Nada podiam fazer até chegarem à ambulância, muitas
pessoas queriam entrar e pegar as pequenas, Pérola chegava a perder o fôlego de
tanto chorar, mas não podiam, eram as ordens da emergência.
Otávio continuava imóvel.
Na casa de Lívia a mesma estava desesperada, nada,
o celular não chamava mais, caía direto na caixa postal, resolveu então ligar
para Vivian.
Já se foi, a segunda chance que ela teve e que
Fernando estragou, não teria como ir trabalhar agora, não conseguiria.
Depois de um tempo, Vivian atendeu.
V:Lívia, eu ia te ligar agora mesmo, você não vai
me mandar as meninas?
L:Não, não, então Otávio ainda não chegou aí? (com a voz embargada)
V:Livia? O que você tem? O que está acontecendo?
(preocupada)
L:Fernando... (chorando) Aquele maldito...
V:O que ele fez? Ele está aí?
Lívia estava em silêncio, Vivian só ouvia o som do
choro da amiga.
V:Lívia, pelo amor de Deus, me diz alguma coisa!
L:Ele sabotou o carro do Otávio... Ele vai sofrer
um acidente (tossindo em meio a lágrimas) Mas as meninas... As meninas estão
com ele.
V:Calma, pode ter sido mentira, ele pode ter dito
isso apenas... (interrompido)
L:Eu sinto! Eu sinto que alguma coisa aconteceu. Eu
vou pegar o caminho para a sua casa, ele estava indo aí.
V:Tudo bem. Mas me mantenha informada.
A mãe de Pérola e Esmeralda sentia que algo havia
acontecido, trancou a casa o mais breve possível e saiu. Pela primeira vez se
arrependeu de ter vendido o carro, o táxi parece que demorava de propósito, as
pernas estavam inquietas.
Verificava de minuto em minuto o celular.
O mesmo começou a tocar e ela atendeu antes mesmo
de ter a chance de chamar novamente, assim que disse “Alô”, um táxi passou, ela
fez sinal entrou e já deu o endereço de Vivian.
- Com quem eu falo?
L:Lívia, Lívia Portegas, quem é?
- Bom dia, aqui é o policial Rodrigo, estou
ligando, pois esse era o ultimo numero discado no celular do senhor Otávio...
Drayer.
L:Sim, ele é meu marido, o que aconteceu? Onde ele
está? Minhas filhas... Estavam com ele, como elas estão? (tremula e chorando)
- Eu não tenho como informá-la, eu fui encarregado de
avisar alguém. Eles estão a caminho do hospital “Central” aconteceu um acidente na avenida... (Foi interrompido)
L:Eu estou à caminho.
- Eu sinto muito.
E assim Lívia já disse o novo destino para o
motorista.
Rezava, rezava muito para que estivessem todos bem.
Lívia não sabe como conseguiu ligar para Vivian, nem ao menos como encontrou a
recepção daquele hospital, só sabia que estava agora na sala do hospital a
espera de notícias.
Um longo tempo depois Vivian chegou.
L:Vivian! (abraçando a amiga)
V:Alguma notícia?
L:Não, nada.
V:Me desculpe a demora, eu passei na escola da
Julia e autorizei que Luiz a pegasse, imaginei que você não se importasse...
L:Não, fez muito bem, eu nem consigo pensar em mais
nada. (chorando)
V:Você vai ver que tudo está bem. Foi só um susto.
L:É o que eu quero acreditar. Eu quero muito
acreditar.
Ficaram ali por mais algum tempo, quando Lívia
irritou-se e foi até a recepção novamente.
L:Moça, por favor, será que você pode ir lá dentro e
ver se alguém tem alguma notícia? Não é possível que ninguém possa nos dizer
nada. (gritando)
- Senhora, assim que tiver alguma notícia o médico
responsável vem falar com a senhora.
L:Eu não consigo esperar mais! (gritando e batendo
no balcão) Minhas filhas e o meu marido estavam naquele carro!
V:Fica calma, Lívia (segurando-a)
- Eu entendo senhora, mas é que... (foi
interrompida)
L:Não! Você não entende, não tem como entender.
