domingo, janeiro 17, 2016

Doce Poesia - 9º Episódio

B: Que isso, não é para tanto. Mordomo... (Rindo) Achei que isso nem existisse.
Ele continuava encarando-a, um leve sorriso esboçava em seu rosto.
- Desculpe-me, Senhora. Minha intensão não foi aborrecê-la, eu sinto muito.
Ao dizer isso, Dan abaixou-se em frente a ela, como uma reverencia.
Beatriz pensou por um momento que aquele homem talvez não tivesse um juízo perfeito.
B: Por favor, levante-se, não precisa fazer... (foi interrompida)
Ben: Dan!!! Venha até o meu escritório!
A voz de Bento era autoritária, e até um leve sobressalto o corpo de Dan esboçou ao ouvir seu nome.
Ele sequer parou para pensar, a encarou nos olhos e virou-se em direção ao escritório de Bento.
A porta fora trancada, pelo jeito Bento não queria que Beatriz soubesse o que andava ordenando aos empregados.
Andava lentamente pela grande sala, era tudo impecavelmente lindo, o cheiro da madeira do assoalho a deixava nas nuvens.
Pensava em como Bento pode esconder aquele lugar por tanto tempo.
E tudo indicava que ele vinha ali frequentemente, os objetos e a rotina da casa era familiar, e isso ao mesmo tempo que a fazia sentir-se em casa, a assustava, pois ultimamente, sentia aquele lugar como qualquer coisa, menos sua casa.
Resolveu então subir as escadas, ao tocar no corrimão, lembrou-se de horas atrás, quando acabou caindo por uma escada muito parecida com aquela.
Certo arrepio invadiu seu corpo ao pensar nisso.
Começou a subir, sequer sabia onde seria seu quarto, mas estava seguindo. Logo encontrou um corredor, em um deles já ouvia a pequena Ana Beatriz pulando e fazendo barulho em seu novo quarto, de certo deveria estar cheio de novidades da cidade grande, como Notebook, ou o tão sonhado Ipad, que Ana Beatriz empenhava-se constantemente em conseguir um do pai.
Ao fim do corredor, ela pode ver uma porta, a única que ficava de frente para o corredor, a porta era diferente das demais, parecia um tanto mais escura e com um aspecto antigo.
O impulso a fez tocar na maçaneta e iria abrir, se não fosse o fato da filha abrir a porta do quarto gritando.
O grito era ensurdecedor, e o corredor produzia um eco horrível.
B:Bia! Pelo amor de Deus, o que é isso? Que gritaria é essa?
A: Um bicho! Horrível, mãe. Chame o papai, ele vai tirá-lo daí.
B: Seu pai está no escritório conversando com o mordomo, deixe-me ver antes.
Beatriz entrou um tanto receosa no quarto da filha, afinal, era um território estranho, não sabia que tipo de animais costumavam aparecer naquela casa.
Ao entrar, percebeu que não se tratava de nada a mais e nada a menos que uma borboleta pousada em sua cama.
B: Bia, é só uma borboleta, e uma linda borboleta, não é pra tanto.
Nesse mesmo instante, Bento adentrou o quarto. Estava um tanto afoito.
Ben: O que foi filha?
A:Um bicho horrível, pai. (abraçando-o)
Bento logo seguiu em direção a cama da filha, olhou a colorida borboleta pousada sobre a mesma, e com apenas um tapa, a desmanchou por entre os dedos.
A frase de que “ não foi nada demais”, ficou presa na garganta de Beatriz;
B: O que está pensando?
Benn: Era um bicho, não vou deixar que minha filha tenha medo de ficar aqui por causa de um bicho.
Beatriz não ousou discutir, era inútil.
Benn: Dan!
Ela o olhou de canto, percebeu que ele estava ali desde o começo. Em silêncio, como se estivesse apenas aguardando as ordens de Bento.
