terça-feira, novembro 17, 2015

Doce Poesia - 3º Episódio

É claro que isso a apavorou, mas mal se importou, apenas esperou o relógio anunciar a hora.
Não fez comida alguma e sequer se arrumou, e para a sua surpresa a visita que teve em sua a casa, fora de um empregado apareceu dizendo que por ordem de Bento, ainda não moraria no casarão.
Ele queria conquistá-la, e esperaria até que ela viesse por livre e espontânea vontade.
No começo, Beatriz pensou ser algum tipo de brincadeira.
Como podia deixar que ela escolhesse ir com ele?
Nunca!  Nunca se casaria com um homem que aceitou uma aposta valendo sua preciosa liberdade com o pai caindo de bêbado.
Para ela, Bento era como o próprio pai, não passava de um aproveitador.
-
Mas aquele dia foi diferente, um garotinho veio entregar o envelope, e com um doce sorriso, não deixou a caixa de Correios até que ela mesma pegasse o envelope de suas mãos.
B: Olá. Como se chama?
O garoto das bochechas rosadas, respondeu:
_ Cupido. E vim te entregar, isso. (Estendendo-lhe as mãos gordinhas com o envelope)
Beatriz achou graça no garoto, e riu quando viu que ele continuava olhando-a.
B: O que foi?
_Abre.
B: Eu irei abrir quando entrar, pode? (sorrindo)
_Não, tem que abrir agora.
Mesmo pronunciando as palavras um tanto erradas, Beatriz entendeu. Bento dessa vez fora esperto.
Foi então que ela abriu o envelope que recebera tantas vezes.
E nele, continha a Poesia mais linda que já havia lido.
E no fim do papel, uma pequena pétala era colada.
Ela deu um beijo na bochecha do garotinho, e disse para que ele fosse pra casa.
Beatriz não conteve a curiosidade de entrar as pressas em seu quarto e abrir as tantas cartas ao lado de sua cama.
Mal percebeu as horas voarem como as pétalas coladas ao pé da folha de cada linda poesia que leu naquela tarde.
Eram lindas, como se tivessem sido escritas por um anjo.
Sentia o amor aumentar em cada poesia.
Podia agora sentir seu próprio coração pular ao ler a última. Será que receberia mais? Será que deveria responde-las?
O pai chegou e caiu bêbado na sala, mas Beatriz sequer ouviu o barulho da porta ou do corpo se deixando cair.
Estava entretida demais tentando desesperadamente escrever uma resposta delicada o suficiente para Bento.
Queria dizer que não estava pronta para casar-se com ele, mas que adora as poesias que recebe e que sente que pode sentir algo a mais por ele.
Mas como escrever isso?
O início da madrugada chegou, junto com o cansaço e sono de Beatriz, que deixou a carta que escrevera como estava.
Dizia o que pensava, e tentou não parecer grossa ou insensível.
-
No dia seguinte, Beatriz olhou o pai jogado no sofá. O mesmo não saberia explicar como foi parar no sofá pela madrugada.
Ela aguardou o garoto chegar e assim que ele apontou na rua, ela correu espera-lo no portão.
B: Bom dia, será que pode levar essa carta a pessoa que te entrega estas? (mostrando-a com um sorriso)
O garoto assentiu e pegou a carta de sua mão.
Ela foi apaixonando-se, dia a dia... Poesia a Poesia. Exatos quatro meses haviam passado desde então.
Ela como sempre esperou o garoto das cartas, tinha até comprado os biscoitos que prometera a ele, mas dessa vez ele não apareceu... E assim continuou pelos próximos três dias.
Até que no dia em que Beatriz estava decidida a ir até a casa de Bento, o garoto chegou com mais um envelope, e sério, disse:
_Oi, Bia. Pediram pra esperar uma resposta, porque essa é a última.
B: A última? Como assim?
_Eu não sei, só pediram pra dizer isso.
Beatriz abriu a carta e não havia poesia alguma, apenas a seguinte pergunta:
"Aceita se casar comigo? Sim ou não?"
Era certo de que tempo demais se passou desde a "aposta" e que uma decisão era inevitável.
Mas não saberia dizer se estava pronta ou não.
Só sabia que os próximos dias seriam os mais tristes sem as poesias e maravilhosas declarações que recebia.
Ela sentiu o coração acelerar, as mãos ficarem trêmulas.
B: Eu vou responder a carta. Aguarde um minuto.
Beatriz entrou às pressas em casa, e respondeu a carta.
Ao entregar ao garoto, sorriu:
B: Obrigada por esperar.
Começaria ali, uma vida de princesa, deixaria naquela casa, o pai bêbado e todas as lembranças ruins que existia em seu mais profundo ser.
O garoto fora rápido, antes mesmo do entardecer Bento estava em sua casa.
Vestia um terno elegante, parecia que estava a caminho de um baile de gala.
O pai de Beatriz continuava desacordado, agora debruçado junto a mesa da cozinha.
Ela estava sem jeito, a situação era constrangedora, fora prometida de uma forma nojenta, mas se apaixonara da forma mais linda que pudera se apaixonar.
Ela sorria de maneira delicada, o que a fazia corar as bochechas.
B: Por favor, sente-se. Gostaria de um chá? Uma água ou... (foi interrompida)
Ben: Você. Eu quero você, vim te buscar pra te fazer minha mulher.
Ela ficou envergonhada da maneira direta com que Bento disse tais palavras.
Ben: Você escreveu que estava pronta. Você disse que...
B: Eu sei o que disse, Sr. Bento.
Ele não entendia porque as malas já não estavam na sala a sua espera.

Ben: Então?