Lívia viu-se deixando a sanidade, deixando qualquer
bom modo ou etiqueta de lado, deixou que os joelhos dobrassem e ajoelhou-se ao
chão. Ali mesmo perto do balcão de recepção, Vivian segurava seus braços.
V:Lívia, levanta, senta aqui... Por favor, você
precisa ser forte (chorando também)
L:Cansei de ser forte, eu quero chorar, eu quero
gritar.
E dizendo isso ela chorou como uma criança perdida
no supermercado. Gritou, com todo o desespero que sentia. Ela tossia, não
conseguia dizer mais nada, apenas tinha lágrimas e mais lágrimas.
Via-se no chão daquele hospital, ouvia com certa
dificuldade, Vivian dizendo que ela precisava sair daquele chão. Mas logo um
som agudo e horrível tomou conta de seu ouvido e ela não viu e nem ouviu mais
nada.
Um tempo depois.
A luz forte daquele lugar a assustou de imediato,
assim que conseguiu ver algo, esse algo eram os olhos preocupados de Ana Julia
olhando para ela.
J:Mãe? Está doendo alguma coisa? (debruçada na cama
onde Lívia estava)
Levou alguns minutos para lembrar-se de onde
estava, o que estava acontecendo, porque Julia estava perguntando aquilo.
Quando deu por si, levantou-se num sobressalto.
Viu Luiz e Vivian sentados ao lado e em outra
cadeira encontrava-se Matheus.
L:Onde está Otávio e as meninas? Eu preciso
vê-los, quanto tempo eu fiquei desacordada?
Vivian aproximou-se dela e ajudou a mesma a
sentar-se.
V:Você desmaiou por alguns minutos, mas foi sedada
e está dormindo há uma hora e meia.
L:Meu Deus, vocês não podiam ter feito isso. Eu
preciso saber notícia deles.
O médico responsável esteve aqui, fique calma, está
tudo bem. Com todos eles.
L:Bem? Está mesmo tudo bem? (com a respiração
acelerada)
V: Sim, mas Esme quebrou o bracinho direito.
L:Quebrou?! (já levantando)
Luiz ajudou Lívia a levantar, afinal ela foi
sedada.
J:Mãe, fica calma, eu já vi elas, estão dormindo.
L:Eu também quero vê-las, como é o nome desse
médico?
V:É doutor Guilherme.
L:Eu vou atrás dele.
V:Lívia, espera (segurando-a pelos ombros) Você vai
vê-los, mas calma. Luiz?
L.F: O que?
V:Vai atrás do doutor Guilherme pra gente, por
favor?
L.F:Claro, eu já volto (saindo)
V:E você espere aqui. (fazendo com que Lívia se
sentasse na cama)
Enquanto Luiz foi procurar o Doutor Guilherme,
Lívia segurou nas mãos de Vivian.
L:Você os viu?
V:Vi, até falei um pouco com o Otávio, ele está
bem, estava sonolento devido a anestesia.
L:Anestesia? Por quê?
V:Estava sentindo muita dor no pulso.
L:Meu Deus.
V:Já fizeram os exames, e não tem nada de grave, graças a
Deus ele usava o cinto e as meninas estavam bem presas a cadeirinha.
L:Foi tudo minha culpa (abraçando a amiga)
Vivian percebeu que Julia começou a prestar atenção
no que elas diziam.
V:Matheus, leve Julia para tomar um suco, vão na
lanchonete do hospital comer alguma coisa.
J:Eu não quero, quero ficar aqui com a minha mãe.
V:Julinha (acariciando os cabelos da afilhada) A
sua mãe está bem, vão, logo vamos pra casa.
J:Mãe? (olhando para os olhos inchados de Lívia)
L:Eu estou bem, meu anjo, pode ir. (sorrindo)
Matheus pegou Julia mesmo relutando um pouco, e
saiu com ela dali.
Assim que saíram.
V:Como assim sua culpa?
L:Eu vendi o carro, se eu não tivesse feito isso,
Otávio não precisaria ter colocado as meninas no carro.
V:Pare com isso, Lívia. Você não teve culpa.
Lívia estava inquieta.
V:O que aconteceu é somente culpa daquele homem, que inclusive de pagar por isso.
L:E ele vai pagar, pagar muito caro.
V:Nossa, Lívia.
L:O que foi?