Benn: Troque os lençóis da cama, ou melhor... Troque essa cama imediatamente. Mande as empregadas limparem todo o quarto novamente.
Ele abaixou a cabeça como já era de costume e completou.
Dan: Senhor o quarto foi limpo há uma hora e...
Benn: Está questionando minha ordem?
Dan: De maneira alguma, Senhor.
Benn: Assim espero, você não passa de um empregado, e nada mais. Que isso fique bem claro.
Beatriz queria intervir, mas sua posição não era lá grandes coisas.
A garota fingia um susto, soluçava forçadamente aos braços do pai.
A: Eu fiquei com tanto medo, papai.
Benn: Não precisa ter medo, filha. Papai sempre estará aqui pra te proteger. Agora o que quer que eu faça pra te ajudar a ficar melhor.
A: Eu queria sorvete.
Benn: Pois bem. O papai vai te levar pra tomar o maior e mais gostoso sorvete da cidade.
Ana Beatriz soltava gritinhos de alegria, e como em um passe de mágica, as lagrimas e o soluço sessaram.
Beatriz ficou sozinha no quarto, nem Bento e nem Ana cogitaram a possibilidade de leva-la ao passeio na cidade.
Estava cansada demais de tudo aquilo, agora essa mudança de cidade. Porque? Ao menos onde moravam havia a lembrança do tempo que foi feliz, feliz com sua mãe e feliz até mesmo com Bento.
Não era o homem com quem se casara. E sentia falta de sorrir, falta de ser feliz.
Deixou o quarto de Ana e voltou ao corredor, a porta que quase abrira minutos atrás parecia chama-la.
Ela aproximou-se novamente dela. As mãos tocaram a maçaneta, fechou os olhos para encarar o medo, e ao girar sentiu mesma trancada, antes de abrir os olhos, o tecido tocou em cima da sua mão.
Ela abriu os olhos e o viu, os olhos azuis a faziam perder-se nas horas ou lugar.
Era um toque gostoso, delicado, sentia –se bem. Tudo em um apto de segundo.
Beatriz puxou a mão.
Dan: Não deve entrar aí.
B: Porque?
Dan: Porque...
O mordomo levou as mãos até seu rosto, e deslizou de forma carinhosa. Beatriz fechou os olhos e sentiu aquele carinho.
Parecia sair desse mundo. Quem era aquele homem? Porque ela não conseguia ser autoritária com ele e perguntar como ele ousa tocá-la de tal maneira.
Porque sentia como se seus pés levitassem ao sentir o toque de suas mãos.
As palavras enfim formaram uma frase em sua boca, mas antes de dizê-la, foi interrompida.
Dan: Eu queria tanto te conhecer, queria tanto olhar nos seus olhos e dizer o quão lindo são eles.
B: O que...
Algumas empregadas apontaram no corredor, a nova cama e a faxina já foram providenciadas pelo Mordomo.
Ele sorriu pra ela e seguiu os demais empregados, certeza de que ia supervisionar o trabalho deles.
Agora olhou novamente a porta e a pergunta se formou em sua mente, o que poderia ter por detrás daquela porta? O porque ela não podia, ficou preso na garganta de Dan.
Saiu de perto da porta e seguiu para as demais, e enfim encontrou um quarto onde suas bagagens encontravam-se, ficou feliz em saber que a cama era de solteiro e que Bento não a obrigaria a deitar-se com ele.
-
A tarde passou rapidamente, e antes mesmo que pudesse pensar em o que mais poderia explorar naquele casarão, Beatriz ouviu o barulho do carro de Bento chegando e em seguida os gritos de alegria de Ana Beatriz.
Ela apontou nas escadas, Ana gritava de alegria. Não poderia ser só pelo sorvete que foram tomar.
B: O que foi que aconteceu, filha?
A: Olha, mãe. Eu ganhei do papai.
Logo Beatriz entendeu, o Ipad que tanto ela queria, estava nítido que não demoraria muito, Bento sempre faz o que ela quer.
