segunda-feira, dezembro 28, 2015

Doce Poesia 7º Episódio

A Raiva tomava conta de Beatriz.
_Por favor, Senhora. Não me obrigue a ...
Ela foi em direção a porta, mas antes de que o empregado pudesse segurá-la, Bento entrou.
Benn: O que está acontecendo aqui? – nervoso –
B: Estou sendo proibida de sair dessa casa por ordem sua. Isso só pode der um equívoco, você não... – interrompida –
Benn: Venha comigo.
Bento a segurou pelo braço e a levou para o quarto.
Ao entrar, Beatriz começou a questioná-lo inocentemente.
B: Que ordem é essa de que os empregados estão falando?
Benn: É isso mesmo.
B: Bento, está brincando comigo? Desde quando me proíbe de sair de casa?
Benn; Desde quando você decidiu ter passeios noturnos, sozinha e sem me avisar.
B: Isso não é necessário, já não... – interrompida –
Benn: Isso não é uma questão. É uma ordem!
B: Não pode me tratar dessa maneira, Bento. O que está acontecendo com você?
Benn: Você é minha, e eu posso fazer o que eu quiser.
Ela não podia acreditar no que estava ouvindo, onde é que ele estava com a cabeça, desde quando decidiu virar esse tipo de marido.
E as coisas estavam só para piorar, um tempo passou desde esse ocorrido.

Se perguntassem, ela jamais conseguiria dizer quando foi que isso mudou.
De um sonho a um pesadelo... De um conto de fadas, para uma história de terror.
Bento havia chego de uma viagem, a filha estava na escola, hoje com seus 12 anos, Ana Beatriz era o maior tesouro.
Beatriz não tinha autoridade nenhuma sobre ela, toda e qualquer ordem ou decisão que se dirija a ela, Bento é quem ditava as ordens.
Os empregados foram se desfazendo, tornando-se restritos, escolhidos minunciosamente.
Os que ficaram, eram estritamente proibidos de abrir a porta do segundo quarto a esquerda do corredor do andar superior.
Somente um tal de Joaquim era autorizado a subir com as refeições. Antes de tudo isso chegar na situação atual, Joaquim fora contratado apenas como segurança da casa, mas com o tempo Beatriz pode perceber de que se tratava de um cão de guarda, e guardava com fidelidade sua liberdade.
-
Ela sabia que ele estava de volta, o barulho do carro a atormentava até mesmo nos sonhos.
Toda a vez que o ouvia seu corpo encolhia e suas costas doíam.
Como pudera? Porque?
Queria ter a coragem de manda-lo ao inferno e junto com Ana Beatriz, sumir no mundo.
Mas isso não era mais possível. Tinha agora seus quase 50 anos, e estava decidida a esperar a morte.
Sem família, sem ninguém.
Lutar pra que? Por quem? A filha era tratada como princesa.
Estava no escuro como sempre. A corrente que amarrava o seu braço esquerdo na cama, a impossibilitava de puxar as cortinas, fechadas propositalmente por ele.
Os passos aproximavam ao corredor.
As lágrimas forçavam a sair, mas ela não queria. Estava cansada de chorar, os olhos ardiam. E o que adiantaria? Lagrimas não iriam tira-la daquela situação
Segurou com toda a sua força as lagrimas, quando o clarão invadiu seu quarto, anunciando a chegada dele.
Ben: Bom dia, amor. Senti saudades. (Aproximando-se)
Ela o encarava, não iria chorar... Não podia chorar.
Continuou em silêncio. Mas Bento odiava isso. Era um homem completamente ditador, e já deixara claro que Beatriz deveria sempre adivinhar suas vontades.
Mesmo sabendo que isso era impossível.
Ele aproximou-se dela, acariciou seu rosto e a beijou.
Ben: Acho que não me ouviu dizer... Eu senti saudades, Beatriz!
O tom de voz já estava diferente, ele sabia como ela se sentia, mas também sabia que ela estava devidamente domesticada.
A voz aparentava estar trêmula quando ela respondeu:
B: Eu também senti saudades, meu amor.
Essa era uma das frases que a livrava de uma interminável surra.
Ben: Como passou nesses dois dias? Se alimentou? Está magra demais!
B: Sim, todas as refeições que trazem.
Ben: Estranho. Então acho que pedirei para que reforcem suas refeições.
B: Não... Não acho nece... (foi interrompida)
Ben: Como é que é?! (Gritando)
B: Não, eu não quis...(interrompida)
Ben: Você não acha nada! Quem decide o que é necessário ou não pra você, sou eu.
Ela já havia levantado da cama para responde-la. Apenas queria morrer, e alimentar-se só iria atrasar esse desejo.
B: Como quiser.
A cabeça sempre baixa ao respondê-lo, essas eram as ordens.
Beatriz foi trancafiada em um dos cômodos da casa, apenas aparecia para o jantar, onde era obrigada a fingir na frente da filha que estava tudo bem, que sua ausência nas manhãs e aos finais de semana nos passeios com Bento, era apenas de cansaço excessivo.
A filha jamais desconfiara, e também não fazia tanta questão assim da presença da mãe.
Para Ana Beatriz, apenas o pai a importava. Por ele, ela faria tudo pelo pai que tanto a ama, era capaz até de deixar a mãe de lado e apenas fingir que a mesma não existe.
-
Beatriz Miriolli, um dia foi jovem e feliz, um dia... Foi livre.
Será que era esse o destino que Deus havia lhe reservado? Pediu a Deus que lhe mostrasse o caminho, que lhe mostrasse o que fazer daqui para frente, que se seu destino fosse morrer trancafiada naquele cômodo, que ele lhe desse algum sinal, que ela estaria pronta para qualquer coisa.
-
Aquela manhã reservava forte emoções.
Ela ouviu o barulho do carro saindo, não mais de dois minutos demorou para que Joaquim anunciasse sua entrada no cômodo.
A comida já não lhe caía bem a muito tempo, mas já não tinha mais como livrar-se dela. Agora além de entregar as refeições, o fiel empregado aguardava até que ela comesse tudo.
E naquela manhã não foi diferente.
Beatriz não conseguia, por mais que forçasse, a comida não descia.
Sempre durante as refeições ela era desamarrada por Joaquim que ao fim da refeição a amarrava novamente.
Depois de um longo tempo de Beatriz tentando engolir a refeição, ela acabou.
E para a sua maior surpresa, Joaquim deixou a porta destrancada e suas correntes soltas.
Nunca saberá dizer se fez aquilo sem perceber ou realmente para ajudá-la mas não havia como ignorar tamanha sorte, aquele era o sinal que tanto havia clamado.

