L:Ai meu Deus, que carência. (colocando o livro ao
lado)
O:Estou dizendo que já estou melhor, que já posso
voltar ao trabalho.
L:Mas de jeito nenhum, o médico disse que você só
pode voltar no próximo mês. Ainda tem duas semanas.
O:Mas, Lívia...
L:Não tem nada de Lívia.
Otávio apoiou a cabeça sobre as pernas dela
novamente.
Ficaram em silêncio por alguns minutos.
L:Otávio...
O:Hum?
L:Como é que está o caso do Fernando?
O:Está do jeito que deveria estar.
L:Ele continua preso?
O:Continua, e se depender de mim ficará lá até
morrer, ainda mais agora que conseguimos anexar aquela ligação que ele confessa
que sabotou o meu carro.
L:Será que com o julgamento ele pode acabar
conseguindo responder em liberdade?
O:Eu garanto para você que não, eu vou fazer de
tudo pra que ele pague pelo o que ele fez.
Lívia sentia-se mais leve com Fernando preso. Ainda
bem que isso aconteceu antes que alguma tentativa dele tivesse dado certo.
O:Sabe, estou cansado.
L:Cansado?
O:É, de tudo isso. Não temos um minuto de paz, não
conseguimos viver em paz, tranquilos. Quando não é uma coisa é outra.
(levantando-se e a encarando)
L:Isso acabou meu amor.
O:Parece coisa de filme, desde quando nos
apaixonamos, olha só o que aconteceu conosco!
L:Acidentes de carro.
O:Envenenamento.
L:Até tiro eu levei (rindo)
O:Ei, eu quase morri quando isso aconteceu, não ria
disso.
Otávio dizia isso acariciando o rosto dela, Lívia
ria é claro, todo aquele pesadelo já havia passado, Marta estava morta agora e
Fernando, preso.
L:Eu estou bem agora meu amor.
O:Quase perdi você.
L:Eu é que quase te perdi.
O: Quando eu estava naquele hospital com aqueles
balões de oxigênio, aquele barulhinho tu tu tu daquelas maquinas, a única coisa
que eu pensava, era ... Como é que eu vou vigiar o namoro das minhas meninas
quando estiverem adolescentes se eu morrer agora?
Lívia não conseguiu segurar o riso.
O:É verdade. (rindo)
L:Eu faria qualquer coisa por você, qualquer coisa.
Estamos destinados a vivermos o resto dessa vida juntos.
O:Hoje eu tenho certeza disso. (sorrindo)
Otávio a beijou, a língua começou a brincar com a
dela fazendo-a perceber que ele queria muito mais.
L:Está bem ousado ein senhor Otávio.
Ela ria por entre os lábios dele.
O:Vem, vamos se amar um pouquinho. (sorrindo)
Otávio a puxou para mais perto de si, os lábios se
mexiam intensamente por entre os dela, tinha um gosto diferente.
Ela ajeitou as pernas em cima dele, deixando os
braços livres para poder passear com eles por entre as curvas do braço dele.
Lívia estava com um vestido de pano meio grosso,
quando subiu no colo dele , o mesmo logo o ergueu a altura da cintura,
deixando-a completamente desnuda.
Ele a segurou pelos cabelos, a beijava forte e
quando a mesma iria beijá-lo novamente ele a puxava levemente pelos cabelos,
fazendo uma espécie de brincadeira com a boca, afastando-a da boca dele
lentamente.
L:Você está bem engraçadinho, Otávio. (sorrindo
próxima a boca dele)
Otávio adorava fazer isso, a excitar e depois
forçá-la a conter-se.
Ela logo segurou forte o queixo dele com as mãos e
aproximou-se com a boca levemente, deu uma sedutora mordida e sorriu, levando a
boca para outro beijo.
Lívia ainda sentada no colo dele cruzou os braços e
levantou o vestido, tirando-o pela cabeça.
Ela começou a movimentar-se em cima dele, sabia
aquilo o excitava.
Ele fechou os olhos, queria apenas sentir, sentir
aquela sensação deliciosa que ela estava proporcionando.
Sabia cada pedacinho do corpo do marido que o
excitava mais, levou os lábios quentes até o pescoço dele, o mesmo começou
sentir leves pulsações em seu membro.
Era inevitável Lívia não senti-lo.
O:Você sabe como ninguém me fazer enlouquecer.
L:Apenas retribuo com a mesma moeda. (sussurrando
em seu ouvido)
Otávio desceu com os lábios até os seios dela, a
parte do corpo que mais gostava em sua mulher, sem sombra de duvidas.
Molhava-os com a saliva, fazia movimentos
torturadores de um para outro.
L:Ah!
Gemeu como um sussurro, como se fosse um alívio,
podia expressar-se de qualquer forma, estavam sozinhos e cheios de amor para
dar.
Ela levou as duas mãos para a nuca dele e
envolveu-lhe os lábios ferozmente.
