quinta-feira, dezembro 26, 2013

23° Confidências 2- Por Você (Feliz Ano Novo)

Era uma manhã de quarta-feira.
Lívia e Otávio conversavam na cozinha antes do mesmo pegar o caminho para o escritório, Julia estava no quarto terminando de se arrumar, aliás, Lívia não se lembrava de Julia ser tão vaidosa assim, ainda mais ao ponto de acordar mais cedo para ter mais tempo para se “enfeitar”. Já Pérola e Esmeralda estavam aos cuidados da empregada e babá, Tessália.
O:De jeito nenhum! (quase se afogando com o café)
L:Podemos pagar uma van para Julia ir para escola, fora isso eu não preciso mais do carro, vendê-lo me ajudaria com a divida na Frosch.
O:Lívia, meu amor, você precisa do carro, você sempre está precisando usá-lo, e se você precisar dele quando eu não estiver em casa? Uma febre em uma das meninas? Um remédio na farmácia? Uma reunião na escola da Julia?
L:Otávio, isso é desnecessário, tudo isso que você me disse é verdade, mas a frequência que isso acontece é mínima graças a Deus, isso dá muito bem para se resolver com apenas uma carro.
O:Não, eu não quero que você venda, está decidido e pronto.
L:Mas, Otávio... (inconformada)
O:Francamente, meu amor, é cada ideia que você tem (beijando-a) Tenha um bom dia, eu vou indo e se precisar de qualquer coisa é só me dizer.
L:Tudo bem, eu falo sim.
Lívia já se levantou da mesa e ficou em silêncio por alguns minutos, talvez quisesse por as ideias em ordem antes de chamar em alto e bom som, Julia.
Iam se atrasar se a mesma não se apressasse.

Lívia foi o caminho todo até a escola de Julia em silêncio, quando faltavam apenas uns dois quarteirões, Julia quebrou o silêncio, ao pararem no sinal fechado, ambas ouviram buzinas nervosas, quando olhou, Lívia percebera que o sinal já havia aberto.
J:Mãe?
L:Sim, filha.
J:Está tudo bem?
L:Está sim, eu só estou pensando em algumas coisas, aqui.
J:Ah.
Depois de deixar Julia na escola, Lívia seguiu ao caminho da casa da amiga.
Um tempo depois.
V:Lívia? Nossa confesso que estou surpresa com você aqui a essa hora.
L:É, sem a Frosch pra me ocupar as horas , eu fico assim... Sem saber o que fazer.
V:Ow minha amiga, desculpe-me, havia me esquecido completamente que já foi nesse inicio de semana que você dispensou os últimos funcionários. (conduzindo-a até a sala)
L:Vivian eu acho que vou enlouquecer.
V:Espere um minuto, vou pedir um café para nós.
Vivian foi até a cozinha e depois de rápidos minutos ela voltou.
L:Pensei em vender o carro.
V:Porque? (Assustada)
L:Porque? Porque eu tenho uma divida com muitos zeros em nome da Frosch.
V:Mas Otávio disse que pagaria, ele não iria dizer isso que não tivesse certeza que conseguiria fazer isso.
L:Eu não aceito isso, seria egoísmo da minha parte.
V:Egoismo? De onde você tirou isso? Vocês são marido e mulher!
Lívia ficou em silêncio por alguns segundos.
V:Bem, na verdade vocês não casaram, mas devido as tantas tentativas já podem considerar-se de que são marido e mulher, e é nessas horas que percebemos até que ponto o nosso companheiro está disposto a nos ajudar, você deveria ficar agradecida, ele podia simplesmente não se importar.
L:Claro que eu fico agradecida, mas a Frosch é problema meu, não acho justo ele tirar um dinheiro que ele não contava para pagar uma divida dessas.
V:Você está sendo orgulhosa, Lívia.
L:Mas agora o Otávio não quer me deixar vender o carro.
V:Imaginei que ele não deixaria mesmo.
L:Eu não entendo.
V:Lívia, ele está se oferecendo para ajudar e você está complicando.
L:Não estou complicando, só acho que nos daríamos bem apenas com um carro.
V:Agora você ficará com as crianças em casa, e se você precisar levá-las a um hospital, ou seja lá onde. Vai ligar para o Otávio largar o trabalho e vir buscá-las? Logo você que é tão independente.
L:Ele disse o mesmo.
V:E está certo, também concordo, o carro é uma questão de necessidade.

Vivian dizia isso a Lívia, por alguns minutos ela até concordava, mas logo depois ficava certa de que não, o melhor a se fazer era vender o carro, mas claro que com Otávio contra, isso teria que ser feito no maior sigilo possível.
Enquanto Lívia pensava nisso, Zezé chegou com o café e algumas rosquinhas açucaradas em uma bandeja de prata onde estava levemente bagunçada.
A empregada serviu Lívia e em seguida, Vivian. Assim que Zezé deixou a sala.
V:Eu pago a divida da Frosch!
L:O que?
V:Eu quito toda a divida da Frosch. (decidida)
L:De maneira nenhuma, eu jamais vou aceitar isso. (inconformada)
V:Porque?
L:Como assim porque? Vivian, isso não faz o menor sentido.
V:Como não? Você só está com essa divida por minha culpa. (bebendo um pequeno gole do café)
L:Isso não é verdade.
V:Você sabe que sim, Lívia se eu não tivesse continuado a depositar o mesmo valor que você recebia de lucros da Frosch, você perceberia que havia algo errado e voltaria para verificar antes que a sua empresa chegasse na situação que chegou.
L:Não...
Era verdade, Vivian tinha consciência disso, não iria fingir que não soubera de nada, a culpa toda não foi dela, grande parte também foi de Lívia, jamais poderia ter deixado uma empresa daquele porte nas mãos de uma funcionaria sem ao menos um treinamento antes.
Lívia achava que Vivian já havia feito demais por ela, isso não era justo. Tudo o que passou desde a morte de Paulo só foi superado porque ela estava sempre ao seu lado.
V:Eu sei que... (foi interrompida)
L:Isso não é nem uma questão de se pensar, Vivian, não.
Vivian percebeu que Lívia realmente não gostou da então oferta, fazendo até a própria a prometer que não tocaria mais nesse assunto.

Enquanto isso no escritório de Luiz, Otávio conversava com o amigo.
L.F:Eu ainda acho que você deveria investigar aonde esse homem está.
O:Lívia me mata se souber.
L.F:Ela não precisa saber, Otávio.
O:Você também acha que ele pode estar planejando alguma coisa?
L.F:Acho, e acho que quanto mais ele ficar quieto, quando mais ele ficar longe, mais perigoso ele é.
O:Não faço ideia de como começar a procurar.
L.F:Você encontrou a Lívia em outra cidade no meio do mato, praticamente, encontrá-lo aqui no Rio será fichinha para você (sorrindo)
O:Claro que o fato da Julia ter ligado e nos dito onde era, nem conta, não é?
L.F:Nada que tenha feito tanta diferença assim. (rindo)
O:Ah se fosse fácil assim.
L.F:Lívia não disse que ele pode ter pedido transferência do banco onde ele trabalhava?
O:É, acho que ouvi ela dizer isso. Mas não disse o banco.
L.F:Então, como quem não quer nada, pergunte isso a ela.
Otávio ficou pensativo, talvez essa fosse à chance de ficarem prevenidos.
Havia prometido a Lívia que não iria procurá-lo, mas a segurança das mulheres da sua vida era mais importante.

O:Luiz, por um acaso, Vivian não comentou nada com você sobre a Lívia?
L.F:Tipo o que? Como assim?
O:Eu não sei se você percebeu, mas Lívia está diferente em relação a esse homem.
L.F:Olha, ela disse sim, disse também outra coisa.
O:Que coisa? (se aproximando do amigo)
L.F:Primeiro você tem que me prometer que não irá contar a Lívia que sabe.
O:O que é? (ansioso)
L.F:Prometa! (em tom autoritário)
O:Tudo bem, eu prometo, Luiz.
L.F:Lembra da sua primeira tentativa de casamento? Quando Lívia sofreu aquele... (foi interrompido)
O:Como poderia me esquecer, aquela cena nunca sairá da minha cabeça.
L.F:Pois então, lembra que Lívia havia se atrasado?
O:Claro, mas o que isso tem a ver? Toda noiva se atrasa. (confuso)
L.F: Naquele dia, Fernando havia ido até o hotel onde Lívia e Vivian se arrumavam.
O:Ele foi até lá? Mas Lívia não me disse nada e... (foi interrompido)
L.F:Deixe-me terminar.
O:Desculpe, continue.
L.F:Vivian disse que ele provocou um desmaio em Lívia e estava tirando ela da cidade, que quando Lívia havia acordado estavam saindo do Rio de Janeiro.
O:Ele a sequestrou? (com a voz alterada)
L.F:Otávio, você me prometeu que não ia dizer nada.
Ele agora andava em passos pesados pela sala, mal sabia o caminho, mas simplesmente não conseguia ficar parado.
L.F:Otávio!
O:Eu disse que não vou dizer nada, então eu não vou dizer.

Luiz nem disfarçou quando soltou o ar que prendeu por alguns segundos, sabia que assim que ele abrisse a boca para a Lívia, Vivian saberia e brigaria com ele e seria uma confusão, e a ultima coisa que Luiz queria agora era arrumar uma briga desnecessária com Vivian.
O:E como foi que ela conseguiu voltar a tempo?
L.F:Vivian me disse que ele estava estranho e Lívia acabou dizendo que estava com medo dele, aí ele teve uns cinco minutos de sanidade e a trouxe de volta.
O:Ele a trouxe? Sem insistência e nem briga? (confuso)
L.F:Bom, pelo menos foi isso que a Vivian me disse.
Otávio caminhava pela sala, pensativo.
L.F:Por isso Vivian disse que havia estranhado o jeito com que Lívia está falando dele.
O:Mas isso é mais que normal, não acha? Depois de tudo que esse infeliz aprontou... (foi interrompido)
L.F:Claro que sim, mas porque agora? Você tem que admitir que Lívia sempre tentou contornar a situação quando o assunto era Fernando, sempre havia uma desculpa, alguma explicação para as atitudes dele, ou até mesmo essa perseguição doentia por ela, e agora, nada disso mais importa, ela está pouco se importando.
O:Talvez ela estivesse tentando se conter, guardando para si, e a festa do senhor Pierry foi a gota d’água e agora ela resolveu mandá-lo para o quinto dos infernos!.
Luiz apenas observava, Vivian e ele já haviam conversado, tinham muitas suposições.
Conhece o amigo melhor que ninguém, não iria falar mais, já percebeu que o mesmo ficou bem nervoso.

Para a sorte de Otávio ele teve uma tarde bem agitada e teve com o que ocupar sua cabeça, já Lívia passou a tarde inteira em casa brincando com as filhas até o horário de buscar Ana Julia na escola.
Amava ficar com elas, amava mesmo, mas desse jeito não dava pra ficar.
Desde sempre ela se ocupou, iria acabar virando uma pessoa sem paciência, e não queria.
Estavam todos sentados na sala se deliciando com um sorvete caseiro que Tessália havia se aventurado logo cedo e deixou na geladeira.
Exceto Esme e Pérola que já estavam dormindo.

