quarta-feira, novembro 04, 2015

Doce Poesia - 2º Episódio

Ela não entendeu muito bem a colocação do pai, casaria um dia quem sabe, mas sabia que o pai não iria falar nessa colocação.
B: Diz logo! Sabe que não namoro ninguém, que não vou me casar agora, porque está di...
S: Você sabe que eu tenho uma certa dificuldade em perder nos jogos e que – interrompido-
B: Eu não estou gostando disso, essa conversa está torta. Diga logo o que foi que fez.
S: Eu apostei você e perdi.
Ela levantou e riu incrédula.
B:Só pode estar brincando. Eu não sou nenhum objeto pra que possa me apostar em um jogo com os seus amigos bêbados e velhos.
S: Terá uma vida boa, ele é rico e...
B: Você só pode estar muito bêbado mesmo. Como pode achar que eu concordaria com um absurdo desses? Sou maior de idade e não irei me casar com ninguém.
S: Isso não é uma escolha, já está decido.
B: Quem decide a minha vida sou eu, e não um homem que se titula pai.
S: Ele vai cobrar essa dívida, precisa se casar com ele.
B: A dívida é sua e não minha, pague-a como quiser, mas me deixe longe disso.
Era o fim da conversa, Beatriz deixou claro sobre o que decidiu sobre esse absurdo.
Não sabia que as coisas não seriam tão fáceis assim.
Ainda naquele dia, Beatriz se deparou com a última coisa que imaginou passar naquele dia.
As despesas do funeral da mãe, foram um pouco maiores do que esperava.
Passou a tarde toda pensando em como poderia resolver isso, naquele dia conseguiu faxinar duas casas, o dinheiro daria para pagar as despesas, mas em compensação... Mal teria o que comer nos próximos dias.
Antes de anoitecer ela foi pagar as despesas e teve a surpresa, a mesma estava totalmente quitada. E não precisaria de uma bola de cristal para saber de que fora o tal homem rico quem ganhara.
Ao chegar em casa estava cansada, mas teria que conversar com o pai, que para seu espanto, continuava sóbrio desde aquela manhã.
Ela aproximou-se do seu pai, estava sentada em frente a TV. Não assistia nada, apenas olhava para a mesma.
S: O que quer?
B: Sabe o que quero, precisamos conversar.
S: Não precisamos conversar, sabe o que deve fazer. A dívida não é mais minha. Sabe como pagar, agora só me deixe fora disso.
Tal frase continuou ecoando na cabeça da filha de Cecilia, como fazer com essa situação?
Ela não conseguiu encontrar uma saída, mas para sua surpresa, o tal homem rico sequer se manifestou naquela noite, nem naquela e nem pelas próximas duas semanas que se passaram.
Isso em vez de deixar Beatriz tranquila apenas a apavorou ainda mais.
Para aceitar uma aposta como aquela, é claro que seria para levar o prêmio.  Ela deixou como estava, não procurou saber de nada, apenas tentou levar a vida como se nada disso tivesse acontecido.
O Pai já voltara com a bebedeira assim que decidiu por si que a dívida agora pertencia a Beatriz e a ninguém mais.

O Primeiro envelope chegou tímido por debaixo da porta. Ela acordou naquela manhã fria para ir trabalhar no casarão da Rua Oito.
Ao abrir a porta o pé pisou em cima daquele papel um pouco volumoso, ela abaixou e lentamente pegou a carta, o papel era grosso e logo o que viu o brasão lacrando o envelope, entendeu do que se tratava.
Era do homem, enfim se pronunciara, provavelmente queria saber quando teria o seu prêmio.
Ela estava com medo de ler o que estava escrito ali, o medo era maior que a curiosidade, por isso foi até seu quarto e a largou por ali.
Não queria pensar nisso agora, ele não a obrigaria a nada, era livre e dona de si.
Saiu para o trabalho e esqueceu-se daquilo pelo resto da tarde.
Mas era algo que não se tinha como ignorar por muito, e foi o que aconteceu. As cartar começaram a chegar ainda com mais frequência, havia dias em que mais de uma aparecia em sua caixa de correios, e isso começou a assusta-la.
Alguns dias se passaram.
Beatriz estava cansada de chorar, cada envelope que era entregue em seu portão, uma lagrima em seu rosto caia.
Lembrava-se de que não viria mais a sua mãe, que teria que deixar a casa que morou e todas as lembranças que nela ainda continha.
Talvez teria uma coisa boa nisso tudo, nunca mais precisaria ver aquele homem que um dia chamou de pai, que deixava a casa fedendo a cachaça.
Era o fim do jogo. Fora vendida a um homem que nunca viu na vida, como uma moeda de troca.
O garoto que vinha todos os dias em seu portão, era jovem, deveria ter lá os seus 17 anos.
Jogava o envelope em sua caixa de Correios e saia.
Hoje já fazem 20 dias desde que seu pai anunciou que ela agora pertencia a Bento e que iria casar-se e viver com ele para todo o sempre.
O primeiro pensamento, foi fugir. Mas pra onde? Com que dinheiro? Não conhecia nada nem ninguém.
Passou os primeiros dias após a visita, pensando em como faria para livrar-se desse maldito casamento.
Naquela manhã, Beatriz terminava o almoço. Claro que almoçaria sozinha, como sempre. Mas cozinhar, a deixava com a sensação de que sua mãe ainda estava com ela. Que existia alguma coisa boa naquela casa.
O barulho forte da porta batendo, anunciou o pai bêbado adentrando a casa.
Ele chegou na cozinha e logo apoiou-se no batente da porta, a voz um tanto incompreensível, mas cheia de notícias, não boas... Claro.

S: Vista uma roupa decente, faça uma boa comida e espere o Senhor Bento, ele quer te conhecer.