V:Não sei, você falou de um jeito.
L:É que... (foi interrompida)
Doutor Guilherme entrava acompanhado de Luiz.
Dr: Boa tarde.
L:Boa tarde, por favor me diz, o que foi que
aconteceu? Realmente está todo mundo bem?
Dr:Bom, o senhor Otávio chegou aqui desacordado,
bateu forte com a cabeça.
L:Com a cabeça? (assustada)
Dr:Mas fizemos os exames e está tudo bem, faltam só
mais alguns, mas que certeza que está tudo bem, precisamos sedá-lo para poder
fazer uma micro cirurgia no pulso.
L:E as meninas? Como estão as minhas filhas?
Dr: Uma delas acabou quebrando o bracinho, mesmo
com a cadeira, provavelmente pelo susto ela acabou se mexendo e dobrou o braço.
Lívia começara a chorar novamente, mas seu coração
estava sossegando. Era horrível tudo aquilo, mas poderia ter sido pior.
Dr: A outra só teve algumas esfoliações.
L:Eu posso vê-las? Posso ver o meu marido?
Dr: Pode, ele está dormindo, eu acompanho você até
o quarto.
Lívia estava saindo do quarto com o médico, mas
antes perguntou a Vivian se a mesma também não iria.
V:Não, eu já o vi hoje. Vocês precisam de um tempo
a sós.
L:Olhe a Julia por mim. (sorrindo tristemente para
ela)
V:Sempre. (abraçando-a)
Lívia se encontrava agora no quarto de Otávio, o
mesmo tinha uma aparência tão frágil, doía tanto vê-lo assim.
Doía mais ainda saber que era sua culpa, se
Fernando não existisse nada disso teria acontecido.
Ela foi aproximando-se aos poucos, os olhos
insistiam em ficar cheios de lágrimas.
Ele dormia profundamente, tinha um pequeno corte
próximo ao queixo, estava com o pulso enfaixado, o pulso tinha uma aparência
meio azulada.
Correu para o lado dele e segurou sua mão, a beijou
delicadamente, acabou derrubando algumas lagrimas.
Dormia tão tranquilo, nem parecia que havia passado
por tudo aquilo.
- Meu amor, me perdoa, me perdoa. Eu sinto tanto.
(passando a mão pelos cabelos dele).
Eu acho que morreria se te perdesse. Logo eu que
nem imaginava te merecer e agora sou a dona desse amor. Não posso te perder
agora.
O:Ainda não será dessa vez que você ficará viúva
pela segunda vez, senhora Drayer.
A voz estava baixinha, mas ela estava feliz por
vê-lo bem, por ouvir sua voz. Como o amava, esse acidente só fez com que ela
tivesse certeza disso.
L:Meu amor, eu tive tanto medo. (beijando-o)
Ele sorriu.
O:Estou feliz em poder ver os seus olhos de novo.
L:As meninas estão bem, Pérola quebrou o braço e
Esme teve algumas esfoliações.
Lívia percebeu que ele começou a se desesperar.
L:Mas fica tranquilo, nada de mais grave aconteceu.
O:Lívia, eu não sei o que aconteceu, a Avenida
estava limpa, não entendo como um dos pneus furou.
L:Foi uma fatalidade, Otávio. Não pensa nisso.
O:Como não? Eu coloquei a vida das minhas filhas em
risco.
L:Não fale isso, isso não foi sua culpa. Descansa
meu amor, você precisa descansar.
Mesmo com a voz baixa como estava, ele queria falar
com ela, de alguma maneira ela o confortava.
Eles ficaram em silêncio, Lívia o olhava como se
ainda não acreditasse em tudo que havia acabado de acontecer.
O:O que foi meu amor?
L:Tudo isso aconteceu pra me dar a certeza.
O:Certeza de que?
L:Certeza de que a única coisa que eu preciso, é
viver o resto dessa vida com você.
Ela o beijou delicadamente.
Não queria sair de perto dele nem por um segundo,
ela continuava acariciando os cabelos dele sem soltar uma das mãos.
O:Quero tanto ficar assim, te olhando... (com a voz
sonolenta). Mas meus olhos insistem em fechar. (fechando os olhos)
L:Eu nunca vou te deixar, estarei sempre ao seu
lado, pode dormir(sorrindo). Eu velo o seu sono.
