quarta-feira, janeiro 08, 2014

26° Confidências- Por Você (FIM)

L:Ai meu Deus, que carência. (colocando o livro ao lado)
O:Estou dizendo que já estou melhor, que já posso voltar ao trabalho.
L:Mas de jeito nenhum, o médico disse que você só pode voltar no próximo mês. Ainda tem duas semanas.
O:Mas, Lívia...
L:Não tem nada de Lívia.
Otávio apoiou a cabeça sobre as pernas dela novamente.
Ficaram em silêncio por alguns minutos.
L:Otávio...
O:Hum?
L:Como é que está o caso do Fernando?
O:Está do jeito que deveria estar.
L:Ele continua preso?
O:Continua, e se depender de mim ficará lá até morrer, ainda mais agora que conseguimos anexar aquela ligação que ele confessa que sabotou o meu carro.
L:Será que com o julgamento ele pode acabar conseguindo responder em liberdade?
O:Eu garanto para você que não, eu vou fazer de tudo pra que ele pague pelo o que ele fez.
Lívia sentia-se mais leve com Fernando preso. Ainda bem que isso aconteceu antes que alguma tentativa dele tivesse dado certo.
O:Sabe, estou cansado.
L:Cansado?
O:É, de tudo isso. Não temos um minuto de paz, não conseguimos viver em paz, tranquilos. Quando não é uma coisa é outra. (levantando-se e a encarando)
L:Isso acabou meu amor.
O:Parece coisa de filme, desde quando nos apaixonamos, olha só o que aconteceu conosco!
L:Acidentes de carro.
O:Envenenamento.
L:Até tiro eu levei (rindo)
O:Ei, eu quase morri quando isso aconteceu, não ria disso.
Otávio dizia isso acariciando o rosto dela, Lívia ria é claro, todo aquele pesadelo já havia passado, Marta estava morta agora e Fernando, preso.
L:Eu estou bem agora meu amor.
O:Quase perdi você.
L:Eu é que quase te perdi.
O: Quando eu estava naquele hospital com aqueles balões de oxigênio, aquele barulhinho tu tu tu daquelas maquinas, a única coisa que eu pensava, era ... Como é que eu vou vigiar o namoro das minhas meninas quando estiverem adolescentes se eu morrer agora?
Lívia não conseguiu segurar o riso.
O:É verdade. (rindo)
L:Eu faria qualquer coisa por você, qualquer coisa. Estamos destinados a vivermos o resto dessa vida juntos.
O:Hoje eu tenho certeza disso. (sorrindo)
Otávio a beijou, a língua começou a brincar com a dela fazendo-a perceber que ele queria muito mais.
L:Está bem ousado ein senhor Otávio.
Ela ria por entre os lábios dele.
O:Vem, vamos se amar um pouquinho. (sorrindo)
Otávio a puxou para mais perto de si, os lábios se mexiam intensamente por entre os dela, tinha um gosto diferente.
Ela ajeitou as pernas em cima dele, deixando os braços livres para poder passear com eles por entre as curvas do braço dele.
Lívia estava com um vestido de pano meio grosso, quando subiu no colo dele , o mesmo logo o ergueu a altura da cintura, deixando-a completamente desnuda.
Ele a segurou pelos cabelos, a beijava forte e quando a mesma iria beijá-lo novamente ele a puxava levemente pelos cabelos, fazendo uma espécie de brincadeira com a boca, afastando-a da boca dele lentamente.
L:Você está bem engraçadinho, Otávio. (sorrindo próxima a boca dele)
Otávio adorava fazer isso, a excitar e depois forçá-la a conter-se.
Ela logo segurou forte o queixo dele com as mãos e aproximou-se com a boca levemente, deu uma sedutora mordida e sorriu, levando a boca para outro beijo.
Lívia ainda sentada no colo dele cruzou os braços e levantou o vestido, tirando-o pela cabeça.
Ela começou a movimentar-se em cima dele, sabia aquilo o excitava.
Ele fechou os olhos, queria apenas sentir, sentir aquela sensação deliciosa que ela estava proporcionando.
Sabia cada pedacinho do corpo do marido que o excitava mais, levou os lábios quentes até o pescoço dele, o mesmo começou sentir leves pulsações em seu membro.
Era inevitável Lívia não senti-lo.
O:Você sabe como ninguém me fazer enlouquecer.
L:Apenas retribuo com a mesma moeda. (sussurrando em seu ouvido)
Otávio desceu com os lábios até os seios dela, a parte do corpo que mais gostava em sua mulher, sem sombra de duvidas.
Molhava-os com a saliva, fazia movimentos torturadores de um para outro.
L:Ah!
Gemeu como um sussurro, como se fosse um alívio, podia expressar-se de qualquer forma, estavam sozinhos e cheios de amor para dar.
Ela levou as duas mãos para a nuca dele e envolveu-lhe os lábios ferozmente.
Quando o beijo parou ela sorriu para ele e trilhou um caminho delicioso pelo corpo de Otávio com beijos, mordidinhas e até lambidas que o levavam a tortura.
Lívia olhando-o nos olhos saiu do colo dele e estava agora diante do que entregava o quanto ele estava excitado.
Ele percebeu o que ela queria fazer. Otávio foi provocado quando sua mulher mordeu o lábio inferior e ainda sorrindo levou as mãos ao elástico do short que ele vestia.
Foi puxando lentamente com a ajuda dele, logo depois fez o mesmo com a cueca boxe que ele vestia.
Um sorriso foi inevitável no rosto dele, ainda mais quando Lívia envolveu lhe o membro com os lábios.
Otávio descansou a cabeça para trás, se estivesse de pé com certeza teria caído, sentia as pernas moles, sentia-se vulnerável.
E isso só piorou. Lívia o fez tirar as mãos e o torturou por deliciosos minutos apenas com os lábios.
Ele mal era responsável por seus movimentos, segurava os cabelos de Lívia a puxando para mais perto.
Sua mulher sorria agora para ele, o deixou como queria. Lentamente aproximou-se de sua boca, beijando-a, Otávio a deitou no pequeno sofá, afastando a calcinha percebeu que Lívia já se derretia por ele.
Ele tirou a calcinha com a ajuda de Lívia e a jogou ao lado, proporcionou com sua língua uma deliciosa sensação ao sexo dela, o corpo de sua mulher contorcia-se, de uma maneira inexplicavelmente excitante de se ver.
Mesmo com ela dizendo para que ele parasse se não iria chegar ao seu clímax como se soubesse que ainda não, continuou até onde quis.
Antes de ela pedir novamente para que parasse, ele levou os lábios aos dela, fazendo-a sentir seu próprio gosto, ele não esperou, guiou-se para dentro dela, invadindo-a sem nenhuma delicadeza.
Com movimentos fortes e brutos, Otávio levava a mulher ao delírio, Lívia envolveu-lhe o tronco com as pernas que o apertava mais forte a casa investida, tinha as unhas apertadas junto às costas dele.
Nem força para abrir os olhos ela tinha, e ele deliciando-se com a expressão dela.
Ela envolveu a cabeça dele com os dois braços e o puxou para junto de si, forçando-o a um beijo, molhado e excitante.
Lívia mordia os lábios do marido, puxava forte seu cabelo, e gemia por entre seus lábios.
Otávio chegou ao máximo de prazer, Lívia tentava conter ao máximo as contrações do corpo, mas era inevitável, ele deitado sob seu corpo, só aumentava a intensidade daquele momento.

Dois meses se passou, Lívia conseguiu a Frosch de volta após senhor Pierry a procurar e oferecer o patrocínio novamente.
Era um dia normal da semana, mesmo sem querer ele levou a mulher até aquele lugar.
O:Você tem certeza de que ficará bem se for sozinha?
L:Claro que sim, fique aqui, eu não me demoro.
Lívia o beijou os lábios.
L:Eu te amo. (o encarando)
O:Eu também te amo, meu amor. (sorrindo)
Ela então abriu a porta do carro e saiu em direção à penitenciaria masculina do Rio de Janeiro.
Algum tempo depois...

Ele estava acabado, barba por fazer, cabelos oleosos e volumosos, os olhos mortiços. Com as mãos algemadas ele aguardava a visita que lhe anunciaram.
Quando ouviu o barulho da porta se abrindo, ele mal acreditou quando a viu. Ela sorria para ele, como quando eram deliciosos amantes, como quando eram felizes, ou pelo menos ele achava que era.
F:Esperaria qualquer pessoa no mundo... menos você, Lívia.
L:Vim olhar para você e ter certeza de que te odeio.
F:Está feliz?
L:Não, claro que não.
Fernando não entendeu tais palavras.
L:Porque diabos você não bebeu aquele maldito whisky quando você o recebeu?
Ele ficou em silêncio, um arrepio preencheu o seu corpo dos pés até o ultimo fio de cabelo. Não podia ser verdade, só poderia ter entendido errado.
F:Você foi quem...
L:Eu disse que eu ia te matar, não disse?
Fernando levantou-se lentamente.
F: Como pode fazer isso comigo?
L:Você foi quem começou.
F: Eu não tive opção.
L:Você colocou crianças inocentes em perigo.
F:A culpa foi sua! Se tivesse cumprido o nosso combinado desde o inicio, nada disso teria acontecido.
L:Que combinado? De fugirmos?
Fernando ficou em silêncio.
L: Você não soube esperar, esse foi o seu maior erro. Que se dane isso agora, olha quanto tempo se passou!? Chega com isso.
Lívia começou a andar pela frente dele, tinha as mãos apoiadas na cintura.
F:Eu nunca irei esquecer, você marcou demais a minha vida, Lívia.
L:Eu quero que você se dane. Por mim que você apodreça aqui.
F:Eu te amo, Lívia.
A mulher de Otávio apoiou as mãos na mesa e ficou cara a cara com Fernando, olhando-o no fundo dos olhos, ela disse:
L:E eu te odeio.
Lívia começou a andar pela frente dele. Eu já sei de tudo.
Fernando ficou nervoso.
F:Sabe de tudo o que?
L:A tal Natália, ela me contou tudo.
Ele afastou um pouco ao ouvir aquilo, não tinha certeza de que “tudo” ela sabia.
F:Ela é uma desequilibrada.
L:Como você pode ter feito isso?
É, realmente ela havia descoberto tudo.
Depois de alguns segundos em silêncio.
F:Se eu não fizesse aquilo, talvez você nunca largasse do Paulo.
L:Eu confiava em você, você era o meu refúgio. (com os olhos marejados)
Ele também sentia o incomodo nos olhos.
L:Idiota, você é realmente um idiota. Se você não tivesse feito aquilo, eu nunca conheceria o homem da minha vida. (Sorrindo)
F: Eu quero que você seja infeliz, Lívia. Sabe por quê? Porque você mentiu pra mim.
L:Cala a boca, você sabia o que Paulo fazia com a minha filha, você vigiava a minha casa, em vez de me dizer você guardou isso para me forçar a tomar uma atitude.
F:Eu nunca imaginei que você teria coragem de fazer o que combinamos com as próprias mãos!
L:Você não tem filhos, Fernando. Nunca saberá a dor que eu sinto pela minha filha ter passado por tudo aquilo e eu sem nem perceber.
F:Eu pensei que... (foi interrompido)
L:Que o que? Que depois que aquela mulher que você pagou saísse da minha casa eu iria somente pedir o divórcio para o Paulo e fugir com você? Simples assim?
F:Eu estava desesperado. (com a voz alterada)
L:Você estava louco. Como agora quando quase matou as minhas filhas. (gritando)
F:Ainda não acredito que tentou me matar.
L:A Lívia que você conheceu não existe mais para você, para você eu só tenho a Lívia Strauss... a Lívia que matou Paulo Strauss.
Fernando a olhava decepcionado, não podia acreditar que ela faria aquilo com ele, não suportava o fato de praticamente ela ter o igualado ao Paulo.
Ele era diferente, mas talvez não como ele achou que fosse.
Lívia aproximou-se do rosto dele com os lábios próximos, ela disse:
L:E essa, Lívia, só vai sossegar quando você estiver morto, Fernando.
Ele ficou petrificado, tais palavras ainda ecoavam na sua cabeça.
Ela estava junto à porta, esperando o policial vir abri-la, mas antes, voltou para frente dele e disse.
L:Toma cuidado com o que você come aqui. Porque no dia a dia, acidentes acontecem, o que será que aconteceria se você ingerisse um veneno de rato mais forte do que aquele? Morreria? Será que eu teria essa sorte?
Lívia virou-se e foi em direção à porta novamente.
L:Adeus, Fernando... Até nunca mais.