Quando o beijo parou ela sorriu para ele e trilhou
um caminho delicioso pelo corpo de Otávio com beijos, mordidinhas e até
lambidas que o levavam a tortura.
Lívia olhando-o nos olhos saiu do colo dele e
estava agora diante do que entregava o quanto ele estava excitado.
Ele percebeu o que ela queria fazer. Otávio foi
provocado quando sua mulher mordeu o lábio inferior e ainda sorrindo levou as
mãos ao elástico do short que ele vestia.
Foi puxando lentamente com a ajuda dele, logo
depois fez o mesmo com a cueca boxe que ele vestia.
Um sorriso foi inevitável no rosto dele, ainda mais
quando Lívia envolveu lhe o membro com os lábios.
Otávio descansou a cabeça para trás, se estivesse
de pé com certeza teria caído, sentia as pernas moles, sentia-se vulnerável.
E isso só piorou. Lívia o fez tirar as mãos e o
torturou por deliciosos minutos apenas com os lábios.
Ele mal era responsável por seus movimentos,
segurava os cabelos de Lívia a puxando para mais perto.
Sua mulher sorria agora para ele, o deixou como
queria. Lentamente aproximou-se de sua boca, beijando-a, Otávio a deitou no
pequeno sofá, afastando a calcinha percebeu que Lívia já se derretia por ele.
Ele tirou a calcinha com a ajuda de Lívia e a jogou
ao lado, proporcionou com sua língua uma deliciosa sensação ao sexo dela, o
corpo de sua mulher contorcia-se, de uma maneira inexplicavelmente excitante de
se ver.
Mesmo com ela dizendo para que ele parasse se não
iria chegar ao seu clímax como se soubesse que ainda não, continuou até onde
quis.
Antes de ela pedir novamente para que parasse, ele
levou os lábios aos dela, fazendo-a sentir seu próprio gosto, ele não esperou,
guiou-se para dentro dela, invadindo-a sem nenhuma delicadeza.
Com movimentos fortes e brutos, Otávio levava a
mulher ao delírio, Lívia envolveu-lhe o tronco com as pernas que o apertava
mais forte a casa investida, tinha as unhas apertadas junto às costas dele.
Nem força para abrir os olhos ela tinha, e ele
deliciando-se com a expressão dela.
Ela envolveu a cabeça dele com os dois braços e o
puxou para junto de si, forçando-o a um beijo, molhado e excitante.
Lívia mordia os lábios do marido, puxava forte seu
cabelo, e gemia por entre seus lábios.
Otávio chegou ao máximo de prazer, Lívia tentava
conter ao máximo as contrações do corpo, mas era inevitável, ele deitado sob
seu corpo, só aumentava a intensidade daquele momento.
Dois meses se passou, Lívia conseguiu a Frosch de
volta após senhor Pierry a procurar e oferecer o patrocínio novamente.
Era um dia normal da semana, mesmo sem querer ele
levou a mulher até aquele lugar.
O:Você tem certeza de que ficará bem se for
sozinha?
L:Claro que sim, fique aqui, eu não me demoro.
Lívia o beijou os lábios.
L:Eu te amo. (o encarando)
O:Eu também te amo, meu amor. (sorrindo)
Ela então abriu a porta do carro e saiu em direção
à penitenciaria masculina do Rio de Janeiro.
Algum tempo depois...
Ele estava acabado, barba por fazer, cabelos
oleosos e volumosos, os olhos mortiços. Com as mãos algemadas ele aguardava a
visita que lhe anunciaram.
Quando ouviu o barulho da porta se abrindo, ele mal
acreditou quando a viu. Ela sorria para ele, como quando eram deliciosos
amantes, como quando eram felizes, ou pelo menos ele achava que era.
F:Esperaria qualquer pessoa no mundo... menos você,
Lívia.
L:Vim olhar para você e ter certeza de que te
odeio.
F:Está feliz?
L:Não, claro que não.
Fernando não entendeu tais palavras.
L:Porque diabos você não bebeu aquele maldito
whisky quando você o recebeu?
Ele ficou em silêncio, um arrepio preencheu o seu
corpo dos pés até o ultimo fio de cabelo. Não podia ser verdade, só poderia ter
entendido errado.
F:Você foi quem...
L:Eu disse que eu ia te matar, não disse?
Fernando levantou-se lentamente.
F: Como pode fazer isso comigo?
L:Você foi quem começou.
F: Eu não tive opção.
L:Você colocou crianças inocentes em perigo.
F:A culpa foi sua! Se tivesse cumprido o nosso
combinado desde o inicio, nada disso teria acontecido.
L:Que combinado? De fugirmos?
Fernando ficou em silêncio.
L: Você não soube esperar, esse foi o seu maior
erro. Que se dane isso agora, olha quanto tempo se passou!? Chega com isso.
Lívia começou a andar pela frente dele, tinha as
mãos apoiadas na cintura.