Ele adormeceu novamente.
Ela aproximou uma cadeira da cama e sentou-se.
L:Dorme, que quem fez isso vai pagar muito caro.
Passaram-se três dias.
Otávio estava em casa, as meninas e ele ficaram
apenas um dia no hospital para observação.
Estava na cama com Pérola e Esmeralda enquanto
Lívia foi levar Luiz e Vivian até a porta.
O:Minhas princesas, eu prometo que nunca mais
deixarei que nada de ruim aconteça com vocês.
Enquanto ele dizia isso, a pequena Pérola
irritava-se com o gesso em seu pequeno braço, irritava-se fácil e sua vida
girava em torno de tentar tirá-lo.
Esmeralda havia acabado de pegar no sono. Otávio
continuava conversando com seus pensamentos, ou talvez até mesmo com Pérola que
prestava atenção no pai, quando de repente ele ouviu a voz de Lívia.
“Eu não vou contar!”
Contar o que? Pensava com ele. Logo jogou algumas
almofadas em torno de Esmeralda e pegou Pérola no colo.
Precisava saber mais sobre isso.
Ao ir se aproximando da escada ele pode ouvir
melhor do que se tratava, Luiz, Vivian e Lívia conversavam sobre o acidente.
V:Mas, Lívia, ele tem o direito de saber.
L:Ele vai saber, mas não agora, meu Deus, vocês
sabem que se Otávio souber que o Fernando sabotou o carro, ele pode sabe-se lá
fazer o que? E se Otávio agir de cabeça quente?
8 comentários:
Chorei..sim senti na pele o que a Livia sentiu..oxe..amei pena que esta perto de acabar.. ja to com saudades.. amo demais..Sou a favor do Otavio dar uma surra...mais uma surra no Fernando..digno
Eu acho que morreria se te perdesse. Logo eu que nem imaginava te merecer e agora sou a dona desse amor. Não posso te perder agora. O:Ainda não será dessa vez que você ficará viúva pela segunda vez, senhora Drayer.
ooooooowwwn in love!!! <3 Tadinha da Pérola :3. #amando
meeedo do que o Otávio é capaz de fazer , mas desejo uma boa surra hehe
esse Fernando é um FDP, msm!!!!
Tadinho deles, tadinha da Lívia que sofreu tanto e a baby que quebrou o bracinho? Que do mal vc é marafona hahaha
E Lívia sempre tentando esconder as coisas de Otávio... ela nao aprende mesmo ne..
PS: Música de Jorge&Mateus = super amei! <3
FERNANDO , OLHA AQUI TU JÁ DEVERIA TER MORRIDO OLHA AQUI TBM JESSICA QUERO UMA MORTE BEM TERRÍVEL PRO FERNANDO QUE ISSO PQP EU CHOREI QUE NEM CRIANÇA CARAMBA ISSO NÃO SE FAZ ISSO FOI MEGA FOFO E EU AMEI Eu acho que morreria se te perdesse. Logo eu que nem imaginava te merecer e agora sou a dona desse amor. Não posso te perder agora.
O:Ainda não será dessa vez que você ficará viúva pela segunda vez, senhora Drayer E EU CHOREI E EU CHOREI MESMO E DAI SACANAGEM FAZER A GENTE CHORA PQP SACANAGEM POOOW AIN GENTE ELA QUEBRO O BRACINHO PQP CHOREI DE MAIS AIN ASSIM NÃO DÁ ! SOCIEDADE !
Começou o.ano.daquele.jeito.hein! Que cap emocionante fiquei.agoniada com.as meninas, certeza que.nesse cap.vc.conseguiu aflorar as emoçoes de.todas as leitoras. A unica coisa a dizer.é parabens! ;)
É sempre uma honra receber elogios seu ;), obrigada mesmo por ler, acompanhar, me aconselhar. \o/ adoro acidentes! =P
Oh meu Deus Lívia desesperada, coitada, mas ficar se desfazendo em lágrimas no chão do hospital, OIIA, é sofrimento de mais pra uma pessoa só!
Dó da Pérola, garota esperta, linda e inteligente, que vigia a mãe do jeitinho correto, com o bracinho machucado! T.T <3
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