Fernando sentou-se, para ele era o fim. Acabou.
Lívia ergueu a cabeça e saiu dali, pronta... PRA SER FILIZ!

 No carro...
O:Meu amor, eu já estava preocupado, cheguei a fechar o carro para ir atrás de você.
Ela fechou a porta, continuava em silêncio.
O:Amor?
L:Otávio...
O:Amor, você está chorando? (preocupado)
L:Eu... Te amo tanto, mas tanto, Otávio.
O:Eu também te... (foi interrompido por um beijo)
Ela envolveu-lhes os lábios como nunca, como se fosse o ultimo beijo. Otávio retribuiu à altura, mas estava meio confuso.
O:Amor, mas o que..
L:A minha vida, só teve sentido quando eu te conheci. Eu te amo, Otávio, porque você desperta em mim um lado que eu já havia desistido, um lado que me mostrou que eu ainda posso ser amada, ser desejada... Que eu posso ser filiz.
Você tem para si, única e exclusivamente uma Lívia, que ninguém nunca irá conhecer.
Otávio estava sorrindo.
L:Uma Lívia que vive só pra te amar.
Os olhos verdes penetrando aquele mar dentro dos olhos dele.
O que dizer diante da declaração de amor mais linda que já ouviu em toda a sua vida?
O:Ah, senhora Drayer... (sorrindo)
Ele a puxou para seu colo, envolvendo-a com os braços. O que importava naquele momento era demonstrarem um ao outro todo o amor e paixão que sentiam.
Agora sim, começaria uma felicidade que foi interrompida, uma vida de sonhos e segredos... porque segredos... Sempre existem.


terça-feira, janeiro 07, 2014

25° Confidências 2- Por Você (Penúltimo)

L.F:Mas ele precisa pagar por isso, poderia ter acontecido uma fatalidade!
L:Ele vai pagar, vou denunciá-lo, é só puxar a ligação que ele me fez dizendo que ele havia feito algo no carro.
V:Ótimo, porque esse monstro não pode sair imune.
L:Ele não vai, eu garanto isso.

Otávio foi consumido por um ferver em seu corpo, estava a ponto de explodir de tanto ódio, ódio do homem que quase matou seu maior sonho.
Ele era um miserável, um louco. E daí que ele ia ser preso? Um acerto de contas tinha que ser feito, só entre os dois.
Mas Otávio não entendia que procurar um homem que tentou matá-lo, além do mais sozinho, não seria nada inteligente, mas quem é que disse que uma pessoa movimentada pelo ódio é uma pessoa inteligente?
Otávio voltou ao quarto e vestiu a primeira roupa que encontrou em seu guarda-roupa. Pegou Pérola no colo e voltou até a escada.
Lívia saiu pela porta da sala conversando com Vivian e Luiz, e Otávio desceu as escadas. Chegou até a cozinha.
T:Seu Otávio? O Senhor está precisando de alguma coisa.
O:Tessália, tome, segure Pérola (entregando-a para a empregada)
T:Mas, mas o senhor... (sendo interrompida)
O:Sem perguntas, pegue Pérola e vá até meu quarto, deixei Esme dormindo na cama.
Tessália já estava quase saindo da cozinha.
T:E a dona Lívia? O que eu falo pra ela?
O:Diz que eu já volto, diz eu que não disse nada... Diz qualquer coisa. (saindo apressado com as chaves do carro)
Ele era esperto, esperou que Vivian e Luiz deixassem a casa e em seguida saiu com o carro.
Lívia ouviu o barulho do carro e logo saiu até a porta para verificar.
L:Mas o que está acontecendo? (entrando apressada para a casa)
Ela subiu os degraus da escada pulando alguns, assim que entrou em seu quarto encontrou Tessalia com Pérola no colo e olhando Esme na cama.
L:Onde Otávio foi? (preocupada)
T:Ele não disse, não senhora.
L:Nada?
T:Nadinha.
Lívia começou a pensar, andava em passos pesados pelo chão, onde ele poderia ter ido?
Algum tempo depois, como se um sussurro em seu ouvido tivesse dito, ela entendeu.
L:Ele ouviu. Droga, ele ouviu! (saindo do quarto)
Lívia não sabia onde Fernando morava, mas Vivian disse que Otávio e Luiz, sabiam.
Ela pegou o telefone e discou rapidamente para a Vivian.
V:Lívia?
L:Vivian, pergunte para o Luiz onde é que o Fernando mora.
V:Lívia, está maluca? Eu não disse para o Luiz que eu te contei.
L:A situação é mais perigosa do que você pensa.
V:Perigosa?
L:Otávio, acho que ele ouviu quando estávamos conversando na sala, ele foi atrás do Fernando, ele foi, eu sei que foi! Peça logo o endereço, Vivian. (Nervosa)
V:Tá, tá, fica calma, eu vou perguntar.
Luiz assim que ouviu o que Vivian disse, passou o endereço.

Na casa de Fernando...
N:Eu vou voltar para a minha casa, amanhã.
F:Eu disse que preciso que você fique mais essa semana.
N:Fernando, somos amigos há anos, mas eu sinceramente estou cansada. Estou cheia de coisas para fazer na minha casa.
F:Você disse que me ajudaria.
N:E te ajudei, como já ajudei antes, mas chega.
F:Tudo bem, tudo bem, se eu precisar você volta.
N:Já disse que sim (indo para a cozinha)
Natália estava quase saindo da sala, quando disse:
N:O que vai querer para o jantar?
F:Faça qualquer coisa.
A campainha tocou.
F:Eu abro! (indo até a porta)
Quando ele abriu a porta, foi impossível esconder a expressão de surpresa, e de susto que levou ao ver que era Otávio.
O:Disse que tomaríamos um Whisky, estou doido para experimentar.
Fernando ainda estava assimilando o que ele dizia, Whisky? Do que ele falava? Ah sim... Lembrava agora.
F:Otávio... (olhando-o da cabeça aos pés)
O:Em carne e osso! (sorrindo) Acho que posso entrar não é?
Otávio foi logo entrando.
O: Sua mulher está?
F:Está, foi preparar o jantar. (sem entender)
O:Ai ai, como são as coisas... (rindo)
Otávio foi em direção a um banco que havia junto ao balcão onde ficavam as bebidas, estava decidido.
O:Posso me sentar aqui?
F:Claro, alias, o que foi isso no seu braço? (pegando dois copos)
O:Isso? Foi um homem que esmurrei, você acredita que agora que me livrei de você, um idiota tentou dar em cima dela.
Fernando riu sem graça, não sabia onde Otávio queria chegar.
F:Bom, então abrirei uma nova garrafa, recebi do meu emprego, acho que a ocasião merece. (sorrindo)
Fernando pegou um Whisky que ficava embaixo do balcão e abriu.
Assim que viu o Whisky, Otávio não pode deixar de comentar.
O:Nossa, esse é dos bons. (rindo)
Fernando os serviu e em seguida sentou-se ao lado dele.
F:Sejamos realistas.
O:Sejamos, sim! (bebendo um longo gole)
F:Eu te odeio.
O:Eu sei. (sorrindo)
F:E você também me odeia.
O:Mais do que um dia achei que pudesse odiar alguém. (bebendo mais um gole)
Fernando não conseguia relaxar, estava preparado para seja lá o que fosse que Otávio fizesse.
O:Não vai beber?
F:Não, ainda não, quero ter essa conversa antes.
O:Vou direto ao ponto.
F:Eu agradeceria.
O:Eu sei que você armou toda essa história de mulher, de que esqueceu Lívia e tudo o mais.
F:Sabe?
O:Sim, como também sei que fez isso porque sabia que eu estava te vigiando.
F:Não é a toa que você é considerado um bom advogado, mas se saiu um péssimo detetive (rindo)
O:Um bom advogado? Não, eu sou o melhor advogado.
Fernando riu ironicamente.
F:Pessoas modestas hoje em dia realmente são raras.
O:Sim. É por isso que eu vim aqui pra matar você!
F:Me matar? Por quê? Só porque eu fingi ter uma mulher?
O:Não, eu vou te matar, porque dessa vez você passou dos limites, maldito! (gritando)
Dizendo isso Otávio jogou o copo de whisky no chão e segurou com uma das mãos o pescoço de Fernando, afinal a outra estava machucada e isso o irritou muito.
Com o barulho, Natália chegou correndo e encontrou Fernando no chão e Otávio em cima dele, Fernando tentava levantar-se.
Otávio sentia o pulso latejar, mas a fúria que estava sentindo, o deixou gigante e nem conseguia explicar como é que ele estava imobilizando, Fernando.
N:Larga ele! Larga ele!
Ela começou a puxar Otávio para longe de Fernando, assim que ele foi afastado, Fernando veio para cima dele e deu-lhe um murro.
Natália correu para o telefone que havia deixado na cozinha e chamou a polícia, disse que um homem invadiu sua casa e estava batendo em seu marido.
Os dois começaram a trocar murros, Otávio segurou Fernando pelo colarinho e disse:
O:Morra seu desgraçado!
Quando disse isso, Otávio parou, soltou as mãos e afastou-se, parecia que algo estava sufocando ele. Levou a mão ao pescoço e começou a tossir.
Fernando é claro que aproveitou para dar um murro nele, e fez isso até perceber que Otávio não reagia mais.
Ele estava ficando roxo e estava estirado no chão, tossindo e se contorcendo.
Natalia voltou.
N:Eu chamei a polícia e... (parando) O que foi que você fez com ele, Fernando? (assustada)
F:Eu não fiz nada, eu não sei como ele ficou assim.
N:Ah meu Deus. (correndo para perto de Otávio)
Natalia começou a abrir alguns botões da camisa dele.
F:O que está fazendo?
N:Tentando salvá-lo!
F:Eu não fiz nada demais!
Nesse momento, Lívia entrou com tudo pela sala, os modos? Danem-se os modos, ela queria era saber do seu marido.
Levou um choque com a cena que estava vendo, Fernando parado ali em pé, a olhando assustado e seu marido ali, estirado no chão com uma mulher tirando sua camisa.
Ela foi logo em direção.
L:Otávio! (ajoelhando-se ao chão)
F:Lívia?! (assustada)
L:Você? (olhando para Natalia)
Natália também levou um susto quando viu Lívia, mas nesse momento era impossível conversar sobre qualquer outra coisa que não fosse aquela situação.
Isso durou alguns segundos, logo ela se concentrou no marido.
L:O que vocês fizeram com ele? (desesperada massageando o peito dele)
N:Precisamos chamar uma ambulância (já discando os números no celular)
L:Meu amor, fica comigo, fica comigo, Otávio. (chorando)
F:Foi ele quem começou.
L:Se acontecer alguma coisa com ele, você suma dessa cidade, suma do país, porque eu caço você até o inferno, Fernando.
Os olhos dela diziam exatamente todas as palavras que ela pronunciou. Lágrimas que insistiam em rolar pelo rosto, os olhos verdes agora estavam misturados a um vermelho triste.
L:Meu amor, calma, fica calmo, vai ficar tudo bem.
Otávio começou a convulsionar.
N:Meu Deus. (correndo para a cozinha)
Lívia segurava forte o marido, não conseguia parar de chorar, estava desesperada. O que estava acontecendo com Otávio? Como havia ficado daquele jeito?
Natália voltou com um pano e logo colocou dentro da boca dele.
As duas estavam concentradas em Otávio.
O barulho de sirene invadiu o interior da casa. A polícia chegou.
Natália havia até esquecido da polícia, como iria explicar agora que o homem que estava ao chão naquele estado deplorável, com o rosto inchado, que era esse o homem que era para prender?
Lívia olhou para ela sem entender.
L:Polícia? Você não disse que chamaria a ambulância?
N:Eu chamei a ambulância, mas eu havia chamado a polícia antes.
L:Mas porque? (Desesperada com o estado de Otávio)
Antes mesmo de Natália responder, a ambulância chegou, os enfermeiros já afastaram Lívia e Natália e começaram a colocar Otávio na maca.
L:O que está acontecendo? O que ele tem? (seguindo a maca)
Enf: Não temos como saber, senhora. Só depois que examinarmos. (segurando um balão de oxigênio na mão)
L:Eu vou com ele.
Enf: Está bem. Mas preciso que a senhora fique calma.
L:Está bem, está bem.