Estava claro como água, seu destino não era morrer naquele quarto.

terça-feira, dezembro 15, 2015

Doce Poesia 6º Episódio

Alguns minutos depois ela acordou, levou certo tempo até lembrar-se de como foi parar ali, ou o que acontecera antes de fechar os olhos.
Ela viu a filha passar pelo corredor da casa, o barulho das rodinhas no assoalho a despertaram.
O dia, o que aconteceu, onde estava e onde está agora? Tentou levantar-se, a cabeça doeu de leve, foi quando viu a carinha sapeca de sua filha ao lado da porta gritar:
Ana: Pai!! A mamãe acordou.
A filha não entrou no quarto, apenas continuou fazendo barulho pelo corredor.
Não demorou muito mais até que Bento entrasse aflito no quarto.
Benn: Beatriz! Enfim acordou, já mandei chamar um médico. Porque você... (foi interrompido)
B: O que significa isso?
Benn: Oque? (Confuso)
Ela fez um gesto com a cabeça apontando o corredor.
Benn: Ah, aquilo? Eu não tive tempo de leva-la para experimentar o presente no jardim, queria ficar de olho em você também, afinal... Estava preocupado com a demora em você acordar.
B: Eu não me refiro onde ela está andando, mas sim no que e porquê?!
Benn: Eu pensei que depois do que aconteceu você não fosse ficar disposta em sair para procurar bicicleta.
B: Bento, você foi sozinho! E pior ainda, você a presenteou sem mim, eu disse que era pra fazermos isso juntos!
Beatriz estava com o emocional arrasado e brigar agora por uma coisa dessas era a última coisa que queria.
Resolveu apenas deixar pra lá, começou a chorar.
O marido estranhamente a abraçou, mas logo a soltou dizendo:
Benn: Vou te deixar, precisa chorar, sofrer essa perda. Agora que acordou, mandarei te trazer um suco e cancelar a visita do médico.
Se precisar de algo estarei no jardim com a Bia.
Beatriz não tinha argumentos, o que iria dizer? O mesmo já deu todas as respostas que queria.
A questão é, que desde que Ana Beatriz nasceu, Bento vem se distanciando cada vez mais, não queria pensar que poderia ser ciúmes, era sua filha, tal sentimento por ela era ridículo e vergonhoso.
No início concluiu que isso era normal, mas depois pensou que não, muitos anos se passaram desde então e isso parece ter ficado cada vez pior.
Em tudo, Ana Beatriz vinha primeiro. Está certo que quando temos filhos os mesmos tornam-se prioridades em nossa vida, mas como Bento agia, chegava a ser assustador, várias noites dormiu sozinha em sua cama pois Bento queria ficar no quarto da filha pra ter certeza de que ela estaria em segurança.
As vezes chegava a ser estupido com Beatriz e isso estava incomodando-a.
Naquela noite resolveu sair, queria ir até a casa onde morou há anos atrás, ir também ao cemitério onde seus pais estão enterrados.
A noite assobiava um vento de chuva. Não avisou a ninguém que sairia, sabia que não demoraria e julgou que isso bastasse para ser desnecessária tal aviso.
Estranhamente ela não tinha medo de entrar no cemitério sozinha, encarava aquilo como uma visita.
No túmulo da mãe um Rosa em um jarro já sujo ainda começava a despedaçar-se.
Já no de seu pai, não havia nada, sequer apenas o enorme crucifixo indicando o dia da morte e o nome do falecido.
Sentiu um remorso, mesmo que no último instante ele se arrependeu. E não tinha uma vida lastimável, era feliz, tinha uma família linda.
Fez uma oração para cada um deles e saiu dali para a casa que um dia foi sua.
A casa fora vendida e o novo Dono não fazia questão alguma de morar ali, foi Bento quem negociou tudo, nunca viu a casa aberta ou alguma pessoa.
Mas estava bem cuidada, um certo ar de saudade a tomou, mas antes que as lagrimas voltasse a rolar em seu rosto ela se assustou com a luz que acendeu e logo se apagou no interior da casa, mesmo de longe ela pode notar, talvez fosse só sua imaginação pregando-lhe uma peça.
Sem muita vontade de voltar para a casa naquela hora, Beatriz seguiu seu caminho. E naquela noite viu o primeiro indicio de que Bento estava mudando e não era para melhor.
A porta principal estava aberta.
Ela entrou e seguiu para seu quarto, antes passou pelo quarto de Ana e a viu dormindo, deveria estar casada estava na melhor fase da vida.
Entrou em seu quarto descontraída e logo levou um susto com a mão que bruscamente puxou seu braço.
B: Ai!
Benn: Como é que você fica tanto tempo assim longe de mim, meu amor? – beijando-a em meio a abraços –
B: Que susto, Bento.
Benn: Onde estava?
B: Fui ao cemitério.
Benn: E porque foi sozinha?
B: Não queria te perturbar com isso.
Bento a prensou contra a parede invadindo seus lábios.
B: O que é isso? – sorrindo-
Ele a segurou forte pelo queixo e a encarando disse:
Benn: Nunca mais faça isso, Beatriz.
O semblante de Bento mudara de uma maneira em que Beatriz sentiu um calafrio pelo corpo inteiro, era como num piscar de olhos.
B: Como? – confusa –
Benn: Isso que ouviu, não quero você andando sozinha por essa cidade.
Ela ao mesmo tempo em que estranhou Bento, logo pensou ser excesso de cuidado, mas teve a certeza que não quando no dia seguinte foi impedida por um dos empregados de sair de casa.
Na sala –
B: Mas como ousa? Sou sua patroa, deve me respeitar.
_Me desculpe Senhora. São ordens do Senhor Bento.
B: Não sou uma prisioneira.
_Deve esperar para que possa conversar com o Senhor Bento, sem autorização dele, a senhora não sai daqui.