F:Eu nunca irei esquecer, você marcou demais a
minha vida, Lívia.
L:Eu quero que você se dane. Por mim que você
apodreça aqui.
F:Eu te amo, Lívia.
A mulher de Otávio apoiou as mãos na mesa e ficou
cara a cara com Fernando, olhando-o no fundo dos olhos, ela disse:
L:E eu te odeio.
Lívia começou a andar pela frente dele. Eu já sei
de tudo.
Fernando ficou nervoso.
F:Sabe de tudo o que?
L:A tal Natália, ela me contou tudo.
Ele afastou um pouco ao ouvir aquilo, não tinha
certeza de que “tudo” ela sabia.
F:Ela é uma desequilibrada.
L:Como você pode ter feito isso?
É, realmente ela havia descoberto tudo.
Depois de alguns segundos em silêncio.
F:Se eu não fizesse aquilo, talvez você nunca
largasse do Paulo.
L:Eu confiava em você, você era o meu refúgio. (com
os olhos marejados)
Ele também sentia o incomodo nos olhos.
L:Idiota, você é realmente um idiota. Se você não
tivesse feito aquilo, eu nunca conheceria o homem da minha vida. (Sorrindo)
F: Eu quero que você seja infeliz, Lívia. Sabe por
quê? Porque você mentiu pra mim.
L:Cala a boca, você sabia o que Paulo fazia com a
minha filha, você vigiava a minha casa, em vez de me dizer você guardou isso
para me forçar a tomar uma atitude.
F:Eu nunca imaginei que você teria coragem de fazer
o que combinamos com as próprias mãos!
L:Você não tem filhos, Fernando. Nunca saberá a dor
que eu sinto pela minha filha ter passado por tudo aquilo e eu sem nem
perceber.
F:Eu pensei que... (foi interrompido)
L:Que o que? Que depois que aquela mulher que você
pagou saísse da minha casa eu iria somente pedir o divórcio para o Paulo e
fugir com você? Simples assim?
F:Eu estava desesperado. (com a voz alterada)
L:Você estava louco. Como agora quando quase matou
as minhas filhas. (gritando)
F:Ainda não acredito que tentou me matar.
L:A Lívia que você conheceu não existe mais para
você, para você eu só tenho a Lívia Strauss... a Lívia que matou Paulo Strauss.
Fernando a olhava decepcionado, não podia acreditar
que ela faria aquilo com ele, não suportava o fato de praticamente ela ter o
igualado ao Paulo.
Ele era diferente, mas talvez não como ele achou
que fosse.
Lívia aproximou-se do rosto dele com os lábios
próximos, ela disse:
L:E essa, Lívia, só vai sossegar quando você
estiver morto, Fernando.
Ele ficou petrificado, tais palavras ainda ecoavam
na sua cabeça.
Ela estava junto à porta, esperando o policial vir
abri-la, mas antes, voltou para frente dele e disse.
L:Toma cuidado com o que você come aqui. Porque no
dia a dia, acidentes acontecem, o que será que aconteceria se você ingerisse um
veneno de rato mais forte do que aquele? Morreria? Será que eu teria essa
sorte?
Lívia virou-se e foi em direção à porta novamente.
L:Adeus, Fernando... Até nunca mais.
Fernando sentou-se, para ele era o fim. Acabou.
Lívia ergueu a cabeça e saiu dali, pronta... PRA
SER FILIZ!
No carro...
O:Meu amor, eu já estava preocupado, cheguei a
fechar o carro para ir atrás de você.
Ela fechou a porta, continuava em silêncio.
O:Amor?
L:Otávio...
O:Amor, você está chorando? (preocupado)
L:Eu... Te amo tanto, mas tanto, Otávio.
O:Eu também te... (foi interrompido por um beijo)
Ela envolveu-lhes os lábios como nunca, como se
fosse o ultimo beijo. Otávio retribuiu à altura, mas estava meio confuso.
O:Amor, mas o que..
L:A minha vida, só teve sentido quando eu te
conheci. Eu te amo, Otávio, porque você desperta em mim um lado que eu já havia
desistido, um lado que me mostrou que eu ainda posso ser amada, ser desejada...
Que eu posso ser filiz.
Você tem para si, única e exclusivamente uma Lívia,
que ninguém nunca irá conhecer.
Otávio estava sorrindo.
L:Uma Lívia que vive só pra te amar.
Os olhos verdes penetrando aquele mar dentro dos
olhos dele.
O que dizer diante da declaração de amor mais linda
que já ouviu em toda a sua vida?
O:Ah, senhora Drayer... (sorrindo)
Ele a puxou para seu colo, envolvendo-a com os
braços. O que importava naquele momento era demonstrarem um ao outro todo o
amor e paixão que sentiam.
Agora sim, começaria uma felicidade que foi
interrompida, uma vida de sonhos e segredos... porque segredos... Sempre
existem.