Beatriz apenas sorriu forçadamente como se aprovasse tal presente e continuou a descer as escadas.
Procurava encontrar o mordomo, queria fazer-lhe algumas perguntas. Talvez pudesse saber o que Bento fazia naquela casa, o porquê decidiu morar aqui com a família.
-
Ela atravessou a sala com a inocência de que poderia passar ao outro cômodo despercebida ou não questionada por Bento.
Benn: Onde está indo, Beatriz?
B: Vou à cozinha, quero ter certeza de que o jantar sairá bem.
Benn: Os empregados cuidam disso.
B:Bento, não podemos deixar tudo nas mãos dos empregados, não acha?
Ela continuou andando em direção a cozinha.
Benn: Eu já disse que os empregados cuidam disso, Beatriz.
A mesma parou onde estava, não tinha mais argumentos para continuar, na verdade nunca teve.
Benn: Não quero você perto dos empregados, eu dito as regras, eles obedecem, qualquer mudança reporte a mim, e eu mudarei as regras. Faça o que eu mando, ou terá problemas.
Como sempre, apenas virou-se em direção a escada e começou a subi-las, o mais estranho de tudo isso, é que sua filha nunca questionava o pai, nunca entrou no meio de uma briga ou discussão.
Era criança mas é claro que já ouviu o pai humilhar a mãe, os choros de Beatriz eram inconfundíveis através das paredes da casa.
E mesmo assim nenhuma pergunta era feita ao pai.
Voltou ao quarto e respirou fundo, nada mudaria. Tudo continuaria exatamente como sempre foi.
-
Naquela noite, Bento resolveu não perturbar Beatriz.
Era uma cidade linda e provavelmente cheia de prazeres para um homem como ele, deveria estar satisfeito.
Estranhou o fato de não estar amarrada e nem trancada naquela casa, o que poderia ser diferente ali? Será que por ser uma casa afastada da cidade de nada adiantaria fugir? Correria e correria pelos campos a sua volta e não chegaria a lugar nenhum?
Ou Bento apenas estará dando sorte para o azar.
Já era madrugada e Beatriz ainda não conseguira dormir.
Mesmo no escuro continuava com os olhos fixados no teto. A casa era antiga demais, Bento deveria ter gasto muito dinheiro para reforma-la. Mas algumas coisas ainda se notada.
Como a alguns riscos no assoalho de madeira, alguns eram bem grossos.
Ela se levantou, queria saber que segredos eram escondidos naquela casa.
Talvez Bento nunca ficasse sabendo que saíra naquela madrugada para explorar a casa, Rubens ó fiel escudeiro de Bento já não existe mais para privá-la.
Aproximou-se da porta e ao fechar os olhos e contrair a boca, girou lentamente a maçaneta.
Levemente puxou a porta que infelizmente ainda tinha as dobradiças um tanto enferrujada, e mesmo que devagar, ecoou certo barulho no silencio daqueles corredores.
Apontou a cabeça no corredor e certificando-se de que não havia nada e nem ninguém, ela arriscou o primeiro passo.
E logo algo chamou sua atenção. A pequena fresta por debaixo da porta misteriosa estava acesa, alguém estava lá. Seria Bento?
O primeiro impulso de voltar para o seu quarto antes que alguém a pegasse ali, passou rapidamente.
Era curiosa demais, aproximou-se em passos silenciosos, os pés descalços a ajudavam no silencio.
Enfim em frente a porta, suava, o coração palpitava freneticamente, parecia que a certa hora sairia pela boca.
Estava com medo, mas muito curiosa ao mesmo tempo, a adrenalina de saber que não poderia ser pega a fazia sorrir de leve.

