domingo, janeiro 10, 2016

Doce Poesia - 8º Episódio

Vestia uma calça discreta e uma camisa azul marinho, um tanto social. Em um lado de suas mãos, carregava duas malas, uma delas notava-se de longe que pertencia a pequena Ana Beatriz.
A: Onde está indo, mãe?
A garota aproximou-se da escada, mas não ousou aproximar e ajudar Beatriz com as malas.
Beatriz estava no alto da escada, pensava consigo de que chegara a hora. Bento não estava em casa, e essa era a sua chance.
B: Onde “nós” estamos indo, filha. Vamos nos mudar, sumir desse lugar. Vamos, me ajude com as malas.
A: Eu não vou a lugar nenhum sem o meu pai.
B: Você não se manda, Bia. Pegue logo sua mala e vamos sair daqui.
A mulher que um dia adorou poesias, não esperava o que estava por vir, e foi pega de surpresa, assim como o próprio Bento.
Ana Beatriz encheu os pulmões e gritou um sonoro:
A: Socorro, Pai!!! (gritando)
B: Filha, o que está fazendo? Para de gritar!
A: Pai, pai!!!! Aaaaaaah!
B: Porque está fazendo isso, Bia?
Ela o sentiu, aproximar-se.
Be: Porque “você” está fazendo isso, Beatriz?
Não poderia imaginar que o marido estaria em casa, aquilo fora uma armadilha? Ele sabia todo o tempo que ela tentaria fugir? A própria filha ajudando aquele monstro?
As vezes Beatriz não conseguia acreditar que aquela menininha fosse sua filha. Como poderia estar do lado do pai depois de tudo o que acontece naquela casa?
Será que não via o inchado contemplando um de seus olhos?
Ela sentiu a mão do marido a puxando pelo cabelo.
Be: Será que não poderei mais sair de casa?
B: Me solta, Bento. Está me machucando.
Ele puxava um pouco mais forte, e a arqueava para trás.
Be: Bia, vá para o seu quarto e só saia de lá quando eu mandar.
Obedientemente ela deixou o local, sem esboçar qualquer reação diante da cena que via.
Beatriz virou-se de frente para ele.
B:Maldito! Eu desejo que você morra!
As lagrimas já acompanhavam a frase, o inferno estava longe de acabar.
Bento abriu a mão e deu um forte tapa no rosto dela, que com o impulso de tamanha força, esquivou para trás e sem ter tempo de segurar em nada, caiu pela escada abaixo.
O barulho chamou atenção de todos os empregados que fingiam não ouvir as constantes brigas que aconteciam naquela casa.
Mas agora o barulho fora mais forte e ignorá-lo era impossível.
Ao menos quatro dos empregados compareceram em frente a escada.
B: O que estão olhando? Andem logo e me ajudem a leva-la até o meu quarto.
Uma empregada atreveu-se a questioná-lo.
_ Mas Senhor, ela está desacordada, e a cabeça está sangrando!
B:Eu perguntei a sua opinião? Perguntei?
A empregada gaguejou um pouco, mas antes que pudesse formular outra pergunta, ele completou;
B:Eu mato você, todos vocês se ousarem a contar isso pra alguém.
Sem mais titubear, os empregados o ajudaram a colocar Beatriz no quarto.
Foi quase uma hora inteira para que ela recobrasse os sentidos.
O cheiro de cravo invadiu suas narinas, era forte, olhou ao lado e não vira ninguém, percebeu que sua cabeça latejava, e eu passar a mão por ela, percebeu um pequeno curativo.
Agora lembrava-se do que havia acontecido, discutiu com Bento e a ousadia foi tanto, que ela acabou caindo da escada.
Do lado de sua cama estava a mala, pronta, pensou por um momento em pegá-la e tentar sair novamente, mas seus pensamentos foram interrompidos pela voz de Bento, que entrou falando sem nenhum cuidado.
Ben: Olha só que acordou, como se sente? (sorrindo)
B:Como acha que me sinto? (chorando)
Ben: Ótima pelo visto, sua voz está forte e autoritária, até parece que pode decidir as coisas por conta própria.
B: Eu quero ir embora daqui, você não... (foi interrompida)
Ben: O que está pensando? Com pode pensar que pode fazer algo tão estupido como esse? Você me pertence, Beatriz. Sabe muito bem disso.
B: Eu vou pedir o divórcio, assim que eu mostrar na delegacia o que acabou de fazer comigo, lei nenhuma me obrigará a ficar com você.
Bento deixou sair por seus lábios a risada mais malévola que Beatriz já ouvira. Como podia ter mudado tanto? Era doce compreensivo, romântico, escrevia-lhe poesias. Foi por esse Bento que Beatriz se apaixonou, e não por esse monstro com quem está casada.