J:Vou pedir pra Tessália fazer de chocolate no fim de semana! (terminando a segunda taça)
L:E a senhorita já vai parar por aí, essa já é a segunda taça.
O:Deixa ela, amor. Está uma delícia. (começando a segunda taça)
L:De jeito nenhum, amanhã ela acorda com dor de garganta e aí? E o senhor também, vamos parando por aí.
Julia e Otávio se olharam e fizeram uma careta em cumplicidade e reprovação ao que Lívia dizia.
L:Ah é assim? Os dois estão rebeldes assim? Ai ai ai. (rindo)
Os dois começaram a rir.
Ana Julia aproximou-se da mãe e deu um carinho beijo em seu rosto.
J:Que mãe mais dramática que eu tenho. (sorrindo)
L:Julia!
J:Boa noite. (sorrindo e em seguida dando um abraço em Otávio)
Ela subiu até seu quarto.
Otávio puxou Lívia até seu colo, deu um delicado beijo em seus lábios e em seguida começou um delicioso carinho em seu rosto.
L:Hum, que delícia isso. (sorrindo)
O:Eu particularmente sei como se faz um carinho na minha mulher (sorrindo)
L:Mas eu não estou falando do carinho. (sorrindo)
Ele sorriu para ela sem entender.
L:Eu falei disso.
Lívia o beijou com certa provocação, deixando sua língua brincar com a dele e em seguida com os lábios.
L:Eu adorei esse beijo com gostinho de...
O:Morango (sorrindo como um bobo) e eu não sei a minha, mas a sua boca está geladinha, faz de novo? (sorrindo)
Lívia riu, parecia um menino.
Ela repetiu, dessa vez quando parou Otávio estava com os olhos fechados como se implorasse para que ela não parasse de fazer seja lá o que estivesse fazendo.
Quando ele abriu os olhos e a viu, percebeu nela um sorriso provocador que ela ainda fez questão de apimentar ainda mais, passando a língua lentamente pelo lábio inferior.
O:Ah Lívia.
Otávio a virou bruscamente no sofá e ficou em cima dela.
Lívia entrou em desespero, tentou se soltar para olhar em volta, a sala ficava em frente à escada e Julia poderia facilmente vê-los ali.
L:Otávio, aqui não, Julia pode voltar.
O:Ela foi dormir. (com a voz sedutora)
Otávio começou a passear lentamente com o rosto pelo dela, proporcionando assim um leve arrepio devido à barba.
L:Amor, não faz isso.
O:Sabe o que não fazemos á tempos?
Otávio levantou a blusa dela a altura dos seios e beijou lentamente a barriga começando a descer chegando o mais próximo possível da área que tiraria a sanidade.
L:Você não pode estar falando sério, Otávio! (quase que suplicando)
Ele desabotoou a calça e abaixou o zíper, levou a boca até ali novamente.
Agora era visível, Lívia estava arrepiada de uma maneira que nada conseguiria esconder.
O:Nossa, meu amor, não pensei que também estivesse com saudades dessa nossa brincadeira.
L: Otávio! (colocando as mãos em cima)
Ele riu, a expressão que Lívia fazia o deixava encantado, parecia uma garota com medo de que os pais a pegassem namorando escondido.
O:Eu estava só te assustando. (rindo) Vem, vamos terminar essa loucura lá no nosso quarto. (sorrindo)
Otávio a puxou pelos braços, direto de encontro com a sua boca e só depois de um longo e molhado beijo eles levantaram do sofá.
Estavam com o desejo escancarado, tanto que saíram do sofá aos beijos e carinho, Lívia pisou na escada e ele a prensou contra o corrimão, levou sua mão onde confirmou que ela queria chegar naquele quarto o mais depressa possível.
L:Ah!
Um leve e sedutor gemido escapou por entre os lábios dela, e Otávio queria vê-la assim mesmo, porque se tinha uma coisa que mais o deixava excitado era ver o quanto ele conseguia excitar, Lívia.
Ele beijou ferozmente, e intensificou os movimentos em Lívia.
 Otávio nem precisou ficar em contado direto com Lívia para perceber que ela estava se desmanchando com aquelas caricias.
Parou o beijo e sorriu.
L:Me leva logo pra cama (ofegante)
Ele estava se deliciando com a cena.
L:Por favor, ou eu acho que não conseguirei nem sair dessa escada.
Lívia desencostou do corrimão e começou a subir as escadas.
Quando chegaram ao topo, Otávio a agarrou novamente e dessa vez a prensou na parede do corredor.
L:Otávio, Julia vai ouvir, o que é isso? (sorrindo)
Ao mesmo tempo em que ela sorria, ela se arrepiava e tremia. Afinal qual era a parte que Otávio não estava entendendo que Julia poderia vê-los naquela situação?
O que ia dizer para a filha?
L:Otávio, nosso quarto é na porta atrás de nós, vamos? Só mais um pouquinho e conseguimos! (rindo entre os lábios dele)
O:Tem razão (rindo)
Foi Otávio pegar no trinco da porta para que ouvissem o choro agudo e intenso de Pérola.
O:Eu não acredito. (soltando o trinco)
L:Eu acredito, claro que eu acredito, é a Pérola. (abaixando a blusa que estava à altura dos seios)
O:É a Esme, ela é que é contra a mim.  (soltando agora da cintura de Lívia)
L:A Esme? É a Pérola, essa menina morre de ciúmes do pai dela. (indo em direção ao quarto das filhas seguida por Otávio)
Assim que chegaram.
L:Eu não disse?
Lívia pegou Pérola no colo.
L:O que foi meu docinho? (beijando a bochecha rosada da filha)
O:Poxa, filha eu achei que você era cúmplice do papai.
L: Cúmplice? (rindo enquanto ajeitava a pequena para amamentar)
O:Claro.
L:Otávio, vem cá, eu vou te mostrar uma coisa.
Lívia estava ainda de pé com Pérola, a pequena já parou de chorar quando percebeu que logo teria o seu leite.
Otávio se aproximou dela e a mesma chamou a filha.
L:Pérola, meu amor, olha aqui pra mamãe. Filha? Olha aqui.
Foi preciso alguns segundos até que a pequena prestava atenção na mãe.
Lívia então deu um longo selinho em Otávio na frente da bebê. Não precisou de mais nada, Pérola franziu levemente a testa e um pequeno biquinho de irritação formou-se nos miúdos lábios dela.
Pronto! O choro voltou a invadir o quarto.
L:Shhhiiii, pronto meu amor, a mamãe não beija mais o papai. (balançando a pequena)
O:Eu não acredito. (rindo)
L:Percebi isso há alguns dias.
O:Pronto minha princesa, a mamãe já parou, vem aqui com o papai.
Otávio a pegou do colo de Lívia e em seguida sentou-se.
Lívia pegou a mamadeira na bolsa térmica ao lado do berço e entregou a Otávio.
Ele tinha jeito, tudo que referia-se as suas filhas ele queria aprender, e amamentar é uma delas.
Foi uma felicidade quando as meninas aceitaram a mamadeira, ele podia agora dar de mamar. Lívia é claro foi quem mais gostou afinal Pérola e Esme acordavam duas vezes cada durante a madrugada, e cada uma em um horário diferente, isso a deixava exausta no outro dia.
Otávio olhava para a filha e ria baixo, ciúmes? Daquele tamanho.
L:Você disse que me adorava ver amamentando as meninas, sabe que eu também gosto de te ver fazendo isso?
Me passa uma sensação tão gostosa.
O:Eu gosto desse barulhinho que elas fazem quando estão mamando. (rindo)
Ela se aproximou dele e fez um carinho em sua nuca.
Pérola começou a ficar inquieta e Lívia logo se afastou.
L:Ah mas eu não posso nem encostar mais no meu marido? Assim vai ficar complicado Dona Pérola Drayer! Run.
Otávio tentava ao máximo segurar o riso, porque se acordassem Esme, com certeza passariam a madrugada amamentando as duas.
Algum tempo depois eles a ajeitaram no berço e voltaram ao quarto.
Lívia se jogou na cama de braços abertos.
L:Ai, estou exausta!
Otávio deitou ao seu lado e disse o mesmo.
O:Acho que estou ficando velho. (rindo)
L:Acho que somos pais! (rindo)
Ele também não aguentou o comentário e caiu na risada.
O:Eu não vou ficar magoado se você quiser dormir.
L:Não?
O:Não.
L:Não mesmo?
O:Não mesmo, meu amor (sorrindo)
L:Então vamos dormir. (Rindo)
Os dois levantaram-se e foram vestir suas roupas de dormir, estavam realmente exaustos e toda aquela excitação parecia ter sumido.
Foi pouco mais de uma hora no quarto de Pérola, realmente era difícil alguma excitação ter permanecido.
Lívia vestiu sua camisola e Otávio seu short e sua camiseta.
Ela estava agora deitada na cama e já virada ao lado em que dormia. A luz do abajur de Otávio ainda permanecia acessa, ele terminava agora de escovar os dentes.
Ele chegou até a cama, sentou-se e desligou o abajur, ajeitou e respirou fundo.
O silêncio tomou conta do quarto.
O:Mor?
L:Hum?
O:Já está dormindo?
L:Ainda não.
O:Boa noite, esqueci de dizer.
L:Boa noite também, meu amor.
Por mais alguns curtos minutos permaneceram em silêncio.
L:Amor?
O:Hum?
L:Sabe o que eu tava pensando?
Assim que disse isso, a mesma virou-se de frente para ele, porque até então estavam de costas um para o outro.
O:Sei.
L:O que? (rindo surpresa)
O:Eu sei o que está pensando.
Ambos estavam com o rosto próximo, mas não enxergavam muito, estava escuro demais.
L:Sabe? Então me diz, o que eu estava pensando?
O:Estava pensando que o que desejamos é maior do que o cansaço que estamos sentindo. (sorrindo)
Lívia sorriu e antes mesmo que pudesse responder algo, sentiu o puxão em sua perna que Otávio deu encaixando-a na dele e em seguida invadindo sua boca de uma maneira brutalmente deliciosa.
Sem separar os lábios do dele, ele ainda deitado puxou com rapidez, mas com certa dificuldade a camisola dela a altura da cintura, em seguida livrou-se da calcinha dela, pronto, o caminho estava livre para que ele pudesse tortura-la, ou melhor, começar... Apenas começar.
Isso não durou muito, Otávio foi em cima dela e ascendeu a luz do abajur que ficava ao lado e começou o que ele não conseguiu terminar há algumas horas atrás.
A boca começou a trilhar um caminho até onde Lívia esperava ansiosa com leves contrações no corpo todo.
Ela levou as mãos ao cabelo dele e começou a bagunça-los excitadamente enquanto ele a torturava aos poucos.
Leves mordidinhas começaram no interior da coxa dela, ele se aproximava lentamente, e isso era torturador.
Ele parou para poder olhá-la, olhá-la e confirmar que o efeito que ele queria provocar estava sendo realizado com certo sucesso.
Otávio encontrou o ponto de prazer, de desejo, de perda de juízo e seja lá o que mais provocasse em Lívia.
Estava vulnerável, o corpo mole, as palavras nem eram mais pronunciadas e sim balbuciadas, a visão? Que visão? Nem os olhos tinham força para abrir, as mãos que faziam certa massagem nos cabelos dele, agora se encontravam paradas e o corpo todo em fortes contrações de excitação.
Conforme a intensidade e a coreografia que a língua de Otávio fazia ali, Lívia agarrava-se forte aos lençóis da cama, sentiu que poderia machucar Otávio, se continuasse a deslizar as mãos pela costa dele.
Não conseguiria aguentar mais, era melhor parar por ali antes que a mesma já chegasse ao seu clímax e acabasse logo com aquela delícia.
Lívia o guiou até a sua boca e o beijou, aliviando um pouco aquela palpitação que sentia em seu corpo.
Delicadamente ela deitou Otávio na cama e sorriu.
Ele entendeu logo o que ela faria, ainda mais quando o livrou de toda a roupa.
Otávio sentiu a língua quente de sua mulher começando uma deliciosa sincronia em seu sexo. Movimentos que o tiravam o ar a cada ida.
O:Meu Deus... (balbuciando tais palavras)
Os olhos dele chegavam a revirar, não lembrava o quanto Lívia fazia aquilo bem. Como ficaram tanto tempo sem fazer isso?
Isso chegava a ser um crime.
Deixou seu corpo entregar-se aquela deliciosa sensação.
Sua mulher estava concentrada e quase deixou passar o pedido desesperado de Otávio para que ela parasse ou ele não aguentaria mais.
Otávio sentou na cama e Lívia sentou em cima dele, de um modo em que os corpos ficaram em perfeita posição.
Ele enrolou os dedos junto ao cabelo dela e puxou-o para trás, fazendo com que a mesma arcasse certa distância para trás.
Fazendo com que assim ele tivesse a visão esplêndida de seus seios, pouco amostra devido à camisola que ainda continuava em Lívia, afinal, porque ela ainda estava nela?
Talvez por ser a única coisa que não os atrapalharia em nada.
Ele desceu com os lábios ferozmente do pescoço aos seios, Lívia não conseguia conter o baixo gemido de prazer que insistia em sair por entre seus lábios.
Otávio soltou as mãos dos cabelos dela, fazendo-a olhá-lo nos olhos, agora estavam apenas encarando-se.
Ela deu um riso de canto de boca para ele e em seguida uma leve mordida em seu lábio inferior, fazendo-o sorrir para ela.
Nem esperou que Otávio dissesse nada, ela o empurrou forçando-o a deitar-se na cama e logo guiou o que queria para dentro de si.
Pronto, agora seria apenas uma questão de tempo para que deixassem aquele mundo e se entregassem à um mar de sensações deliciosas provocadas em seus corpos.
Os movimentos embalados com sussurros e palavras marotas, que só ali, naquela situação se permitiam dizer.
Estavam suados e cansados, mas sentiam que logo poderiam descansar. Tiveram a certeza disso quando Otávio a virou, deixando que ela ficasse de costas para ele, mas ainda em cima, e segurando nos seios dela a invadiu novamente, fazendo com que ela chegasse ao clímax, na segunda investida, em seguida ele a fez companhia.
Lívia tinha certeza que tinha tido muito mais do que apenas chegado ao clímax de prazer.

Deitados um ao lado do outro respiravam desesperadamente, nem que quisesse conseguiram falar algo.
Depois de alguns bons minutos em silêncio, Lívia disse:
L:Preciso tomar um banho, não vou conseguir dormir assim. (levantando-se da cama)
O:Eu acho que esse banho vai ficar muito melhor se eu te fizer companhia. (segurando-a na cama com beijos em sua nuca)
L: E eu acho que não terá banho algum se você me fizer companhia. (saindo da cama)
Otávio resmungou algo incompreensível e jogou-se na cama novamente.
Ela virou-se para ele e disse:
L:Own meu amor, realmente não dá, já viu que horas são? Temos três horas para dormir, precisamos descansar. (rindo)
O:Você tem razão, também quero tomar um banho, acho então que só me resta esperar. (ajeitando o travesseiro)
L:Isso, eu não me demoro.
Dizendo isso, Lívia entrou no banheiro.
O banho que era para ser “rapidinho” durou longos e intermináveis trinta e quatro minutos, é claro que Otávio não conseguiu esperar, Lívia saiu ainda enrolada na toalha, e junto com ela o doce e intenso aroma do sabonete de cereja com erva doce.
Sorriu ao vê-lo dormir, era tão indefeso, havia passado por tanto coisa.
Vestiu uma fresca camisola e ajeitou-se ao lado dele, o mesmo tinha em seu rosto o cansaço estampado.
Aproximou se dos lábios dele e deu um beijo delicado, para que o mesmo não acordasse.
L:Eu te amo, te amo mais que a minha própria vida, Otávio. (sussurrando)
Agarrou-se a ele e esperou que a arte de dormir a contemplasse, não acordou Otávio para o banho, achou melhor deixá-lo descansar.