_ O que está fazendo aqui?

1 comentários:

Unknown disse...

Hum...tenso! Mais...Ana nojentinha

Postar um comentário

domingo, janeiro 17, 2016

Doce Poesia - 9º Episódio

B: Que isso, não é para tanto. Mordomo... (Rindo) Achei que isso nem existisse.
Ele continuava encarando-a, um leve sorriso esboçava em seu rosto.
- Desculpe-me, Senhora. Minha intensão não foi aborrecê-la, eu sinto muito.
Ao dizer isso, Dan abaixou-se em frente a ela, como uma reverencia.
Beatriz pensou por um momento que aquele homem talvez não tivesse um juízo perfeito.
B: Por favor, levante-se, não precisa fazer... (foi interrompida)
Ben: Dan!!! Venha até o meu escritório!
A voz de Bento era autoritária, e até um leve sobressalto o corpo de Dan esboçou ao ouvir seu nome.
Ele sequer parou para pensar, a encarou nos olhos e virou-se em direção ao escritório de Bento.
A porta fora trancada, pelo jeito Bento não queria que Beatriz soubesse o que andava ordenando aos empregados.
Andava lentamente pela grande sala, era tudo impecavelmente lindo, o cheiro da madeira do assoalho a deixava nas nuvens.
Pensava em como Bento pode esconder aquele lugar por tanto tempo.
E tudo indicava que ele vinha ali frequentemente, os objetos e a rotina da casa era familiar, e isso ao mesmo tempo que a fazia sentir-se em casa, a assustava, pois ultimamente, sentia aquele lugar como qualquer coisa, menos sua casa.
Resolveu então subir as escadas, ao tocar no corrimão, lembrou-se de horas atrás, quando acabou caindo por uma escada muito parecida com aquela.
Certo arrepio invadiu seu corpo ao pensar nisso.
Começou a subir, sequer sabia onde seria seu quarto, mas estava seguindo. Logo encontrou um corredor, em um deles já ouvia a pequena Ana Beatriz pulando e fazendo barulho em seu novo quarto, de certo deveria estar cheio de novidades da cidade grande, como Notebook, ou o tão sonhado Ipad, que Ana Beatriz empenhava-se constantemente em conseguir um do pai.
Ao fim do corredor, ela pode ver uma porta, a única que ficava de frente para o corredor, a porta era diferente das demais, parecia um tanto mais escura e com um aspecto antigo.
O impulso a fez tocar na maçaneta e iria abrir, se não fosse o fato da filha abrir a porta do quarto gritando.
O grito era ensurdecedor, e o corredor produzia um eco horrível.
B:Bia! Pelo amor de Deus, o que é isso? Que gritaria é essa?
A: Um bicho! Horrível, mãe. Chame o papai, ele vai tirá-lo daí.
B: Seu pai está no escritório conversando com o mordomo, deixe-me ver antes.
Beatriz entrou um tanto receosa no quarto da filha, afinal, era um território estranho, não sabia que tipo de animais costumavam aparecer naquela casa.
Ao entrar, percebeu que não se tratava de nada a mais e nada a menos que uma borboleta pousada em sua cama.
B: Bia, é só uma borboleta, e uma linda borboleta, não é pra tanto.
Nesse mesmo instante, Bento adentrou o quarto. Estava um tanto afoito.
Ben: O que foi filha?
A:Um bicho horrível, pai. (abraçando-o)
Bento logo seguiu em direção a cama da filha, olhou a colorida borboleta pousada sobre a mesma, e com apenas um tapa, a desmanchou por entre os dedos.
A frase de que “ não foi nada demais”, ficou presa na garganta de Beatriz;
B: O que está pensando?
Benn: Era um bicho, não vou deixar que minha filha tenha medo de ficar aqui por causa de um bicho.
Beatriz não ousou discutir, era inútil.
Benn: Dan!
Ela o olhou de canto, percebeu que ele estava ali desde o começo. Em silêncio, como se estivesse apenas aguardando as ordens de Bento.