B: Pois então me obrigue!

domingo, dezembro 06, 2015

Doce Poesia - 5º Episódio


A respiração dela já estava ofegante. Suava de forma anormal e isso estava assustando, Bento.
Beatriz não conseguia ver como estava o velho jogado no jardim, mas mal se mexia, não queria pensar naquilo, sua filha estava a caminho antes da hora e por culpa daquele homem.
Ben: Meu amor, fica acordada, você precisa aguentar firme. Eu estou aqui com você.
Ela tinha os olhos parados naquela direção, mas Bento entrou na sua frente e chamou sua atenção.
Benn: Ela está vindo meu amor. (sorrindo)
B:Sim...
Ao mesmo tempo em que ambos sorriam de felicidade, a angustia e o medo tomavam conta.
Beatriz ainda estava com oito meses, sem preparo algum para o parto naquele lugar.
Em meio aos empregados rodeando-a, ela viu quando os seguranças tiraram seu pai do jardim.
B:Bento... Cuidem dele.
Benn: Amor, não pense nisso agora, pense só na nossa filha, em trazê-la para esse mundo.
B: Eu quero que cuidem dele, agora.
_ Senhora, não fique nervosa, isso pode complicar para tirarmos a bebe.
Ben: NÃO! Isso não, não podemos prejudicar a nossa pequena por esse homem. Levem-no a um hospital.
Uma das empregadas começou a apertar a barriga de Beatriz, enquanto outra esperava o bebê mostrar algum sinal de que estava pronto.
Foi quase duas horas até que a pequena Ana Beatriz desse o primeiro sinal de que estava chegando.
Beatriz estava exausta, já não havia forças para mais nada.
Chegou a certa hora pensar de que não daria conta, que não daria tempo de trazer o seu bebe a salvo para viver ao seu lado.
Mas o choro, anunciou de que Ana chegara a esse mundo para encher sua vida de alegrias. Lágrimas eram inevitáveis aos olhos de Bento e Beatriz. O Sorriso escancarado em seus rostos.
Benn: É linda, como a mãe. (aproximando-se)
As empregadas terminaram de arrumar Beatriz, logo os lençóis manchados de vermelho já iam a caminho dos fundos da casa.
Bento abaixou ao lado da mulher, envolveu seus braços em torno do seu pescoço e a carregou.
Estava cansada, fora um parto inesperado e demorado.
A situação toda era errada, Ana não era pra vir hoje.
Chegaram ao quarto, as empregadas ajudaram Beatriz a tomar um banho e a colocaram na cama.
Enquanto isso, Bento encantava-se a cada minuto mais pela filha.
Algum tempo depois, ele entrou no quarto segurando a filha no colo, Beatriz sorria para ele.
Ele aproximou-se dela e sentou ao seu lado.
Benn: Está dormindo. O médico já a examinou e disse que está mais saudável do que ele. (rindo)
B: Perfeita... (olhando -a)
Beatriz a pegou do colo de Bento e a segurou com cuidado, não conseguia parar de olhá-la, pegar me suas mães, dedilhar sobre seus finos cabelos.
Benn: Como isso é possível?
B: O que?
Benn: Eu já a amo tanto, que meu peito chega a doer.
B: Eu sei exatamente como se sente.
Algumas semanas depois, a pequena Ana estava sob os cuidados das empregadas no jardim da casa.
Beatriz apreciava uma deliciosa xicara de chocolate quente, a fazia lembrar-se de sua casa, mas não apenas de sua casa como quando saiu dela para morar com Bento, de sua casa quando era criança e sua mãe fazia o chocolate quente para ela sempre quando chegava da escola.
Adorava ficar horas e horas com tais lembranças revirando em sua cabeça.
As lagrimas eram inevitáveis quando ficava assim.
Antes do próximo gole, sentiu o afagar em seus cabelos.
B: Hum, que saudades já estava de você.
Benn: Estava com a nossa filha, sabe que gosto de sempre ficar de olho.
Os braços entrelaçavam seu pescoço de forma carinhosa.
Benn: Deveria sair para o jardim, está uma tarde maravilhosa.
B: Estou cansada, mal dormi essa noite.
Benn: Logo a nossa Ana começara a dormir mais a noite.
B: Assim espero.
Benn: Está bem?
Beatriz tinha a aparecia cansada, mas um tanto intrigante ao mesmo tempo.
E Bento podia imaginar o que fora.
B: Nada, é apenas saudades de você.
Ela não queria mais se preocupar com o pai bêbado, mas tinha dias em que esse pensamento era inevitável.
Será que estava se alimentando, a tempos não havia notícias dele, a casa que morava, continuava cuidada.
Há duas semanas, Bento e Beatriz tiveram uma discussão séria. A mesma mandava uma empregada na casa do velho pai ao menos uma vez por semana, como de vez em quando pedia para deixar um bom prato de comida na casa.
Bento não gostou muito, e nem era pela comida ou os empregados, era por Beatriz decidir fazer isso as escondidas e o pai criar a liberdade de ir no portão da casa gritar por bebida ou comida.
Era famoso na confecção de joias e esse tipo de escândalo no portão de sua casa era a última coisa de que precisava.
Ele ficou de frente para Beatriz que continuava sentada, e abaixou-se a sua altura.
Benn: Eu também sinto saudades.
Bento foi até a sua boca e a beijou, os lábios envolvendo-se de maneira saudosa. Ela sentiu as mãos percorrerem a sua nuca, arrepiando aos poucos os seus braços.
Ele a encarou e em seguida apenas tocou seus lábios levemente.
Ambos queriam, seria a primeira vez desde o nascimento de Ana Beatriz.
A porta já devidamente trancada, e Bento voltou a sua posição, Beatriz vestia um confortável vestido.
O Fazendeiro afastou as pernas dela lentamente, acariciou o seu sexo por fora da calcinha, até que pudesse sentir a umidade formar-se por entre o tecido de algodão.
Os olhos permaneciam fechados, Bento a contemplava com satisfação. Sabia como ela gostava e excitava-se com a expressão de prazer que ela não conseguia disfarçar.
A barba roçava em suas coxas conforme a aproximação em seu sexo. Ele afastou o tecido e com os dedos pode sentir com intensidade o quanto ela estava pronta para tê-lo.
Os dedos estavam molhados, e com facilidade ele os deslizou para dentro dela, arrancando-lhe dos lábios um tímido gemido.
O corpo se contorceu de leve, e Bento aumentou um pouco mais o movimento, assim como a respiração de Beatriz que ficou ofegante.
Sem mais nada a pensar, ele levantou-se a pegou no colo e jogando-a de forma brusca na cama, tirou seu vestido pela cabeça e encheu sua boca com os seios da sua mulher.
A língua era descontrolada, a saliva escorria por entre os mesmos, as mãos firmes ajudavam que ele os aprofundasse ainda mais em sua boca.
Beatriz o puxava pelo cabelo de encontro ao seu corpo, foi então que ele abriu a calça deixando-a pelo chão e penetrou sua mulher. Arrancando dela um alto gemido, que saiu sem querer pelos dentes.
Era forte e intenso.
Os movimentos matando aquela vontade deliciosa de se amarem. Não precisou muito tempo até que ambos liberassem de seu corpo toda a adrenalina presa, pulsante e forte...
Ofegantes deixaram os corpos descansarem em cima da cama.
Amava quando Bento a pegava de tal maneira, estava com saudades do marido. Não só de amá-lo, mas também de tê-lo por perto.
Depois do nascimento de Beatriz ele só tinha tempo e atenção para a filha, mas Beatriz estava com medo de estar sendo egoísta, afinal a rotina mudara, a maior parte também do seu tempo era inteiramente dedicado a pequena Herdeira.