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quarta-feira, novembro 04, 2015

Doce Poesia - 2º Episódio

Ela não entendeu muito bem a colocação do pai, casaria um dia quem sabe, mas sabia que o pai não iria falar nessa colocação.
B: Diz logo! Sabe que não namoro ninguém, que não vou me casar agora, porque está di...
S: Você sabe que eu tenho uma certa dificuldade em perder nos jogos e que – interrompido-
B: Eu não estou gostando disso, essa conversa está torta. Diga logo o que foi que fez.
S: Eu apostei você e perdi.
Ela levantou e riu incrédula.
B:Só pode estar brincando. Eu não sou nenhum objeto pra que possa me apostar em um jogo com os seus amigos bêbados e velhos.
S: Terá uma vida boa, ele é rico e...
B: Você só pode estar muito bêbado mesmo. Como pode achar que eu concordaria com um absurdo desses? Sou maior de idade e não irei me casar com ninguém.
S: Isso não é uma escolha, já está decido.
B: Quem decide a minha vida sou eu, e não um homem que se titula pai.
S: Ele vai cobrar essa dívida, precisa se casar com ele.
B: A dívida é sua e não minha, pague-a como quiser, mas me deixe longe disso.
Era o fim da conversa, Beatriz deixou claro sobre o que decidiu sobre esse absurdo.
Não sabia que as coisas não seriam tão fáceis assim.
Ainda naquele dia, Beatriz se deparou com a última coisa que imaginou passar naquele dia.
As despesas do funeral da mãe, foram um pouco maiores do que esperava.
Passou a tarde toda pensando em como poderia resolver isso, naquele dia conseguiu faxinar duas casas, o dinheiro daria para pagar as despesas, mas em compensação... Mal teria o que comer nos próximos dias.
Antes de anoitecer ela foi pagar as despesas e teve a surpresa, a mesma estava totalmente quitada. E não precisaria de uma bola de cristal para saber de que fora o tal homem rico quem ganhara.
Ao chegar em casa estava cansada, mas teria que conversar com o pai, que para seu espanto, continuava sóbrio desde aquela manhã.
Ela aproximou-se do seu pai, estava sentada em frente a TV. Não assistia nada, apenas olhava para a mesma.
S: O que quer?
B: Sabe o que quero, precisamos conversar.
S: Não precisamos conversar, sabe o que deve fazer. A dívida não é mais minha. Sabe como pagar, agora só me deixe fora disso.
Tal frase continuou ecoando na cabeça da filha de Cecilia, como fazer com essa situação?
Ela não conseguiu encontrar uma saída, mas para sua surpresa, o tal homem rico sequer se manifestou naquela noite, nem naquela e nem pelas próximas duas semanas que se passaram.
Isso em vez de deixar Beatriz tranquila apenas a apavorou ainda mais.
Para aceitar uma aposta como aquela, é claro que seria para levar o prêmio.  Ela deixou como estava, não procurou saber de nada, apenas tentou levar a vida como se nada disso tivesse acontecido.
O Pai já voltara com a bebedeira assim que decidiu por si que a dívida agora pertencia a Beatriz e a ninguém mais.

O Primeiro envelope chegou tímido por debaixo da porta. Ela acordou naquela manhã fria para ir trabalhar no casarão da Rua Oito.
Ao abrir a porta o pé pisou em cima daquele papel um pouco volumoso, ela abaixou e lentamente pegou a carta, o papel era grosso e logo o que viu o brasão lacrando o envelope, entendeu do que se tratava.
Era do homem, enfim se pronunciara, provavelmente queria saber quando teria o seu prêmio.
Ela estava com medo de ler o que estava escrito ali, o medo era maior que a curiosidade, por isso foi até seu quarto e a largou por ali.
Não queria pensar nisso agora, ele não a obrigaria a nada, era livre e dona de si.
Saiu para o trabalho e esqueceu-se daquilo pelo resto da tarde.
Mas era algo que não se tinha como ignorar por muito, e foi o que aconteceu. As cartar começaram a chegar ainda com mais frequência, havia dias em que mais de uma aparecia em sua caixa de correios, e isso começou a assusta-la.
Alguns dias se passaram.
Beatriz estava cansada de chorar, cada envelope que era entregue em seu portão, uma lagrima em seu rosto caia.
Lembrava-se de que não viria mais a sua mãe, que teria que deixar a casa que morou e todas as lembranças que nela ainda continha.
Talvez teria uma coisa boa nisso tudo, nunca mais precisaria ver aquele homem que um dia chamou de pai, que deixava a casa fedendo a cachaça.
Era o fim do jogo. Fora vendida a um homem que nunca viu na vida, como uma moeda de troca.
O garoto que vinha todos os dias em seu portão, era jovem, deveria ter lá os seus 17 anos.
Jogava o envelope em sua caixa de Correios e saia.
Hoje já fazem 20 dias desde que seu pai anunciou que ela agora pertencia a Bento e que iria casar-se e viver com ele para todo o sempre.
O primeiro pensamento, foi fugir. Mas pra onde? Com que dinheiro? Não conhecia nada nem ninguém.
Passou os primeiros dias após a visita, pensando em como faria para livrar-se desse maldito casamento.
Naquela manhã, Beatriz terminava o almoço. Claro que almoçaria sozinha, como sempre. Mas cozinhar, a deixava com a sensação de que sua mãe ainda estava com ela. Que existia alguma coisa boa naquela casa.
O barulho forte da porta batendo, anunciou o pai bêbado adentrando a casa.
Ele chegou na cozinha e logo apoiou-se no batente da porta, a voz um tanto incompreensível, mas cheia de notícias, não boas... Claro.

S: Vista uma roupa decente, faça uma boa comida e espere o Senhor Bento, ele quer te conhecer.

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