima da dele ele a segurou com a outra.
B: Suas mãos... São tão macias...
As palavras agora eram sussurradas, e os rostos se aproximavam despercebidos.
Ela o olhava e mesmo sabendo que não era certo, não conseguia não ir de encontro ao beijo que aconteceria.
Estava mais perto.
B: Não sei porque... Não consigo parar... - sussurrando –

Dan: Então não pare. – sussurrando –

1 comentários:

Unknown disse...

Aaaaaaain, logo na hora do tão esperado beijo, soooocorro! Ansiedade batendo!

Postar um comentário

quinta-feira, fevereiro 25, 2016

Doce Poesia - 13º Episódio

B: Como se atreve a dizer isso pra sua Patroa?
Os lábios aproximavam-se ainda mais, a distância agora era de apenas um palmo.
D: Senhora Beatriz... Não sabe de nada.
Ela queria xingá-lo, mas estranhamente não conseguia.
D:Mas por enquanto, apenas obedeça o senhor Bento. É o mais inteligente a se fazer.
Ele a soltou, ela não tentaria mais nada. Era inútil. Muita coisa está envolvida, está agindo por impulso.
O derrubaria com um vaso de vidro e logo depois faria oque? Correria até a cidade? No escuro?
E sua filha? Realmente a deixaria?
A última vez que tentou levar Ana Beatriz, o resultado foi desastroso, mas conseguiria deixa-la?
Seus pensamentos foram dispersos.
D: Coma, amanhã será um longo dia, precisa se alimentar.
B: Não tenho fome.
D: Não me obrigue a ter que te alimentar eu mesmo.
Ela ficou em silêncio.
B: O que sabe sobre mim? Sobre essa família?
D: Sei que devo ao Senhor Bento, uma dívida que talvez eu leve a vida inteira pra pagar, sei que não se deve encará-lo como tenta fazer. Apenas obedeça e nada de ruim acontecerá.
B: Eu nunca o contrariei, e mesmo assim... Olhe o que ele fez.
Mais uma vez ela mostrou seus pulsos.
D: Não se imponha nas decisões a respeito da criança Ana Beatriz.
B: O que? Eu sou a mãe dela!
D: Sabe que a decisão sempre é dele, seus protestos de nada adiantam.
B: Eu...
D: Eu te amo, mas não posso te defender ou te proteger da forma que será preciso se não coperar.
B: Pare de repetir isso.
D: Nunca! Agora alimente-se, volto depois pra saber se precisa de algo.
Ele estava quase alcançando a porta quando ela o segurou pelo braço.
B: Espera.
Dan fechou a porta e ficou de frente pra ela.
B: Onde está minha filha?
Dan: Já está dormindo, o Senhor Bento prometeu-lhe um novo presente se fosse para a cama assim que ele saísse.
B: E ele foi pra onde?
Dan: Não sei.
B: Não sabe ou não quer me contar?
Dan: Não sei, e se soubesse não te contaria.
B: Porque.
Dan: Não é necessário e nem inteligente você saber de nada que o Senhor Bento faz ou deixa de fazer fora daqui.
B: No fim, você deve ser como ele.
O Mordomo teve o rosto tomado por susto.
Dan: Não me conhece. Por isso diz tal absurdo.
Beatriz sentiu-se envergonhada pelo que disse, não achou que Dan levaria tão a sério algo que disse sem pensar.
B: Me desculpe, falei sem pensar.
Dan a olhou de forma carinhosa e sorriu dizendo:
D: Se fosse minha, te traria o café da manhã na cama, adoraria acariciar seus cabelos enquanto estivesse lendo suas poesias apoiada em mim.
Amaria acordar toda manhã e olhar esses olhos verdes encarando os meus.
Me deliciaria a cada beijo que conseguisse desses lábios
Se fosse minha, apenas seria o homem mais completo e feliz que existiria nesse mundo.
Ela não tinha palavras para expressar o que sentiu ao ouvir tamanha declaração, de alguém que conhece há apenas alguns dias, mas que tem a sensação de conhecer há anos.
As palavras pularam de sua boca, não teve tempo de segurá-las.
B: Me ama... (rindo) De que maneira um homem que mal me conhece pode me amar? Ou melhor, de que maneira um homem pode amar uma mulher que está dessa maneira? (olhando-se com desprezo)
Dan aproximou-se de seus lábios e sussurrou:
D: Da maneira mais deliciosa que se possa imaginar;
Não disse mais nada, Beatriz viu Dan virar-se em direção a porta e sair mais uma vez do seu cativeiro disfarçado de quarto.
O que ele disse ficou revirando em sua cabeça, tudo o que disse.
Quase três meses se passaram desde então.
Beatriz só não tentou contra a própria vida, porque de alguma maneira, Dan a impedia.
Nunca chegou a dizer nada a ele, mas tornou-se mais próximo do que queria, e isso a deixava confortável.

