A respiração
dela já estava ofegante. Suava de forma anormal e isso estava assustando,
Bento.
Beatriz não
conseguia ver como estava o velho jogado no jardim, mas mal se mexia, não
queria pensar naquilo, sua filha estava a caminho antes da hora e por culpa
daquele homem.
Ben: Meu
amor, fica acordada, você precisa aguentar firme. Eu estou aqui com você.
Ela tinha os
olhos parados naquela direção, mas Bento entrou na sua frente e chamou sua
atenção.
Benn: Ela
está vindo meu amor. (sorrindo)
B:Sim...
B:Sim...
Ao mesmo
tempo em que ambos sorriam de felicidade, a angustia e o medo tomavam conta.
Beatriz
ainda estava com oito meses, sem preparo algum para o parto naquele lugar.
Em meio aos
empregados rodeando-a, ela viu quando os seguranças tiraram seu pai do jardim.
B:Bento...
Cuidem dele.
Benn: Amor,
não pense nisso agora, pense só na nossa filha, em trazê-la para esse mundo.
B: Eu quero
que cuidem dele, agora.
_ Senhora,
não fique nervosa, isso pode complicar para tirarmos a bebe.
Ben: NÃO!
Isso não, não podemos prejudicar a nossa pequena por esse homem. Levem-no a um
hospital.
Uma das
empregadas começou a apertar a barriga de Beatriz, enquanto outra esperava o
bebê mostrar algum sinal de que estava pronto.
Foi quase
duas horas até que a pequena Ana Beatriz desse o primeiro sinal de que estava
chegando.
Beatriz
estava exausta, já não havia forças para mais nada.
Chegou a
certa hora pensar de que não daria conta, que não daria tempo de trazer o seu
bebe a salvo para viver ao seu lado.
Mas o choro,
anunciou de que Ana chegara a esse mundo para encher sua vida de alegrias.
Lágrimas eram inevitáveis aos olhos de Bento e Beatriz. O Sorriso escancarado
em seus rostos.
Benn: É
linda, como a mãe. (aproximando-se)
As
empregadas terminaram de arrumar Beatriz, logo os lençóis manchados de vermelho
já iam a caminho dos fundos da casa.
Bento
abaixou ao lado da mulher, envolveu seus braços em torno do seu pescoço e a
carregou.
Estava
cansada, fora um parto inesperado e demorado.
A situação
toda era errada, Ana não era pra vir hoje.
Chegaram ao
quarto, as empregadas ajudaram Beatriz a tomar um banho e a colocaram na cama.
Enquanto isso,
Bento encantava-se a cada minuto mais pela filha.
Algum tempo
depois, ele entrou no quarto segurando a filha no colo, Beatriz sorria para
ele.
Ele
aproximou-se dela e sentou ao seu lado.
Benn: Está
dormindo. O médico já a examinou e disse que está mais saudável do que ele.
(rindo)
B: Perfeita... (olhando -a)
B: Perfeita... (olhando -a)
Beatriz a
pegou do colo de Bento e a segurou com cuidado, não conseguia parar de olhá-la,
pegar me suas mães, dedilhar sobre seus finos cabelos.
Benn: Como
isso é possível?
B: O que?
Benn: Eu já
a amo tanto, que meu peito chega a doer.
B: Eu sei
exatamente como se sente.
Algumas
semanas depois, a pequena Ana estava sob os cuidados das empregadas no jardim
da casa.
Beatriz
apreciava uma deliciosa xicara de chocolate quente, a fazia lembrar-se de sua
casa, mas não apenas de sua casa como quando saiu dela para morar com Bento, de
sua casa quando era criança e sua mãe fazia o chocolate quente para ela sempre
quando chegava da escola.
Adorava
ficar horas e horas com tais lembranças revirando em sua cabeça.
As lagrimas
eram inevitáveis quando ficava assim.
Antes do
próximo gole, sentiu o afagar em seus cabelos.
B: Hum, que
saudades já estava de você.
Benn: Estava
com a nossa filha, sabe que gosto de sempre ficar de olho.
Os braços
entrelaçavam seu pescoço de forma carinhosa.
Benn:
Deveria sair para o jardim, está uma tarde maravilhosa.
B: Estou
cansada, mal dormi essa noite.
Benn: Logo a
nossa Ana começara a dormir mais a noite.
B: Assim
espero.
Benn: Está
bem?
Beatriz
tinha a aparecia cansada, mas um tanto intrigante ao mesmo tempo.
E Bento
podia imaginar o que fora.
B: Nada, é
apenas saudades de você.
Ela não
queria mais se preocupar com o pai bêbado, mas tinha dias em que esse
pensamento era inevitável.
Será que
estava se alimentando, a tempos não havia notícias dele, a casa que morava,
continuava cuidada.
Há duas
semanas, Bento e Beatriz tiveram uma discussão séria. A mesma mandava uma
empregada na casa do velho pai ao menos uma vez por semana, como de vez em
quando pedia para deixar um bom prato de comida na casa.
Bento não
gostou muito, e nem era pela comida ou os empregados, era por Beatriz decidir
fazer isso as escondidas e o pai criar a liberdade de ir no portão da casa
gritar por bebida ou comida.
Era famoso
na confecção de joias e esse tipo de escândalo no portão de sua casa era a
última coisa de que precisava.
Ele ficou de
frente para Beatriz que continuava sentada, e abaixou-se a sua altura.