Naquela manhã...
J:Vocês estão horríveis. (enquanto bebia sua vitamina)
Julia não tinha como não perceber as enormes olheiras do rosto de Otávio e Lívia. A mãe ainda iria se maquiar e logo não se veria as olheiras, mas Otávio...
J:O que aconteceu?
Otávio engasgou-se com o café.
Lívia tratou logo de responder algo.
L:Estava muito calor, e suas irmãs acordaram três vezes durante essa madrugada. (levando uma torrada até a boca)
J:Nossa, e essa foi a única noite que só ouvi elas chorarem uma vez.
O:Você deve ter dormido feito uma pedra.
J:É, deve ter sido isso.
Esme e Pérola estavam excepcionalmente faladeiras aquela manhã.
Resmungavam muito, como se tivessem em uma conversa realmente muito importante.
Otávio então resolveu acompanhá-las.
O:Bom dia garotas? Será que o papai pode saber do que vocês estão conversando?
As duas no mesmo instante ficaram em silêncio e apenas olhavam atenciosas para o pai, talvez o que ele estivesse dizendo fosse importante.
O:Ein? Podem me dizer? Eu ficarei muito feliz se puder participar dessa conversa.
Logo Esme começou a balbuciar palavras, olhava agora para o pai e a irmã e falava. O que? Só Pérola talvez soubesse por que foi Esme começar e Pérola logo engatou a balbuciar algumas palavras e erguer os roliços braços ao alto.
 Lívia e Julia começaram a rir.
Esse momento de fofura foi interrompido pelo toque do celular de Otávio.
O:Fala Luiz! (ainda rindo) O que? Mas você tem certeza? Sim, claro que sim, chego aí em quinze minutos.
Dizendo isso ele desligou o celular e beijou a bochecha de todas.
Lívia ao beijá-lo perguntou preocupada.
L:O que aconteceu?
O:Um caso! (apressado)
L:É grave? É sério? Porque essa pressa toda?
O:É um caso que eu queria muito pegar, e o cliente já está me esperando.
L:Não dirija rápido por essas ruas, Otávio.
O:Está bem, amo vocês. (saindo)
Bom, Lívia nem desconfiava do que poderia ser. Queria apenas se concentrar no que decidira.
Vender um carro não era fácil, agora vender um carro as escondidas de Otávio, seria mais difícil ainda.

Assim que Otávio ao escritório, Luiz o esperava em sua sala eufórico.
Otávio entrou em passos apressados em sua sala e já foi logo jogando sua pasta em cima da mesa.
O:Como foi que descobriu?
L.F:Vivian me disse que Lívia havia comentado com ela.
O:Qual é o banco?
Luiz informou o nome do banco e Otávio saiu apressado.
L.F:Ei! Onde é que você vai? (segurando-o pelo braço)
O:Como assim, onde? Vou atrás dele, saber se ele trabalha lá, ou sei lá.
L.F:Você nem sabe em qual agencia ele pode estar, não tem só uma agencia desse banco no Rio de Janeiro.
O:Eu sei, é por isso que eu vou em todas.
L.F:Otávio!
O:O que foi? (um tanto irritado)
L.F:Os bancos nem devem ter aberto ainda, é só depois das 10hrs, senta aí e vê se trabalha um pouco.
Otávio acalmou-se de fato um pouco, Luiz estava certo, afinal mal fazia ideia de quantas agencias poderia existir na cidade do Rio de Janeiro.
Tentou concentrar ao menos um pouco no trabalho.
As horas passaram rastejando para seu desespero. Aproximava-se da hora o almoço quando Otávio entrou na sala de Luiz.
O:Eu estou indo, você vai comigo?
L.F:Vou claro, e fechamos o escritório. (o encarando)
O:Claro, fique aí. Eu volto assim que souber algo.
Otávio saiu como um foguete.
L.F:Realmente não mando em nada. (balançando a cabeça)
Luiz voltou ao trabalho.
Quatro longas horas passaram-se e nada de Otávio aparecer, logo estaria na hora de fecharem o escritório.
Assim que Luiz pegou no telefone para ligar, o mesmo entrou eufórico pela porta.
O:Eu consegui. (rindo)
L.F:Conseguiu encontrar onde ele está trabalhando?
O:Não, e também nem me interessa mais.
L.F: Não? (confuso)
O:Eu encontrei onde ele mora. Não é magnífico? (rindo e mostrando o bilhete com o endereço)
L.F:Como? Foi tão fácil assim? (levantando-se)
O:Sorte! Muita sorte:
L.F:Conte-me logo, Otávio! (curioso)
O:Na quinta agência em que eu perguntei, tive a sorte de perguntar para um funcionário que o odeia de uma maneira brilhante.
L.F:E ele te deu o endereço, assim? Só por odiá-lo?
O:Não, claro que tive que pagar alguns reais para ele.
L.F:E quem garante que ele te deu o endereço correto?
O:Eu! Eu mesmo já fui ao tal endereço e confirmei. É o mesmo carro.
L.F:O mesmo carro?
O:Claro, quando chegamos naquela casa em Fiore, o carro dele estava lá.
L.F:Otávio, quantos carros iguais aquele deve ter no Rio de Janeiro?
O:Quando carros iguais aquele deve ter na garagem da casa indicada?
Luiz fez um sinal de reprovação, o amigo não estava raciocinando muito bem.
O:Em todo o caso, amanhã depois do expediente você irá comigo para verificarmos?
L.F: E eu nem tenho o que pensar?
O:Não. Já está decidido, avise a Vivian que você chegará tarde amanhã.
Luiz apenas assentiu, afinal, se amigos não fossem para essa hora, seriam para que hora?
Na verdade Luiz tinha varias respostas para essa pergunta, mas resolveu apenas aceitar a ajudar o amigo que tanto gosta.

Duas longas semanas passaram, Otávio e Luiz foram até o tal endereço e confirmou, Fernando morava ali. E na primeira semana quase não o viam, porém nos últimos dias ele aparecia frequentemente e com uma linda mulher, inclusive Luiz jurava que seria a mulher dele.
Era um final de semana e todos estavam na cada de Lívia e Otávio para um almoço. Enquanto todos estavam no jardim contemplando a piscina recém-reformada, Otávio e Luiz conversavam no escritório.
O:Não é, ele é doente pela Lívia, não a trocaria fácil assim.
L.F:Mas faz quase três semanas que estamos observando ele, até chegaram com malas na semana passada, é evidente de que ela está morando com ele.
O:Eu não consigo acreditar.
L.F:E também ele não fez mais nada, não ameaçou Lívia e nem você. Talvez esteja tudo bem agora.
O: Eu não sei. E se isso tudo for um plano? Se for um teatro?
L.F:Porque ele faria isso? Por acaso sabe que está sendo vigiado? Acho que deve esquecê-lo de agora em diante e ficar em paz. Veja sua mulher, ela mesma está tranquila.
Otávio ficou pensativo.

Em frente à piscina, Lívia olhava Esme e Perola beberem um delicioso suco enquanto conversava com Vivian.
L:Vivian, eu estava há dias para te fazer uma pergunta.
V:Pode perguntar.
L:O Luiz também esteve chegando tarde nesses últimos dias?
V:Esteve, não tanto quantos no começo do mês, mas esteve sim. Por quê?
L:Porque, Otávio também.
Vivian não conseguiu seguram a risada.
L:Está rindo porque? Temos que ficar espertas. Otávio é um gato, mas é meu gato. Vai que uma dessas secretárias lá no escritório dele quer ficar fazendo uma hora extra?
V:Lívia! (rindo)
L:Eu não fui ainda porque estava ocupada demais fechando a venda do meu carro, mas ainda essa semana eu vou (Foi interrompida)
V:Você vendeu mesmo o seu carro? (incrédula)
L:Eu disse que iria vender.
V:Disse, mas eu pensei que ... Sei lá, Lívia.
L:Vendi, mas vou não vou contar ao Otávio.
V:Mas você sabe que isso não é uma coisa que dará para esconder por muito tempo, não é?
L:Claro, mas posso retardá-lo.
V:Ai Lívia, como você é cabeça dura. Mas você sabe o que faz. (sorrindo para a amiga)

Ficaram alguns minutos brincando com as bebês. Julia e Matheus aproveitavam a piscina ao longe.
V:Lívia, e o Fernando?
L:Sumiu!
V:O que será que aconteceu?
L:Talvez tenha ficado com medo da polícia.
V:Você acredita nisso?
L:Sim, porque não?
V:É, tem razão.
Lívia pensava que Fernando não estaria com medo da polícia, mas sim com medo dela mesma. Ele sabia do que ela era capaz, se tivesse juízo se afastaria.
Haviam conversado as claras, sem mascaras nem encenações. Foi a melhor coisa que ele havia feito.

Durante a semana.
Era um lindo dia de sol, Lívia esperou que Otávio fosse trabalhar e só depois foi que ligou para que o comprador viesse buscar o carro.
J:Mãe, se vamos de táxi para a escola, eu posso ir sozinha.
L:De jeito nenhum.
J:Mãe, eu já tenho 15 anos, não precisa.
L:Você tem 14 anos e precisa sim. (decidida)
Lívia percebeu que para Julia significava muito, ir de carro com a mãe era normal, a mesma dizia às colegas que vinha de carro porque era caminho do trabalho da mãe.
Mas agora chegar de táxi com ela seria um enorme mico, conhecia a sua mãe, sabia que ela não deixaria.
Tanto sabia que nem disfarçou a cara de surpresa quando a mãe disse:
L:Tudo bem, mas quero que me ligue assim que chegar.
J:Sério mesmo?
L:Sério, mas vou com você até a rua para pegar o táxi.
J:Tudo bem. (sorrindo)
E assim elas seguiram para fora da casa.

No escritório de Otávio.
L.F:Vivian disse que vai oferecer o cargo de vice presidente para Lívia na empresa do finado marido dela.
O:Mas que ótima noticia, Luiz.
L.F:Disse que essa é a única forma de ajudá-la, já que não aceita o dinheiro para quitar a divida da Frosch.
O:Isso é verdade, Lívia não aceita, nem o meu dinheiro ela aceitou. Acho que ela conseguiu fazer algo a respeito porque ela não está recebendo mais tantas ligações como no começo do mês.
Na verdade ela disse que ia retirar um pequeno valor da poupança para quitar as mais urgentes e tentaria renegociar o resto.
L.F:É tanto assim?
O:Ela não me diz, e olha que eu já tentei de todas as formas descobrir o valor.
L.F: Quem sabe se... (foi interrompido)
Nesse momento o homem entrou com tudo na sala de Otávio, logo atrás a secretária.
Sec: Doutor Otávio, o senhor me desculpe, ele entrou com tudo eu disse que ia falar com o... (foi interrompida)
O:Tudo bem.
F:Você não iria me receber.
O:Não ia mesmo, alias, minha mão está formigando pra socar a sua cara agora.
Otávio começou a ir em direção a ele, mas Luiz logo entrou no meio e segurou Otávio.
F:Ei, vamos com calma, eu vim para conversarmos. (se afastando)
O:Eu não tenho nada para conversar com você, inclusive, Luiz ligue para a polícia! (indo em direção ao telefone)
F:Não! Me escuta.
Otávio estava soltando fogo pelas ventas.
L.F:Otávio, espera, talvez o que ele tenha a dizer seja importante.
O:Ele deve ter vindo aqui para falar um monte de asneiras sobre a Lívia, para variar um pouco. (com tom de deboche)
F:Quero dizer que eu desisto!
O:Como é que é?
F:Desisto, cansei. Não quero mais saber de vocês muito menos da Lívia, eu estou muito bem com Natália.
L.F:Natália?
O:Quem diabos é, Natália? (irritado)
F:Minha mulher, está morando comigo, vou refazer minha vida. E quero começar do zero.
O:E você espera que eu acredite nisso?
F:Sinceramente? Não, porque para mim tanto faz se você acreditar ou não.
O:Porque veio até aqui para me dizer isso?
F:Como eu disse, quero começar do zero, minha nova mulher tem um filho, e agora ele é meu filho também. E não quero que ele ache que o novo pai dele é um louco obcecado.
Otávio agora dava certa atenção ao que ele dizia.
F:Por isso quero dar um ponto final nisso. Bom, eu vim apenas para dizer isso, aqui... (entregando-lhe um bilhete) Aqui é onde eu moro, espero que um dia você possa aparecer lá, para tomarmos um whisky talvez. Ficaria muito feliz.
Falando isso ele deixou aquela sala. Deixando tanto Otávio quanto Luiz de queixo ao chão.
L.F:Eu juro que se você me contasse eu não acreditaria.
O:Eu mesmo não estou acreditando.