Lívia entrou na ambulância com os enfermeiros e Otávio.
Na sala da casa de Fernando.
Pol: Então, foi aqui que foi o chamado?
F:Não, já não é mais necessário.
Pol:Como?
N:É necessário sim. (olhando fixamente)
F:Natália, você não pode achar que... (foi interrompido)
N:Aquele homem que saiu daqui em estado grave, ele foi atacado por esse homem. (apontando para Fernando)
F:Você nem sabe o que está falando, Natália!
N:Eu estou dizendo o que eu vi.
Pol: Bom, eu preciso que o dois nos acompanhe até a delegacia.
N:Tudo bem. (assentindo com a cabeça)
F:Eu não fiz nada.
Pol:Ok, mas terá que nos acompanhar até a delegacia.
Fernando mesmo relutando muito, resolveu obedecer.

Lívia estava a caminho do hospital, ligou e avisou a todos sobre o que estava acontecendo, mas uma coisa ela sabia, Otávio estava morrendo.
Ele encontrava-se em uma maca, com balão de oxigênio e tinha no seu braço esquerdo uma agulha, onde mandava para seu corpo uma espécie de soro.
Ela estava longe dele, os enfermeiros faziam alguns exames.
Chegaram ao hospital e Otávio foi levado às pressas.
Que pesadelo. Mal conseguiram esquecer aquele trágico acidente de carro e agora isso.
Lívia seguia-os tentando ficar por dentro de tudo, mas estavam chegando à emergência e logo ela não poderia mais acompanhar.
Pronto, ela não o via mais, o mesmo passou pela emergência.
 Ela pensava consigo, será que realmente ela não merece aquele amor? Será que é a hora de desligar-se dele.
Jamais se perdoaria se Otávio morresse por sua causa. Tudo que está acontecendo é devido a ela, por ela estar junto a ele.
Porque todo aquele susto? Porque simplesmente não podem viver em paz, com a família que construíram amar e amar. Será que é tão difícil assim? Se não era pra ser, porque Otávio foi buscá-la? Ser era para continuar sofrendo, se era para ela viver sozinha, porque Deus fez com que eles retomassem uma vida que não era para ser vivida?
Perguntas, perguntas e mais perguntas, era só isso que ocupava boa parte dos pensamente dela, porque a outra estava desesperada por notícias de Otávio.
Vivian chegou ao hospital acompanhada de Luiz.
Lívia jogou-se em seus braços.
L:Eu não aguento mais, eu não aguento mais tudo isso! (chorando)
L.F:O que foi que aquele homem fez com  ele?
L:Eu não sei, Luiz. Quando eu cheguei a casa, Otávio estava no chão, roxo com falta de ar... Estava morrendo (chorando)
V:Esse homem não vai parar nunca? (ainda com Lívia em seus braços)
L:A polícia havia chegado lá, acho que ele foi prestar depoimento.
L.F:E pelo jeito você também terá.
L:Eu não me importo, apenas quero o meu marido vivo, vivo... (chorando)
V:Meu Deus, mas que coisa, quando não é uma coisa é outra.
L:Eu tenho até medo de pensar o que foi que aconteceu.
V:Mas o Otávio também, pelo amor de Deus. Porque ir até lá, ainda por cima sozinho! (inconformada)
L.F:E o pior de tudo, ele acabou de sofrer um acidente, mesmo que nada de mais tenha acontecido, será que é demais ele ficar quieto na cama?
L:Rezei para que nunca mais tivesse que voltar em um hospital,  nem se passou uma semana e eu estou aqui novamente. (andando de um lado para o outro)
V:Não será nada demais, você vai ver (tentando acalmar a amiga)
Lívia andava de um lado para o outro, estava inquieta, necessitava de notícias.
Ficou ali por curtos minutos, quando se virou para Vivian e disse:
L:Dessa vez eu derrubo esse hospital se não me derem notícias, logo. (andando)
Ela conseguiu ficar por mais alguns minutos apenas e quando resolveu que iria ter notícias naquele momento, um médico chegou anunciando o nome do Otávio.
L:Aqui! (se aproximando) Eu sou a mulher dele, o que ele tem? Como ele está?
Dr:Boa noite, eu sou o doutor Raphael, e estou cuidando do caso dele. Bom o que aconteceu foi que ele ingeriu Brodifacoum.
L.F:Brodifacoum? Eu acho que já ouvi falar nisso, não é... (foi interrompido)
Dr: O famoso veneno de rato.
Lívia sentiu suas pernas ficarem dormentes, não, não, não podia desmaiar agora, precisa ouvir o que ele tinha a dizer.
V:Meu Deus, mas como ele está?
Dr:Está estável. Graças a Deus ele foi socorrido a tempo, agora precisamos esperar para ver como ele irá reagir, se o Brodifacoum não deixará nenhuma sequela.
L:Sequela? Ele ainda corre risco disso?
Dr:Sim, tudo depende, o soro para combater os resíduos da substancia toxica já está sendo aplicado, esse processo vai ficar no mínimo por 24hrs, e só depois de toda essa desintoxicação é que teremos uma posição.
L:Eu posso vê-lo?
Dr:Não, ainda não. Ele está em uma pré-UTI, poderá receber visitas depois que chegar ao quarto.

Quando o doutor deixou a sala.
L:Envenenado? (olhando vidrada para Vivian e Luiz)
L.F:Meu Deus.
V:Ele realmente quer Otávio morto.
L:Fernando está me forçando...
V:Forçando? Forçando a que, Lívia? (sem entender)
Vivian olhava a amiga e a mesma tinha os olhos que ela nunca viu antes, nunca mesmo, nem mesmo quando estava na prisão.
Parecia alheia ao que estava acontecendo, tinha os olhos fixos no nada. Vivian a chamou e ela não ouviu, Luiz olhou estranhando para Vivian, que chamou Lívia mais uma vez.
V:Lívia!
Como se tivesse acordado de sonho ela ouviu Vivian chamá-la.
L:O que foi?
V:Você, parece que não estava aqui.
L:Me desculpe, ainda estou assimilando o que aconteceu.
V:Vai ficar tudo bem, tudo bem.
Aquela foi a ultima vez, definitivamente a ultima vez que Fernando interferia em sua vida, aquela palhaçada iria acabar.

As semanas passaram, Otávio estava em casa praticamente recuperado.
A pequena Pérola já havia se livrado do gesso, na verdade ela já havia se livrado literalmente, Lívia não percebeu que a mesma tirou o plástico do gesso na hora do banho e o mesmo ficou todo mole e teve que ser refeito, mas como na outra semana já iam tirá-lo, o médico não refez, apenas terminou de tirá-lo.
A casa estava em silêncio absoluto. As meninas estavam com Vivian, Luiz,Julia e Matheus. Todos tinham ido fazer um churrasco em uma chácara.
Otávio queria ir, queria muito ir, mas Lívia não deixou, o médico recomendou repouso absoluto nas próximas semanas e para a infelicidade dele, Lívia fazia questão de cumprir a risca todas as orientações.

Os dois estavam na varanda da casa, estava calor demais.
Lívia estava sentada em um sofá de palha que havia na área em frente à piscina, lia um livro concentrada enquanto Otávio descansava a cabeça em seu colo.
O:Amor?
L:Hum? (sem tirar os olhos da leitura)
O:Eu queria ter ido.
L:Uhun... (ainda concentrada em sua leitura)
O:Eles devem estar se divertindo.
L:Uhun... (virando uma pagina)
O:Eu já estou melhor, acho que vou para o escritório nessa semana.
L:Vai... (ainda concentrada no livro)
O:Eu vou, Lívia?
L:Vai aonde? (fechando o livro)
O:Vou falar para a minha secretária que eu vou demiti-la porque eu te amo e não vou te trair.
L:Como é que é? (levantando Otávio do seu colo)
O:Agora está prestando atenção?
L:Otávio!

O:Amor, deixa esse livro aí, presta atenção em mim.

segunda-feira, janeiro 06, 2014

24° Confidências Part2- Por você

Nada podiam fazer até chegarem à ambulância, muitas pessoas queriam entrar e pegar as pequenas, Pérola chegava a perder o fôlego de tanto chorar, mas não podiam, eram as ordens da emergência.
Otávio continuava imóvel.