Benn: Eu
também sinto saudades.
Bento foi
até a sua boca e a beijou, os lábios envolvendo-se de maneira saudosa. Ela
sentiu as mãos percorrerem a sua nuca, arrepiando aos poucos os seus braços.
Ele a
encarou e em seguida apenas tocou seus lábios levemente.
Ambos
queriam, seria a primeira vez desde o nascimento de Ana Beatriz.
A porta já
devidamente trancada, e Bento voltou a sua posição, Beatriz vestia um
confortável vestido.
O Fazendeiro
afastou as pernas dela lentamente, acariciou o seu sexo por fora da calcinha,
até que pudesse sentir a umidade formar-se por entre o tecido de algodão.
Os olhos
permaneciam fechados, Bento a contemplava com satisfação. Sabia como ela
gostava e excitava-se com a expressão de prazer que ela não conseguia
disfarçar.
A barba
roçava em suas coxas conforme a aproximação em seu sexo. Ele afastou o tecido e
com os dedos pode sentir com intensidade o quanto ela estava pronta para tê-lo.
Os dedos
estavam molhados, e com facilidade ele os deslizou para dentro dela,
arrancando-lhe dos lábios um tímido gemido.
O corpo se
contorceu de leve, e Bento aumentou um pouco mais o movimento, assim como a
respiração de Beatriz que ficou ofegante.
Sem mais
nada a pensar, ele levantou-se a pegou no colo e jogando-a de forma brusca na
cama, tirou seu vestido pela cabeça e encheu sua boca com os seios da sua
mulher.
A língua era
descontrolada, a saliva escorria por entre os mesmos, as mãos firmes ajudavam
que ele os aprofundasse ainda mais em sua boca.
Beatriz o
puxava pelo cabelo de encontro ao seu corpo, foi então que ele abriu a calça
deixando-a pelo chão e penetrou sua mulher. Arrancando dela um alto gemido, que
saiu sem querer pelos dentes.
Era forte e
intenso.
Os
movimentos matando aquela vontade deliciosa de se amarem. Não precisou muito
tempo até que ambos liberassem de seu corpo toda a adrenalina presa, pulsante e
forte...
Ofegantes
deixaram os corpos descansarem em cima da cama.
Amava quando
Bento a pegava de tal maneira, estava com saudades do marido. Não só de amá-lo,
mas também de tê-lo por perto.
Depois do
nascimento de Beatriz ele só tinha tempo e atenção para a filha, mas Beatriz
estava com medo de estar sendo egoísta, afinal a rotina mudara, a maior parte
também do seu tempo era inteiramente dedicado a pequena Herdeira.
Bento era o
melhor pai que uma criança poderia querer.
Para sua
alegria exatamente o oposto que foi seu pai.
Toda Noite
contava histórias de dormir para a filha, a levava para passear no parque, a
levava na escola, trazia seu café da manhã aos fins de semana na cama.
Ana Beatriz
tinha seus Cinco anos de idade quando ganhou sua primeira bicicleta. Naquele
dia, Beatriz não conseguiu ignorar um dos tantos fatos que vinham a deixando
furiosa nos últimos tempos.
Estava tudo
combinado para que Beatriz e Bento buscassem a bicicleta para fazer uma
surpresa a pequena Ana.
Beatriz
estava na cozinha ajudando a cozinheira a preparar uns biscoitos de nata quando
seu motorista entrou agitado no local.
B: Meu Deus
do céu, Rubens. O que foi?
_Senhora,
estão ... Espancando o Senhor Sebastião na praça.
A cozinheira
lançou um olhar de desaprovação ao motorista pela informação desnecessária e antes
mesmo de questionar para a patroa o que faria, Beatriz já encontrava-se
procurando seu casaco e indo em direção a porta.
Não saberia
jamais dizer como chegou lá, ou porque estava lá, mas só sentiu que precisava
estar.
O Velho
estava caído na praça, já não tinham mais tantas pessoas olhando-o.
B:Alguém
chame um médico, ele está ferido.
Sebastião
Miriolli fedia, um fedor que Beatriz não sabia decifrar de onde vinha, se era
de onde ele estava caído, ou de suas roupas, quem sabe até da própria pele,
onde deveria ter derrubado várias doses de pinga.
Era nítido
que estava bêbado, mal conseguia formular uma palavra. Os olhos encontravam-se
agora inchados, assim como sua boca e o nariz que sangrava.
B:Pai, o
senhor...
Se: Me
perdoa, filha.
B:ai?
Não se deixa
de sentir algo por alguém só por querer. As lagrimas vieram, acompanhadas de
uma forte dor no peito.
Era o fim, a
imagem que ficaria do pai daquela vida, seria aquela... Sequer uma lembrança de
carinho, atenção ou um abraço, nada!
Um velho
jogado na sarjeta, um bêbado caído em sua sala toda a madrugada.
Mas pra
sempre suas últimas palavras ecoariam em seu pensamento. “Me perdoa, Filha”.
O tempo de
dizer que sim, ou de ao menos pensar em algo, não foi possível.
Ali ela
deixou o pai, não conseguiu ficar mais, o estomago começava a embrulhar, as
pessoas aglomeraram em sua volta.
Ela
levantou-se do lado do velho, olhou e mais pessoas aproximavam-se, a cabeça
começou a girar.
Os olhos
pesaram e nada mais ela conseguiu ver.
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