Bento era o melhor pai que uma criança poderia querer.
Para sua alegria exatamente o oposto que foi seu pai.
Toda Noite contava histórias de dormir para a filha, a levava para passear no parque, a levava na escola, trazia seu café da manhã aos fins de semana na cama.
Ana Beatriz tinha seus Cinco anos de idade quando ganhou sua primeira bicicleta. Naquele dia, Beatriz não conseguiu ignorar um dos tantos fatos que vinham a deixando furiosa nos últimos tempos.
Estava tudo combinado para que Beatriz e Bento buscassem a bicicleta para fazer uma surpresa a pequena Ana.
Beatriz estava na cozinha ajudando a cozinheira a preparar uns biscoitos de nata quando seu motorista entrou agitado no local.
B: Meu Deus do céu, Rubens. O que foi?
_Senhora, estão ... Espancando o Senhor Sebastião na praça.
A cozinheira lançou um olhar de desaprovação ao motorista pela informação desnecessária e antes mesmo de questionar para a patroa o que faria, Beatriz já encontrava-se procurando seu casaco e indo em direção a porta.
Não saberia jamais dizer como chegou lá, ou porque estava lá, mas só sentiu que precisava estar.
O Velho estava caído na praça, já não tinham mais tantas pessoas olhando-o.
B:Alguém chame um médico, ele está ferido.
Sebastião Miriolli fedia, um fedor que Beatriz não sabia decifrar de onde vinha, se era de onde ele estava caído, ou de suas roupas, quem sabe até da própria pele, onde deveria ter derrubado várias doses de pinga.
Era nítido que estava bêbado, mal conseguia formular uma palavra. Os olhos encontravam-se agora inchados, assim como sua boca e o nariz que sangrava.
B:Pai, o senhor...
Se: Me perdoa, filha.
B:ai?
Não se deixa de sentir algo por alguém só por querer. As lagrimas vieram, acompanhadas de uma forte dor no peito.
Era o fim, a imagem que ficaria do pai daquela vida, seria aquela... Sequer uma lembrança de carinho, atenção ou um abraço, nada!
Um velho jogado na sarjeta, um bêbado caído em sua sala toda a madrugada.
Mas pra sempre suas últimas palavras ecoariam em seu pensamento. “Me perdoa, Filha”.
O tempo de dizer que sim, ou de ao menos pensar em algo, não foi possível.
Ali ela deixou o pai, não conseguiu ficar mais, o estomago começava a embrulhar, as pessoas aglomeraram em sua volta.
Ela levantou-se do lado do velho, olhou e mais pessoas aproximavam-se, a cabeça começou a girar.