Na casa de Lívia a mesma estava desesperada, nada, o celular não chamava mais, caía direto na caixa postal, resolveu então ligar para Vivian.
Já se foi, a segunda chance que ela teve e que Fernando estragou, não teria como ir trabalhar agora, não conseguiria.
Depois de um tempo, Vivian atendeu.
V:Lívia, eu ia te ligar agora mesmo, você não vai me mandar as meninas?
L:Não, não, então Otávio ainda não chegou aí? (com a voz embargada)
V:Livia? O que você tem? O que está acontecendo? (preocupada)
L:Fernando... (chorando) Aquele maldito...
V:O que ele fez? Ele está aí?
Lívia estava em silêncio, Vivian só ouvia o som do choro da amiga.
V:Lívia, pelo amor de Deus, me diz alguma coisa!
L:Ele sabotou o carro do Otávio... Ele vai sofrer um acidente (tossindo em meio a lágrimas) Mas as meninas... As meninas estão com ele.
V:Calma, pode ter sido mentira, ele pode ter dito isso apenas... (interrompido)
L:Eu sinto! Eu sinto que alguma coisa aconteceu. Eu vou pegar o caminho para a sua casa, ele estava indo aí.
V:Tudo bem. Mas me mantenha informada.
A mãe de Pérola e Esmeralda sentia que algo havia acontecido, trancou a casa o mais breve possível e saiu. Pela primeira vez se arrependeu de ter vendido o carro, o táxi parece que demorava de propósito, as pernas estavam inquietas.
Verificava de minuto em minuto o celular.
O mesmo começou a tocar e ela atendeu antes mesmo de ter a chance de chamar novamente, assim que disse “Alô”, um táxi passou, ela fez sinal entrou e já deu o endereço de Vivian.
- Com quem eu falo?
L:Lívia, Lívia Portegas, quem é?
- Bom dia, aqui é o policial Rodrigo, estou ligando, pois esse era o ultimo numero discado no celular do senhor Otávio... Drayer.
L:Sim, ele é meu marido, o que aconteceu? Onde ele está? Minhas filhas... Estavam com ele, como elas estão? (tremula e chorando)
- Eu não tenho como informá-la, eu fui encarregado de avisar alguém. Eles estão a caminho do hospital “Central” aconteceu um acidente na avenida... (Foi interrompido)
L:Eu estou à caminho.
- Eu sinto muito.
E assim Lívia já disse o novo destino para o motorista.
Rezava, rezava muito para que estivessem todos bem. Lívia não sabe como conseguiu ligar para Vivian, nem ao menos como encontrou a recepção daquele hospital, só sabia que estava agora na sala do hospital a espera de notícias.
Um longo tempo depois Vivian chegou.
L:Vivian! (abraçando a amiga)
V:Alguma notícia?
L:Não, nada.
V:Me desculpe a demora, eu passei na escola da Julia e autorizei que Luiz a pegasse, imaginei que você não se importasse...
L:Não, fez muito bem, eu nem consigo pensar em mais nada. (chorando)
V:Você vai ver que tudo está bem. Foi só um susto.
L:É o que eu quero acreditar. Eu quero muito acreditar.
Ficaram ali por mais algum tempo, quando Lívia irritou-se e foi até a recepção novamente.
L:Moça, por favor, será que você pode ir lá dentro e ver se alguém tem alguma notícia? Não é possível que ninguém possa nos dizer nada. (gritando)
- Senhora, assim que tiver alguma notícia o médico responsável vem falar com a senhora.
L:Eu não consigo esperar mais! (gritando e batendo no balcão) Minhas filhas e o meu marido estavam naquele carro!
V:Fica calma, Lívia (segurando-a)
- Eu entendo senhora, mas é que... (foi interrompida)
L:Não! Você não entende, não tem como entender.
Lívia viu-se deixando a sanidade, deixando qualquer bom modo ou etiqueta de lado, deixou que os joelhos dobrassem e ajoelhou-se ao chão. Ali mesmo perto do balcão de recepção, Vivian segurava seus braços.
V:Lívia, levanta, senta aqui... Por favor, você precisa ser forte (chorando também)
L:Cansei de ser forte, eu quero chorar, eu quero gritar.
E dizendo isso ela chorou como uma criança perdida no supermercado. Gritou, com todo o desespero que sentia. Ela tossia, não conseguia dizer mais nada, apenas tinha lágrimas e mais lágrimas.
Via-se no chão daquele hospital, ouvia com certa dificuldade, Vivian dizendo que ela precisava sair daquele chão. Mas logo um som agudo e horrível tomou conta de seu ouvido e ela não viu e nem ouviu mais nada.

Um tempo depois.
A luz forte daquele lugar a assustou de imediato, assim que conseguiu ver algo, esse algo eram os olhos preocupados de Ana Julia olhando para ela.
J:Mãe? Está doendo alguma coisa? (debruçada na cama onde Lívia estava)
Levou alguns minutos para lembrar-se de onde estava, o que estava acontecendo, porque Julia estava perguntando aquilo.
Quando deu por si, levantou-se num sobressalto.
Viu Luiz e Vivian sentados ao lado e em outra cadeira encontrava-se Matheus.
L:Onde está Otávio e as meninas? Eu preciso vê-los, quanto tempo eu fiquei desacordada?
Vivian aproximou-se dela e ajudou a mesma a sentar-se.
V:Você desmaiou por alguns minutos, mas foi sedada e está dormindo há uma hora e meia.
L:Meu Deus, vocês não podiam ter feito isso. Eu preciso saber notícia deles.
O médico responsável esteve aqui, fique calma, está tudo bem. Com todos eles.
L:Bem? Está mesmo tudo bem? (com a respiração acelerada)
V: Sim, mas Esme quebrou o bracinho direito.
L:Quebrou?! (já levantando)
Luiz ajudou Lívia a levantar, afinal ela foi sedada.
J:Mãe, fica calma, eu já vi elas, estão dormindo.
L:Eu também quero vê-las, como é o nome desse médico?
V:É doutor Guilherme.
L:Eu vou atrás dele.
V:Lívia, espera (segurando-a pelos ombros) Você vai vê-los, mas calma. Luiz?
L.F: O que?
V:Vai atrás do doutor Guilherme pra gente, por favor?
L.F:Claro, eu já volto (saindo)
V:E você espere aqui. (fazendo com que Lívia se sentasse na cama)
Enquanto Luiz foi procurar o Doutor Guilherme, Lívia segurou nas mãos de Vivian.
L:Você os viu?
V:Vi, até falei um pouco com o Otávio, ele está bem, estava sonolento devido a anestesia.
L:Anestesia? Por quê?
V:Estava sentindo muita dor no pulso.
L:Meu Deus.
V:Já fizeram os exames, e não tem nada de grave, graças a Deus ele usava o cinto e as meninas estavam bem presas a cadeirinha.
L:Foi tudo minha culpa (abraçando a amiga)
Vivian percebeu que Julia começou a prestar atenção no que elas diziam.
V:Matheus, leve Julia para tomar um suco, vão na lanchonete do hospital comer alguma coisa.
J:Eu não quero, quero ficar aqui com a minha mãe.
V:Julinha (acariciando os cabelos da afilhada) A sua mãe está bem, vão, logo vamos pra casa.
J:Mãe? (olhando para os olhos inchados de Lívia)
L:Eu estou bem, meu anjo, pode ir. (sorrindo)
Matheus pegou Julia mesmo relutando um pouco, e saiu com ela dali.
Assim que saíram.
V:Como assim sua culpa?
L:Eu vendi o carro, se eu não tivesse feito isso, Otávio não precisaria ter colocado as meninas no carro.
V:Pare com isso, Lívia. Você não teve culpa.
Lívia estava inquieta.
V:O que aconteceu é somente culpa daquele homem, que inclusive de pagar por isso.
L:E ele vai pagar, pagar muito caro.
V:Nossa, Lívia.
L:O que foi?
V:Não sei, você falou de um jeito.
L:É que... (foi interrompida)

Doutor Guilherme entrava acompanhado de Luiz.
Dr: Boa tarde.
L:Boa tarde, por favor me diz, o que foi que aconteceu? Realmente está todo mundo bem?
Dr:Bom, o senhor Otávio chegou aqui desacordado, bateu forte com a cabeça.
L:Com a cabeça? (assustada)
Dr:Mas fizemos os exames e está tudo bem, faltam só mais alguns, mas que certeza que está tudo bem, precisamos sedá-lo para poder fazer uma micro cirurgia no pulso.
L:E as meninas? Como estão as minhas filhas?
Dr: Uma delas acabou quebrando o bracinho, mesmo com a cadeira, provavelmente pelo susto ela acabou se mexendo e dobrou o braço.
Lívia começara a chorar novamente, mas seu coração estava sossegando. Era horrível tudo aquilo, mas poderia ter sido pior.
Dr: A outra só teve algumas esfoliações.
L:Eu posso vê-las? Posso ver o meu marido?
Dr: Pode, ele está dormindo, eu acompanho você até o quarto.
Lívia estava saindo do quarto com o médico, mas antes perguntou a Vivian se a mesma também não iria.
V:Não, eu já o vi hoje. Vocês precisam de um tempo a sós.
L:Olhe a Julia por mim. (sorrindo tristemente para ela)
V:Sempre. (abraçando-a)

Lívia se encontrava agora no quarto de Otávio, o mesmo tinha uma aparência tão frágil, doía tanto vê-lo assim.
Doía mais ainda saber que era sua culpa, se Fernando não existisse nada disso teria acontecido.
Ela foi aproximando-se aos poucos, os olhos insistiam em ficar cheios de lágrimas.
Ele dormia profundamente, tinha um pequeno corte próximo ao queixo, estava com o pulso enfaixado, o pulso tinha uma aparência meio azulada.
Correu para o lado dele e segurou sua mão, a beijou delicadamente, acabou derrubando algumas lagrimas.
Dormia tão tranquilo, nem parecia que havia passado por tudo aquilo.
- Meu amor, me perdoa, me perdoa. Eu sinto tanto. (passando a mão pelos cabelos dele).
Eu acho que morreria se te perdesse. Logo eu que nem imaginava te merecer e agora sou a dona desse amor. Não posso te perder agora.
O:Ainda não será dessa vez que você ficará viúva pela segunda vez, senhora Drayer.
A voz estava baixinha, mas ela estava feliz por vê-lo bem, por ouvir sua voz. Como o amava, esse acidente só fez com que ela tivesse certeza disso.
L:Meu amor, eu tive tanto medo. (beijando-o)
Ele sorriu.
O:Estou feliz em poder ver os seus olhos de novo.
L:As meninas estão bem, Pérola quebrou o braço e Esme teve algumas esfoliações.
Lívia percebeu que ele começou a se desesperar.
L:Mas fica tranquilo, nada de mais grave aconteceu.
O:Lívia, eu não sei o que aconteceu, a Avenida estava limpa, não entendo como um dos pneus furou.
L:Foi uma fatalidade, Otávio. Não pensa nisso.
O:Como não? Eu coloquei a vida das minhas filhas em risco.
L:Não fale isso, isso não foi sua culpa. Descansa meu amor, você precisa descansar.
Mesmo com a voz baixa como estava, ele queria falar com ela, de alguma maneira ela o confortava.
Eles ficaram em silêncio, Lívia o olhava como se ainda não acreditasse em tudo que havia acabado de acontecer.
O:O que foi meu amor?
L:Tudo isso aconteceu pra me dar a certeza.
O:Certeza de que?
L:Certeza de que a única coisa que eu preciso, é viver o resto dessa vida com você.
Ela o beijou delicadamente.
Não queria sair de perto dele nem por um segundo, ela continuava acariciando os cabelos dele sem soltar uma das mãos.
O:Quero tanto ficar assim, te olhando... (com a voz sonolenta). Mas meus olhos insistem em fechar. (fechando os olhos)
L:Eu nunca vou te deixar, estarei sempre ao seu lado, pode dormir(sorrindo). Eu velo o seu sono.
Ele adormeceu novamente.
Ela aproximou uma cadeira da cama e sentou-se.
L:Dorme, que quem fez isso vai pagar muito caro.