Benn: Troque os lençóis da cama, ou melhor... Troque essa cama imediatamente. Mande as empregadas limparem todo o quarto novamente.
Ele abaixou a cabeça como já era de costume e completou.
Dan: Senhor o quarto foi limpo há uma hora e...
Benn: Está questionando minha ordem?
Dan: De maneira alguma, Senhor.
Benn: Assim espero, você não passa de um empregado, e nada mais. Que isso fique bem claro.
Beatriz queria intervir, mas sua posição não era lá grandes coisas.
A garota fingia um susto, soluçava forçadamente aos braços do pai.
A: Eu fiquei com tanto medo, papai.
Benn: Não precisa ter medo, filha. Papai sempre estará aqui pra te proteger. Agora o que quer que eu faça pra te ajudar a ficar melhor.
A: Eu queria sorvete.
Benn: Pois bem. O papai vai te levar pra tomar o maior e mais gostoso sorvete da cidade.
Ana Beatriz soltava gritinhos de alegria, e como em um passe de mágica, as lagrimas e o soluço sessaram.
Beatriz ficou sozinha no quarto, nem Bento e nem Ana cogitaram a possibilidade de leva-la ao passeio na cidade.
Estava cansada demais de tudo aquilo, agora essa mudança de cidade. Porque? Ao menos onde moravam havia a lembrança do tempo que foi feliz, feliz com sua mãe e feliz até mesmo com Bento.
Não era o homem com quem se casara. E sentia falta de sorrir, falta de ser feliz.
Deixou o quarto de Ana e voltou ao corredor, a porta que quase abrira minutos atrás parecia chama-la.
Ela aproximou-se novamente dela. As mãos tocaram a maçaneta, fechou os olhos para encarar o medo, e ao girar sentiu mesma trancada, antes de abrir os olhos, o tecido tocou em cima da sua mão.
Ela abriu os olhos e o viu, os olhos azuis a faziam perder-se nas horas ou lugar.
Era um toque gostoso, delicado, sentia –se bem. Tudo em um apto de segundo.
Beatriz puxou a mão.
Dan: Não deve entrar aí.
B: Porque?
Dan: Porque...
O mordomo levou as mãos até seu rosto, e deslizou de forma carinhosa. Beatriz fechou os olhos e sentiu aquele carinho.
Parecia sair desse mundo. Quem era aquele homem? Porque ela não conseguia ser autoritária com ele e perguntar como ele ousa tocá-la de tal maneira.
Porque sentia como se seus pés levitassem ao sentir o toque de suas mãos.
As palavras enfim formaram uma frase em sua boca, mas antes de dizê-la, foi interrompida.
Dan: Eu queria tanto te conhecer, queria tanto olhar nos seus olhos e dizer o quão lindo são eles.
B: O que...
Algumas empregadas apontaram no corredor, a nova cama e a faxina já foram providenciadas pelo Mordomo.
Ele sorriu pra ela e seguiu os demais empregados, certeza de que ia supervisionar o trabalho deles.
Agora olhou novamente a porta e a pergunta se formou em sua mente, o que poderia ter por detrás daquela porta? O porque ela não podia, ficou preso na garganta de Dan.
Saiu de perto da porta e seguiu para as demais, e enfim encontrou um quarto onde suas bagagens encontravam-se, ficou feliz em saber que a cama era de solteiro e que Bento não a obrigaria a deitar-se com ele.
-
A tarde passou rapidamente, e antes mesmo que pudesse pensar em o que mais poderia explorar naquele casarão, Beatriz ouviu o barulho do carro de Bento chegando e em seguida os gritos de alegria de Ana Beatriz.
Ela apontou nas escadas, Ana gritava de alegria. Não poderia ser só pelo sorvete que foram tomar.
B: O que foi que aconteceu, filha?
A: Olha, mãe. Eu ganhei do papai.
Logo Beatriz entendeu, o Ipad que tanto ela queria, estava nítido que não demoraria muito, Bento sempre faz o que ela quer.