Passaram o dia pensando sobre o que havia acontecido.
Lívia havia dispensado Tessália aquela tarde, Vivian estava em casa e as duas davam atenção a Esme que brincava no chão enquanto a irmã dormia um tranquilo sono no cercadinho.
L:Mas você tem certeza disso? Vice-presidente é um cargo muito importante!
V:Eu sei, é por isso que quero que você seja.
L:Vivian, você é ciente que eu não entendo muita coisa desse ramo, não é?
V:Entendo, mas sabe administrar como ninguém.
Vivian olhava sorrindo para a amiga.
L:Está bem será bom para me distrair, ocupar a cabeça, embora eu ame muito ficar com as minhas fofuras o dia todo em casa, eu preciso trabalhar, não posso ficar dependendo do dinheiro do Otávio pra tudo.
V:Claro, e saiba que estou te oferecendo esse cargo não pela nossa amizade, mas pela sua competência e profissionalismo.
As duas se abraçaram, Vivian sabia que foi a melhor coisa que ela fez a Lívia.
Assim conversaram sobre os detalhes por varias horas, até que Vivian se deu conta do horário.
V:Um Deus, eu preciso ir. (levantando-se)
L:Fique mais um pouco.
V:Eu adoraria esperar mais um pouco para dar um beijo em Julia, mas eu realmente preciso ir, fiquei de levar Matheus para matricular-se em uma academia. Imagina só que agora quer ter músculos. (rindo)
L:É, eles estão crescendo.
V:E rápido! (rindo)
Lívia abraçou novamente a amiga.
Assim que Vivian saiu com o carro, Lívia voltou para a sala, pegou Esme no colo e foi para a cozinha, queria ver o que iria preparar para o jantar.

Já era inicio da noite quando Otávio chegou.
O:Boa noite meus amores! (beijando-as)
Julia estava com a mãe junto a pia, fazendo um suco. Esme e Pérola estavam gritando e balançando um brinquedo dentro do cercadinho.
L:Que bom que você não chegou muito tarde hoje, podemos jantar um pouco mais cedo. (piscando para ele em segredo)
Ele sorriu malicioso
O:Amor, onde é que está o seu carro?
Lívia sentiu um arder na garganta.
L:Eu, eu deixei no mecânico.
O:Mecânico? Por quê? Seu carro é novo.
J:Mas mãe eu... (foi interrompida)
L:Na volta da escola da Julia, ele parou! Do nada, aí eu liguei para o seguro e eles levaram.
Nesse instante, Julia percebeu que a mãe escondia alguma coisa, mas não ia dizer nada, se Lívia estava mentindo para Otávio, provavelmente seria por uma boa causa.
O:Mas você pegou o endereço do mecânico certinho? Não confio muito nesse pessoal de seguro, me mostre o endereço do mecânico, quero ver se conheço.
L:Ai Otávio, depois eu procuro, mas disseram que só ficará pronto daqui a dois dias.
O:Dois dias? (espantado) O que será que estragou.
L:Não sei, mas em dois dias eu me viro.
J:Eu posso ir para a escola com a mãe da Bruna. Ela mora aqui na rua ela já até se ofereceu quando viu a mamãe e eu chegar de táxi.
O:De jeito nenhum, eu te levo.
J:Não precisa, além disso Bruna e eu podemos ir conversando.
L:São amiguinhas, Otávio. Querem ir juntas, realmente não tem necessidade de levá-la, afinal será somente por dois dias mesmo.
O:É. Bom, então tudo bem.
L:Ah meu amor, preciso te contar uma coisa. (eufórica)
Lívia parou de cortar os tomates e virou para Otávio.
L:Vivian me convidou para ser vice-presidente da empresa do falecido marido dela.
O:Você aceitou?
L:Aceitei. (sorrindo)
O:Mas que maravilhosa notícia meu amor.
L:Eu confesso que estou muito ansiosa.
O:E quando você começa?
L:Amanhã.
O:Então, boa sorte. Tenho certeza que estão recebendo uma grande empresária
Lívia ria, realmente estava muito feliz.

O jantar foi servido depois de aproximadamente uma hora. Durando todo o jantar, Otávio ensaiou para contar a Lívia que Fernando havia aparecido e dito tudo aquilo, mas como se uma mão segurasse suas cordas vocais, o mesmo permanecia em silêncio. Tiveram um jantar agradável.
A noite já proporcionava um lindo espetáculo com a Lua.
Lívia tirava a mesa do jantar quando olhou que Pérola já dormia e Esme estava mole de sono.
O:Eu vou levá-las, já volto pra te ajudar. (Beijando-a)
L:Tudo bem. (sorrindo)
Lívia terminou o que fazia e resolveu ir até o jardim, estava uma noite quente, perfeita para ficar ali de bobeira.
Deitou em uma das cadeiras que ficava em volta da piscina e fechou os olhos, poderia passar a noite ali se quisesse.
Um tempo depois, Otávio chegou e por cima dela deu um delicado beijo em seus lábios.
O:O que será que a dona dos olhos mais lindo desse mundo está pensando?
Lívia riu.
L:Galanteador como sempre ein senhor Drayer.
O:Só quando me refiro a você.
Otávio deitou na cadeira que tinha ao lado.
O:Como o céu está lindo.
L:Está.
O:Uma noite perfeita para passear de balão (sorrindo)
Ela sorriu, adorava lembrar o quanto foi mágica aquela noite, Otávio esticou o braço para que ela alcançasse a sua mão, e assim ela fez.
De mãos dadas ali, na beira da piscina ambos ficaram por longos minutos até decidirem ir deitar. Lívia levou certo tempo até conseguir isso, estava ansiosa demais para o seu primeiro dia de trabalho.

A casa estava mergulhada no mais absoluto silêncio, quando Lívia acordou em um sobressalto, suava frio e respirava forte, olhou assustada pelo quarto, viu Otávio a olhando preocupado.
O:Está tudo bem, meu amor?
L:Eu, eu tive um sonho horrível. (com a mão no peito)
O:Eu estava vendo, você estava agitada e resmungava meu nome. O que foi?
L:Foi horrível, horrível, não quero me lembrar. (abraçando-a)
O:Vou buscar um copo de água pra você.
L:Eu não quero, fica abraçado aqui comigo, é só isso que eu quero.
Otávio não insistiu afinal se era um sonho ruim, é normal que ela não queira se lembrar. Isso o fazia lembrar-se de quando Lívia sonhava com Paulo, foram tantos pesadelos. E realmente a única coisa que a acalmava, era ficarem longos minutos abraçados e em silêncio.
Esse era o plano, mas ambos foram assustados com o choro desesperado e ensurdecedor de Pérola, foi um choro tão agonizante que logo Esme começou também.
Lívia e Otávio apressaram-se ao quarto das gêmeas, pensaram em tudo quanto é coisa que poderia ter sido, mas não era nada, ou pelo menos não parecia ser.
Otávio pegou Esme no colo e começou a balança-la, mesmo com o choro desesperado de Pérola, a pequena pegou no sono junto ao colo quentinho do pai. Mas Otávio não podia colocá-la no berço, ele ameaçava e ela já começava a ficar inquieta.
Já Lívia pegou Pérola no colo e a mesma não parava de chorar nem por um minuto. Não queria a mamadeira, não estava com a fralda suja, nada estava bom.
Lívia chegou a virá-la de costas, a única coisa que poderia ser era uma cólica.
Ela já não sabia mais o que fazer.
O:Quer que eu a pegue?
Otávio estava sentado na poltrona do quarto com Esme dormindo em seu colo.
O:Amor, vou colocar Esme no berço, se ela acordar com o choro da irmã você a pega.
Ele colocou a pequena Esme no berço e em seguida pegou Pérola nos braços, Lívia estava preocupada, já estava quase pedindo para Otávio levá-la ao hospital.
Julia apareceu junto à porta, o rosto inchado de sono e o pijama desajeitado.
J:Está tudo bem?
O:Sua irmã, não sabemos o que ela tem, não para de chorar.
J:É, eu vim ver o que tava acontecendo, ela está chorando diferente.
L: Pode ir deitar Julia, você tem aula amanha de manhã, meu anjo. Otávio e eu já vamos fazê-la parar.
Depois de conversar um pouco, Lívia convenceu-a de que ela não podia fazer nada.
Assim que Julia voltou ao quarto, Lívia pediu para que Otávio descesse com ela para a cozinha, Lívia prepararia um chá de camomila, se fosse cólica, iria parar.
Enquanto Lívia foi para a cozinha, Otávio fazia tudo o que podia caretas, canções.
Quando Lívia estava terminando de amornar a pequena mamadeira, ela percebeu que o choro parou.
Terminou o que fazia e voltou para a sala.
Pérola estava apoiada com a cabecinha no ombro de Otávio enquanto o mesmo conversava com ela como se fosse uma adulta.
O:Está ouvindo? Eu nunca vou deixar vocês, até porque eu preciso ficar de olho em vocês, se já são gatinhas agora, imagina quando estiverem maiores? Então não tem motivos para você chorar, a mamãe vai sempre estar ao seu lado e o papai também.
A pequena Pérola chegava a soluçar, mas o berreiro acabou.
Lívia deu o chá mesmo assim, ajudaria com que ela pegasse no sono logo. Afinal tudo isso lhes tomou uma hora e meia de sono.
E graças a Deus a irmã não se interessou em fazer companhia no choro.
Agora já em seus quartos, Lívia e Otávio conversavam no escuro, abraçados enquanto o sono não vinha.
L:O que será que foi?
O:Talvez ela também teve um pesadelo, assim como você.
Lívia ficou incomodada, com toda aquela correria agora de madrugada, havia até esquecido do tal pesadelo, agora que se lembrou, apertou um pouco mais o abraço em Otávio.

Quando Otávio acordou, encontrou a casa em uma correria frenética, afinal, não se lembrava de quase perder a hora assim há muito tempo.
O:Porque não me acordou, amor? (descendo as escadas e ao mesmo tempo terminando de ajeitar a gravata)
Assim que ele chegou perto da mesa do café, antes mesmo de se sentar, Lívia disse:
L:Deixa eu arrumar para você. (desamarrando a gravata para começar de novo)
O:Onde está Julia?
L:Já foi para a escola.
O:Já? Isso só me mostra o quanto estou atrasado.
Lívia ficou em silêncio, mas Otávio logo percebeu que ela queria dizer algo.
O:Não era as 8hrs que você devia estar no seu novo emprego? (pegando um pão doce enquanto Lívia terminava de dar o nó na gravata)
L:É sobre isso que eu queria falar com você. (meio nervosa)
O:Pode falar, espera, onde está a Tessália?
L:Sobre isso também eu gostaria de falar.
Otávio realmente não estava entendendo nada.
L:Amor, a Tessália precisou viajar para a cidade dela, então hoje ela não vem.
O:Mas e agora? (preocupado) Você vai perder o primeiro dia de trabalho? Porque mesmo sendo a empresa da Vivian seria... (foi interrompido)
L:Vivian disse que fica com as meninas, mas eu preciso que você leve-as até lá antes de ir para o escritório.
O:Claro que levo, meu amor.
L:Ai que bom. Estava pensando que talvez não desse, devido ao horário.
O:Não, claro que dá. E a Pérola, amanheceu melhor?
L:Sim, como se não tivesse acontecido nada.
Otávio riu.
O: Que bom, porque se ela continuasse daquele jeito iríamos levá-la em um hospital.
Lívia ajeitou a cadeirinha com as filhas no banco de trás do carro e beijou-as.
L:Obrigada, amor (sorrindo)
O:Eu te amo. (beijando-a)
L:Também te amo. (sorrindo)
E assim ele saiu, acenando e mandando beijos pela janela do carro.
Lívia voltou para o interior da casa, começou a pegar suas coisas, já estava atrasada e pegar um táxi há essa hora seria praticamente uma saga.
Estava a caminho da porta quando seu celular tocou.
Lívia atendeu com certa dificuldade apoiando-o nos ombros, não era para menos, nas mãos segurava sua bolsa, as chaves da porta e uma garrafinha de água, fazia um tremendo calor e ela iria de táxi.
L:Alô?
Nem percebera que o numero que atendeu era desconhecido.
F:Bom dia meu amor?
L:Fernando? (assustada)
Droga, o que ele poderia querer? Lívia ficou imóvel e ajeitou o telefone na mão.
L:O que você quer? (irritada)
F:Ah, você sabe muito bem o que eu quero. (Com tom de deboche)
L: Pensei que tivesse deixado claro que eu não vou ser sua. Nunca mais! Por mim você poderia ir para o quinto dos infernos.
F:Isso eu já sei, então você não sabe o que eu quero. Eu quero que você fique sozinha. Não vai ser minha? Tudo bem Lívia Strauss! Mas daquele advogado você também não será.
Lívia começou a se irritar.
L:Se fizer alguma coisa contra o Otávio eu... (foi interrompida)
F:Eu já fiz! (rindo)
L:Como é ?
F:Isso que você ouviu. Eu já fiz. Acho melhor você ficar em casa.
L:O que você fez? (deixando as coisas que segurava cair das mãos)
F:Eu? Eu não fiz nada, mas na correria do dia a dia, você sabe que carro é um transporte útil, porém muito perigoso...
L:Não...
F:Imagina só o que poderia acontecer em um carro  numa velocidade de 80km/hr...
L:Não, não...
F:E estourasse um dos pneus traseiros? Acho que o motorista poderia morrer, será que eu teria essa sorte? (rindo)
Lívia gritou ao telefone.
L:Eu juro que eu vou matar você, desgraçado! Minhas filhas estão naquele carro! (gritando aos prantos)
Lívia nem perdeu o tempo em tentar dizer mais nada, apenas pegou o celular e começou a discar desesperadamente os números do celular de Otávio.
Ninguém atendia.

Enquanto isso, em uma Avenida do Rio de janeiro, um senhor de aparência cansada, tinha o rosto coberto pelo medo, segurava o celular com as mãos tremulas e tentava afastar-se do tumulto que se encontrava.