Passaram-se três dias.
Otávio estava em casa, as meninas e ele ficaram apenas um dia no hospital para observação.
Estava na cama com Pérola e Esmeralda enquanto Lívia foi levar Luiz e Vivian até a porta.
O:Minhas princesas, eu prometo que nunca mais deixarei que nada de ruim aconteça com vocês.
Enquanto ele dizia isso, a pequena Pérola irritava-se com o gesso em seu pequeno braço, irritava-se fácil e sua vida girava em torno de tentar tirá-lo.
Esmeralda havia acabado de pegar no sono. Otávio continuava conversando com seus pensamentos, ou talvez até mesmo com Pérola que prestava atenção no pai, quando de repente ele ouviu a voz de Lívia.
“Eu não vou contar!”
Contar o que? Pensava com ele. Logo jogou algumas almofadas em torno de Esmeralda e pegou Pérola no colo.
Precisava saber mais sobre isso.
Ao ir se aproximando da escada ele pode ouvir melhor do que se tratava, Luiz, Vivian e Lívia conversavam sobre o acidente.
V:Mas, Lívia, ele tem o direito de saber.
L:Ele vai saber, mas não agora, meu Deus, vocês sabem que se Otávio souber que o Fernando sabotou o carro, ele pode sabe-se lá fazer o que? E se Otávio agir de cabeça quente?


quarta-feira, janeiro 08, 2014

26° Confidências- Por Você (FIM)

L:Ai meu Deus, que carência. (colocando o livro ao lado)
O:Estou dizendo que já estou melhor, que já posso voltar ao trabalho.
L:Mas de jeito nenhum, o médico disse que você só pode voltar no próximo mês. Ainda tem duas semanas.
O:Mas, Lívia...
L:Não tem nada de Lívia.
Otávio apoiou a cabeça sobre as pernas dela novamente.
Ficaram em silêncio por alguns minutos.
L:Otávio...
O:Hum?
L:Como é que está o caso do Fernando?
O:Está do jeito que deveria estar.
L:Ele continua preso?
O:Continua, e se depender de mim ficará lá até morrer, ainda mais agora que conseguimos anexar aquela ligação que ele confessa que sabotou o meu carro.
L:Será que com o julgamento ele pode acabar conseguindo responder em liberdade?
O:Eu garanto para você que não, eu vou fazer de tudo pra que ele pague pelo o que ele fez.
Lívia sentia-se mais leve com Fernando preso. Ainda bem que isso aconteceu antes que alguma tentativa dele tivesse dado certo.
O:Sabe, estou cansado.
L:Cansado?
O:É, de tudo isso. Não temos um minuto de paz, não conseguimos viver em paz, tranquilos. Quando não é uma coisa é outra. (levantando-se e a encarando)
L:Isso acabou meu amor.
O:Parece coisa de filme, desde quando nos apaixonamos, olha só o que aconteceu conosco!
L:Acidentes de carro.
O:Envenenamento.
L:Até tiro eu levei (rindo)
O:Ei, eu quase morri quando isso aconteceu, não ria disso.
Otávio dizia isso acariciando o rosto dela, Lívia ria é claro, todo aquele pesadelo já havia passado, Marta estava morta agora e Fernando, preso.
L:Eu estou bem agora meu amor.
O:Quase perdi você.
L:Eu é que quase te perdi.
O: Quando eu estava naquele hospital com aqueles balões de oxigênio, aquele barulhinho tu tu tu daquelas maquinas, a única coisa que eu pensava, era ... Como é que eu vou vigiar o namoro das minhas meninas quando estiverem adolescentes se eu morrer agora?
Lívia não conseguiu segurar o riso.
O:É verdade. (rindo)
L:Eu faria qualquer coisa por você, qualquer coisa. Estamos destinados a vivermos o resto dessa vida juntos.
O:Hoje eu tenho certeza disso. (sorrindo)
Otávio a beijou, a língua começou a brincar com a dela fazendo-a perceber que ele queria muito mais.
L:Está bem ousado ein senhor Otávio.
Ela ria por entre os lábios dele.
O:Vem, vamos se amar um pouquinho. (sorrindo)
Otávio a puxou para mais perto de si, os lábios se mexiam intensamente por entre os dela, tinha um gosto diferente.
Ela ajeitou as pernas em cima dele, deixando os braços livres para poder passear com eles por entre as curvas do braço dele.
Lívia estava com um vestido de pano meio grosso, quando subiu no colo dele , o mesmo logo o ergueu a altura da cintura, deixando-a completamente desnuda.
Ele a segurou pelos cabelos, a beijava forte e quando a mesma iria beijá-lo novamente ele a puxava levemente pelos cabelos, fazendo uma espécie de brincadeira com a boca, afastando-a da boca dele lentamente.
L:Você está bem engraçadinho, Otávio. (sorrindo próxima a boca dele)
Otávio adorava fazer isso, a excitar e depois forçá-la a conter-se.
Ela logo segurou forte o queixo dele com as mãos e aproximou-se com a boca levemente, deu uma sedutora mordida e sorriu, levando a boca para outro beijo.
Lívia ainda sentada no colo dele cruzou os braços e levantou o vestido, tirando-o pela cabeça.
Ela começou a movimentar-se em cima dele, sabia aquilo o excitava.
Ele fechou os olhos, queria apenas sentir, sentir aquela sensação deliciosa que ela estava proporcionando.
Sabia cada pedacinho do corpo do marido que o excitava mais, levou os lábios quentes até o pescoço dele, o mesmo começou sentir leves pulsações em seu membro.
Era inevitável Lívia não senti-lo.
O:Você sabe como ninguém me fazer enlouquecer.
L:Apenas retribuo com a mesma moeda. (sussurrando em seu ouvido)
Otávio desceu com os lábios até os seios dela, a parte do corpo que mais gostava em sua mulher, sem sombra de duvidas.
Molhava-os com a saliva, fazia movimentos torturadores de um para outro.
L:Ah!
Gemeu como um sussurro, como se fosse um alívio, podia expressar-se de qualquer forma, estavam sozinhos e cheios de amor para dar.
Ela levou as duas mãos para a nuca dele e envolveu-lhe os lábios ferozmente.
Quando o beijo parou ela sorriu para ele e trilhou um caminho delicioso pelo corpo de Otávio com beijos, mordidinhas e até lambidas que o levavam a tortura.
Lívia olhando-o nos olhos saiu do colo dele e estava agora diante do que entregava o quanto ele estava excitado.
Ele percebeu o que ela queria fazer. Otávio foi provocado quando sua mulher mordeu o lábio inferior e ainda sorrindo levou as mãos ao elástico do short que ele vestia.
Foi puxando lentamente com a ajuda dele, logo depois fez o mesmo com a cueca boxe que ele vestia.
Um sorriso foi inevitável no rosto dele, ainda mais quando Lívia envolveu lhe o membro com os lábios.
Otávio descansou a cabeça para trás, se estivesse de pé com certeza teria caído, sentia as pernas moles, sentia-se vulnerável.
E isso só piorou. Lívia o fez tirar as mãos e o torturou por deliciosos minutos apenas com os lábios.
Ele mal era responsável por seus movimentos, segurava os cabelos de Lívia a puxando para mais perto.
Sua mulher sorria agora para ele, o deixou como queria. Lentamente aproximou-se de sua boca, beijando-a, Otávio a deitou no pequeno sofá, afastando a calcinha percebeu que Lívia já se derretia por ele.
Ele tirou a calcinha com a ajuda de Lívia e a jogou ao lado, proporcionou com sua língua uma deliciosa sensação ao sexo dela, o corpo de sua mulher contorcia-se, de uma maneira inexplicavelmente excitante de se ver.
Mesmo com ela dizendo para que ele parasse se não iria chegar ao seu clímax como se soubesse que ainda não, continuou até onde quis.
Antes de ela pedir novamente para que parasse, ele levou os lábios aos dela, fazendo-a sentir seu próprio gosto, ele não esperou, guiou-se para dentro dela, invadindo-a sem nenhuma delicadeza.
Com movimentos fortes e brutos, Otávio levava a mulher ao delírio, Lívia envolveu-lhe o tronco com as pernas que o apertava mais forte a casa investida, tinha as unhas apertadas junto às costas dele.
Nem força para abrir os olhos ela tinha, e ele deliciando-se com a expressão dela.
Ela envolveu a cabeça dele com os dois braços e o puxou para junto de si, forçando-o a um beijo, molhado e excitante.
Lívia mordia os lábios do marido, puxava forte seu cabelo, e gemia por entre seus lábios.
Otávio chegou ao máximo de prazer, Lívia tentava conter ao máximo as contrações do corpo, mas era inevitável, ele deitado sob seu corpo, só aumentava a intensidade daquele momento.

Dois meses se passou, Lívia conseguiu a Frosch de volta após senhor Pierry a procurar e oferecer o patrocínio novamente.
Era um dia normal da semana, mesmo sem querer ele levou a mulher até aquele lugar.
O:Você tem certeza de que ficará bem se for sozinha?
L:Claro que sim, fique aqui, eu não me demoro.
Lívia o beijou os lábios.
L:Eu te amo. (o encarando)
O:Eu também te amo, meu amor. (sorrindo)
Ela então abriu a porta do carro e saiu em direção à penitenciaria masculina do Rio de Janeiro.
Algum tempo depois...

Ele estava acabado, barba por fazer, cabelos oleosos e volumosos, os olhos mortiços. Com as mãos algemadas ele aguardava a visita que lhe anunciaram.
Quando ouviu o barulho da porta se abrindo, ele mal acreditou quando a viu. Ela sorria para ele, como quando eram deliciosos amantes, como quando eram felizes, ou pelo menos ele achava que era.
F:Esperaria qualquer pessoa no mundo... menos você, Lívia.
L:Vim olhar para você e ter certeza de que te odeio.
F:Está feliz?
L:Não, claro que não.
Fernando não entendeu tais palavras.
L:Porque diabos você não bebeu aquele maldito whisky quando você o recebeu?
Ele ficou em silêncio, um arrepio preencheu o seu corpo dos pés até o ultimo fio de cabelo. Não podia ser verdade, só poderia ter entendido errado.
F:Você foi quem...
L:Eu disse que eu ia te matar, não disse?
Fernando levantou-se lentamente.
F: Como pode fazer isso comigo?
L:Você foi quem começou.
F: Eu não tive opção.
L:Você colocou crianças inocentes em perigo.
F:A culpa foi sua! Se tivesse cumprido o nosso combinado desde o inicio, nada disso teria acontecido.
L:Que combinado? De fugirmos?
Fernando ficou em silêncio.
L: Você não soube esperar, esse foi o seu maior erro. Que se dane isso agora, olha quanto tempo se passou!? Chega com isso.
Lívia começou a andar pela frente dele, tinha as mãos apoiadas na cintura.
F:Eu nunca irei esquecer, você marcou demais a minha vida, Lívia.
L:Eu quero que você se dane. Por mim que você apodreça aqui.
F:Eu te amo, Lívia.
A mulher de Otávio apoiou as mãos na mesa e ficou cara a cara com Fernando, olhando-o no fundo dos olhos, ela disse:
L:E eu te odeio.
Lívia começou a andar pela frente dele. Eu já sei de tudo.
Fernando ficou nervoso.
F:Sabe de tudo o que?
L:A tal Natália, ela me contou tudo.
Ele afastou um pouco ao ouvir aquilo, não tinha certeza de que “tudo” ela sabia.
F:Ela é uma desequilibrada.
L:Como você pode ter feito isso?
É, realmente ela havia descoberto tudo.
Depois de alguns segundos em silêncio.
F:Se eu não fizesse aquilo, talvez você nunca largasse do Paulo.
L:Eu confiava em você, você era o meu refúgio. (com os olhos marejados)
Ele também sentia o incomodo nos olhos.
L:Idiota, você é realmente um idiota. Se você não tivesse feito aquilo, eu nunca conheceria o homem da minha vida. (Sorrindo)
F: Eu quero que você seja infeliz, Lívia. Sabe por quê? Porque você mentiu pra mim.
L:Cala a boca, você sabia o que Paulo fazia com a minha filha, você vigiava a minha casa, em vez de me dizer você guardou isso para me forçar a tomar uma atitude.
F:Eu nunca imaginei que você teria coragem de fazer o que combinamos com as próprias mãos!
L:Você não tem filhos, Fernando. Nunca saberá a dor que eu sinto pela minha filha ter passado por tudo aquilo e eu sem nem perceber.
F:Eu pensei que... (foi interrompido)
L:Que o que? Que depois que aquela mulher que você pagou saísse da minha casa eu iria somente pedir o divórcio para o Paulo e fugir com você? Simples assim?
F:Eu estava desesperado. (com a voz alterada)
L:Você estava louco. Como agora quando quase matou as minhas filhas. (gritando)
F:Ainda não acredito que tentou me matar.
L:A Lívia que você conheceu não existe mais para você, para você eu só tenho a Lívia Strauss... a Lívia que matou Paulo Strauss.
Fernando a olhava decepcionado, não podia acreditar que ela faria aquilo com ele, não suportava o fato de praticamente ela ter o igualado ao Paulo.
Ele era diferente, mas talvez não como ele achou que fosse.
Lívia aproximou-se do rosto dele com os lábios próximos, ela disse:
L:E essa, Lívia, só vai sossegar quando você estiver morto, Fernando.
Ele ficou petrificado, tais palavras ainda ecoavam na sua cabeça.
Ela estava junto à porta, esperando o policial vir abri-la, mas antes, voltou para frente dele e disse.
L:Toma cuidado com o que você come aqui. Porque no dia a dia, acidentes acontecem, o que será que aconteceria se você ingerisse um veneno de rato mais forte do que aquele? Morreria? Será que eu teria essa sorte?
Lívia virou-se e foi em direção à porta novamente.
L:Adeus, Fernando... Até nunca mais.