Era uma ensolarada manhã, Beatriz ouviu as chaves no trinco, o Mordomo a agraciava com um sorriso.
Dan: Vamos?
B: Vamos? Vamos aonde?
Dan: Ficar livre por algumas semanas, o que acha?
B: O que quer dizer? Bento deixou que... (foi interrompida)
Dan: Não, Senhor Bento não deixou nada, apenas precisará ficar fora por algumas semanas, e deixarei que viva livre por esses dias.
Ela mal podia acreditar.
B: Faria isso por mim?
Dan: Já disse que daria a minha vida pela sua.
Ela corou e envergonhou-se por não conseguir disfarçar.
Estava quase deixando o quarto quando lembrou-se de algo muito importante.
B: Ana, minha filha. Minha filha não pode me ver pela casa, ela vai contar a ele, e...
Dan: Ela foi com ele.
Ela sorriu, eram só alguns dias, mas era mais do que poderia querer.
Dan: Você vem? (estendendo-lhe uma das mãos)
B: Mas é claro que sim!
Começaria ali, o que Beatriz há muito tempo não tinha... carinho e atenção.
Enquanto descia as escadas, Beatriz estranhou.
Os empregados todos a aguardando ao pé da escada.
B: Dan, o que é isso? (falando baixinho perto dele)
Ele estava em sua frente.
Dan: Seus empregados, estão aqui para servi-la. Do jeito que desejar ser servida.
B: Me sinto estranha, não pertenço a esse lugar.
Dan: Não se sinta assim, você é a Dona desta casa e de tudo aqui.
Ele parou os passos e virou-se de frente para ela.
Dan: Dona de mim.
Ela mudou logo de assunto.
B: Queria que tudo fosse diferente, queria nunca ter aceitado tal absurdo, casar-me com alguém que mentiu ser alguém que não é.
Iludida por doces poesias e nada mais.
Dan: Foram feitas com amor, Senhora Beatriz.
B: E recebidas também, Dan. Mas... Não sei mais.
Dan: Tudo irá mudar, precisa apenas ter paciência.
Ele sorriu delicadamente pra ela, e voltou a descer as escadas.
Logo os empregados começaram a questioná-la.
“Deseja algo em especial para o café?”
“Já tem algo em mente para o jantar?”
Uma outra foi falando e subindo as escadas.
“Com licença, vou trocar suas roupas de cama”
Dan: Acalmem-se, assim deixarão a Senhora Beatriz estressada. Por hora apenas sirvam o café da manhã.
Ele a acompanhou até a sala de estar.
Como era enorme, Beatriz lembrava-se de que mal teve tempo de observar calmamente a casa, já fora logo trancafiada naquele lugar.
Dan puxou a cadeira para que ela se sentasse, assim que a acomodou em seu lugar, aproximou-se com um bule com café.
Dan: Café?
B: Prefiro apenas um suco, se não for pedir demais.
Dan: Perfeitamente, Senhora.
Ele logo voltou com a jarra de suco.
Dan: é de laranja.
B: Adoro suco de laranja (sorrindo)
Dan: Eu sei... (baixinho)
Enquanto ele a servia com o suco, ela disse:
B: Dan...
Dan: Hum? (ainda servindo-a concentrado)
B: Não me chame mais de Senhora. Apenas de Beatriz.
Ele parou o que fazia, foi preciso alguns minutos para que pudesse se recompor do que acabara de ouvir.
Dan: Como quiser, Beatriz.
O som da voz de Dan pronunciando apenas “Beatriz” a deixou estremecida.
O mordomo terminou de servi-la e ficou parado ao lado, apenas observando-a e aguardando a próxima ordem.
Beatriz deliciava-se com as gostosuras que havia na mesa farta a sua frente, quando de repente ela perguntou:
B: Você é casado?
Ele paralisou, a pergunta o pegou de surpresa.
Dan: Como?
B: Perguntei se é casado, tem alguém que ...
Dan: que amo? (completando a frase)
Ela parou um pouco de comer e o olhou.
Dan: Eu não sou casado, que tipo de homem pensa que sou, Beatriz?