Os olhos pesaram e nada mais ela conseguiu ver.

segunda-feira, dezembro 28, 2015

Doce Poesia 7º Episódio

A Raiva tomava conta de Beatriz.
_Por favor, Senhora. Não me obrigue a ...
Ela foi em direção a porta, mas antes de que o empregado pudesse segurá-la, Bento entrou.
Benn: O que está acontecendo aqui? – nervoso –
B: Estou sendo proibida de sair dessa casa por ordem sua. Isso só pode der um equívoco, você não... – interrompida –
Benn: Venha comigo.
Bento a segurou pelo braço e a levou para o quarto.
Ao entrar, Beatriz começou a questioná-lo inocentemente.
B: Que ordem é essa de que os empregados estão falando?
Benn: É isso mesmo.
B: Bento, está brincando comigo? Desde quando me proíbe de sair de casa?
Benn; Desde quando você decidiu ter passeios noturnos, sozinha e sem me avisar.
B: Isso não é necessário, já não... – interrompida –
Benn: Isso não é uma questão. É uma ordem!
B: Não pode me tratar dessa maneira, Bento. O que está acontecendo com você?
Benn: Você é minha, e eu posso fazer o que eu quiser.
Ela não podia acreditar no que estava ouvindo, onde é que ele estava com a cabeça, desde quando decidiu virar esse tipo de marido.
E as coisas estavam só para piorar, um tempo passou desde esse ocorrido.

Se perguntassem, ela jamais conseguiria dizer quando foi que isso mudou.
De um sonho a um pesadelo... De um conto de fadas, para uma história de terror.
Bento havia chego de uma viagem, a filha estava na escola, hoje com seus 12 anos, Ana Beatriz era o maior tesouro.
Beatriz não tinha autoridade nenhuma sobre ela, toda e qualquer ordem ou decisão que se dirija a ela, Bento é quem ditava as ordens.
Os empregados foram se desfazendo, tornando-se restritos, escolhidos minunciosamente.
Os que ficaram, eram estritamente proibidos de abrir a porta do segundo quarto a esquerda do corredor do andar superior.
Somente um tal de Joaquim era autorizado a subir com as refeições. Antes de tudo isso chegar na situação atual, Joaquim fora contratado apenas como segurança da casa, mas com o tempo Beatriz pode perceber de que se tratava de um cão de guarda, e guardava com fidelidade sua liberdade.
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Ela sabia que ele estava de volta, o barulho do carro a atormentava até mesmo nos sonhos.
Toda a vez que o ouvia seu corpo encolhia e suas costas doíam.
Como pudera? Porque?
Queria ter a coragem de manda-lo ao inferno e junto com Ana Beatriz, sumir no mundo.
Mas isso não era mais possível. Tinha agora seus quase 50 anos, e estava decidida a esperar a morte.
Sem família, sem ninguém.
Lutar pra que? Por quem? A filha era tratada como princesa.
Estava no escuro como sempre. A corrente que amarrava o seu braço esquerdo na cama, a impossibilitava de puxar as cortinas, fechadas propositalmente por ele.
Os passos aproximavam ao corredor.
As lágrimas forçavam a sair, mas ela não queria. Estava cansada de chorar, os olhos ardiam. E o que adiantaria? Lagrimas não iriam tira-la daquela situação
Segurou com toda a sua força as lagrimas, quando o clarão invadiu seu quarto, anunciando a chegada dele.
Ben: Bom dia, amor. Senti saudades. (Aproximando-se)
Ela o encarava, não iria chorar... Não podia chorar.
Continuou em silêncio. Mas Bento odiava isso. Era um homem completamente ditador, e já deixara claro que Beatriz deveria sempre adivinhar suas vontades.
Mesmo sabendo que isso era impossível.
Ele aproximou-se dela, acariciou seu rosto e a beijou.
Ben: Acho que não me ouviu dizer... Eu senti saudades, Beatriz!
O tom de voz já estava diferente, ele sabia como ela se sentia, mas também sabia que ela estava devidamente domesticada.
A voz aparentava estar trêmula quando ela respondeu:
B: Eu também senti saudades, meu amor.
Essa era uma das frases que a livrava de uma interminável surra.
Ben: Como passou nesses dois dias? Se alimentou? Está magra demais!
B: Sim, todas as refeições que trazem.
Ben: Estranho. Então acho que pedirei para que reforcem suas refeições.
B: Não... Não acho nece... (foi interrompida)
Ben: Como é que é?! (Gritando)
B: Não, eu não quis...(interrompida)
Ben: Você não acha nada! Quem decide o que é necessário ou não pra você, sou eu.
Ela já havia levantado da cama para responde-la. Apenas queria morrer, e alimentar-se só iria atrasar esse desejo.
B: Como quiser.
A cabeça sempre baixa ao respondê-lo, essas eram as ordens.
Beatriz foi trancafiada em um dos cômodos da casa, apenas aparecia para o jantar, onde era obrigada a fingir na frente da filha que estava tudo bem, que sua ausência nas manhãs e aos finais de semana nos passeios com Bento, era apenas de cansaço excessivo.
A filha jamais desconfiara, e também não fazia tanta questão assim da presença da mãe.
Para Ana Beatriz, apenas o pai a importava. Por ele, ela faria tudo pelo pai que tanto a ama, era capaz até de deixar a mãe de lado e apenas fingir que a mesma não existe.
-
Beatriz Miriolli, um dia foi jovem e feliz, um dia... Foi livre.
Será que era esse o destino que Deus havia lhe reservado? Pediu a Deus que lhe mostrasse o caminho, que lhe mostrasse o que fazer daqui para frente, que se seu destino fosse morrer trancafiada naquele cômodo, que ele lhe desse algum sinal, que ela estaria pronta para qualquer coisa.
-
Aquela manhã reservava forte emoções.
Ela ouviu o barulho do carro saindo, não mais de dois minutos demorou para que Joaquim anunciasse sua entrada no cômodo.
A comida já não lhe caía bem a muito tempo, mas já não tinha mais como livrar-se dela. Agora além de entregar as refeições, o fiel empregado aguardava até que ela comesse tudo.
E naquela manhã não foi diferente.
Beatriz não conseguia, por mais que forçasse, a comida não descia.
Sempre durante as refeições ela era desamarrada por Joaquim que ao fim da refeição a amarrava novamente.
Depois de um longo tempo de Beatriz tentando engolir a refeição, ela acabou.
E para a sua maior surpresa, Joaquim deixou a porta destrancada e suas correntes soltas.
Nunca saberá dizer se fez aquilo sem perceber ou realmente para ajudá-la mas não havia como ignorar tamanha sorte, aquele era o sinal que tanto havia clamado.