-Por favor! Ambulâncias, mandem ambulâncias para a Avenida Presidente Vargas, um carro capotou e o motorista esta desacordado, e também tem bebês no banco de trás parecem estar machucadas e não param de chorar. Por favor, rápido!

quinta-feira, dezembro 26, 2013

23° Confidências 2- Por Você (Feliz Ano Novo)

Era uma manhã de quarta-feira.
Lívia e Otávio conversavam na cozinha antes do mesmo pegar o caminho para o escritório, Julia estava no quarto terminando de se arrumar, aliás, Lívia não se lembrava de Julia ser tão vaidosa assim, ainda mais ao ponto de acordar mais cedo para ter mais tempo para se “enfeitar”. Já Pérola e Esmeralda estavam aos cuidados da empregada e babá, Tessália.
O:De jeito nenhum! (quase se afogando com o café)
L:Podemos pagar uma van para Julia ir para escola, fora isso eu não preciso mais do carro, vendê-lo me ajudaria com a divida na Frosch.
O:Lívia, meu amor, você precisa do carro, você sempre está precisando usá-lo, e se você precisar dele quando eu não estiver em casa? Uma febre em uma das meninas? Um remédio na farmácia? Uma reunião na escola da Julia?
L:Otávio, isso é desnecessário, tudo isso que você me disse é verdade, mas a frequência que isso acontece é mínima graças a Deus, isso dá muito bem para se resolver com apenas uma carro.
O:Não, eu não quero que você venda, está decidido e pronto.
L:Mas, Otávio... (inconformada)
O:Francamente, meu amor, é cada ideia que você tem (beijando-a) Tenha um bom dia, eu vou indo e se precisar de qualquer coisa é só me dizer.
L:Tudo bem, eu falo sim.
Lívia já se levantou da mesa e ficou em silêncio por alguns minutos, talvez quisesse por as ideias em ordem antes de chamar em alto e bom som, Julia.
Iam se atrasar se a mesma não se apressasse.

Lívia foi o caminho todo até a escola de Julia em silêncio, quando faltavam apenas uns dois quarteirões, Julia quebrou o silêncio, ao pararem no sinal fechado, ambas ouviram buzinas nervosas, quando olhou, Lívia percebera que o sinal já havia aberto.
J:Mãe?
L:Sim, filha.
J:Está tudo bem?
L:Está sim, eu só estou pensando em algumas coisas, aqui.
J:Ah.
Depois de deixar Julia na escola, Lívia seguiu ao caminho da casa da amiga.
Um tempo depois.
V:Lívia? Nossa confesso que estou surpresa com você aqui a essa hora.
L:É, sem a Frosch pra me ocupar as horas , eu fico assim... Sem saber o que fazer.
V:Ow minha amiga, desculpe-me, havia me esquecido completamente que já foi nesse inicio de semana que você dispensou os últimos funcionários. (conduzindo-a até a sala)
L:Vivian eu acho que vou enlouquecer.
V:Espere um minuto, vou pedir um café para nós.
Vivian foi até a cozinha e depois de rápidos minutos ela voltou.
L:Pensei em vender o carro.
V:Porque? (Assustada)
L:Porque? Porque eu tenho uma divida com muitos zeros em nome da Frosch.
V:Mas Otávio disse que pagaria, ele não iria dizer isso que não tivesse certeza que conseguiria fazer isso.
L:Eu não aceito isso, seria egoísmo da minha parte.
V:Egoismo? De onde você tirou isso? Vocês são marido e mulher!
Lívia ficou em silêncio por alguns segundos.
V:Bem, na verdade vocês não casaram, mas devido as tantas tentativas já podem considerar-se de que são marido e mulher, e é nessas horas que percebemos até que ponto o nosso companheiro está disposto a nos ajudar, você deveria ficar agradecida, ele podia simplesmente não se importar.
L:Claro que eu fico agradecida, mas a Frosch é problema meu, não acho justo ele tirar um dinheiro que ele não contava para pagar uma divida dessas.
V:Você está sendo orgulhosa, Lívia.
L:Mas agora o Otávio não quer me deixar vender o carro.
V:Imaginei que ele não deixaria mesmo.
L:Eu não entendo.
V:Lívia, ele está se oferecendo para ajudar e você está complicando.
L:Não estou complicando, só acho que nos daríamos bem apenas com um carro.
V:Agora você ficará com as crianças em casa, e se você precisar levá-las a um hospital, ou seja lá onde. Vai ligar para o Otávio largar o trabalho e vir buscá-las? Logo você que é tão independente.
L:Ele disse o mesmo.
V:E está certo, também concordo, o carro é uma questão de necessidade.

Vivian dizia isso a Lívia, por alguns minutos ela até concordava, mas logo depois ficava certa de que não, o melhor a se fazer era vender o carro, mas claro que com Otávio contra, isso teria que ser feito no maior sigilo possível.
Enquanto Lívia pensava nisso, Zezé chegou com o café e algumas rosquinhas açucaradas em uma bandeja de prata onde estava levemente bagunçada.
A empregada serviu Lívia e em seguida, Vivian. Assim que Zezé deixou a sala.
V:Eu pago a divida da Frosch!
L:O que?
V:Eu quito toda a divida da Frosch. (decidida)
L:De maneira nenhuma, eu jamais vou aceitar isso. (inconformada)
V:Porque?
L:Como assim porque? Vivian, isso não faz o menor sentido.
V:Como não? Você só está com essa divida por minha culpa. (bebendo um pequeno gole do café)
L:Isso não é verdade.
V:Você sabe que sim, Lívia se eu não tivesse continuado a depositar o mesmo valor que você recebia de lucros da Frosch, você perceberia que havia algo errado e voltaria para verificar antes que a sua empresa chegasse na situação que chegou.
L:Não...
Era verdade, Vivian tinha consciência disso, não iria fingir que não soubera de nada, a culpa toda não foi dela, grande parte também foi de Lívia, jamais poderia ter deixado uma empresa daquele porte nas mãos de uma funcionaria sem ao menos um treinamento antes.
Lívia achava que Vivian já havia feito demais por ela, isso não era justo. Tudo o que passou desde a morte de Paulo só foi superado porque ela estava sempre ao seu lado.
V:Eu sei que... (foi interrompida)
L:Isso não é nem uma questão de se pensar, Vivian, não.
Vivian percebeu que Lívia realmente não gostou da então oferta, fazendo até a própria a prometer que não tocaria mais nesse assunto.

Enquanto isso no escritório de Luiz, Otávio conversava com o amigo.
L.F:Eu ainda acho que você deveria investigar aonde esse homem está.
O:Lívia me mata se souber.
L.F:Ela não precisa saber, Otávio.
O:Você também acha que ele pode estar planejando alguma coisa?
L.F:Acho, e acho que quanto mais ele ficar quieto, quando mais ele ficar longe, mais perigoso ele é.
O:Não faço ideia de como começar a procurar.
L.F:Você encontrou a Lívia em outra cidade no meio do mato, praticamente, encontrá-lo aqui no Rio será fichinha para você (sorrindo)
O:Claro que o fato da Julia ter ligado e nos dito onde era, nem conta, não é?
L.F:Nada que tenha feito tanta diferença assim. (rindo)
O:Ah se fosse fácil assim.
L.F:Lívia não disse que ele pode ter pedido transferência do banco onde ele trabalhava?
O:É, acho que ouvi ela dizer isso. Mas não disse o banco.
L.F:Então, como quem não quer nada, pergunte isso a ela.
Otávio ficou pensativo, talvez essa fosse à chance de ficarem prevenidos.
Havia prometido a Lívia que não iria procurá-lo, mas a segurança das mulheres da sua vida era mais importante.

O:Luiz, por um acaso, Vivian não comentou nada com você sobre a Lívia?
L.F:Tipo o que? Como assim?
O:Eu não sei se você percebeu, mas Lívia está diferente em relação a esse homem.
L.F:Olha, ela disse sim, disse também outra coisa.
O:Que coisa? (se aproximando do amigo)
L.F:Primeiro você tem que me prometer que não irá contar a Lívia que sabe.
O:O que é? (ansioso)
L.F:Prometa! (em tom autoritário)
O:Tudo bem, eu prometo, Luiz.
L.F:Lembra da sua primeira tentativa de casamento? Quando Lívia sofreu aquele... (foi interrompido)
O:Como poderia me esquecer, aquela cena nunca sairá da minha cabeça.
L.F:Pois então, lembra que Lívia havia se atrasado?
O:Claro, mas o que isso tem a ver? Toda noiva se atrasa. (confuso)
L.F: Naquele dia, Fernando havia ido até o hotel onde Lívia e Vivian se arrumavam.
O:Ele foi até lá? Mas Lívia não me disse nada e... (foi interrompido)
L.F:Deixe-me terminar.
O:Desculpe, continue.
L.F:Vivian disse que ele provocou um desmaio em Lívia e estava tirando ela da cidade, que quando Lívia havia acordado estavam saindo do Rio de Janeiro.
O:Ele a sequestrou? (com a voz alterada)
L.F:Otávio, você me prometeu que não ia dizer nada.
Ele agora andava em passos pesados pela sala, mal sabia o caminho, mas simplesmente não conseguia ficar parado.
L.F:Otávio!
O:Eu disse que não vou dizer nada, então eu não vou dizer.

Luiz nem disfarçou quando soltou o ar que prendeu por alguns segundos, sabia que assim que ele abrisse a boca para a Lívia, Vivian saberia e brigaria com ele e seria uma confusão, e a ultima coisa que Luiz queria agora era arrumar uma briga desnecessária com Vivian.
O:E como foi que ela conseguiu voltar a tempo?
L.F:Vivian me disse que ele estava estranho e Lívia acabou dizendo que estava com medo dele, aí ele teve uns cinco minutos de sanidade e a trouxe de volta.
O:Ele a trouxe? Sem insistência e nem briga? (confuso)
L.F:Bom, pelo menos foi isso que a Vivian me disse.
Otávio caminhava pela sala, pensativo.
L.F:Por isso Vivian disse que havia estranhado o jeito com que Lívia está falando dele.
O:Mas isso é mais que normal, não acha? Depois de tudo que esse infeliz aprontou... (foi interrompido)
L.F:Claro que sim, mas porque agora? Você tem que admitir que Lívia sempre tentou contornar a situação quando o assunto era Fernando, sempre havia uma desculpa, alguma explicação para as atitudes dele, ou até mesmo essa perseguição doentia por ela, e agora, nada disso mais importa, ela está pouco se importando.
O:Talvez ela estivesse tentando se conter, guardando para si, e a festa do senhor Pierry foi a gota d’água e agora ela resolveu mandá-lo para o quinto dos infernos!.
Luiz apenas observava, Vivian e ele já haviam conversado, tinham muitas suposições.
Conhece o amigo melhor que ninguém, não iria falar mais, já percebeu que o mesmo ficou bem nervoso.

Para a sorte de Otávio ele teve uma tarde bem agitada e teve com o que ocupar sua cabeça, já Lívia passou a tarde inteira em casa brincando com as filhas até o horário de buscar Ana Julia na escola.
Amava ficar com elas, amava mesmo, mas desse jeito não dava pra ficar.
Desde sempre ela se ocupou, iria acabar virando uma pessoa sem paciência, e não queria.
Estavam todos sentados na sala se deliciando com um sorvete caseiro que Tessália havia se aventurado logo cedo e deixou na geladeira.
Exceto Esme e Pérola que já estavam dormindo.