Ben: Isso não vai acontecer, meu amor. (rindo) Vamos sair da cidade.
B:Sair da cidade? Não! De jeito nenhum eu... (foi interrompida)
Ele segurou forte em seu rosto, Beatriz se debatia na cama, nem o machucado em sua cabeça a fez ficar quieta.
Ben: Vai sim, vai sim e isso não se discute mais. E tente algo estupido como esse que tentou fazer a pouco, que vai se arrepender amargamente, Beatriz.
Ela chorou, não havia mais saída, não havia mais nada. Estava entregue as loucuras de Bento, até o dia de sua morte.
Um tempo depois, lá estava ela, em frente a porta esperando a filha que desceu as escadas sorridente ao lado do pai.
As vezes nem a sentia como filha, como se não tivesse saído de seu próprio ventre, nunca esteve ao seu lado, nunca demonstrou nenhum tipo de carinho.
Para a menina, era Deus no céu e Bento na terra.
Beatriz entrou no carro, como quem entrava no corredor da morte, os olhos já sem esperança, esperando apenas a morte vir busca-la.
Não usava maquiagem pois Bento não deixava, seus vestidos sempre para baixo do joelho, vivia como se estivesse em outra década.
A cidade do interior a privava de muitas coisas, gostava de ler e sequer havia uma biblioteca na cidade inteira, que dirá uma loja onde pudesse comprar algum.
Por muito tempo se pegou pensando em como Bento escrevia poesias, de onde vinham suas inspirações.
Como pudera mudar tanto assim?
-
Foram cansativas horas de viagem até que pudessem avistar o lugar onde iriam morar, Beatriz nunca havia visto um lugar tão lindo em toda a sua vida.
Podia ver tantas pessoas lindas, vestidas com roupas da moda e coloridas, pensara se algum dia poderia vestir-se assim também.
A cabeça insistia em latejar, o marido não falou com ela durante a viajem inteira, ao contrário da filha que não fechou a boca por um segundo, Bento falava para ela do lugar, da escola, de como seria a nossa nova casa.
Beatriz estava alheia a tudo isso até que Ana Beatriz gritou entusiasmada.
A: É o mar? Aquilo é o mar, pai?
Ben: Sim, meu amor. É o mar, não é lindo? (sorrindo)
A: É sim, é lindo, pai. Vai me trazer aqui?
Ben: Claro que sim, mas só depois que arrumarmos todas as coisas na nossa nova casa.
Ambos não percebiam, mas Beatriz não conseguia tirar os olhos daquele imenso azul. Era lindo, o som era fascinante.
A: Como é o nome dessa cidade, pai?
Ben: Lírio.
A: Como?
Ben: Um nome peculiar. Não acha, Beatriz?
Ela acordou como se estivesse em um sonho.
Be: O que? (distraída)
Ben: O nome da cidade, não acha um tanto... (foi interrompido)
Be: Lindo, minha mãe cultivou essas flores por um tempo, são lindas.
A:Flores? (curiosa)
Ben: Sim, Lírio é uma flor, uma linda flor. (sorrindo)
Permaneceram em silêncio pelo resto do caminho. Principalmente Beatriz, lembrar-se de sua mãe nunca lhe trazia boas recordações, eram sempre tristes e sofridas.
Ela percebeu que afastavam-se da cidade, que seja lá onde iriam morar, era longe de tudo e todos.
Foram aproximadamente uma hora longe da cidade, quando chegaram em frente a um enorme casarão, o aspecto um tanto antigo, parecia casa de filmes que viu na televisão.
Logo um empregado saiu preocupado, oferecendo-se para carregar as malas ou ajuda-los em qualquer coisa que fosse.
Beatriz não era boba, sabia que aquela casa já existia nos planos de Bento há muito tempo, os empregados sabiam exatamente como trata-lo, do jeito que os da sua antiga casa também o tratavam. Faltava jogarem um tapete vermelho no chão para que Bento pudesse passar.
Ele entrou primeiro, queria ter certeza de que estava tudo bem, tudo do jeito que ele pediu.
Ana Beatriz já entrou correndo pela casa, subiu as escadas sem sequer saber para onde ia.
Bento já fora adentrando os demais cômodos e xingando os empregados, por demorarem em atender suas ordens.
Ela carregava a sua própria mala, estava um tanto pesada, e por isso assustou-se quando a sentiu ficar leve.
Ao olhar para o lado, se perdeu naquele olhar, era azul, como o mar que vira a algumas horas atrás.
- Deixe-me ajuda-la, senhora Beatriz.
A voz era doce, era como quase que pudesse senti-la em seu rosto. Quem era ele? Parecia um...