Estava claro como água, seu destino não era morrer naquele quarto.

terça-feira, dezembro 15, 2015

Doce Poesia 6º Episódio

Alguns minutos depois ela acordou, levou certo tempo até lembrar-se de como foi parar ali, ou o que acontecera antes de fechar os olhos.
Ela viu a filha passar pelo corredor da casa, o barulho das rodinhas no assoalho a despertaram.
O dia, o que aconteceu, onde estava e onde está agora? Tentou levantar-se, a cabeça doeu de leve, foi quando viu a carinha sapeca de sua filha ao lado da porta gritar:
Ana: Pai!! A mamãe acordou.
A filha não entrou no quarto, apenas continuou fazendo barulho pelo corredor.
Não demorou muito mais até que Bento entrasse aflito no quarto.
Benn: Beatriz! Enfim acordou, já mandei chamar um médico. Porque você... (foi interrompido)
B: O que significa isso?
Benn: Oque? (Confuso)
Ela fez um gesto com a cabeça apontando o corredor.
Benn: Ah, aquilo? Eu não tive tempo de leva-la para experimentar o presente no jardim, queria ficar de olho em você também, afinal... Estava preocupado com a demora em você acordar.
B: Eu não me refiro onde ela está andando, mas sim no que e porquê?!
Benn: Eu pensei que depois do que aconteceu você não fosse ficar disposta em sair para procurar bicicleta.
B: Bento, você foi sozinho! E pior ainda, você a presenteou sem mim, eu disse que era pra fazermos isso juntos!
Beatriz estava com o emocional arrasado e brigar agora por uma coisa dessas era a última coisa que queria.
Resolveu apenas deixar pra lá, começou a chorar.
O marido estranhamente a abraçou, mas logo a soltou dizendo:
Benn: Vou te deixar, precisa chorar, sofrer essa perda. Agora que acordou, mandarei te trazer um suco e cancelar a visita do médico.
Se precisar de algo estarei no jardim com a Bia.
Beatriz não tinha argumentos, o que iria dizer? O mesmo já deu todas as respostas que queria.
A questão é, que desde que Ana Beatriz nasceu, Bento vem se distanciando cada vez mais, não queria pensar que poderia ser ciúmes, era sua filha, tal sentimento por ela era ridículo e vergonhoso.
No início concluiu que isso era normal, mas depois pensou que não, muitos anos se passaram desde então e isso parece ter ficado cada vez pior.
Em tudo, Ana Beatriz vinha primeiro. Está certo que quando temos filhos os mesmos tornam-se prioridades em nossa vida, mas como Bento agia, chegava a ser assustador, várias noites dormiu sozinha em sua cama pois Bento queria ficar no quarto da filha pra ter certeza de que ela estaria em segurança.
As vezes chegava a ser estupido com Beatriz e isso estava incomodando-a.
Naquela noite resolveu sair, queria ir até a casa onde morou há anos atrás, ir também ao cemitério onde seus pais estão enterrados.
A noite assobiava um vento de chuva. Não avisou a ninguém que sairia, sabia que não demoraria e julgou que isso bastasse para ser desnecessária tal aviso.
Estranhamente ela não tinha medo de entrar no cemitério sozinha, encarava aquilo como uma visita.
No túmulo da mãe um Rosa em um jarro já sujo ainda começava a despedaçar-se.
Já no de seu pai, não havia nada, sequer apenas o enorme crucifixo indicando o dia da morte e o nome do falecido.
Sentiu um remorso, mesmo que no último instante ele se arrependeu. E não tinha uma vida lastimável, era feliz, tinha uma família linda.
Fez uma oração para cada um deles e saiu dali para a casa que um dia foi sua.
A casa fora vendida e o novo Dono não fazia questão alguma de morar ali, foi Bento quem negociou tudo, nunca viu a casa aberta ou alguma pessoa.
Mas estava bem cuidada, um certo ar de saudade a tomou, mas antes que as lagrimas voltasse a rolar em seu rosto ela se assustou com a luz que acendeu e logo se apagou no interior da casa, mesmo de longe ela pode notar, talvez fosse só sua imaginação pregando-lhe uma peça.
Sem muita vontade de voltar para a casa naquela hora, Beatriz seguiu seu caminho. E naquela noite viu o primeiro indicio de que Bento estava mudando e não era para melhor.
A porta principal estava aberta.
Ela entrou e seguiu para seu quarto, antes passou pelo quarto de Ana e a viu dormindo, deveria estar casada estava na melhor fase da vida.
Entrou em seu quarto descontraída e logo levou um susto com a mão que bruscamente puxou seu braço.
B: Ai!
Benn: Como é que você fica tanto tempo assim longe de mim, meu amor? – beijando-a em meio a abraços –
B: Que susto, Bento.
Benn: Onde estava?
B: Fui ao cemitério.
Benn: E porque foi sozinha?
B: Não queria te perturbar com isso.
Bento a prensou contra a parede invadindo seus lábios.
B: O que é isso? – sorrindo-
Ele a segurou forte pelo queixo e a encarando disse:
Benn: Nunca mais faça isso, Beatriz.
O semblante de Bento mudara de uma maneira em que Beatriz sentiu um calafrio pelo corpo inteiro, era como num piscar de olhos.
B: Como? – confusa –
Benn: Isso que ouviu, não quero você andando sozinha por essa cidade.
Ela ao mesmo tempo em que estranhou Bento, logo pensou ser excesso de cuidado, mas teve a certeza que não quando no dia seguinte foi impedida por um dos empregados de sair de casa.
Na sala –
B: Mas como ousa? Sou sua patroa, deve me respeitar.
_Me desculpe Senhora. São ordens do Senhor Bento.
B: Não sou uma prisioneira.
_Deve esperar para que possa conversar com o Senhor Bento, sem autorização dele, a senhora não sai daqui.