Fernando sentou-se, para ele era o fim. Acabou.
Lívia ergueu a cabeça e saiu dali, pronta... PRA SER FILIZ!

 No carro...
O:Meu amor, eu já estava preocupado, cheguei a fechar o carro para ir atrás de você.
Ela fechou a porta, continuava em silêncio.
O:Amor?
L:Otávio...
O:Amor, você está chorando? (preocupado)
L:Eu... Te amo tanto, mas tanto, Otávio.
O:Eu também te... (foi interrompido por um beijo)
Ela envolveu-lhes os lábios como nunca, como se fosse o ultimo beijo. Otávio retribuiu à altura, mas estava meio confuso.
O:Amor, mas o que..
L:A minha vida, só teve sentido quando eu te conheci. Eu te amo, Otávio, porque você desperta em mim um lado que eu já havia desistido, um lado que me mostrou que eu ainda posso ser amada, ser desejada... Que eu posso ser filiz.
Você tem para si, única e exclusivamente uma Lívia, que ninguém nunca irá conhecer.
Otávio estava sorrindo.
L:Uma Lívia que vive só pra te amar.
Os olhos verdes penetrando aquele mar dentro dos olhos dele.
O que dizer diante da declaração de amor mais linda que já ouviu em toda a sua vida?
O:Ah, senhora Drayer... (sorrindo)
Ele a puxou para seu colo, envolvendo-a com os braços. O que importava naquele momento era demonstrarem um ao outro todo o amor e paixão que sentiam.
Agora sim, começaria uma felicidade que foi interrompida, uma vida de sonhos e segredos... porque segredos... Sempre existem.


terça-feira, janeiro 07, 2014

25° Confidências 2- Por Você (Penúltimo)

L.F:Mas ele precisa pagar por isso, poderia ter acontecido uma fatalidade!
L:Ele vai pagar, vou denunciá-lo, é só puxar a ligação que ele me fez dizendo que ele havia feito algo no carro.
V:Ótimo, porque esse monstro não pode sair imune.
L:Ele não vai, eu garanto isso.

Otávio foi consumido por um ferver em seu corpo, estava a ponto de explodir de tanto ódio, ódio do homem que quase matou seu maior sonho.
Ele era um miserável, um louco. E daí que ele ia ser preso? Um acerto de contas tinha que ser feito, só entre os dois.
Mas Otávio não entendia que procurar um homem que tentou matá-lo, além do mais sozinho, não seria nada inteligente, mas quem é que disse que uma pessoa movimentada pelo ódio é uma pessoa inteligente?
Otávio voltou ao quarto e vestiu a primeira roupa que encontrou em seu guarda-roupa. Pegou Pérola no colo e voltou até a escada.
Lívia saiu pela porta da sala conversando com Vivian e Luiz, e Otávio desceu as escadas. Chegou até a cozinha.
T:Seu Otávio? O Senhor está precisando de alguma coisa.
O:Tessália, tome, segure Pérola (entregando-a para a empregada)
T:Mas, mas o senhor... (sendo interrompida)
O:Sem perguntas, pegue Pérola e vá até meu quarto, deixei Esme dormindo na cama.
Tessália já estava quase saindo da cozinha.
T:E a dona Lívia? O que eu falo pra ela?
O:Diz que eu já volto, diz eu que não disse nada... Diz qualquer coisa. (saindo apressado com as chaves do carro)
Ele era esperto, esperou que Vivian e Luiz deixassem a casa e em seguida saiu com o carro.
Lívia ouviu o barulho do carro e logo saiu até a porta para verificar.
L:Mas o que está acontecendo? (entrando apressada para a casa)
Ela subiu os degraus da escada pulando alguns, assim que entrou em seu quarto encontrou Tessalia com Pérola no colo e olhando Esme na cama.
L:Onde Otávio foi? (preocupada)
T:Ele não disse, não senhora.
L:Nada?
T:Nadinha.
Lívia começou a pensar, andava em passos pesados pelo chão, onde ele poderia ter ido?
Algum tempo depois, como se um sussurro em seu ouvido tivesse dito, ela entendeu.
L:Ele ouviu. Droga, ele ouviu! (saindo do quarto)
Lívia não sabia onde Fernando morava, mas Vivian disse que Otávio e Luiz, sabiam.
Ela pegou o telefone e discou rapidamente para a Vivian.
V:Lívia?
L:Vivian, pergunte para o Luiz onde é que o Fernando mora.
V:Lívia, está maluca? Eu não disse para o Luiz que eu te contei.
L:A situação é mais perigosa do que você pensa.
V:Perigosa?
L:Otávio, acho que ele ouviu quando estávamos conversando na sala, ele foi atrás do Fernando, ele foi, eu sei que foi! Peça logo o endereço, Vivian. (Nervosa)
V:Tá, tá, fica calma, eu vou perguntar.
Luiz assim que ouviu o que Vivian disse, passou o endereço.

Na casa de Fernando...
N:Eu vou voltar para a minha casa, amanhã.
F:Eu disse que preciso que você fique mais essa semana.
N:Fernando, somos amigos há anos, mas eu sinceramente estou cansada. Estou cheia de coisas para fazer na minha casa.
F:Você disse que me ajudaria.
N:E te ajudei, como já ajudei antes, mas chega.
F:Tudo bem, tudo bem, se eu precisar você volta.
N:Já disse que sim (indo para a cozinha)
Natália estava quase saindo da sala, quando disse:
N:O que vai querer para o jantar?
F:Faça qualquer coisa.
A campainha tocou.
F:Eu abro! (indo até a porta)
Quando ele abriu a porta, foi impossível esconder a expressão de surpresa, e de susto que levou ao ver que era Otávio.
O:Disse que tomaríamos um Whisky, estou doido para experimentar.
Fernando ainda estava assimilando o que ele dizia, Whisky? Do que ele falava? Ah sim... Lembrava agora.
F:Otávio... (olhando-o da cabeça aos pés)
O:Em carne e osso! (sorrindo) Acho que posso entrar não é?
Otávio foi logo entrando.
O: Sua mulher está?
F:Está, foi preparar o jantar. (sem entender)
O:Ai ai, como são as coisas... (rindo)
Otávio foi em direção a um banco que havia junto ao balcão onde ficavam as bebidas, estava decidido.
O:Posso me sentar aqui?
F:Claro, alias, o que foi isso no seu braço? (pegando dois copos)
O:Isso? Foi um homem que esmurrei, você acredita que agora que me livrei de você, um idiota tentou dar em cima dela.
Fernando riu sem graça, não sabia onde Otávio queria chegar.
F:Bom, então abrirei uma nova garrafa, recebi do meu emprego, acho que a ocasião merece. (sorrindo)
Fernando pegou um Whisky que ficava embaixo do balcão e abriu.
Assim que viu o Whisky, Otávio não pode deixar de comentar.
O:Nossa, esse é dos bons. (rindo)
Fernando os serviu e em seguida sentou-se ao lado dele.
F:Sejamos realistas.
O:Sejamos, sim! (bebendo um longo gole)
F:Eu te odeio.
O:Eu sei. (sorrindo)
F:E você também me odeia.
O:Mais do que um dia achei que pudesse odiar alguém. (bebendo mais um gole)
Fernando não conseguia relaxar, estava preparado para seja lá o que fosse que Otávio fizesse.
O:Não vai beber?
F:Não, ainda não, quero ter essa conversa antes.
O:Vou direto ao ponto.
F:Eu agradeceria.
O:Eu sei que você armou toda essa história de mulher, de que esqueceu Lívia e tudo o mais.
F:Sabe?
O:Sim, como também sei que fez isso porque sabia que eu estava te vigiando.
F:Não é a toa que você é considerado um bom advogado, mas se saiu um péssimo detetive (rindo)
O:Um bom advogado? Não, eu sou o melhor advogado.
Fernando riu ironicamente.
F:Pessoas modestas hoje em dia realmente são raras.
O:Sim. É por isso que eu vim aqui pra matar você!
F:Me matar? Por quê? Só porque eu fingi ter uma mulher?
O:Não, eu vou te matar, porque dessa vez você passou dos limites, maldito! (gritando)
Dizendo isso Otávio jogou o copo de whisky no chão e segurou com uma das mãos o pescoço de Fernando, afinal a outra estava machucada e isso o irritou muito.
Com o barulho, Natália chegou correndo e encontrou Fernando no chão e Otávio em cima dele, Fernando tentava levantar-se.
Otávio sentia o pulso latejar, mas a fúria que estava sentindo, o deixou gigante e nem conseguia explicar como é que ele estava imobilizando, Fernando.
N:Larga ele! Larga ele!
Ela começou a puxar Otávio para longe de Fernando, assim que ele foi afastado, Fernando veio para cima dele e deu-lhe um murro.
Natália correu para o telefone que havia deixado na cozinha e chamou a polícia, disse que um homem invadiu sua casa e estava batendo em seu marido.
Os dois começaram a trocar murros, Otávio segurou Fernando pelo colarinho e disse:
O:Morra seu desgraçado!
Quando disse isso, Otávio parou, soltou as mãos e afastou-se, parecia que algo estava sufocando ele. Levou a mão ao pescoço e começou a tossir.
Fernando é claro que aproveitou para dar um murro nele, e fez isso até perceber que Otávio não reagia mais.
Ele estava ficando roxo e estava estirado no chão, tossindo e se contorcendo.
Natalia voltou.
N:Eu chamei a polícia e... (parando) O que foi que você fez com ele, Fernando? (assustada)
F:Eu não fiz nada, eu não sei como ele ficou assim.
N:Ah meu Deus. (correndo para perto de Otávio)
Natalia começou a abrir alguns botões da camisa dele.
F:O que está fazendo?
N:Tentando salvá-lo!
F:Eu não fiz nada demais!
Nesse momento, Lívia entrou com tudo pela sala, os modos? Danem-se os modos, ela queria era saber do seu marido.
Levou um choque com a cena que estava vendo, Fernando parado ali em pé, a olhando assustado e seu marido ali, estirado no chão com uma mulher tirando sua camisa.
Ela foi logo em direção.
L:Otávio! (ajoelhando-se ao chão)
F:Lívia?! (assustada)
L:Você? (olhando para Natalia)
Natália também levou um susto quando viu Lívia, mas nesse momento era impossível conversar sobre qualquer outra coisa que não fosse aquela situação.
Isso durou alguns segundos, logo ela se concentrou no marido.
L:O que vocês fizeram com ele? (desesperada massageando o peito dele)
N:Precisamos chamar uma ambulância (já discando os números no celular)
L:Meu amor, fica comigo, fica comigo, Otávio. (chorando)
F:Foi ele quem começou.
L:Se acontecer alguma coisa com ele, você suma dessa cidade, suma do país, porque eu caço você até o inferno, Fernando.
Os olhos dela diziam exatamente todas as palavras que ela pronunciou. Lágrimas que insistiam em rolar pelo rosto, os olhos verdes agora estavam misturados a um vermelho triste.
L:Meu amor, calma, fica calmo, vai ficar tudo bem.
Otávio começou a convulsionar.
N:Meu Deus. (correndo para a cozinha)
Lívia segurava forte o marido, não conseguia parar de chorar, estava desesperada. O que estava acontecendo com Otávio? Como havia ficado daquele jeito?
Natália voltou com um pano e logo colocou dentro da boca dele.
As duas estavam concentradas em Otávio.
O barulho de sirene invadiu o interior da casa. A polícia chegou.
Natália havia até esquecido da polícia, como iria explicar agora que o homem que estava ao chão naquele estado deplorável, com o rosto inchado, que era esse o homem que era para prender?
Lívia olhou para ela sem entender.
L:Polícia? Você não disse que chamaria a ambulância?
N:Eu chamei a ambulância, mas eu havia chamado a polícia antes.
L:Mas porque? (Desesperada com o estado de Otávio)
Antes mesmo de Natália responder, a ambulância chegou, os enfermeiros já afastaram Lívia e Natália e começaram a colocar Otávio na maca.
L:O que está acontecendo? O que ele tem? (seguindo a maca)
Enf: Não temos como saber, senhora. Só depois que examinarmos. (segurando um balão de oxigênio na mão)
L:Eu vou com ele.
Enf: Está bem. Mas preciso que a senhora fique calma.
L:Está bem, está bem.

