segunda-feira, dezembro 28, 2015

Doce Poesia 7º Episódio

A Raiva tomava conta de Beatriz.
_Por favor, Senhora. Não me obrigue a ...
Ela foi em direção a porta, mas antes de que o empregado pudesse segurá-la, Bento entrou.
Benn: O que está acontecendo aqui? – nervoso –
B: Estou sendo proibida de sair dessa casa por ordem sua. Isso só pode der um equívoco, você não... – interrompida –
Benn: Venha comigo.
Bento a segurou pelo braço e a levou para o quarto.
Ao entrar, Beatriz começou a questioná-lo inocentemente.
B: Que ordem é essa de que os empregados estão falando?
Benn: É isso mesmo.
B: Bento, está brincando comigo? Desde quando me proíbe de sair de casa?
Benn; Desde quando você decidiu ter passeios noturnos, sozinha e sem me avisar.
B: Isso não é necessário, já não... – interrompida –
Benn: Isso não é uma questão. É uma ordem!
B: Não pode me tratar dessa maneira, Bento. O que está acontecendo com você?
Benn: Você é minha, e eu posso fazer o que eu quiser.
Ela não podia acreditar no que estava ouvindo, onde é que ele estava com a cabeça, desde quando decidiu virar esse tipo de marido.
E as coisas estavam só para piorar, um tempo passou desde esse ocorrido.

Se perguntassem, ela jamais conseguiria dizer quando foi que isso mudou.
De um sonho a um pesadelo... De um conto de fadas, para uma história de terror.
Bento havia chego de uma viagem, a filha estava na escola, hoje com seus 12 anos, Ana Beatriz era o maior tesouro.
Beatriz não tinha autoridade nenhuma sobre ela, toda e qualquer ordem ou decisão que se dirija a ela, Bento é quem ditava as ordens.
Os empregados foram se desfazendo, tornando-se restritos, escolhidos minunciosamente.
Os que ficaram, eram estritamente proibidos de abrir a porta do segundo quarto a esquerda do corredor do andar superior.
Somente um tal de Joaquim era autorizado a subir com as refeições. Antes de tudo isso chegar na situação atual, Joaquim fora contratado apenas como segurança da casa, mas com o tempo Beatriz pode perceber de que se tratava de um cão de guarda, e guardava com fidelidade sua liberdade.
-
Ela sabia que ele estava de volta, o barulho do carro a atormentava até mesmo nos sonhos.
Toda a vez que o ouvia seu corpo encolhia e suas costas doíam.
Como pudera? Porque?
Queria ter a coragem de manda-lo ao inferno e junto com Ana Beatriz, sumir no mundo.
Mas isso não era mais possível. Tinha agora seus quase 50 anos, e estava decidida a esperar a morte.
Sem família, sem ninguém.
Lutar pra que? Por quem? A filha era tratada como princesa.
Estava no escuro como sempre. A corrente que amarrava o seu braço esquerdo na cama, a impossibilitava de puxar as cortinas, fechadas propositalmente por ele.
Os passos aproximavam ao corredor.
As lágrimas forçavam a sair, mas ela não queria. Estava cansada de chorar, os olhos ardiam. E o que adiantaria? Lagrimas não iriam tira-la daquela situação
Segurou com toda a sua força as lagrimas, quando o clarão invadiu seu quarto, anunciando a chegada dele.
Ben: Bom dia, amor. Senti saudades. (Aproximando-se)
Ela o encarava, não iria chorar... Não podia chorar.
Continuou em silêncio. Mas Bento odiava isso. Era um homem completamente ditador, e já deixara claro que Beatriz deveria sempre adivinhar suas vontades.
Mesmo sabendo que isso era impossível.
Ele aproximou-se dela, acariciou seu rosto e a beijou.
Ben: Acho que não me ouviu dizer... Eu senti saudades, Beatriz!
O tom de voz já estava diferente, ele sabia como ela se sentia, mas também sabia que ela estava devidamente domesticada.
A voz aparentava estar trêmula quando ela respondeu:
B: Eu também senti saudades, meu amor.
Essa era uma das frases que a livrava de uma interminável surra.
Ben: Como passou nesses dois dias? Se alimentou? Está magra demais!
B: Sim, todas as refeições que trazem.
Ben: Estranho. Então acho que pedirei para que reforcem suas refeições.
B: Não... Não acho nece... (foi interrompida)
Ben: Como é que é?! (Gritando)
B: Não, eu não quis...(interrompida)
Ben: Você não acha nada! Quem decide o que é necessário ou não pra você, sou eu.
Ela já havia levantado da cama para responde-la. Apenas queria morrer, e alimentar-se só iria atrasar esse desejo.
B: Como quiser.
A cabeça sempre baixa ao respondê-lo, essas eram as ordens.
Beatriz foi trancafiada em um dos cômodos da casa, apenas aparecia para o jantar, onde era obrigada a fingir na frente da filha que estava tudo bem, que sua ausência nas manhãs e aos finais de semana nos passeios com Bento, era apenas de cansaço excessivo.
A filha jamais desconfiara, e também não fazia tanta questão assim da presença da mãe.
Para Ana Beatriz, apenas o pai a importava. Por ele, ela faria tudo pelo pai que tanto a ama, era capaz até de deixar a mãe de lado e apenas fingir que a mesma não existe.
-
Beatriz Miriolli, um dia foi jovem e feliz, um dia... Foi livre.
Será que era esse o destino que Deus havia lhe reservado? Pediu a Deus que lhe mostrasse o caminho, que lhe mostrasse o que fazer daqui para frente, que se seu destino fosse morrer trancafiada naquele cômodo, que ele lhe desse algum sinal, que ela estaria pronta para qualquer coisa.
-
Aquela manhã reservava forte emoções.
Ela ouviu o barulho do carro saindo, não mais de dois minutos demorou para que Joaquim anunciasse sua entrada no cômodo.
A comida já não lhe caía bem a muito tempo, mas já não tinha mais como livrar-se dela. Agora além de entregar as refeições, o fiel empregado aguardava até que ela comesse tudo.
E naquela manhã não foi diferente.
Beatriz não conseguia, por mais que forçasse, a comida não descia.
Sempre durante as refeições ela era desamarrada por Joaquim que ao fim da refeição a amarrava novamente.
Depois de um longo tempo de Beatriz tentando engolir a refeição, ela acabou.
E para a sua maior surpresa, Joaquim deixou a porta destrancada e suas correntes soltas.
Nunca saberá dizer se fez aquilo sem perceber ou realmente para ajudá-la mas não havia como ignorar tamanha sorte, aquele era o sinal que tanto havia clamado.