B: Pois então me obrigue!

domingo, dezembro 06, 2015

Doce Poesia - 5º Episódio


A respiração dela já estava ofegante. Suava de forma anormal e isso estava assustando, Bento.
Beatriz não conseguia ver como estava o velho jogado no jardim, mas mal se mexia, não queria pensar naquilo, sua filha estava a caminho antes da hora e por culpa daquele homem.
Ben: Meu amor, fica acordada, você precisa aguentar firme. Eu estou aqui com você.
Ela tinha os olhos parados naquela direção, mas Bento entrou na sua frente e chamou sua atenção.
Benn: Ela está vindo meu amor. (sorrindo)
B:Sim...
Ao mesmo tempo em que ambos sorriam de felicidade, a angustia e o medo tomavam conta.
Beatriz ainda estava com oito meses, sem preparo algum para o parto naquele lugar.
Em meio aos empregados rodeando-a, ela viu quando os seguranças tiraram seu pai do jardim.
B:Bento... Cuidem dele.
Benn: Amor, não pense nisso agora, pense só na nossa filha, em trazê-la para esse mundo.
B: Eu quero que cuidem dele, agora.
_ Senhora, não fique nervosa, isso pode complicar para tirarmos a bebe.
Ben: NÃO! Isso não, não podemos prejudicar a nossa pequena por esse homem. Levem-no a um hospital.
Uma das empregadas começou a apertar a barriga de Beatriz, enquanto outra esperava o bebê mostrar algum sinal de que estava pronto.
Foi quase duas horas até que a pequena Ana Beatriz desse o primeiro sinal de que estava chegando.
Beatriz estava exausta, já não havia forças para mais nada.
Chegou a certa hora pensar de que não daria conta, que não daria tempo de trazer o seu bebe a salvo para viver ao seu lado.
Mas o choro, anunciou de que Ana chegara a esse mundo para encher sua vida de alegrias. Lágrimas eram inevitáveis aos olhos de Bento e Beatriz. O Sorriso escancarado em seus rostos.
Benn: É linda, como a mãe. (aproximando-se)
As empregadas terminaram de arrumar Beatriz, logo os lençóis manchados de vermelho já iam a caminho dos fundos da casa.
Bento abaixou ao lado da mulher, envolveu seus braços em torno do seu pescoço e a carregou.
Estava cansada, fora um parto inesperado e demorado.
A situação toda era errada, Ana não era pra vir hoje.
Chegaram ao quarto, as empregadas ajudaram Beatriz a tomar um banho e a colocaram na cama.
Enquanto isso, Bento encantava-se a cada minuto mais pela filha.
Algum tempo depois, ele entrou no quarto segurando a filha no colo, Beatriz sorria para ele.
Ele aproximou-se dela e sentou ao seu lado.
Benn: Está dormindo. O médico já a examinou e disse que está mais saudável do que ele. (rindo)
B: Perfeita... (olhando -a)
Beatriz a pegou do colo de Bento e a segurou com cuidado, não conseguia parar de olhá-la, pegar me suas mães, dedilhar sobre seus finos cabelos.
Benn: Como isso é possível?
B: O que?
Benn: Eu já a amo tanto, que meu peito chega a doer.
B: Eu sei exatamente como se sente.
Algumas semanas depois, a pequena Ana estava sob os cuidados das empregadas no jardim da casa.
Beatriz apreciava uma deliciosa xicara de chocolate quente, a fazia lembrar-se de sua casa, mas não apenas de sua casa como quando saiu dela para morar com Bento, de sua casa quando era criança e sua mãe fazia o chocolate quente para ela sempre quando chegava da escola.
Adorava ficar horas e horas com tais lembranças revirando em sua cabeça.
As lagrimas eram inevitáveis quando ficava assim.
Antes do próximo gole, sentiu o afagar em seus cabelos.
B: Hum, que saudades já estava de você.
Benn: Estava com a nossa filha, sabe que gosto de sempre ficar de olho.
Os braços entrelaçavam seu pescoço de forma carinhosa.
Benn: Deveria sair para o jardim, está uma tarde maravilhosa.
B: Estou cansada, mal dormi essa noite.
Benn: Logo a nossa Ana começara a dormir mais a noite.
B: Assim espero.
Benn: Está bem?
Beatriz tinha a aparecia cansada, mas um tanto intrigante ao mesmo tempo.
E Bento podia imaginar o que fora.
B: Nada, é apenas saudades de você.
Ela não queria mais se preocupar com o pai bêbado, mas tinha dias em que esse pensamento era inevitável.
Será que estava se alimentando, a tempos não havia notícias dele, a casa que morava, continuava cuidada.
Há duas semanas, Bento e Beatriz tiveram uma discussão séria. A mesma mandava uma empregada na casa do velho pai ao menos uma vez por semana, como de vez em quando pedia para deixar um bom prato de comida na casa.
Bento não gostou muito, e nem era pela comida ou os empregados, era por Beatriz decidir fazer isso as escondidas e o pai criar a liberdade de ir no portão da casa gritar por bebida ou comida.
Era famoso na confecção de joias e esse tipo de escândalo no portão de sua casa era a última coisa de que precisava.
Ele ficou de frente para Beatriz que continuava sentada, e abaixou-se a sua altura.
Benn: Eu também sinto saudades.
Bento foi até a sua boca e a beijou, os lábios envolvendo-se de maneira saudosa. Ela sentiu as mãos percorrerem a sua nuca, arrepiando aos poucos os seus braços.
Ele a encarou e em seguida apenas tocou seus lábios levemente.
Ambos queriam, seria a primeira vez desde o nascimento de Ana Beatriz.
A porta já devidamente trancada, e Bento voltou a sua posição, Beatriz vestia um confortável vestido.
O Fazendeiro afastou as pernas dela lentamente, acariciou o seu sexo por fora da calcinha, até que pudesse sentir a umidade formar-se por entre o tecido de algodão.
Os olhos permaneciam fechados, Bento a contemplava com satisfação. Sabia como ela gostava e excitava-se com a expressão de prazer que ela não conseguia disfarçar.
A barba roçava em suas coxas conforme a aproximação em seu sexo. Ele afastou o tecido e com os dedos pode sentir com intensidade o quanto ela estava pronta para tê-lo.
Os dedos estavam molhados, e com facilidade ele os deslizou para dentro dela, arrancando-lhe dos lábios um tímido gemido.
O corpo se contorceu de leve, e Bento aumentou um pouco mais o movimento, assim como a respiração de Beatriz que ficou ofegante.
Sem mais nada a pensar, ele levantou-se a pegou no colo e jogando-a de forma brusca na cama, tirou seu vestido pela cabeça e encheu sua boca com os seios da sua mulher.
A língua era descontrolada, a saliva escorria por entre os mesmos, as mãos firmes ajudavam que ele os aprofundasse ainda mais em sua boca.
Beatriz o puxava pelo cabelo de encontro ao seu corpo, foi então que ele abriu a calça deixando-a pelo chão e penetrou sua mulher. Arrancando dela um alto gemido, que saiu sem querer pelos dentes.
Era forte e intenso.
Os movimentos matando aquela vontade deliciosa de se amarem. Não precisou muito tempo até que ambos liberassem de seu corpo toda a adrenalina presa, pulsante e forte...
Ofegantes deixaram os corpos descansarem em cima da cama.
Amava quando Bento a pegava de tal maneira, estava com saudades do marido. Não só de amá-lo, mas também de tê-lo por perto.
Depois do nascimento de Beatriz ele só tinha tempo e atenção para a filha, mas Beatriz estava com medo de estar sendo egoísta, afinal a rotina mudara, a maior parte também do seu tempo era inteiramente dedicado a pequena Herdeira.