Lívia entrou na ambulância com os enfermeiros e Otávio.
Na sala da casa de Fernando.
Pol: Então, foi aqui que foi o chamado?
F:Não, já não é mais necessário.
Pol:Como?
N:É necessário sim. (olhando fixamente)
F:Natália, você não pode achar que... (foi interrompido)
N:Aquele homem que saiu daqui em estado grave, ele foi atacado por esse homem. (apontando para Fernando)
F:Você nem sabe o que está falando, Natália!
N:Eu estou dizendo o que eu vi.
Pol: Bom, eu preciso que o dois nos acompanhe até a delegacia.
N:Tudo bem. (assentindo com a cabeça)
F:Eu não fiz nada.
Pol:Ok, mas terá que nos acompanhar até a delegacia.
Fernando mesmo relutando muito, resolveu obedecer.

Lívia estava a caminho do hospital, ligou e avisou a todos sobre o que estava acontecendo, mas uma coisa ela sabia, Otávio estava morrendo.
Ele encontrava-se em uma maca, com balão de oxigênio e tinha no seu braço esquerdo uma agulha, onde mandava para seu corpo uma espécie de soro.
Ela estava longe dele, os enfermeiros faziam alguns exames.
Chegaram ao hospital e Otávio foi levado às pressas.
Que pesadelo. Mal conseguiram esquecer aquele trágico acidente de carro e agora isso.
Lívia seguia-os tentando ficar por dentro de tudo, mas estavam chegando à emergência e logo ela não poderia mais acompanhar.
Pronto, ela não o via mais, o mesmo passou pela emergência.
 Ela pensava consigo, será que realmente ela não merece aquele amor? Será que é a hora de desligar-se dele.
Jamais se perdoaria se Otávio morresse por sua causa. Tudo que está acontecendo é devido a ela, por ela estar junto a ele.
Porque todo aquele susto? Porque simplesmente não podem viver em paz, com a família que construíram amar e amar. Será que é tão difícil assim? Se não era pra ser, porque Otávio foi buscá-la? Ser era para continuar sofrendo, se era para ela viver sozinha, porque Deus fez com que eles retomassem uma vida que não era para ser vivida?
Perguntas, perguntas e mais perguntas, era só isso que ocupava boa parte dos pensamente dela, porque a outra estava desesperada por notícias de Otávio.
Vivian chegou ao hospital acompanhada de Luiz.
Lívia jogou-se em seus braços.
L:Eu não aguento mais, eu não aguento mais tudo isso! (chorando)
L.F:O que foi que aquele homem fez com  ele?
L:Eu não sei, Luiz. Quando eu cheguei a casa, Otávio estava no chão, roxo com falta de ar... Estava morrendo (chorando)
V:Esse homem não vai parar nunca? (ainda com Lívia em seus braços)
L:A polícia havia chegado lá, acho que ele foi prestar depoimento.
L.F:E pelo jeito você também terá.
L:Eu não me importo, apenas quero o meu marido vivo, vivo... (chorando)
V:Meu Deus, mas que coisa, quando não é uma coisa é outra.
L:Eu tenho até medo de pensar o que foi que aconteceu.
V:Mas o Otávio também, pelo amor de Deus. Porque ir até lá, ainda por cima sozinho! (inconformada)
L.F:E o pior de tudo, ele acabou de sofrer um acidente, mesmo que nada de mais tenha acontecido, será que é demais ele ficar quieto na cama?
L:Rezei para que nunca mais tivesse que voltar em um hospital,  nem se passou uma semana e eu estou aqui novamente. (andando de um lado para o outro)
V:Não será nada demais, você vai ver (tentando acalmar a amiga)
Lívia andava de um lado para o outro, estava inquieta, necessitava de notícias.
Ficou ali por curtos minutos, quando se virou para Vivian e disse:
L:Dessa vez eu derrubo esse hospital se não me derem notícias, logo. (andando)
Ela conseguiu ficar por mais alguns minutos apenas e quando resolveu que iria ter notícias naquele momento, um médico chegou anunciando o nome do Otávio.
L:Aqui! (se aproximando) Eu sou a mulher dele, o que ele tem? Como ele está?
Dr:Boa noite, eu sou o doutor Raphael, e estou cuidando do caso dele. Bom o que aconteceu foi que ele ingeriu Brodifacoum.
L.F:Brodifacoum? Eu acho que já ouvi falar nisso, não é... (foi interrompido)
Dr: O famoso veneno de rato.
Lívia sentiu suas pernas ficarem dormentes, não, não, não podia desmaiar agora, precisa ouvir o que ele tinha a dizer.
V:Meu Deus, mas como ele está?
Dr:Está estável. Graças a Deus ele foi socorrido a tempo, agora precisamos esperar para ver como ele irá reagir, se o Brodifacoum não deixará nenhuma sequela.
L:Sequela? Ele ainda corre risco disso?
Dr:Sim, tudo depende, o soro para combater os resíduos da substancia toxica já está sendo aplicado, esse processo vai ficar no mínimo por 24hrs, e só depois de toda essa desintoxicação é que teremos uma posição.
L:Eu posso vê-lo?
Dr:Não, ainda não. Ele está em uma pré-UTI, poderá receber visitas depois que chegar ao quarto.

Quando o doutor deixou a sala.
L:Envenenado? (olhando vidrada para Vivian e Luiz)
L.F:Meu Deus.
V:Ele realmente quer Otávio morto.
L:Fernando está me forçando...
V:Forçando? Forçando a que, Lívia? (sem entender)
Vivian olhava a amiga e a mesma tinha os olhos que ela nunca viu antes, nunca mesmo, nem mesmo quando estava na prisão.
Parecia alheia ao que estava acontecendo, tinha os olhos fixos no nada. Vivian a chamou e ela não ouviu, Luiz olhou estranhando para Vivian, que chamou Lívia mais uma vez.
V:Lívia!
Como se tivesse acordado de sonho ela ouviu Vivian chamá-la.
L:O que foi?
V:Você, parece que não estava aqui.
L:Me desculpe, ainda estou assimilando o que aconteceu.
V:Vai ficar tudo bem, tudo bem.
Aquela foi a ultima vez, definitivamente a ultima vez que Fernando interferia em sua vida, aquela palhaçada iria acabar.

As semanas passaram, Otávio estava em casa praticamente recuperado.
A pequena Pérola já havia se livrado do gesso, na verdade ela já havia se livrado literalmente, Lívia não percebeu que a mesma tirou o plástico do gesso na hora do banho e o mesmo ficou todo mole e teve que ser refeito, mas como na outra semana já iam tirá-lo, o médico não refez, apenas terminou de tirá-lo.
A casa estava em silêncio absoluto. As meninas estavam com Vivian, Luiz,Julia e Matheus. Todos tinham ido fazer um churrasco em uma chácara.
Otávio queria ir, queria muito ir, mas Lívia não deixou, o médico recomendou repouso absoluto nas próximas semanas e para a infelicidade dele, Lívia fazia questão de cumprir a risca todas as orientações.

Os dois estavam na varanda da casa, estava calor demais.
Lívia estava sentada em um sofá de palha que havia na área em frente à piscina, lia um livro concentrada enquanto Otávio descansava a cabeça em seu colo.
O:Amor?
L:Hum? (sem tirar os olhos da leitura)
O:Eu queria ter ido.
L:Uhun... (ainda concentrada em sua leitura)
O:Eles devem estar se divertindo.
L:Uhun... (virando uma pagina)
O:Eu já estou melhor, acho que vou para o escritório nessa semana.
L:Vai... (ainda concentrada no livro)
O:Eu vou, Lívia?
L:Vai aonde? (fechando o livro)
O:Vou falar para a minha secretária que eu vou demiti-la porque eu te amo e não vou te trair.
L:Como é que é? (levantando Otávio do seu colo)
O:Agora está prestando atenção?
L:Otávio!

O:Amor, deixa esse livro aí, presta atenção em mim.

segunda-feira, janeiro 06, 2014

24° Confidências Part2- Por você

Nada podiam fazer até chegarem à ambulância, muitas pessoas queriam entrar e pegar as pequenas, Pérola chegava a perder o fôlego de tanto chorar, mas não podiam, eram as ordens da emergência.
Otávio continuava imóvel.