Estava claro como água, seu destino não era morrer naquele quarto.

2 comentários:

Unknown disse...

Vem q vem 2016...quero mais

Anônimo disse...

Esse Bento é um filho da puta!! Como assim, deixar a esposa amarrada!? Ansiosa pro Dan chegar logo e acabar com essa palhaçada

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segunda-feira, dezembro 28, 2015

Doce Poesia 7º Episódio

A Raiva tomava conta de Beatriz.
_Por favor, Senhora. Não me obrigue a ...
Ela foi em direção a porta, mas antes de que o empregado pudesse segurá-la, Bento entrou.
Benn: O que está acontecendo aqui? – nervoso –
B: Estou sendo proibida de sair dessa casa por ordem sua. Isso só pode der um equívoco, você não... – interrompida –
Benn: Venha comigo.
Bento a segurou pelo braço e a levou para o quarto.
Ao entrar, Beatriz começou a questioná-lo inocentemente.
B: Que ordem é essa de que os empregados estão falando?
Benn: É isso mesmo.
B: Bento, está brincando comigo? Desde quando me proíbe de sair de casa?
Benn; Desde quando você decidiu ter passeios noturnos, sozinha e sem me avisar.
B: Isso não é necessário, já não... – interrompida –
Benn: Isso não é uma questão. É uma ordem!
B: Não pode me tratar dessa maneira, Bento. O que está acontecendo com você?
Benn: Você é minha, e eu posso fazer o que eu quiser.
Ela não podia acreditar no que estava ouvindo, onde é que ele estava com a cabeça, desde quando decidiu virar esse tipo de marido.
E as coisas estavam só para piorar, um tempo passou desde esse ocorrido.