- Meu nome é Dan, sou o mordomo. E minha vida, está ao seu dispor, senhora Beatriz.

1 comentários:

Unknown disse...

Q raiva desse homem!desgraçado eu fiquei com dó da Beatriz....até q fim chegou o Salvador Dan!

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domingo, janeiro 10, 2016

Doce Poesia - 8º Episódio

Vestia uma calça discreta e uma camisa azul marinho, um tanto social. Em um lado de suas mãos, carregava duas malas, uma delas notava-se de longe que pertencia a pequena Ana Beatriz.
A: Onde está indo, mãe?
A garota aproximou-se da escada, mas não ousou aproximar e ajudar Beatriz com as malas.
Beatriz estava no alto da escada, pensava consigo de que chegara a hora. Bento não estava em casa, e essa era a sua chance.
B: Onde “nós” estamos indo, filha. Vamos nos mudar, sumir desse lugar. Vamos, me ajude com as malas.
A: Eu não vou a lugar nenhum sem o meu pai.
B: Você não se manda, Bia. Pegue logo sua mala e vamos sair daqui.
A mulher que um dia adorou poesias, não esperava o que estava por vir, e foi pega de surpresa, assim como o próprio Bento.
Ana Beatriz encheu os pulmões e gritou um sonoro:
A: Socorro, Pai!!! (gritando)
B: Filha, o que está fazendo? Para de gritar!
A: Pai, pai!!!! Aaaaaaah!
B: Porque está fazendo isso, Bia?
Ela o sentiu, aproximar-se.
Be: Porque “você” está fazendo isso, Beatriz?
Não poderia imaginar que o marido estaria em casa, aquilo fora uma armadilha? Ele sabia todo o tempo que ela tentaria fugir? A própria filha ajudando aquele monstro?
As vezes Beatriz não conseguia acreditar que aquela menininha fosse sua filha. Como poderia estar do lado do pai depois de tudo o que acontece naquela casa?
Será que não via o inchado contemplando um de seus olhos?
Ela sentiu a mão do marido a puxando pelo cabelo.
Be: Será que não poderei mais sair de casa?
B: Me solta, Bento. Está me machucando.
Ele puxava um pouco mais forte, e a arqueava para trás.
Be: Bia, vá para o seu quarto e só saia de lá quando eu mandar.
Obedientemente ela deixou o local, sem esboçar qualquer reação diante da cena que via.
Beatriz virou-se de frente para ele.
B:Maldito! Eu desejo que você morra!
As lagrimas já acompanhavam a frase, o inferno estava longe de acabar.
Bento abriu a mão e deu um forte tapa no rosto dela, que com o impulso de tamanha força, esquivou para trás e sem ter tempo de segurar em nada, caiu pela escada abaixo.
O barulho chamou atenção de todos os empregados que fingiam não ouvir as constantes brigas que aconteciam naquela casa.
Mas agora o barulho fora mais forte e ignorá-lo era impossível.
Ao menos quatro dos empregados compareceram em frente a escada.
B: O que estão olhando? Andem logo e me ajudem a leva-la até o meu quarto.
Uma empregada atreveu-se a questioná-lo.
_ Mas Senhor, ela está desacordada, e a cabeça está sangrando!
B:Eu perguntei a sua opinião? Perguntei?
A empregada gaguejou um pouco, mas antes que pudesse formular outra pergunta, ele completou;
B:Eu mato você, todos vocês se ousarem a contar isso pra alguém.
Sem mais titubear, os empregados o ajudaram a colocar Beatriz no quarto.
Foi quase uma hora inteira para que ela recobrasse os sentidos.
O cheiro de cravo invadiu suas narinas, era forte, olhou ao lado e não vira ninguém, percebeu que sua cabeça latejava, e eu passar a mão por ela, percebeu um pequeno curativo.
Agora lembrava-se do que havia acontecido, discutiu com Bento e a ousadia foi tanto, que ela acabou caindo da escada.
Do lado de sua cama estava a mala, pronta, pensou por um momento em pegá-la e tentar sair novamente, mas seus pensamentos foram interrompidos pela voz de Bento, que entrou falando sem nenhum cuidado.
Ben: Olha só que acordou, como se sente? (sorrindo)
B:Como acha que me sinto? (chorando)
Ben: Ótima pelo visto, sua voz está forte e autoritária, até parece que pode decidir as coisas por conta própria.
B: Eu quero ir embora daqui, você não... (foi interrompida)
Ben: O que está pensando? Com pode pensar que pode fazer algo tão estupido como esse? Você me pertence, Beatriz. Sabe muito bem disso.
B: Eu vou pedir o divórcio, assim que eu mostrar na delegacia o que acabou de fazer comigo, lei nenhuma me obrigará a ficar com você.
Bento deixou sair por seus lábios a risada mais malévola que Beatriz já ouvira. Como podia ter mudado tanto? Era doce compreensivo, romântico, escrevia-lhe poesias. Foi por esse Bento que Beatriz se apaixonou, e não por esse monstro com quem está casada.