Na casa de Lívia a mesma estava desesperada, nada, o celular não chamava mais, caía direto na caixa postal, resolveu então ligar para Vivian.
Já se foi, a segunda chance que ela teve e que Fernando estragou, não teria como ir trabalhar agora, não conseguiria.
Depois de um tempo, Vivian atendeu.
V:Lívia, eu ia te ligar agora mesmo, você não vai me mandar as meninas?
L:Não, não, então Otávio ainda não chegou aí? (com a voz embargada)
V:Livia? O que você tem? O que está acontecendo? (preocupada)
L:Fernando... (chorando) Aquele maldito...
V:O que ele fez? Ele está aí?
Lívia estava em silêncio, Vivian só ouvia o som do choro da amiga.
V:Lívia, pelo amor de Deus, me diz alguma coisa!
L:Ele sabotou o carro do Otávio... Ele vai sofrer um acidente (tossindo em meio a lágrimas) Mas as meninas... As meninas estão com ele.
V:Calma, pode ter sido mentira, ele pode ter dito isso apenas... (interrompido)
L:Eu sinto! Eu sinto que alguma coisa aconteceu. Eu vou pegar o caminho para a sua casa, ele estava indo aí.
V:Tudo bem. Mas me mantenha informada.
A mãe de Pérola e Esmeralda sentia que algo havia acontecido, trancou a casa o mais breve possível e saiu. Pela primeira vez se arrependeu de ter vendido o carro, o táxi parece que demorava de propósito, as pernas estavam inquietas.
Verificava de minuto em minuto o celular.
O mesmo começou a tocar e ela atendeu antes mesmo de ter a chance de chamar novamente, assim que disse “Alô”, um táxi passou, ela fez sinal entrou e já deu o endereço de Vivian.
- Com quem eu falo?
L:Lívia, Lívia Portegas, quem é?
- Bom dia, aqui é o policial Rodrigo, estou ligando, pois esse era o ultimo numero discado no celular do senhor Otávio... Drayer.
L:Sim, ele é meu marido, o que aconteceu? Onde ele está? Minhas filhas... Estavam com ele, como elas estão? (tremula e chorando)
- Eu não tenho como informá-la, eu fui encarregado de avisar alguém. Eles estão a caminho do hospital “Central” aconteceu um acidente na avenida... (Foi interrompido)
L:Eu estou à caminho.
- Eu sinto muito.
E assim Lívia já disse o novo destino para o motorista.
Rezava, rezava muito para que estivessem todos bem. Lívia não sabe como conseguiu ligar para Vivian, nem ao menos como encontrou a recepção daquele hospital, só sabia que estava agora na sala do hospital a espera de notícias.
Um longo tempo depois Vivian chegou.
L:Vivian! (abraçando a amiga)
V:Alguma notícia?
L:Não, nada.
V:Me desculpe a demora, eu passei na escola da Julia e autorizei que Luiz a pegasse, imaginei que você não se importasse...
L:Não, fez muito bem, eu nem consigo pensar em mais nada. (chorando)
V:Você vai ver que tudo está bem. Foi só um susto.
L:É o que eu quero acreditar. Eu quero muito acreditar.
Ficaram ali por mais algum tempo, quando Lívia irritou-se e foi até a recepção novamente.
L:Moça, por favor, será que você pode ir lá dentro e ver se alguém tem alguma notícia? Não é possível que ninguém possa nos dizer nada. (gritando)
- Senhora, assim que tiver alguma notícia o médico responsável vem falar com a senhora.
L:Eu não consigo esperar mais! (gritando e batendo no balcão) Minhas filhas e o meu marido estavam naquele carro!
V:Fica calma, Lívia (segurando-a)
- Eu entendo senhora, mas é que... (foi interrompida)
L:Não! Você não entende, não tem como entender.
Lívia viu-se deixando a sanidade, deixando qualquer bom modo ou etiqueta de lado, deixou que os joelhos dobrassem e ajoelhou-se ao chão. Ali mesmo perto do balcão de recepção, Vivian segurava seus braços.
V:Lívia, levanta, senta aqui... Por favor, você precisa ser forte (chorando também)
L:Cansei de ser forte, eu quero chorar, eu quero gritar.
E dizendo isso ela chorou como uma criança perdida no supermercado. Gritou, com todo o desespero que sentia. Ela tossia, não conseguia dizer mais nada, apenas tinha lágrimas e mais lágrimas.
Via-se no chão daquele hospital, ouvia com certa dificuldade, Vivian dizendo que ela precisava sair daquele chão. Mas logo um som agudo e horrível tomou conta de seu ouvido e ela não viu e nem ouviu mais nada.

Um tempo depois.
A luz forte daquele lugar a assustou de imediato, assim que conseguiu ver algo, esse algo eram os olhos preocupados de Ana Julia olhando para ela.
J:Mãe? Está doendo alguma coisa? (debruçada na cama onde Lívia estava)
Levou alguns minutos para lembrar-se de onde estava, o que estava acontecendo, porque Julia estava perguntando aquilo.
Quando deu por si, levantou-se num sobressalto.
Viu Luiz e Vivian sentados ao lado e em outra cadeira encontrava-se Matheus.
L:Onde está Otávio e as meninas? Eu preciso vê-los, quanto tempo eu fiquei desacordada?
Vivian aproximou-se dela e ajudou a mesma a sentar-se.
V:Você desmaiou por alguns minutos, mas foi sedada e está dormindo há uma hora e meia.
L:Meu Deus, vocês não podiam ter feito isso. Eu preciso saber notícia deles.
O médico responsável esteve aqui, fique calma, está tudo bem. Com todos eles.
L:Bem? Está mesmo tudo bem? (com a respiração acelerada)
V: Sim, mas Esme quebrou o bracinho direito.
L:Quebrou?! (já levantando)
Luiz ajudou Lívia a levantar, afinal ela foi sedada.
J:Mãe, fica calma, eu já vi elas, estão dormindo.
L:Eu também quero vê-las, como é o nome desse médico?
V:É doutor Guilherme.
L:Eu vou atrás dele.
V:Lívia, espera (segurando-a pelos ombros) Você vai vê-los, mas calma. Luiz?
L.F: O que?
V:Vai atrás do doutor Guilherme pra gente, por favor?
L.F:Claro, eu já volto (saindo)
V:E você espere aqui. (fazendo com que Lívia se sentasse na cama)
Enquanto Luiz foi procurar o Doutor Guilherme, Lívia segurou nas mãos de Vivian.
L:Você os viu?
V:Vi, até falei um pouco com o Otávio, ele está bem, estava sonolento devido a anestesia.
L:Anestesia? Por quê?
V:Estava sentindo muita dor no pulso.
L:Meu Deus.
V:Já fizeram os exames, e não tem nada de grave, graças a Deus ele usava o cinto e as meninas estavam bem presas a cadeirinha.
L:Foi tudo minha culpa (abraçando a amiga)
Vivian percebeu que Julia começou a prestar atenção no que elas diziam.
V:Matheus, leve Julia para tomar um suco, vão na lanchonete do hospital comer alguma coisa.
J:Eu não quero, quero ficar aqui com a minha mãe.
V:Julinha (acariciando os cabelos da afilhada) A sua mãe está bem, vão, logo vamos pra casa.
J:Mãe? (olhando para os olhos inchados de Lívia)
L:Eu estou bem, meu anjo, pode ir. (sorrindo)
Matheus pegou Julia mesmo relutando um pouco, e saiu com ela dali.
Assim que saíram.
V:Como assim sua culpa?
L:Eu vendi o carro, se eu não tivesse feito isso, Otávio não precisaria ter colocado as meninas no carro.
V:Pare com isso, Lívia. Você não teve culpa.
Lívia estava inquieta.
V:O que aconteceu é somente culpa daquele homem, que inclusive de pagar por isso.
L:E ele vai pagar, pagar muito caro.
V:Nossa, Lívia.
L:O que foi?
V:Não sei, você falou de um jeito.
L:É que... (foi interrompida)

Doutor Guilherme entrava acompanhado de Luiz.
Dr: Boa tarde.
L:Boa tarde, por favor me diz, o que foi que aconteceu? Realmente está todo mundo bem?
Dr:Bom, o senhor Otávio chegou aqui desacordado, bateu forte com a cabeça.
L:Com a cabeça? (assustada)
Dr:Mas fizemos os exames e está tudo bem, faltam só mais alguns, mas que certeza que está tudo bem, precisamos sedá-lo para poder fazer uma micro cirurgia no pulso.
L:E as meninas? Como estão as minhas filhas?
Dr: Uma delas acabou quebrando o bracinho, mesmo com a cadeira, provavelmente pelo susto ela acabou se mexendo e dobrou o braço.
Lívia começara a chorar novamente, mas seu coração estava sossegando. Era horrível tudo aquilo, mas poderia ter sido pior.
Dr: A outra só teve algumas esfoliações.
L:Eu posso vê-las? Posso ver o meu marido?
Dr: Pode, ele está dormindo, eu acompanho você até o quarto.
Lívia estava saindo do quarto com o médico, mas antes perguntou a Vivian se a mesma também não iria.
V:Não, eu já o vi hoje. Vocês precisam de um tempo a sós.
L:Olhe a Julia por mim. (sorrindo tristemente para ela)
V:Sempre. (abraçando-a)

Lívia se encontrava agora no quarto de Otávio, o mesmo tinha uma aparência tão frágil, doía tanto vê-lo assim.
Doía mais ainda saber que era sua culpa, se Fernando não existisse nada disso teria acontecido.
Ela foi aproximando-se aos poucos, os olhos insistiam em ficar cheios de lágrimas.
Ele dormia profundamente, tinha um pequeno corte próximo ao queixo, estava com o pulso enfaixado, o pulso tinha uma aparência meio azulada.
Correu para o lado dele e segurou sua mão, a beijou delicadamente, acabou derrubando algumas lagrimas.
Dormia tão tranquilo, nem parecia que havia passado por tudo aquilo.
- Meu amor, me perdoa, me perdoa. Eu sinto tanto. (passando a mão pelos cabelos dele).
Eu acho que morreria se te perdesse. Logo eu que nem imaginava te merecer e agora sou a dona desse amor. Não posso te perder agora.
O:Ainda não será dessa vez que você ficará viúva pela segunda vez, senhora Drayer.
A voz estava baixinha, mas ela estava feliz por vê-lo bem, por ouvir sua voz. Como o amava, esse acidente só fez com que ela tivesse certeza disso.
L:Meu amor, eu tive tanto medo. (beijando-o)
Ele sorriu.
O:Estou feliz em poder ver os seus olhos de novo.
L:As meninas estão bem, Pérola quebrou o braço e Esme teve algumas esfoliações.
Lívia percebeu que ele começou a se desesperar.
L:Mas fica tranquilo, nada de mais grave aconteceu.
O:Lívia, eu não sei o que aconteceu, a Avenida estava limpa, não entendo como um dos pneus furou.
L:Foi uma fatalidade, Otávio. Não pensa nisso.
O:Como não? Eu coloquei a vida das minhas filhas em risco.
L:Não fale isso, isso não foi sua culpa. Descansa meu amor, você precisa descansar.
Mesmo com a voz baixa como estava, ele queria falar com ela, de alguma maneira ela o confortava.
Eles ficaram em silêncio, Lívia o olhava como se ainda não acreditasse em tudo que havia acabado de acontecer.
O:O que foi meu amor?
L:Tudo isso aconteceu pra me dar a certeza.
O:Certeza de que?
L:Certeza de que a única coisa que eu preciso, é viver o resto dessa vida com você.
Ela o beijou delicadamente.
Não queria sair de perto dele nem por um segundo, ela continuava acariciando os cabelos dele sem soltar uma das mãos.
O:Quero tanto ficar assim, te olhando... (com a voz sonolenta). Mas meus olhos insistem em fechar. (fechando os olhos)
L:Eu nunca vou te deixar, estarei sempre ao seu lado, pode dormir(sorrindo). Eu velo o seu sono.
Ele adormeceu novamente.
Ela aproximou uma cadeira da cama e sentou-se.
L:Dorme, que quem fez isso vai pagar muito caro.

Passaram-se três dias.
Otávio estava em casa, as meninas e ele ficaram apenas um dia no hospital para observação.
Estava na cama com Pérola e Esmeralda enquanto Lívia foi levar Luiz e Vivian até a porta.
O:Minhas princesas, eu prometo que nunca mais deixarei que nada de ruim aconteça com vocês.
Enquanto ele dizia isso, a pequena Pérola irritava-se com o gesso em seu pequeno braço, irritava-se fácil e sua vida girava em torno de tentar tirá-lo.
Esmeralda havia acabado de pegar no sono. Otávio continuava conversando com seus pensamentos, ou talvez até mesmo com Pérola que prestava atenção no pai, quando de repente ele ouviu a voz de Lívia.
“Eu não vou contar!”
Contar o que? Pensava com ele. Logo jogou algumas almofadas em torno de Esmeralda e pegou Pérola no colo.
Precisava saber mais sobre isso.
Ao ir se aproximando da escada ele pode ouvir melhor do que se tratava, Luiz, Vivian e Lívia conversavam sobre o acidente.
V:Mas, Lívia, ele tem o direito de saber.
L:Ele vai saber, mas não agora, meu Deus, vocês sabem que se Otávio souber que o Fernando sabotou o carro, ele pode sabe-se lá fazer o que? E se Otávio agir de cabeça quente?


 

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