J:Vou pedir pra Tessália fazer de chocolate no fim de semana! (terminando a segunda taça)
L:E a senhorita já vai parar por aí, essa já é a segunda taça.
O:Deixa ela, amor. Está uma delícia. (começando a segunda taça)
L:De jeito nenhum, amanhã ela acorda com dor de garganta e aí? E o senhor também, vamos parando por aí.
Julia e Otávio se olharam e fizeram uma careta em cumplicidade e reprovação ao que Lívia dizia.
L:Ah é assim? Os dois estão rebeldes assim? Ai ai ai. (rindo)
Os dois começaram a rir.
Ana Julia aproximou-se da mãe e deu um carinho beijo em seu rosto.
J:Que mãe mais dramática que eu tenho. (sorrindo)
L:Julia!
J:Boa noite. (sorrindo e em seguida dando um abraço em Otávio)
Ela subiu até seu quarto.
Otávio puxou Lívia até seu colo, deu um delicado beijo em seus lábios e em seguida começou um delicioso carinho em seu rosto.
L:Hum, que delícia isso. (sorrindo)
O:Eu particularmente sei como se faz um carinho na minha mulher (sorrindo)
L:Mas eu não estou falando do carinho. (sorrindo)
Ele sorriu para ela sem entender.
L:Eu falei disso.
Lívia o beijou com certa provocação, deixando sua língua brincar com a dele e em seguida com os lábios.
L:Eu adorei esse beijo com gostinho de...
O:Morango (sorrindo como um bobo) e eu não sei a minha, mas a sua boca está geladinha, faz de novo? (sorrindo)
Lívia riu, parecia um menino.
Ela repetiu, dessa vez quando parou Otávio estava com os olhos fechados como se implorasse para que ela não parasse de fazer seja lá o que estivesse fazendo.
Quando ele abriu os olhos e a viu, percebeu nela um sorriso provocador que ela ainda fez questão de apimentar ainda mais, passando a língua lentamente pelo lábio inferior.
O:Ah Lívia.
Otávio a virou bruscamente no sofá e ficou em cima dela.
Lívia entrou em desespero, tentou se soltar para olhar em volta, a sala ficava em frente à escada e Julia poderia facilmente vê-los ali.
L:Otávio, aqui não, Julia pode voltar.
O:Ela foi dormir. (com a voz sedutora)
Otávio começou a passear lentamente com o rosto pelo dela, proporcionando assim um leve arrepio devido à barba.
L:Amor, não faz isso.
O:Sabe o que não fazemos á tempos?
Otávio levantou a blusa dela a altura dos seios e beijou lentamente a barriga começando a descer chegando o mais próximo possível da área que tiraria a sanidade.
L:Você não pode estar falando sério, Otávio! (quase que suplicando)
Ele desabotoou a calça e abaixou o zíper, levou a boca até ali novamente.
Agora era visível, Lívia estava arrepiada de uma maneira que nada conseguiria esconder.
O:Nossa, meu amor, não pensei que também estivesse com saudades dessa nossa brincadeira.
L: Otávio! (colocando as mãos em cima)
Ele riu, a expressão que Lívia fazia o deixava encantado, parecia uma garota com medo de que os pais a pegassem namorando escondido.
O:Eu estava só te assustando. (rindo) Vem, vamos terminar essa loucura lá no nosso quarto. (sorrindo)
Otávio a puxou pelos braços, direto de encontro com a sua boca e só depois de um longo e molhado beijo eles levantaram do sofá.
Estavam com o desejo escancarado, tanto que saíram do sofá aos beijos e carinho, Lívia pisou na escada e ele a prensou contra o corrimão, levou sua mão onde confirmou que ela queria chegar naquele quarto o mais depressa possível.
L:Ah!
Um leve e sedutor gemido escapou por entre os lábios dela, e Otávio queria vê-la assim mesmo, porque se tinha uma coisa que mais o deixava excitado era ver o quanto ele conseguia excitar, Lívia.
Ele beijou ferozmente, e intensificou os movimentos em Lívia.
 Otávio nem precisou ficar em contado direto com Lívia para perceber que ela estava se desmanchando com aquelas caricias.
Parou o beijo e sorriu.
L:Me leva logo pra cama (ofegante)
Ele estava se deliciando com a cena.
L:Por favor, ou eu acho que não conseguirei nem sair dessa escada.
Lívia desencostou do corrimão e começou a subir as escadas.
Quando chegaram ao topo, Otávio a agarrou novamente e dessa vez a prensou na parede do corredor.
L:Otávio, Julia vai ouvir, o que é isso? (sorrindo)
Ao mesmo tempo em que ela sorria, ela se arrepiava e tremia. Afinal qual era a parte que Otávio não estava entendendo que Julia poderia vê-los naquela situação?
O que ia dizer para a filha?
L:Otávio, nosso quarto é na porta atrás de nós, vamos? Só mais um pouquinho e conseguimos! (rindo entre os lábios dele)
O:Tem razão (rindo)
Foi Otávio pegar no trinco da porta para que ouvissem o choro agudo e intenso de Pérola.
O:Eu não acredito. (soltando o trinco)
L:Eu acredito, claro que eu acredito, é a Pérola. (abaixando a blusa que estava à altura dos seios)
O:É a Esme, ela é que é contra a mim.  (soltando agora da cintura de Lívia)
L:A Esme? É a Pérola, essa menina morre de ciúmes do pai dela. (indo em direção ao quarto das filhas seguida por Otávio)
Assim que chegaram.
L:Eu não disse?
Lívia pegou Pérola no colo.
L:O que foi meu docinho? (beijando a bochecha rosada da filha)
O:Poxa, filha eu achei que você era cúmplice do papai.
L: Cúmplice? (rindo enquanto ajeitava a pequena para amamentar)
O:Claro.
L:Otávio, vem cá, eu vou te mostrar uma coisa.
Lívia estava ainda de pé com Pérola, a pequena já parou de chorar quando percebeu que logo teria o seu leite.
Otávio se aproximou dela e a mesma chamou a filha.
L:Pérola, meu amor, olha aqui pra mamãe. Filha? Olha aqui.
Foi preciso alguns segundos até que a pequena prestava atenção na mãe.
Lívia então deu um longo selinho em Otávio na frente da bebê. Não precisou de mais nada, Pérola franziu levemente a testa e um pequeno biquinho de irritação formou-se nos miúdos lábios dela.
Pronto! O choro voltou a invadir o quarto.
L:Shhhiiii, pronto meu amor, a mamãe não beija mais o papai. (balançando a pequena)
O:Eu não acredito. (rindo)
L:Percebi isso há alguns dias.
O:Pronto minha princesa, a mamãe já parou, vem aqui com o papai.
Otávio a pegou do colo de Lívia e em seguida sentou-se.
Lívia pegou a mamadeira na bolsa térmica ao lado do berço e entregou a Otávio.
Ele tinha jeito, tudo que referia-se as suas filhas ele queria aprender, e amamentar é uma delas.
Foi uma felicidade quando as meninas aceitaram a mamadeira, ele podia agora dar de mamar. Lívia é claro foi quem mais gostou afinal Pérola e Esme acordavam duas vezes cada durante a madrugada, e cada uma em um horário diferente, isso a deixava exausta no outro dia.
Otávio olhava para a filha e ria baixo, ciúmes? Daquele tamanho.
L:Você disse que me adorava ver amamentando as meninas, sabe que eu também gosto de te ver fazendo isso?
Me passa uma sensação tão gostosa.
O:Eu gosto desse barulhinho que elas fazem quando estão mamando. (rindo)
Ela se aproximou dele e fez um carinho em sua nuca.
Pérola começou a ficar inquieta e Lívia logo se afastou.
L:Ah mas eu não posso nem encostar mais no meu marido? Assim vai ficar complicado Dona Pérola Drayer! Run.
Otávio tentava ao máximo segurar o riso, porque se acordassem Esme, com certeza passariam a madrugada amamentando as duas.
Algum tempo depois eles a ajeitaram no berço e voltaram ao quarto.
Lívia se jogou na cama de braços abertos.
L:Ai, estou exausta!
Otávio deitou ao seu lado e disse o mesmo.
O:Acho que estou ficando velho. (rindo)
L:Acho que somos pais! (rindo)
Ele também não aguentou o comentário e caiu na risada.
O:Eu não vou ficar magoado se você quiser dormir.
L:Não?
O:Não.
L:Não mesmo?
O:Não mesmo, meu amor (sorrindo)
L:Então vamos dormir. (Rindo)
Os dois levantaram-se e foram vestir suas roupas de dormir, estavam realmente exaustos e toda aquela excitação parecia ter sumido.
Foi pouco mais de uma hora no quarto de Pérola, realmente era difícil alguma excitação ter permanecido.
Lívia vestiu sua camisola e Otávio seu short e sua camiseta.
Ela estava agora deitada na cama e já virada ao lado em que dormia. A luz do abajur de Otávio ainda permanecia acessa, ele terminava agora de escovar os dentes.
Ele chegou até a cama, sentou-se e desligou o abajur, ajeitou e respirou fundo.
O silêncio tomou conta do quarto.
O:Mor?
L:Hum?
O:Já está dormindo?
L:Ainda não.
O:Boa noite, esqueci de dizer.
L:Boa noite também, meu amor.
Por mais alguns curtos minutos permaneceram em silêncio.
L:Amor?
O:Hum?
L:Sabe o que eu tava pensando?
Assim que disse isso, a mesma virou-se de frente para ele, porque até então estavam de costas um para o outro.
O:Sei.
L:O que? (rindo surpresa)
O:Eu sei o que está pensando.
Ambos estavam com o rosto próximo, mas não enxergavam muito, estava escuro demais.
L:Sabe? Então me diz, o que eu estava pensando?
O:Estava pensando que o que desejamos é maior do que o cansaço que estamos sentindo. (sorrindo)
Lívia sorriu e antes mesmo que pudesse responder algo, sentiu o puxão em sua perna que Otávio deu encaixando-a na dele e em seguida invadindo sua boca de uma maneira brutalmente deliciosa.
Sem separar os lábios do dele, ele ainda deitado puxou com rapidez, mas com certa dificuldade a camisola dela a altura da cintura, em seguida livrou-se da calcinha dela, pronto, o caminho estava livre para que ele pudesse tortura-la, ou melhor, começar... Apenas começar.
Isso não durou muito, Otávio foi em cima dela e ascendeu a luz do abajur que ficava ao lado e começou o que ele não conseguiu terminar há algumas horas atrás.
A boca começou a trilhar um caminho até onde Lívia esperava ansiosa com leves contrações no corpo todo.
Ela levou as mãos ao cabelo dele e começou a bagunça-los excitadamente enquanto ele a torturava aos poucos.
Leves mordidinhas começaram no interior da coxa dela, ele se aproximava lentamente, e isso era torturador.
Ele parou para poder olhá-la, olhá-la e confirmar que o efeito que ele queria provocar estava sendo realizado com certo sucesso.
Otávio encontrou o ponto de prazer, de desejo, de perda de juízo e seja lá o que mais provocasse em Lívia.
Estava vulnerável, o corpo mole, as palavras nem eram mais pronunciadas e sim balbuciadas, a visão? Que visão? Nem os olhos tinham força para abrir, as mãos que faziam certa massagem nos cabelos dele, agora se encontravam paradas e o corpo todo em fortes contrações de excitação.
Conforme a intensidade e a coreografia que a língua de Otávio fazia ali, Lívia agarrava-se forte aos lençóis da cama, sentiu que poderia machucar Otávio, se continuasse a deslizar as mãos pela costa dele.
Não conseguiria aguentar mais, era melhor parar por ali antes que a mesma já chegasse ao seu clímax e acabasse logo com aquela delícia.
Lívia o guiou até a sua boca e o beijou, aliviando um pouco aquela palpitação que sentia em seu corpo.
Delicadamente ela deitou Otávio na cama e sorriu.
Ele entendeu logo o que ela faria, ainda mais quando o livrou de toda a roupa.
Otávio sentiu a língua quente de sua mulher começando uma deliciosa sincronia em seu sexo. Movimentos que o tiravam o ar a cada ida.
O:Meu Deus... (balbuciando tais palavras)
Os olhos dele chegavam a revirar, não lembrava o quanto Lívia fazia aquilo bem. Como ficaram tanto tempo sem fazer isso?
Isso chegava a ser um crime.
Deixou seu corpo entregar-se aquela deliciosa sensação.
Sua mulher estava concentrada e quase deixou passar o pedido desesperado de Otávio para que ela parasse ou ele não aguentaria mais.
Otávio sentou na cama e Lívia sentou em cima dele, de um modo em que os corpos ficaram em perfeita posição.
Ele enrolou os dedos junto ao cabelo dela e puxou-o para trás, fazendo com que a mesma arcasse certa distância para trás.
Fazendo com que assim ele tivesse a visão esplêndida de seus seios, pouco amostra devido à camisola que ainda continuava em Lívia, afinal, porque ela ainda estava nela?
Talvez por ser a única coisa que não os atrapalharia em nada.
Ele desceu com os lábios ferozmente do pescoço aos seios, Lívia não conseguia conter o baixo gemido de prazer que insistia em sair por entre seus lábios.
Otávio soltou as mãos dos cabelos dela, fazendo-a olhá-lo nos olhos, agora estavam apenas encarando-se.
Ela deu um riso de canto de boca para ele e em seguida uma leve mordida em seu lábio inferior, fazendo-o sorrir para ela.
Nem esperou que Otávio dissesse nada, ela o empurrou forçando-o a deitar-se na cama e logo guiou o que queria para dentro de si.
Pronto, agora seria apenas uma questão de tempo para que deixassem aquele mundo e se entregassem à um mar de sensações deliciosas provocadas em seus corpos.
Os movimentos embalados com sussurros e palavras marotas, que só ali, naquela situação se permitiam dizer.
Estavam suados e cansados, mas sentiam que logo poderiam descansar. Tiveram a certeza disso quando Otávio a virou, deixando que ela ficasse de costas para ele, mas ainda em cima, e segurando nos seios dela a invadiu novamente, fazendo com que ela chegasse ao clímax, na segunda investida, em seguida ele a fez companhia.
Lívia tinha certeza que tinha tido muito mais do que apenas chegado ao clímax de prazer.

Deitados um ao lado do outro respiravam desesperadamente, nem que quisesse conseguiram falar algo.
Depois de alguns bons minutos em silêncio, Lívia disse:
L:Preciso tomar um banho, não vou conseguir dormir assim. (levantando-se da cama)
O:Eu acho que esse banho vai ficar muito melhor se eu te fizer companhia. (segurando-a na cama com beijos em sua nuca)
L: E eu acho que não terá banho algum se você me fizer companhia. (saindo da cama)
Otávio resmungou algo incompreensível e jogou-se na cama novamente.
Ela virou-se para ele e disse:
L:Own meu amor, realmente não dá, já viu que horas são? Temos três horas para dormir, precisamos descansar. (rindo)
O:Você tem razão, também quero tomar um banho, acho então que só me resta esperar. (ajeitando o travesseiro)
L:Isso, eu não me demoro.
Dizendo isso, Lívia entrou no banheiro.
O banho que era para ser “rapidinho” durou longos e intermináveis trinta e quatro minutos, é claro que Otávio não conseguiu esperar, Lívia saiu ainda enrolada na toalha, e junto com ela o doce e intenso aroma do sabonete de cereja com erva doce.
Sorriu ao vê-lo dormir, era tão indefeso, havia passado por tanto coisa.
Vestiu uma fresca camisola e ajeitou-se ao lado dele, o mesmo tinha em seu rosto o cansaço estampado.
Aproximou se dos lábios dele e deu um beijo delicado, para que o mesmo não acordasse.
L:Eu te amo, te amo mais que a minha própria vida, Otávio. (sussurrando)
Agarrou-se a ele e esperou que a arte de dormir a contemplasse, não acordou Otávio para o banho, achou melhor deixá-lo descansar.