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terça-feira, novembro 17, 2015

Doce Poesia - 3º Episódio

É claro que isso a apavorou, mas mal se importou, apenas esperou o relógio anunciar a hora.
Não fez comida alguma e sequer se arrumou, e para a sua surpresa a visita que teve em sua a casa, fora de um empregado apareceu dizendo que por ordem de Bento, ainda não moraria no casarão.
Ele queria conquistá-la, e esperaria até que ela viesse por livre e espontânea vontade.
No começo, Beatriz pensou ser algum tipo de brincadeira.
Como podia deixar que ela escolhesse ir com ele?
Nunca!  Nunca se casaria com um homem que aceitou uma aposta valendo sua preciosa liberdade com o pai caindo de bêbado.
Para ela, Bento era como o próprio pai, não passava de um aproveitador.
-
Mas aquele dia foi diferente, um garotinho veio entregar o envelope, e com um doce sorriso, não deixou a caixa de Correios até que ela mesma pegasse o envelope de suas mãos.
B: Olá. Como se chama?
O garoto das bochechas rosadas, respondeu:
_ Cupido. E vim te entregar, isso. (Estendendo-lhe as mãos gordinhas com o envelope)
Beatriz achou graça no garoto, e riu quando viu que ele continuava olhando-a.
B: O que foi?
_Abre.
B: Eu irei abrir quando entrar, pode? (sorrindo)
_Não, tem que abrir agora.
Mesmo pronunciando as palavras um tanto erradas, Beatriz entendeu. Bento dessa vez fora esperto.
Foi então que ela abriu o envelope que recebera tantas vezes.
E nele, continha a Poesia mais linda que já havia lido.
E no fim do papel, uma pequena pétala era colada.
Ela deu um beijo na bochecha do garotinho, e disse para que ele fosse pra casa.
Beatriz não conteve a curiosidade de entrar as pressas em seu quarto e abrir as tantas cartas ao lado de sua cama.
Mal percebeu as horas voarem como as pétalas coladas ao pé da folha de cada linda poesia que leu naquela tarde.
Eram lindas, como se tivessem sido escritas por um anjo.
Sentia o amor aumentar em cada poesia.
Podia agora sentir seu próprio coração pular ao ler a última. Será que receberia mais? Será que deveria responde-las?
O pai chegou e caiu bêbado na sala, mas Beatriz sequer ouviu o barulho da porta ou do corpo se deixando cair.
Estava entretida demais tentando desesperadamente escrever uma resposta delicada o suficiente para Bento.
Queria dizer que não estava pronta para casar-se com ele, mas que adora as poesias que recebe e que sente que pode sentir algo a mais por ele.
Mas como escrever isso?
O início da madrugada chegou, junto com o cansaço e sono de Beatriz, que deixou a carta que escrevera como estava.
Dizia o que pensava, e tentou não parecer grossa ou insensível.
-
No dia seguinte, Beatriz olhou o pai jogado no sofá. O mesmo não saberia explicar como foi parar no sofá pela madrugada.
Ela aguardou o garoto chegar e assim que ele apontou na rua, ela correu espera-lo no portão.
B: Bom dia, será que pode levar essa carta a pessoa que te entrega estas? (mostrando-a com um sorriso)
O garoto assentiu e pegou a carta de sua mão.
Ela foi apaixonando-se, dia a dia... Poesia a Poesia. Exatos quatro meses haviam passado desde então.
Ela como sempre esperou o garoto das cartas, tinha até comprado os biscoitos que prometera a ele, mas dessa vez ele não apareceu... E assim continuou pelos próximos três dias.
Até que no dia em que Beatriz estava decidida a ir até a casa de Bento, o garoto chegou com mais um envelope, e sério, disse:
_Oi, Bia. Pediram pra esperar uma resposta, porque essa é a última.
B: A última? Como assim?
_Eu não sei, só pediram pra dizer isso.
Beatriz abriu a carta e não havia poesia alguma, apenas a seguinte pergunta:
"Aceita se casar comigo? Sim ou não?"
Era certo de que tempo demais se passou desde a "aposta" e que uma decisão era inevitável.
Mas não saberia dizer se estava pronta ou não.
Só sabia que os próximos dias seriam os mais tristes sem as poesias e maravilhosas declarações que recebia.
Ela sentiu o coração acelerar, as mãos ficarem trêmulas.
B: Eu vou responder a carta. Aguarde um minuto.
Beatriz entrou às pressas em casa, e respondeu a carta.
Ao entregar ao garoto, sorriu:
B: Obrigada por esperar.
Começaria ali, uma vida de princesa, deixaria naquela casa, o pai bêbado e todas as lembranças ruins que existia em seu mais profundo ser.
O garoto fora rápido, antes mesmo do entardecer Bento estava em sua casa.
Vestia um terno elegante, parecia que estava a caminho de um baile de gala.
O pai de Beatriz continuava desacordado, agora debruçado junto a mesa da cozinha.
Ela estava sem jeito, a situação era constrangedora, fora prometida de uma forma nojenta, mas se apaixonara da forma mais linda que pudera se apaixonar.
Ela sorria de maneira delicada, o que a fazia corar as bochechas.
B: Por favor, sente-se. Gostaria de um chá? Uma água ou... (foi interrompida)
Ben: Você. Eu quero você, vim te buscar pra te fazer minha mulher.
Ela ficou envergonhada da maneira direta com que Bento disse tais palavras.
Ben: Você escreveu que estava pronta. Você disse que...
B: Eu sei o que disse, Sr. Bento.
Ele não entendia porque as malas já não estavam na sala a sua espera.

Ben: Então?

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