Bento era o melhor pai que uma criança poderia querer.
Para sua alegria exatamente o oposto que foi seu pai.
Toda Noite contava histórias de dormir para a filha, a levava para passear no parque, a levava na escola, trazia seu café da manhã aos fins de semana na cama.
Ana Beatriz tinha seus Cinco anos de idade quando ganhou sua primeira bicicleta. Naquele dia, Beatriz não conseguiu ignorar um dos tantos fatos que vinham a deixando furiosa nos últimos tempos.
Estava tudo combinado para que Beatriz e Bento buscassem a bicicleta para fazer uma surpresa a pequena Ana.
Beatriz estava na cozinha ajudando a cozinheira a preparar uns biscoitos de nata quando seu motorista entrou agitado no local.
B: Meu Deus do céu, Rubens. O que foi?
_Senhora, estão ... Espancando o Senhor Sebastião na praça.
A cozinheira lançou um olhar de desaprovação ao motorista pela informação desnecessária e antes mesmo de questionar para a patroa o que faria, Beatriz já encontrava-se procurando seu casaco e indo em direção a porta.
Não saberia jamais dizer como chegou lá, ou porque estava lá, mas só sentiu que precisava estar.
O Velho estava caído na praça, já não tinham mais tantas pessoas olhando-o.
B:Alguém chame um médico, ele está ferido.
Sebastião Miriolli fedia, um fedor que Beatriz não sabia decifrar de onde vinha, se era de onde ele estava caído, ou de suas roupas, quem sabe até da própria pele, onde deveria ter derrubado várias doses de pinga.
Era nítido que estava bêbado, mal conseguia formular uma palavra. Os olhos encontravam-se agora inchados, assim como sua boca e o nariz que sangrava.
B:Pai, o senhor...
Se: Me perdoa, filha.
B:ai?
Não se deixa de sentir algo por alguém só por querer. As lagrimas vieram, acompanhadas de uma forte dor no peito.
Era o fim, a imagem que ficaria do pai daquela vida, seria aquela... Sequer uma lembrança de carinho, atenção ou um abraço, nada!
Um velho jogado na sarjeta, um bêbado caído em sua sala toda a madrugada.
Mas pra sempre suas últimas palavras ecoariam em seu pensamento. “Me perdoa, Filha”.
O tempo de dizer que sim, ou de ao menos pensar em algo, não foi possível.
Ali ela deixou o pai, não conseguiu ficar mais, o estomago começava a embrulhar, as pessoas aglomeraram em sua volta.
Ela levantou-se do lado do velho, olhou e mais pessoas aproximavam-se, a cabeça começou a girar.

Os olhos pesaram e nada mais ela conseguiu ver.
 

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