Ben: Isso não vai acontecer, meu amor. (rindo) Vamos sair da cidade.
B:Sair da cidade? Não! De jeito nenhum eu... (foi interrompida)
Ele segurou forte em seu rosto, Beatriz se debatia na cama, nem o machucado em sua cabeça a fez ficar quieta.
Ben: Vai sim, vai sim e isso não se discute mais. E tente algo estupido como esse que tentou fazer a pouco, que vai se arrepender amargamente, Beatriz.
Ela chorou, não havia mais saída, não havia mais nada. Estava entregue as loucuras de Bento, até o dia de sua morte.
Um tempo depois, lá estava ela, em frente a porta esperando a filha que desceu as escadas sorridente ao lado do pai.
As vezes nem a sentia como filha, como se não tivesse saído de seu próprio ventre, nunca esteve ao seu lado, nunca demonstrou nenhum tipo de carinho.
Para a menina, era Deus no céu e Bento na terra.
Beatriz entrou no carro, como quem entrava no corredor da morte, os olhos já sem esperança, esperando apenas a morte vir busca-la.
Não usava maquiagem pois Bento não deixava, seus vestidos sempre para baixo do joelho, vivia como se estivesse em outra década.
A cidade do interior a privava de muitas coisas, gostava de ler e sequer havia uma biblioteca na cidade inteira, que dirá uma loja onde pudesse comprar algum.
Por muito tempo se pegou pensando em como Bento escrevia poesias, de onde vinham suas inspirações.
Como pudera mudar tanto assim?
-
Foram cansativas horas de viagem até que pudessem avistar o lugar onde iriam morar, Beatriz nunca havia visto um lugar tão lindo em toda a sua vida.
Podia ver tantas pessoas lindas, vestidas com roupas da moda e coloridas, pensara se algum dia poderia vestir-se assim também.
A cabeça insistia em latejar, o marido não falou com ela durante a viajem inteira, ao contrário da filha que não fechou a boca por um segundo, Bento falava para ela do lugar, da escola, de como seria a nossa nova casa.
Beatriz estava alheia a tudo isso até que Ana Beatriz gritou entusiasmada.
A: É o mar? Aquilo é o mar, pai?
Ben: Sim, meu amor. É o mar, não é lindo? (sorrindo)
A: É sim, é lindo, pai. Vai me trazer aqui?
Ben: Claro que sim, mas só depois que arrumarmos todas as coisas na nossa nova casa.
Ambos não percebiam, mas Beatriz não conseguia tirar os olhos daquele imenso azul. Era lindo, o som era fascinante.
A: Como é o nome dessa cidade, pai?
Ben: Lírio.
A: Como?
Ben: Um nome peculiar. Não acha, Beatriz?
Ela acordou como se estivesse em um sonho.
Be: O que? (distraída)
Ben: O nome da cidade, não acha um tanto... (foi interrompido)
Be: Lindo, minha mãe cultivou essas flores por um tempo, são lindas.
A:Flores? (curiosa)
Ben: Sim, Lírio é uma flor, uma linda flor. (sorrindo)
Permaneceram em silêncio pelo resto do caminho. Principalmente Beatriz, lembrar-se de sua mãe nunca lhe trazia boas recordações, eram sempre tristes e sofridas.
Ela percebeu que afastavam-se da cidade, que seja lá onde iriam morar, era longe de tudo e todos.
Foram aproximadamente uma hora longe da cidade, quando chegaram em frente a um enorme casarão, o aspecto um tanto antigo, parecia casa de filmes que viu na televisão.
Logo um empregado saiu preocupado, oferecendo-se para carregar as malas ou ajuda-los em qualquer coisa que fosse.
Beatriz não era boba, sabia que aquela casa já existia nos planos de Bento há muito tempo, os empregados sabiam exatamente como trata-lo, do jeito que os da sua antiga casa também o tratavam. Faltava jogarem um tapete vermelho no chão para que Bento pudesse passar.
Ele entrou primeiro, queria ter certeza de que estava tudo bem, tudo do jeito que ele pediu.
Ana Beatriz já entrou correndo pela casa, subiu as escadas sem sequer saber para onde ia.
Bento já fora adentrando os demais cômodos e xingando os empregados, por demorarem em atender suas ordens.
Ela carregava a sua própria mala, estava um tanto pesada, e por isso assustou-se quando a sentiu ficar leve.
Ao olhar para o lado, se perdeu naquele olhar, era azul, como o mar que vira a algumas horas atrás.
- Deixe-me ajuda-la, senhora Beatriz.
A voz era doce, era como quase que pudesse senti-la em seu rosto. Quem era ele? Parecia um...

- Meu nome é Dan, sou o mordomo. E minha vida, está ao seu dispor, senhora Beatriz.

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