Se perguntassem, ela jamais conseguiria dizer quando foi que isso mudou.
De um sonho a um pesadelo... De um conto de fadas, para uma história de terror.
Bento havia chego de uma viagem, a filha estava na escola, hoje com seus 12 anos, Ana Beatriz era o maior tesouro.
Beatriz não tinha autoridade nenhuma sobre ela, toda e qualquer ordem ou decisão que se dirija a ela, Bento é quem ditava as ordens.
Os empregados foram se desfazendo, tornando-se restritos, escolhidos minunciosamente.
Os que ficaram, eram estritamente proibidos de abrir a porta do segundo quarto a esquerda do corredor do andar superior.
Somente um tal de Joaquim era autorizado a subir com as refeições. Antes de tudo isso chegar na situação atual, Joaquim fora contratado apenas como segurança da casa, mas com o tempo Beatriz pode perceber de que se tratava de um cão de guarda, e guardava com fidelidade sua liberdade.
-
Ela sabia que ele estava de volta, o barulho do carro a atormentava até mesmo nos sonhos.
Toda a vez que o ouvia seu corpo encolhia e suas costas doíam.
Como pudera? Porque?
Queria ter a coragem de manda-lo ao inferno e junto com Ana Beatriz, sumir no mundo.
Mas isso não era mais possível. Tinha agora seus quase 50 anos, e estava decidida a esperar a morte.
Sem família, sem ninguém.
Lutar pra que? Por quem? A filha era tratada como princesa.
Estava no escuro como sempre. A corrente que amarrava o seu braço esquerdo na cama, a impossibilitava de puxar as cortinas, fechadas propositalmente por ele.
Os passos aproximavam ao corredor.
As lágrimas forçavam a sair, mas ela não queria. Estava cansada de chorar, os olhos ardiam. E o que adiantaria? Lagrimas não iriam tira-la daquela situação
Segurou com toda a sua força as lagrimas, quando o clarão invadiu seu quarto, anunciando a chegada dele.
Ben: Bom dia, amor. Senti saudades. (Aproximando-se)
Ela o encarava, não iria chorar... Não podia chorar.
Continuou em silêncio. Mas Bento odiava isso. Era um homem completamente ditador, e já deixara claro que Beatriz deveria sempre adivinhar suas vontades.
Mesmo sabendo que isso era impossível.
Ele aproximou-se dela, acariciou seu rosto e a beijou.
Ben: Acho que não me ouviu dizer... Eu senti saudades, Beatriz!
O tom de voz já estava diferente, ele sabia como ela se sentia, mas também sabia que ela estava devidamente domesticada.
A voz aparentava estar trêmula quando ela respondeu:
B: Eu também senti saudades, meu amor.
Essa era uma das frases que a livrava de uma interminável surra.
Ben: Como passou nesses dois dias? Se alimentou? Está magra demais!
B: Sim, todas as refeições que trazem.
Ben: Estranho. Então acho que pedirei para que reforcem suas refeições.
B: Não... Não acho nece... (foi interrompida)
Ben: Como é que é?! (Gritando)
B: Não, eu não quis...(interrompida)
Ben: Você não acha nada! Quem decide o que é necessário ou não pra você, sou eu.
Ela já havia levantado da cama para responde-la. Apenas queria morrer, e alimentar-se só iria atrasar esse desejo.
B: Como quiser.
A cabeça sempre baixa ao respondê-lo, essas eram as ordens.
Beatriz foi trancafiada em um dos cômodos da casa, apenas aparecia para o jantar, onde era obrigada a fingir na frente da filha que estava tudo bem, que sua ausência nas manhãs e aos finais de semana nos passeios com Bento, era apenas de cansaço excessivo.
A filha jamais desconfiara, e também não fazia tanta questão assim da presença da mãe.
Para Ana Beatriz, apenas o pai a importava. Por ele, ela faria tudo pelo pai que tanto a ama, era capaz até de deixar a mãe de lado e apenas fingir que a mesma não existe.
-
Beatriz Miriolli, um dia foi jovem e feliz, um dia... Foi livre.
Será que era esse o destino que Deus havia lhe reservado? Pediu a Deus que lhe mostrasse o caminho, que lhe mostrasse o que fazer daqui para frente, que se seu destino fosse morrer trancafiada naquele cômodo, que ele lhe desse algum sinal, que ela estaria pronta para qualquer coisa.
-
Aquela manhã reservava forte emoções.
Ela ouviu o barulho do carro saindo, não mais de dois minutos demorou para que Joaquim anunciasse sua entrada no cômodo.
A comida já não lhe caía bem a muito tempo, mas já não tinha mais como livrar-se dela. Agora além de entregar as refeições, o fiel empregado aguardava até que ela comesse tudo.
E naquela manhã não foi diferente.
Beatriz não conseguia, por mais que forçasse, a comida não descia.
Sempre durante as refeições ela era desamarrada por Joaquim que ao fim da refeição a amarrava novamente.
Depois de um longo tempo de Beatriz tentando engolir a refeição, ela acabou.
E para a sua maior surpresa, Joaquim deixou a porta destrancada e suas correntes soltas.
Nunca saberá dizer se fez aquilo sem perceber ou realmente para ajudá-la mas não havia como ignorar tamanha sorte, aquele era o sinal que tanto havia clamado.

Estava claro como água, seu destino não era morrer naquele quarto.

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Unknown disse...

Vem q vem 2016...quero mais

Anônimo disse...

Esse Bento é um filho da puta!! Como assim, deixar a esposa amarrada!? Ansiosa pro Dan chegar logo e acabar com essa palhaçada

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