Naquela manhã...
J:Vocês estão horríveis. (enquanto bebia sua vitamina)
Julia não tinha como não perceber as enormes olheiras do rosto de Otávio e Lívia. A mãe ainda iria se maquiar e logo não se veria as olheiras, mas Otávio...
J:O que aconteceu?
Otávio engasgou-se com o café.
Lívia tratou logo de responder algo.
L:Estava muito calor, e suas irmãs acordaram três vezes durante essa madrugada. (levando uma torrada até a boca)
J:Nossa, e essa foi a única noite que só ouvi elas chorarem uma vez.
O:Você deve ter dormido feito uma pedra.
J:É, deve ter sido isso.
Esme e Pérola estavam excepcionalmente faladeiras aquela manhã.
Resmungavam muito, como se tivessem em uma conversa realmente muito importante.
Otávio então resolveu acompanhá-las.
O:Bom dia garotas? Será que o papai pode saber do que vocês estão conversando?
As duas no mesmo instante ficaram em silêncio e apenas olhavam atenciosas para o pai, talvez o que ele estivesse dizendo fosse importante.
O:Ein? Podem me dizer? Eu ficarei muito feliz se puder participar dessa conversa.
Logo Esme começou a balbuciar palavras, olhava agora para o pai e a irmã e falava. O que? Só Pérola talvez soubesse por que foi Esme começar e Pérola logo engatou a balbuciar algumas palavras e erguer os roliços braços ao alto.
 Lívia e Julia começaram a rir.
Esse momento de fofura foi interrompido pelo toque do celular de Otávio.
O:Fala Luiz! (ainda rindo) O que? Mas você tem certeza? Sim, claro que sim, chego aí em quinze minutos.
Dizendo isso ele desligou o celular e beijou a bochecha de todas.
Lívia ao beijá-lo perguntou preocupada.
L:O que aconteceu?
O:Um caso! (apressado)
L:É grave? É sério? Porque essa pressa toda?
O:É um caso que eu queria muito pegar, e o cliente já está me esperando.
L:Não dirija rápido por essas ruas, Otávio.
O:Está bem, amo vocês. (saindo)
Bom, Lívia nem desconfiava do que poderia ser. Queria apenas se concentrar no que decidira.
Vender um carro não era fácil, agora vender um carro as escondidas de Otávio, seria mais difícil ainda.

Assim que Otávio ao escritório, Luiz o esperava em sua sala eufórico.
Otávio entrou em passos apressados em sua sala e já foi logo jogando sua pasta em cima da mesa.
O:Como foi que descobriu?
L.F:Vivian me disse que Lívia havia comentado com ela.
O:Qual é o banco?
Luiz informou o nome do banco e Otávio saiu apressado.
L.F:Ei! Onde é que você vai? (segurando-o pelo braço)
O:Como assim, onde? Vou atrás dele, saber se ele trabalha lá, ou sei lá.
L.F:Você nem sabe em qual agencia ele pode estar, não tem só uma agencia desse banco no Rio de Janeiro.
O:Eu sei, é por isso que eu vou em todas.
L.F:Otávio!
O:O que foi? (um tanto irritado)
L.F:Os bancos nem devem ter aberto ainda, é só depois das 10hrs, senta aí e vê se trabalha um pouco.
Otávio acalmou-se de fato um pouco, Luiz estava certo, afinal mal fazia ideia de quantas agencias poderia existir na cidade do Rio de Janeiro.
Tentou concentrar ao menos um pouco no trabalho.
As horas passaram rastejando para seu desespero. Aproximava-se da hora o almoço quando Otávio entrou na sala de Luiz.
O:Eu estou indo, você vai comigo?
L.F:Vou claro, e fechamos o escritório. (o encarando)
O:Claro, fique aí. Eu volto assim que souber algo.
Otávio saiu como um foguete.
L.F:Realmente não mando em nada. (balançando a cabeça)
Luiz voltou ao trabalho.
Quatro longas horas passaram-se e nada de Otávio aparecer, logo estaria na hora de fecharem o escritório.
Assim que Luiz pegou no telefone para ligar, o mesmo entrou eufórico pela porta.
O:Eu consegui. (rindo)
L.F:Conseguiu encontrar onde ele está trabalhando?
O:Não, e também nem me interessa mais.
L.F: Não? (confuso)
O:Eu encontrei onde ele mora. Não é magnífico? (rindo e mostrando o bilhete com o endereço)
L.F:Como? Foi tão fácil assim? (levantando-se)
O:Sorte! Muita sorte:
L.F:Conte-me logo, Otávio! (curioso)
O:Na quinta agência em que eu perguntei, tive a sorte de perguntar para um funcionário que o odeia de uma maneira brilhante.
L.F:E ele te deu o endereço, assim? Só por odiá-lo?
O:Não, claro que tive que pagar alguns reais para ele.
L.F:E quem garante que ele te deu o endereço correto?
O:Eu! Eu mesmo já fui ao tal endereço e confirmei. É o mesmo carro.
L.F:O mesmo carro?
O:Claro, quando chegamos naquela casa em Fiore, o carro dele estava lá.
L.F:Otávio, quantos carros iguais aquele deve ter no Rio de Janeiro?
O:Quando carros iguais aquele deve ter na garagem da casa indicada?
Luiz fez um sinal de reprovação, o amigo não estava raciocinando muito bem.
O:Em todo o caso, amanhã depois do expediente você irá comigo para verificarmos?
L.F: E eu nem tenho o que pensar?
O:Não. Já está decidido, avise a Vivian que você chegará tarde amanhã.
Luiz apenas assentiu, afinal, se amigos não fossem para essa hora, seriam para que hora?
Na verdade Luiz tinha varias respostas para essa pergunta, mas resolveu apenas aceitar a ajudar o amigo que tanto gosta.

Duas longas semanas passaram, Otávio e Luiz foram até o tal endereço e confirmou, Fernando morava ali. E na primeira semana quase não o viam, porém nos últimos dias ele aparecia frequentemente e com uma linda mulher, inclusive Luiz jurava que seria a mulher dele.
Era um final de semana e todos estavam na cada de Lívia e Otávio para um almoço. Enquanto todos estavam no jardim contemplando a piscina recém-reformada, Otávio e Luiz conversavam no escritório.
O:Não é, ele é doente pela Lívia, não a trocaria fácil assim.
L.F:Mas faz quase três semanas que estamos observando ele, até chegaram com malas na semana passada, é evidente de que ela está morando com ele.
O:Eu não consigo acreditar.
L.F:E também ele não fez mais nada, não ameaçou Lívia e nem você. Talvez esteja tudo bem agora.
O: Eu não sei. E se isso tudo for um plano? Se for um teatro?
L.F:Porque ele faria isso? Por acaso sabe que está sendo vigiado? Acho que deve esquecê-lo de agora em diante e ficar em paz. Veja sua mulher, ela mesma está tranquila.
Otávio ficou pensativo.

Em frente à piscina, Lívia olhava Esme e Perola beberem um delicioso suco enquanto conversava com Vivian.
L:Vivian, eu estava há dias para te fazer uma pergunta.
V:Pode perguntar.
L:O Luiz também esteve chegando tarde nesses últimos dias?
V:Esteve, não tanto quantos no começo do mês, mas esteve sim. Por quê?
L:Porque, Otávio também.
Vivian não conseguiu seguram a risada.
L:Está rindo porque? Temos que ficar espertas. Otávio é um gato, mas é meu gato. Vai que uma dessas secretárias lá no escritório dele quer ficar fazendo uma hora extra?
V:Lívia! (rindo)
L:Eu não fui ainda porque estava ocupada demais fechando a venda do meu carro, mas ainda essa semana eu vou (Foi interrompida)
V:Você vendeu mesmo o seu carro? (incrédula)
L:Eu disse que iria vender.
V:Disse, mas eu pensei que ... Sei lá, Lívia.
L:Vendi, mas vou não vou contar ao Otávio.
V:Mas você sabe que isso não é uma coisa que dará para esconder por muito tempo, não é?
L:Claro, mas posso retardá-lo.
V:Ai Lívia, como você é cabeça dura. Mas você sabe o que faz. (sorrindo para a amiga)

Ficaram alguns minutos brincando com as bebês. Julia e Matheus aproveitavam a piscina ao longe.
V:Lívia, e o Fernando?
L:Sumiu!
V:O que será que aconteceu?
L:Talvez tenha ficado com medo da polícia.
V:Você acredita nisso?
L:Sim, porque não?
V:É, tem razão.
Lívia pensava que Fernando não estaria com medo da polícia, mas sim com medo dela mesma. Ele sabia do que ela era capaz, se tivesse juízo se afastaria.
Haviam conversado as claras, sem mascaras nem encenações. Foi a melhor coisa que ele havia feito.

Durante a semana.
Era um lindo dia de sol, Lívia esperou que Otávio fosse trabalhar e só depois foi que ligou para que o comprador viesse buscar o carro.
J:Mãe, se vamos de táxi para a escola, eu posso ir sozinha.
L:De jeito nenhum.
J:Mãe, eu já tenho 15 anos, não precisa.
L:Você tem 14 anos e precisa sim. (decidida)
Lívia percebeu que para Julia significava muito, ir de carro com a mãe era normal, a mesma dizia às colegas que vinha de carro porque era caminho do trabalho da mãe.
Mas agora chegar de táxi com ela seria um enorme mico, conhecia a sua mãe, sabia que ela não deixaria.
Tanto sabia que nem disfarçou a cara de surpresa quando a mãe disse:
L:Tudo bem, mas quero que me ligue assim que chegar.
J:Sério mesmo?
L:Sério, mas vou com você até a rua para pegar o táxi.
J:Tudo bem. (sorrindo)
E assim elas seguiram para fora da casa.

No escritório de Otávio.
L.F:Vivian disse que vai oferecer o cargo de vice presidente para Lívia na empresa do finado marido dela.
O:Mas que ótima noticia, Luiz.
L.F:Disse que essa é a única forma de ajudá-la, já que não aceita o dinheiro para quitar a divida da Frosch.
O:Isso é verdade, Lívia não aceita, nem o meu dinheiro ela aceitou. Acho que ela conseguiu fazer algo a respeito porque ela não está recebendo mais tantas ligações como no começo do mês.
Na verdade ela disse que ia retirar um pequeno valor da poupança para quitar as mais urgentes e tentaria renegociar o resto.
L.F:É tanto assim?
O:Ela não me diz, e olha que eu já tentei de todas as formas descobrir o valor.
L.F: Quem sabe se... (foi interrompido)
Nesse momento o homem entrou com tudo na sala de Otávio, logo atrás a secretária.
Sec: Doutor Otávio, o senhor me desculpe, ele entrou com tudo eu disse que ia falar com o... (foi interrompida)
O:Tudo bem.
F:Você não iria me receber.
O:Não ia mesmo, alias, minha mão está formigando pra socar a sua cara agora.
Otávio começou a ir em direção a ele, mas Luiz logo entrou no meio e segurou Otávio.
F:Ei, vamos com calma, eu vim para conversarmos. (se afastando)
O:Eu não tenho nada para conversar com você, inclusive, Luiz ligue para a polícia! (indo em direção ao telefone)
F:Não! Me escuta.
Otávio estava soltando fogo pelas ventas.
L.F:Otávio, espera, talvez o que ele tenha a dizer seja importante.
O:Ele deve ter vindo aqui para falar um monte de asneiras sobre a Lívia, para variar um pouco. (com tom de deboche)
F:Quero dizer que eu desisto!
O:Como é que é?
F:Desisto, cansei. Não quero mais saber de vocês muito menos da Lívia, eu estou muito bem com Natália.
L.F:Natália?
O:Quem diabos é, Natália? (irritado)
F:Minha mulher, está morando comigo, vou refazer minha vida. E quero começar do zero.
O:E você espera que eu acredite nisso?
F:Sinceramente? Não, porque para mim tanto faz se você acreditar ou não.
O:Porque veio até aqui para me dizer isso?
F:Como eu disse, quero começar do zero, minha nova mulher tem um filho, e agora ele é meu filho também. E não quero que ele ache que o novo pai dele é um louco obcecado.
Otávio agora dava certa atenção ao que ele dizia.
F:Por isso quero dar um ponto final nisso. Bom, eu vim apenas para dizer isso, aqui... (entregando-lhe um bilhete) Aqui é onde eu moro, espero que um dia você possa aparecer lá, para tomarmos um whisky talvez. Ficaria muito feliz.
Falando isso ele deixou aquela sala. Deixando tanto Otávio quanto Luiz de queixo ao chão.
L.F:Eu juro que se você me contasse eu não acreditaria.
O:Eu mesmo não estou acreditando.