B: Desculpe, eu não quis...
Dan: Eu disse que te amo e que daria a minha vida por você, como pode pensar que eu falaria isso pra alguém sendo casado?
B: Eu perguntei sem pensar.
Dan ficou visivelmente incomodado com a pergunta, e Beatriz sem jeito com o que perguntou.
Ambos ficaram em silêncio. Beatriz agora beliscava o pãozinho açucarado a sua frente.
O Mordomo quebrou o silêncio.
Dan: Mas já fui casado.
Ela ficou surpresa.
B: Foi?
Dan: Sim, mas não durou muito, em pouco mais de um ano já estava sozinho.
B: É, se pudéssemos prever como seria nosso casamento, talvez nunca tivéssemos dito sim.
D: Nunca me arrependo do que eu falo.
Essa resposta deixou Beatriz realmente sem palavras.
O que havia escondido naquela casa? Tudo era estranhamente organizado.
Dan parecia temer Bento, cada vez que Bento o chamava, lá estava ele, parado a sua frente pronto para receber qualquer ordem como se fosse um cachorrinho de estimação.
E agora...
Desrespeitando a maior de todas, que é a de mantê-la presa naquele quarto.
Ela bebeu mais um gole do suco de laranja, e olhou para Dan.
B: Já tomou café?
D: Não se preocupe comigo.
B: Você se preocupa comigo, porque não posso me preocupar com você?
Ele ficou um tempo quieto, pensando no que poderia responder. Mas ela adiantou-se.
B: Sente-se. Me faça companhia.
O Mordomo assustou-se.
D: Por favor, não é necessário. Estou aqui apenas para te servir e...
B: Entendo.
D: Entende?
B: Você só obedece ordens vindas do meu marido.
Ela disse isso com um tom de voz decepcionado.
Ela só o percebeu sentando-se ao seu lado.
Alguns empregados arriscavam a olhar pelo canto da porta.
O Mordomo só poderia estar querendo morrer, sentar-se ao lado da mulher do fazendeiro como um amigo qualquer.
Ela o encarou.
Dan: Se minha companhia te faz bem, já tenho motivo mais que suficiente para morrer feliz.
O sorriso que dera para ela, foi tão encantador que a mesma até esqueceu as palavras que usaria para dar uma bronca em Dan pelo absurdo que dissera.
B: Dan...
Dan: Sim?
B: Há quanto tempo trabalha com Bento?
Dan: Há muito, muito tempo.
B: Diz que me conhece por isso? Trabalha com ele desde a aposta?
Dan: A aposta que seu falecido pai perdeu em um jogo de cartas na sua antiga cidade enquanto embriagava-se com o Senhor Bento?
Ela assustou-se com a exatidão com que Dan soube explicar do que ela falara.
B: Sim...
Dan: Sim, trabalho desde pouco antes dessa aposta.
Ele tirou as luvas de tecido de suas mãos de maneira organizada, as apoiou sob seu colo.
Ela não saberia explicar o porquê fez isso, mas quando percebeu, sua mão já estava apoiada sob a dele.
Estava se perdendo no momento, os olhos miravam nas mãos, mas viam o mais distante dos sonhos.
Quando voltou em si, olhou para Dan, que a encarava curioso.
B: Oh, me desculpe. Eu não sei o que...
Antes que pudesse tirar sua mão de cima da dele ele a segurou com a outra.
B: Suas mãos... São tão macias...
As palavras agora eram sussurradas, e os rostos se aproximavam despercebidos.
Ela o olhava e mesmo sabendo que não era certo, não conseguia não ir de encontro ao beijo que aconteceria.
Estava mais perto.
B: Não sei porque... Não consigo parar... - sussurrando –

Dan: Então não pare. – sussurrando –

Um comentário:

Unknown disse...

Aaaaaaain, logo na hora do tão esperado beijo, soooocorro! Ansiedade batendo!

Postar um comentário

 

Romances da Laura Template by Ipietoon Cute Blog Design and Bukit Gambang