Beatriz apenas sorriu forçadamente como se aprovasse tal presente e continuou a descer as escadas.
Procurava encontrar o mordomo, queria fazer-lhe algumas perguntas. Talvez pudesse saber o que Bento fazia naquela casa, o porquê decidiu morar aqui com a família.
-
Ela atravessou a sala com a inocência de que poderia passar ao outro cômodo despercebida ou não questionada por Bento.
Benn: Onde está indo, Beatriz?
B: Vou à cozinha, quero ter certeza de que o jantar sairá bem.
Benn: Os empregados cuidam disso.
B:Bento, não podemos deixar tudo nas mãos dos empregados, não acha?
Ela continuou andando em direção a cozinha.
Benn: Eu já disse que os empregados cuidam disso, Beatriz.
A mesma parou onde estava, não tinha mais argumentos para continuar, na verdade nunca teve.
Benn: Não quero você perto dos empregados, eu dito as regras, eles obedecem, qualquer mudança reporte a mim, e eu mudarei as regras. Faça o que eu mando, ou terá problemas.
Como sempre, apenas virou-se em direção a escada e começou a subi-las, o mais estranho de tudo isso, é que sua filha nunca questionava o pai, nunca entrou no meio de uma briga ou discussão.
Era criança mas é claro que já ouviu o pai humilhar a mãe, os choros de Beatriz eram inconfundíveis através das paredes da casa.
E mesmo assim nenhuma pergunta era feita ao pai.
Voltou ao quarto e respirou fundo, nada mudaria. Tudo continuaria exatamente como sempre foi.
-
Naquela noite, Bento resolveu não perturbar Beatriz.
Era uma cidade linda e provavelmente cheia de prazeres para um homem como ele, deveria estar satisfeito.
Estranhou o fato de não estar amarrada e nem trancada naquela casa, o que poderia ser diferente ali? Será que por ser uma casa afastada da cidade de nada adiantaria fugir? Correria e correria pelos campos a sua volta e não chegaria a lugar nenhum?
Ou Bento apenas estará dando sorte para o azar.
Já era madrugada e Beatriz ainda não conseguira dormir.
Mesmo no escuro continuava com os olhos fixados no teto. A casa era antiga demais, Bento deveria ter gasto muito dinheiro para reforma-la. Mas algumas coisas ainda se notada.
Como a alguns riscos no assoalho de madeira, alguns eram bem grossos.
Ela se levantou, queria saber que segredos eram escondidos naquela casa.
Talvez Bento nunca ficasse sabendo que saíra naquela madrugada para explorar a casa, Rubens ó fiel escudeiro de Bento já não existe mais para privá-la.
Aproximou-se da porta e ao fechar os olhos e contrair a boca, girou lentamente a maçaneta.
Levemente puxou a porta que infelizmente ainda tinha as dobradiças um tanto enferrujada, e mesmo que devagar, ecoou certo barulho no silencio daqueles corredores.
Apontou a cabeça no corredor e certificando-se de que não havia nada e nem ninguém, ela arriscou o primeiro passo.
E logo algo chamou sua atenção. A pequena fresta por debaixo da porta misteriosa estava acesa, alguém estava lá. Seria Bento?
O primeiro impulso de voltar para o seu quarto antes que alguém a pegasse ali, passou rapidamente.
Era curiosa demais, aproximou-se em passos silenciosos, os pés descalços a ajudavam no silencio.
Enfim em frente a porta, suava, o coração palpitava freneticamente, parecia que a certa hora sairia pela boca.
Estava com medo, mas muito curiosa ao mesmo tempo, a adrenalina de saber que não poderia ser pega a fazia sorrir de leve.

_ O que está fazendo aqui?

Um comentário:

Unknown disse...

Hum...tenso! Mais...Ana nojentinha

Postar um comentário

 

Romances da Laura Template by Ipietoon Cute Blog Design and Bukit Gambang