Passaram o dia pensando sobre o que havia acontecido.
Lívia havia dispensado Tessália aquela tarde, Vivian estava em casa e as duas davam atenção a Esme que brincava no chão enquanto a irmã dormia um tranquilo sono no cercadinho.
L:Mas você tem certeza disso? Vice-presidente é um cargo muito importante!
V:Eu sei, é por isso que quero que você seja.
L:Vivian, você é ciente que eu não entendo muita coisa desse ramo, não é?
V:Entendo, mas sabe administrar como ninguém.
Vivian olhava sorrindo para a amiga.
L:Está bem será bom para me distrair, ocupar a cabeça, embora eu ame muito ficar com as minhas fofuras o dia todo em casa, eu preciso trabalhar, não posso ficar dependendo do dinheiro do Otávio pra tudo.
V:Claro, e saiba que estou te oferecendo esse cargo não pela nossa amizade, mas pela sua competência e profissionalismo.
As duas se abraçaram, Vivian sabia que foi a melhor coisa que ela fez a Lívia.
Assim conversaram sobre os detalhes por varias horas, até que Vivian se deu conta do horário.
V:Um Deus, eu preciso ir. (levantando-se)
L:Fique mais um pouco.
V:Eu adoraria esperar mais um pouco para dar um beijo em Julia, mas eu realmente preciso ir, fiquei de levar Matheus para matricular-se em uma academia. Imagina só que agora quer ter músculos. (rindo)
L:É, eles estão crescendo.
V:E rápido! (rindo)
Lívia abraçou novamente a amiga.
Assim que Vivian saiu com o carro, Lívia voltou para a sala, pegou Esme no colo e foi para a cozinha, queria ver o que iria preparar para o jantar.

Já era inicio da noite quando Otávio chegou.
O:Boa noite meus amores! (beijando-as)
Julia estava com a mãe junto a pia, fazendo um suco. Esme e Pérola estavam gritando e balançando um brinquedo dentro do cercadinho.
L:Que bom que você não chegou muito tarde hoje, podemos jantar um pouco mais cedo. (piscando para ele em segredo)
Ele sorriu malicioso
O:Amor, onde é que está o seu carro?
Lívia sentiu um arder na garganta.
L:Eu, eu deixei no mecânico.
O:Mecânico? Por quê? Seu carro é novo.
J:Mas mãe eu... (foi interrompida)
L:Na volta da escola da Julia, ele parou! Do nada, aí eu liguei para o seguro e eles levaram.
Nesse instante, Julia percebeu que a mãe escondia alguma coisa, mas não ia dizer nada, se Lívia estava mentindo para Otávio, provavelmente seria por uma boa causa.
O:Mas você pegou o endereço do mecânico certinho? Não confio muito nesse pessoal de seguro, me mostre o endereço do mecânico, quero ver se conheço.
L:Ai Otávio, depois eu procuro, mas disseram que só ficará pronto daqui a dois dias.
O:Dois dias? (espantado) O que será que estragou.
L:Não sei, mas em dois dias eu me viro.
J:Eu posso ir para a escola com a mãe da Bruna. Ela mora aqui na rua ela já até se ofereceu quando viu a mamãe e eu chegar de táxi.
O:De jeito nenhum, eu te levo.
J:Não precisa, além disso Bruna e eu podemos ir conversando.
L:São amiguinhas, Otávio. Querem ir juntas, realmente não tem necessidade de levá-la, afinal será somente por dois dias mesmo.
O:É. Bom, então tudo bem.
L:Ah meu amor, preciso te contar uma coisa. (eufórica)
Lívia parou de cortar os tomates e virou para Otávio.
L:Vivian me convidou para ser vice-presidente da empresa do falecido marido dela.
O:Você aceitou?
L:Aceitei. (sorrindo)
O:Mas que maravilhosa notícia meu amor.
L:Eu confesso que estou muito ansiosa.
O:E quando você começa?
L:Amanhã.
O:Então, boa sorte. Tenho certeza que estão recebendo uma grande empresária
Lívia ria, realmente estava muito feliz.

O jantar foi servido depois de aproximadamente uma hora. Durando todo o jantar, Otávio ensaiou para contar a Lívia que Fernando havia aparecido e dito tudo aquilo, mas como se uma mão segurasse suas cordas vocais, o mesmo permanecia em silêncio. Tiveram um jantar agradável.
A noite já proporcionava um lindo espetáculo com a Lua.
Lívia tirava a mesa do jantar quando olhou que Pérola já dormia e Esme estava mole de sono.
O:Eu vou levá-las, já volto pra te ajudar. (Beijando-a)
L:Tudo bem. (sorrindo)
Lívia terminou o que fazia e resolveu ir até o jardim, estava uma noite quente, perfeita para ficar ali de bobeira.
Deitou em uma das cadeiras que ficava em volta da piscina e fechou os olhos, poderia passar a noite ali se quisesse.
Um tempo depois, Otávio chegou e por cima dela deu um delicado beijo em seus lábios.
O:O que será que a dona dos olhos mais lindo desse mundo está pensando?
Lívia riu.
L:Galanteador como sempre ein senhor Drayer.
O:Só quando me refiro a você.
Otávio deitou na cadeira que tinha ao lado.
O:Como o céu está lindo.
L:Está.
O:Uma noite perfeita para passear de balão (sorrindo)
Ela sorriu, adorava lembrar o quanto foi mágica aquela noite, Otávio esticou o braço para que ela alcançasse a sua mão, e assim ela fez.
De mãos dadas ali, na beira da piscina ambos ficaram por longos minutos até decidirem ir deitar. Lívia levou certo tempo até conseguir isso, estava ansiosa demais para o seu primeiro dia de trabalho.

A casa estava mergulhada no mais absoluto silêncio, quando Lívia acordou em um sobressalto, suava frio e respirava forte, olhou assustada pelo quarto, viu Otávio a olhando preocupado.
O:Está tudo bem, meu amor?
L:Eu, eu tive um sonho horrível. (com a mão no peito)
O:Eu estava vendo, você estava agitada e resmungava meu nome. O que foi?
L:Foi horrível, horrível, não quero me lembrar. (abraçando-a)
O:Vou buscar um copo de água pra você.
L:Eu não quero, fica abraçado aqui comigo, é só isso que eu quero.
Otávio não insistiu afinal se era um sonho ruim, é normal que ela não queira se lembrar. Isso o fazia lembrar-se de quando Lívia sonhava com Paulo, foram tantos pesadelos. E realmente a única coisa que a acalmava, era ficarem longos minutos abraçados e em silêncio.
Esse era o plano, mas ambos foram assustados com o choro desesperado e ensurdecedor de Pérola, foi um choro tão agonizante que logo Esme começou também.
Lívia e Otávio apressaram-se ao quarto das gêmeas, pensaram em tudo quanto é coisa que poderia ter sido, mas não era nada, ou pelo menos não parecia ser.
Otávio pegou Esme no colo e começou a balança-la, mesmo com o choro desesperado de Pérola, a pequena pegou no sono junto ao colo quentinho do pai. Mas Otávio não podia colocá-la no berço, ele ameaçava e ela já começava a ficar inquieta.
Já Lívia pegou Pérola no colo e a mesma não parava de chorar nem por um minuto. Não queria a mamadeira, não estava com a fralda suja, nada estava bom.
Lívia chegou a virá-la de costas, a única coisa que poderia ser era uma cólica.
Ela já não sabia mais o que fazer.
O:Quer que eu a pegue?
Otávio estava sentado na poltrona do quarto com Esme dormindo em seu colo.
O:Amor, vou colocar Esme no berço, se ela acordar com o choro da irmã você a pega.
Ele colocou a pequena Esme no berço e em seguida pegou Pérola nos braços, Lívia estava preocupada, já estava quase pedindo para Otávio levá-la ao hospital.
Julia apareceu junto à porta, o rosto inchado de sono e o pijama desajeitado.
J:Está tudo bem?
O:Sua irmã, não sabemos o que ela tem, não para de chorar.
J:É, eu vim ver o que tava acontecendo, ela está chorando diferente.
L: Pode ir deitar Julia, você tem aula amanha de manhã, meu anjo. Otávio e eu já vamos fazê-la parar.
Depois de conversar um pouco, Lívia convenceu-a de que ela não podia fazer nada.
Assim que Julia voltou ao quarto, Lívia pediu para que Otávio descesse com ela para a cozinha, Lívia prepararia um chá de camomila, se fosse cólica, iria parar.
Enquanto Lívia foi para a cozinha, Otávio fazia tudo o que podia caretas, canções.
Quando Lívia estava terminando de amornar a pequena mamadeira, ela percebeu que o choro parou.
Terminou o que fazia e voltou para a sala.
Pérola estava apoiada com a cabecinha no ombro de Otávio enquanto o mesmo conversava com ela como se fosse uma adulta.
O:Está ouvindo? Eu nunca vou deixar vocês, até porque eu preciso ficar de olho em vocês, se já são gatinhas agora, imagina quando estiverem maiores? Então não tem motivos para você chorar, a mamãe vai sempre estar ao seu lado e o papai também.
A pequena Pérola chegava a soluçar, mas o berreiro acabou.
Lívia deu o chá mesmo assim, ajudaria com que ela pegasse no sono logo. Afinal tudo isso lhes tomou uma hora e meia de sono.
E graças a Deus a irmã não se interessou em fazer companhia no choro.
Agora já em seus quartos, Lívia e Otávio conversavam no escuro, abraçados enquanto o sono não vinha.
L:O que será que foi?
O:Talvez ela também teve um pesadelo, assim como você.
Lívia ficou incomodada, com toda aquela correria agora de madrugada, havia até esquecido do tal pesadelo, agora que se lembrou, apertou um pouco mais o abraço em Otávio.

Quando Otávio acordou, encontrou a casa em uma correria frenética, afinal, não se lembrava de quase perder a hora assim há muito tempo.
O:Porque não me acordou, amor? (descendo as escadas e ao mesmo tempo terminando de ajeitar a gravata)
Assim que ele chegou perto da mesa do café, antes mesmo de se sentar, Lívia disse:
L:Deixa eu arrumar para você. (desamarrando a gravata para começar de novo)
O:Onde está Julia?
L:Já foi para a escola.
O:Já? Isso só me mostra o quanto estou atrasado.
Lívia ficou em silêncio, mas Otávio logo percebeu que ela queria dizer algo.
O:Não era as 8hrs que você devia estar no seu novo emprego? (pegando um pão doce enquanto Lívia terminava de dar o nó na gravata)
L:É sobre isso que eu queria falar com você. (meio nervosa)
O:Pode falar, espera, onde está a Tessália?
L:Sobre isso também eu gostaria de falar.
Otávio realmente não estava entendendo nada.
L:Amor, a Tessália precisou viajar para a cidade dela, então hoje ela não vem.
O:Mas e agora? (preocupado) Você vai perder o primeiro dia de trabalho? Porque mesmo sendo a empresa da Vivian seria... (foi interrompido)
L:Vivian disse que fica com as meninas, mas eu preciso que você leve-as até lá antes de ir para o escritório.
O:Claro que levo, meu amor.
L:Ai que bom. Estava pensando que talvez não desse, devido ao horário.
O:Não, claro que dá. E a Pérola, amanheceu melhor?
L:Sim, como se não tivesse acontecido nada.
Otávio riu.
O: Que bom, porque se ela continuasse daquele jeito iríamos levá-la em um hospital.
Lívia ajeitou a cadeirinha com as filhas no banco de trás do carro e beijou-as.
L:Obrigada, amor (sorrindo)
O:Eu te amo. (beijando-a)
L:Também te amo. (sorrindo)
E assim ele saiu, acenando e mandando beijos pela janela do carro.
Lívia voltou para o interior da casa, começou a pegar suas coisas, já estava atrasada e pegar um táxi há essa hora seria praticamente uma saga.
Estava a caminho da porta quando seu celular tocou.
Lívia atendeu com certa dificuldade apoiando-o nos ombros, não era para menos, nas mãos segurava sua bolsa, as chaves da porta e uma garrafinha de água, fazia um tremendo calor e ela iria de táxi.
L:Alô?
Nem percebera que o numero que atendeu era desconhecido.
F:Bom dia meu amor?
L:Fernando? (assustada)
Droga, o que ele poderia querer? Lívia ficou imóvel e ajeitou o telefone na mão.
L:O que você quer? (irritada)
F:Ah, você sabe muito bem o que eu quero. (Com tom de deboche)
L: Pensei que tivesse deixado claro que eu não vou ser sua. Nunca mais! Por mim você poderia ir para o quinto dos infernos.
F:Isso eu já sei, então você não sabe o que eu quero. Eu quero que você fique sozinha. Não vai ser minha? Tudo bem Lívia Strauss! Mas daquele advogado você também não será.
Lívia começou a se irritar.
L:Se fizer alguma coisa contra o Otávio eu... (foi interrompida)
F:Eu já fiz! (rindo)
L:Como é ?
F:Isso que você ouviu. Eu já fiz. Acho melhor você ficar em casa.
L:O que você fez? (deixando as coisas que segurava cair das mãos)
F:Eu? Eu não fiz nada, mas na correria do dia a dia, você sabe que carro é um transporte útil, porém muito perigoso...
L:Não...
F:Imagina só o que poderia acontecer em um carro  numa velocidade de 80km/hr...
L:Não, não...
F:E estourasse um dos pneus traseiros? Acho que o motorista poderia morrer, será que eu teria essa sorte? (rindo)
Lívia gritou ao telefone.
L:Eu juro que eu vou matar você, desgraçado! Minhas filhas estão naquele carro! (gritando aos prantos)
Lívia nem perdeu o tempo em tentar dizer mais nada, apenas pegou o celular e começou a discar desesperadamente os números do celular de Otávio.
Ninguém atendia.

Enquanto isso, em uma Avenida do Rio de janeiro, um senhor de aparência cansada, tinha o rosto coberto pelo medo, segurava o celular com as mãos tremulas e tentava afastar-se do tumulto que se encontrava.

-Por favor! Ambulâncias, mandem ambulâncias para a Avenida Presidente Vargas, um carro capotou e o motorista esta desacordado, e também tem bebês no banco de trás parecem estar machucadas e não param de chorar. Por favor, rápido!
 

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